Consórcio americano cria centro de pesquisa dedicado à resolução dos problemas de infra-estruturas
Center for Bio-mediated and Bio-inspired Geotechnics visa desenvolver avanços na engenharia geotécnica que consigam produzir soluções para alguns dos maiores desafios ambientais e do desenvolvimento de infra-estruturas
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Um consórcio norte-americano que reúne universidades, indústria e Governo investiu 18,5 milhões de dólares (17 milhões de euros) num centro de pesquisa dedicado à “expansão do campo emergente da engenharia bio-geotécnica”.
O Center for Bio-mediated and Bio-inspired Geotechnics (CBBG) visa desenvolver avanços na engenharia geotécnica que consigam produzir soluções para alguns dos maiores desafios ambientais e do desenvolvimento de infra-estruturas.
No âmbito deste centro, engenheiros e cientistas da Universidade do Novo México, Georgia Tech, da Universidade da Califórnia e da Universidade Estadual do Arizona – que lidera o consórcio – estão a colaborar no sentido de desenvolverem métodos para utilizar ou reproduzir os processos biológicos no acto de tratamento dos solos, de forma a reduzir os custos de construção e de mitigar os efeitos dos desastres naturais ou da degradação natural.
“O CBBG irá aprender através da natureza”, declarou Paola Bandini, docente da Universidade do Novo México e uma das principais investigadores do centro. Referindo os “3,8 mil milhões de anos de evolução natural que desenvolveram e aperfeiçoaram soluções muito eficientes e muito elegantes para os problemas”, a investigadora refere que as equipas irão estudar os processos biológicos.
“Vamos aprender com base nesses processos para melhorar os métodos e encontrar soluções para a construção, manutenção e operação de infra-estruturas”, explicou Bandini, referindo, como objectivos, “a redução do impacto ambiental e ecológico de indústrias como a da mineração e da construção” e fazer um uso melhor “e mais sustentável dos recursos não-renováveis disponíveis”.
O CBBG tem quatro pilares principais de investigação, que se referem à mitigação de efeitos de catástrofes, protecção e restauro ambiental, construção de infra-estruturas e desenvolvimento de recursos.
O segundo objectivo principal deste centro de investigação consiste em “inspirar um grupo diverso de engenheiros e cientistas para proporcionarem a força de trabalho combinada necessária para este novo campo da engenharia biogeotécnica”.
“Em acréscimo à parceria universitária, temos parceiros na área da educação, social e de diversidade, que incluem universidades públicas, distritos escolares e museus de ciência que trabalharão connosco para produzir os materiais educativos que desenvolveremos através do centro”, continuou Bandini.
Segundo a investigadora, o CBBG inclui também “um forte programa de parcerias com a indústria privada e as agências governamentais como departamentos de Estado dos transportes, cidades e condados que são proprietários e gestores da infra-estrutura civil”.
O centro tem mais de 12 empresas e agências públicas governamentais confirmadas como parceiros industriais para apoiar as iniciativas de investigação, bem como 15 universidades em todo o mundo, conforme refere a publicação noticiosa da Universidade do Novo México, que destaca ainda uma equipa multidisciplinar de nove elementos desta universidade, especializados em engenharia civil, geotécnica, ambiental, ciências de computação, ciências geológicas e biológicas, que participarão em vários projectos.
Segundo a Universidade do Novo México, no primeiro ano, os seus projectos de investigação irão incluir o reforço de solos com inspiração biológica, um estudo dos mecanismos de crescimento das raízes e o reforço mecânico de solos não saturados. Serão ainda cobertas as áreas de remoção de contaminantes na água subterrânea através de métodos amplificados pela biologia, a reflorestação de solos degradados, entre outras.