No futuro próximo, engenheiros serão “uma necessidade premente”
Para Pedro Martinho, director da ESTG/IPLeiria, distinção com selo EUR-ACE resulta da aposta da instituição em formação de “alto nível de qualidade, com uma ligação próxima do tecido empresarial”

Pedro Cristino
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Para Pedro Martinho, o reconhecimento da qualidade dos cursos de Engenharia Civil da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria (ESTG/IPLeiria), materializado na atribuição do selo EUR-ACE, resulta da aposta da instituição em formação de “alto nível de qualidade, com uma ligação próxima do tecido empresarial”.
Ao Construir, o director da ESTG/IPLeiria explica que as principais medidas que têm sido desenvolvidas por esta escola, no que concerne à licenciatura de Engenharia Civil e ao mestrado de Engenharia Civil – Construções Civis, consistem na “preocupação constante por uma formação de alto nível de qualidade”, bem como na “adequação dos cursos “às necessidades reais das empresas”. “Os níveis elevados de qualidade da formação assentam na elevada qualificação e experiência técnica do corpo docente, bem como no elevado investimento realizado na criação e equipamentos de laboratórios adequados”, reforça.
De acordo com o responsável desta instituição de ensino, a proximidade ao sector empresarial e a adequação às necessidades reais do mercado são feitas “através de diversos protocolos estabelecidos entre o IPLeiria e a ESTG com diversas entidades públicas e privadas ligadas ao sector”.
Com esta acreditação atribuída pela Ordem dos Engenheiros, sob credenciação da European Network for Accreditation of Engineering Education (ENAEE), Pedro Martinho crê que a ESTG/IPLeiria verá reforçado o seu número de alunos, uma vez que a distinção constitui “uma certificação exigente e que credita os nossos diplomados para uma actuação nas empresas do sector da construção que, para além de reconhecida nacionalmente, também o é internacionalmente”.
Segundo o director, o país atravessa “um período de oportunidades” no sector da engenharia civil. “Com os tempos menos bons na construção, reforçamos também a habilitação dos nossos estudantes para uma intervenção mais ao nível da reconstrução e reabilitação de edifícios, o que lhes permitirá ter mais valências e vantagens acrescidas no mercado de trabalho”, reforça Martinho. Como exemplo, o responsável da ESTG/IPLeiria refere as colaborações da escola com as autarquias de Leiria e da Batalha, “nomeadamente com projectos de regeneração no centro histórico da cidade de Leiria e com a recuperação do Mosteiro da Batalha”.
Relativamente ao aumento do número de vagas nos cursos de Engenharia Civil, no ensino superior, Pedro Martinho encara a situação com “optimismo e na expectativa de voltarmos a ter uma procura muito boa nestas áreas”. “Relembro que, no final dos anos 90 e princípios dos anos 2000, a engenharia civil era das formações com maior procura na ESTG/IPLeiria e com maior número de estudantes, em simultâneo com os cursos das áreas de gestão”, frisa o docente, explicando que a pouca procura dos estudantes por esta formação “implica que, muito em breve, se verifique a necessidade de engenheiros civis como uma necessidade premente”.
Pedro Martinho é da opinião que os politécnicos e universidades poderão contribuir para o sector da engenharia civil com “uma oferta diversificada e em vários níveis de formação” que abrange deste cursos técnicos superiores profissionais a cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, “com uma ligação próxima às indústrias do sector da construção civil”. “Esta ligação também pode – e na minha opinião deve – ter vários campos de actuação e linhas de acção, nomeadamente ao nível de colaboração em projectos específicos, ao nível de formação de cursos de curta duração ou mesmo de pós-graduações, ao nível da prestação de serviços, incluindo ensaios laboratoriais, e também ao nível do desenvolvimento e da investigação com novas e inovadoras soluções de construção e a consequente transferência de conhecimento”.
Questionado sobre a inovação a relevância da inovação na área da engenharia civil nesta instituição de ensino, o director da mesma explica que, “além dos trabalhos de projecto que os estudantes desenvolvem em colaboração com as empresas, principalmente ao nível de mestrado, penso também que a inovação neste campo se tem desenvolvido muito na ESTG/IPLeiria com os projectos de doutoramento realizados pelos docentes do Departamento de Engenharia Civil, as orientações que os nossos docentes têm realizado em formação de terceiro ciclo (doutoramento) e a forte ligação que a escola tem tido, quer em parcerias que tem celebrado com a indústria, quer através das ligações que os docentes desta área têm com este sector”.
Sobre os objectivos e a estratégia da ESTG/IPLeiria para o futuro próximo, Pedro Martinho é breve – “formar mais estudantes com a qualidade de formação que nos é reconhecida e captar mais estudantes nacionais e também internacionais, quer ao nível da licenciatura, quer ao nível do mestrado”.