Cidades devem aumentar a capacidade de resistência às alterações climáticas
“na maior parte dos casos, os efeitos das catástrofes naturais podem ser controlados quando as cidades aumentam a resistência dos seus sistemas e infra-estruturas”, diz o relatório da Jones Lang LaSalle
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“Com mais de 50% da população a viver actualmente em áreas urbanas, as cidades devem preparar-se para enfrentar os efeitos potencialmente catastróficos das alterações climáticas”, sublinha a Jones lang LaSalle, identificando num novo relatório alguns passos que deverão ser dados para tornar as suas infra-estruturas mais resistentes às alterações nas condições climáticas.
“As cidades podem aprender entre si em como tornar-se mais resilientes perante acontecimentos climáticos extremos causados por alterações no clima” disse Julie Hirigoyen, Head de Sustentabilidade da JLL no Reino Unido. “Isso quer dizer que é necessário preparar todos os aspectos da cidades para o futuro, incluindo protecção das cheias à medida que os níveis do mar sobem, repensar as infra-estruturas, redes eléctricas, fornecimento de alimentos, cuidados de saúde, telecomunicações, transportes, águas, gestão de resíduos e outros mais”.
O Relatório, denominado Global Sustainability Perspective engloba exemplos reais de esforços de aumento da capacidade de resistência em Nova Iorque e outras cidades de referência em todo o mundo, com foco em quatro temas: a importância da resiliência à medida que a população aumenta, a protecção das cheias, bairros sustentáveis e intercâmbio de ideias entre as cidades.
De acordo com uma nota de imprensa a que o Construir teve acesso, a consultora defende que, “na maior parte dos casos, os efeitos das catástrofes naturais podem ser controlados quando as cidades aumentam a resistência dos seus sistemas e infra-estruturas. Para assegurar a proteção no futuro, os líderes podem recorrer à definição de resiliência urbana enquanto roteiro, apresentada pela Fundação Rockfeller” que segundo a Jones Lang LaSalle “define uma cidade resiliente como aquela que possui capacidade extra e planos de reserva para sistemas chave; flexibilidade para se adaptar e evoluir à medida que o clima se altera; risco limitado de forma a conter os efeitos da falha de uma componente do sistema de infra-estruturas; e rápida recuperação na sequência de uma disrupção. Ao abordar estes aspectos de resiliência, as cidades podem mitigar os riscos de catástrofes naturais”.
O debate sobre como proteger os ambientes urbanos para o futuro não pode excluir os efeitos devastadores das cheias. No mesmo documento, a consultora mostra exemplos de como as cidades estão a trabalhar a prevenção nesta área, nomeadamente Mumbai, que “aprofundou e alargou os seus principais rios, construiu novas estações de bombeamento de águas para descarregar águas pluviais para o mar e instalou calibradores ao longo dos rios para conseguir ter avisos antecipados de cheias”, Veneza, onde “está a ser construído um sistema amovível de barreiras de água que permitirá fechar as descargas de água durante marés altas” ou Kuala Lumpur que “está a investir na construção de um túnel para escoamento das águas, colectores de águas das cheias e um sistema de drenagem de elevado volume”.
De acordo com o mesmo relatório, “micro-comunidades como os bairros podem ter um impacto adicional significativo – particularmente na preparação para e na resposta aos acontecimentos gerados nas alterações climáticas”.
Nesse sentido, na América do Norte existe uma nova iniciativa – o “2030 District”, que “está a ajudar as cidades a focarem-se em áreas da Baixa definidas geograficamente e identificar bairros-alvo mais alargados para conservar energia e água e reduzir as emissões dos automóveis. Seattle, Los Angeles, Pittsburg e Cleveland estão entre as cidades participantes até agora, e mais nove cidades deverão juntar-se brevemente à iniciativa.
Outra das iniciativas a ocorrer actualmente é a partilha de conhecimento por parte de algumas cidades com o objectivo de melhorar a resiliência de todas. “O C40 Cities Climate Leadership Group por exemplo, reúne líderes das cidades para partilha de boas práticas para uma acção sustentável em termos das alterações climáticas, tal como os dias sem carros ou a divulgação das classificações de eficiência energética dos edifícios”, explica a consultora dando ainda outro exemplo, o Better Buildings Partnership que “cria parcerias entre inquilinos, proprietários e representantes governamentais e parceiros do sector para melhorar a performance de sustentabilidade dos edifícios”. Sidney, Londres e Toronto são algumas cidades que participam actualmente, cada uma beneficiando de conhecimento partilhado sobre acções quantificáveis para maior resiliência e sustentabilidade.