China alarga alta-velocidade até Xinjiang
A rede ferroviária chinesa de alta velocidade, iniciada há menos de uma década, é a maior do mundo, com mais de 10.000 quilómetros de extensão.
Lusa
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A China estenderá a sua rede ferroviária de alta velocidade ao remoto Xinjiang ainda este ano, procurando impulsionar o turismo e desenvolvimento económico daquela conturbada região autónoma de maioria muçulmana, anunciou esta quinta-feira a imprensa oficial chinesa.
O novo comboio, cujos testes terminaram esta semana, atingirá 250 quilómetros por hora, reduzindo para oito horas a viagem de 1.776 quilómetros entre Lanzhou, capital da província de Gansu, e Urumqi, capital da Região Autónoma do Xinjiang. A mesma viagem demora actualmente 20 horas.
“Todos os comboios serão patrulhados por pessoal armado e a segurança a bordo estará assegurada”, disse um responsável do serviço ferroviário de Urumqi citado pelo jornal Global Times. A construção da nova linha, iniciada em 2009, custou 143,5 mil milhões de yuan (cerca de 17,3 mil milhões de euros), refere o jornal. Urumqi fica a mais de dois mil quilómetros de Pequim. Situado no noroeste da China, junto ao Afeganistão, Paquistão e várias ex-republicas soviéticas da Ásia Central, o Xinjiang tem sido palco de frequentes explosões de violência e ataques terroristas, atribuídos pelas autoridades a “separatistas” e “extremistas religiosos”.
O último ocorreu há cerca de duas semanas num mercado ao ar livre de Urumqi, onde um ataque suicida com explosivos causou 43 mortos. Com um território cerca de 17 vezes maior que Portugal e apenas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais, o Xinjiang é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo.
Os uigures – a maior etnia do Xinjiang, de religião muçulmana e cultura turcófona – constituem 46% da população, mas há cerca de meio-século ultrapassavam os dois terços.