Manter atractividade ao investimento estrangeiro é desafio para Moçambique
No ano passado, Moçambique cresceu 7,6% e a perspectiva mantém-se positiva, com o BAD a prever uma expansão da economia de 7,5% (meio ponto acima da estimativa do Fundo Monetário Internacional) para este ano e uma aceleração para 8,1% no próximo ano
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O principal desafio de Moçambique é manter-se atractivo para os investidores estrangeiros que, juntamente com o investimento público, sustentam as taxa de crescimento superiores a 7%, diz o relatório ‘Perspectivas económicas em África 2015’ .
Os dados apresentados esta segunda-feira pelo Banco Africano de Desenvolvimento revelam que “a curto prazo, o maior desafio de Moçambique é manter-se atractivo em termos de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) e, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade das finanças e da dívida pública”. De acordo com o documento do Banco Africano de Desenvolvimento, “os défices orçamentais consecutivamente altos, atingindo os 10% do Produto Interno Bruto em 2014, empurram a dívida pública para 56,8% do PIB”, sendo esperada uma consolidação orçamental progressiva neste e no próximo ano, que acomode também uma diminuição do financiamento dos doadores internacionais.
No ano passado, Moçambique cresceu 7,6% e a perspectiva mantém-se positiva, com o BAD a prever uma expansão da economia de 7,5% (meio ponto acima da estimativa do Fundo Monetário Internacional) para este ano e uma aceleração para 8,1% no próximo ano. “Como nos anos anteriores, os principais motores do crescimento vão continuar a ser a despesa pública e o IDE, com os sectores mais beneficiados a serem a construção, os serviços às empresas, os transportes e as comunicações, o sector financeiro e as indústrias extractivas”, afirma o documento nas 15 páginas dedicadas exclusivamente a Moçambique.
A indústria extractiva, de resto, foi a que registou o maior crescimento, tendo aumentado em 22%, “impulsionada pelo aumento das exportações do carvão”, mas é um sector “representativo dos desafios que Moçambique enfrenta”. “Desde 2007 foram feitos investimentos de milhares de milhões de dólares em grandes minas de carvão e infraestruturas de transportes, aumentando as expectativas do país sobre um efeito directo no desenvolvimento económico e nas receitas orçamentais, mas desde então os preços internacionais do carvão desceram e as exportações têm sido prejudicadas por uma infraestrutura e logística ineficientes”.
O resultado é que “actualmente todos os projectos de minas de carvão estão a funcionar com perdas”, o que levou a Rio Tinto a decidir sair do país com um prejuízo de quase 4 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros), e a Vale também já afirmou que está a ponderar vender uma parte da sua participação no projeto de Moatize.