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    “Trabalhar em reabilitação, na actual conjuntura, requer um exercício de fé e persistência”

    A primeira Área de Reabilitação Urbana do País, criada em Cacilhas, no Concelho de Almada em 2011, tornou-se um caso de sucesso. Cinco anos depois, a autarquia totaliza 7 ARU’s e espera tornar a zona do Porto Brandão, a mais recente, mais atractiva

    Ana Rita Sevilha
    Construção

    “Trabalhar em reabilitação, na actual conjuntura, requer um exercício de fé e persistência”

    A primeira Área de Reabilitação Urbana do País, criada em Cacilhas, no Concelho de Almada em 2011, tornou-se um caso de sucesso. Cinco anos depois, a autarquia totaliza 7 ARU’s e espera tornar a zona do Porto Brandão, a mais recente, mais atractiva

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    Data de 2011 a primeira Área de Reabilitação Urbana (ARU) do País, criada em Cacilhas, pela Câmara Municipal de Almada. Desde então, a autarquia conta com um total de sete – ARU de Cacilhas, Almada, Trafaria, Pragal, Cova da Piedade, Caparica e Porto Brandão -, que permitiram a reabilitação de 309 fogos, dos quais 111 estavam em estado devoluto e passaram a integrar, na sua maioria, o mercado de arrendamento após as obras.
    Segundo dados da autarquia, até Janeiro de 2016, o investimento privado na reabilitação de edifícios no Concelho de Almada, ao abrigo do Programa das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), ascendeu aos oito milhões de euros, tendo a comparticipação municipal ficado nos 480 mil euros.
    Em entrevista ao CONSTRUIR, a vereadora com o pelouro das Obras, Planeamento, Administração do Território, Desenvolvimento Económico e Arte Contemporânea da Câmara Municipal de Almada,   explicou quais as estratégias e objectivos do município para a reabilitação urbana, quais as perspectivas para este ano em termos de investimento, os planos para o Porto Brandão e o que poderá beneficiar este sector de mercado com o projecto Lisbon South Bay

    Segundo dados da Câmara Municipal de Almada, até Janeiro de 2016, o investimento privado na reabilitação de edifícios no Concelho, ao abrigo do Programa ARU, ascendeu a 8 milhões de euros. Que perspectivas têm para este ano?
    Em cinco anos de vigência da ARU de Cacilhas, quatro anos das da Trafaria e Almada e dois anos e meio das ARU da Cova da Piedade, Pragal e Monte de Caparica e ainda da recentemente publicada ARU do Porto Brandão, estamos com um investimento privado na reabilitação do edificado de cerca de 8.000.000€.
    Em face das solicitações que estamos a ter, prevemos que até o final do ano corrente se ultrapassem os 10.000.000€ de investimento em reabilitação de edifícios.

    Que perfil de investidores procuram o Concelho?
    O perfil de investidores é muito variado.
    Desde o proprietário ou conjunto de proprietários que vêm no programa a possibilidade de reabilitar o seu edifício, habitando nele ou não, o investidor externo que reabilita para repor o edifício no mercado, na esmagadora maioria dos casos no mercado de arrendamento, ao investidor estrangeiro que em face da atractividade dos locais resolve investir, muitas das vezes para fixar a sua residência em Portugal ou em alternativa encarando o seu investimento como uma segunda habitação.
    A criação de alojamento local também se tem mostrado como um dos factores de alavancagem para muitas reabilitações.
    O facto de Almada se encontrar em muitos casos mais próximo do centro de Lisboa que muitas áreas localizadas na margem Norte, aliada à situação dos valores de compra e venda se encontrarem mais ajustados a valores de mercado, perspectiva a possibilidade dos investimentos assumirem margens de retorno mais compensadoras que em áreas concorrenciais e tradicionalmente mais atractivas.
    O esforço de desburocratização dos processos que assegura tempos de aprovação das candidaturas muito reduzido e o quadro de incentivos que foi assegurado em Almada que não tem paralelo em situações congéneres, constitui-se também num forte factor de atractividade.

    A primeira ARU do País foi criada em Cacilhas em 2011 e desde então foram criadas mais 6. Quais as principais estratégias de actuação destas ARU e quais os principais objectivos?
    Trabalhar em reabilitação, na actual conjuntura, requer um exercício que quase diríamos de fé e persistência. É abordar os potenciais candidatos, numa altura em que se restringem os investimentos de todo o género, e convencê-los de que vale a pena investir na reabilitação ainda que estivesse até aí longe do seu horizonte investir as suas poupanças ou assumir encargos em obras de conservação.
    Assumindo esta base de partida, desde a primeira hora o Município considerou isentar de todas as taxas municipais as obras candidatadas no contexto das ARU. Do mesmo modo assumiu prestar uma subvenção municipal a fundo perdido para todas as obras de reabilitação candidatadas em ARU à semelhança do que já fazia nos programas de apoio à reabilitação anteriores, RECRIA e RECRIPH.
    Para além destes dois aspectos, no fundamental têm sido mantidas metodologias de abordagem praticadas desde o primeiro ano de vigência da ARU de Cacilhas, encaradas em diferentes frentes, a saber:
    • Relação de proximidade.
    Entendeu-se necessário, se não mesmo imprescindível, estabelecer nos locais um atendimento privilegiado de primeira linha, com o objectivo de atender a todas as pretensões, esclarecer dúvidas, apresentar o programa e fazer o atendimento técnico necessário.
    • Informação.
    A informação reflecte-se em dois níveis que são determinantes para a operação: o conhecimento generalizado do programa e a informação sobre os aspectos específicos do mesmo.
    No primeiro caso, tem sido feito um esforço importante de divulgação através de informação escrita designadamente no Boletim Municipal, mas sobretudo através do contacto pessoal (porta a porta) com os proprietários.
    Quanto aos aspectos específicos do programa, considerando a complexidade inerente à compreensão dos aspectos ligados às subvenções, financiamentos, benefícios fiscais e procedimentais, é feita uma abordagem personalizada, analisando caso a caso, e explicando a cada interessado as vantagens do programa. Neste caso, a abordagem é feita em entrevista com cada proprietário e explicado no seu caso concreto os benefícios a que poderá recorrer e, sempre que possível, o estudo das vantagens financeiras de que pode usufruir.
    • Processo
    O processo de instrução das candidaturas foi simplificado ao máximo resultando na generalidade dos casos no preenchimento dos respectivos requerimentos no próprio serviço sem mais delongas.
    De forma a simplificar os procedimentos e clarificar os aspectos que se constituem como obrigações dos proprietários, é frequentemente elaborado um estudo de recomposição, alinhamento e cérceas que é, à priori, apresentado aos proprietários, constituindo-se esse estudo, em muitos caos, como elemento suficiente para se iniciar a respectiva obra de conservação ou beneficiação sem a necessidade de mais formalismos.
    Para os casos em que a natureza da obra exija a apresentação de processo de construção, têm-se aprofundado nos serviços camarários a metodologia de procedimentos que acelera estes processos, quer através do seu tratamento prioritário, quer pelo acompanhamento interno do seu encaminhamento administrativo.
    Um dos factores que se apresenta como a maior dificuldade na instrução das candidaturas às obras de reabilitação é a elaboração correcta das medições e orçamentos. É a partir destes dados que se faz o cálculo das comparticipações e dos valores praticados para a actualização dos arrendamentos após a conclusão das obras. De forma a obviar a esta dificuldade, é fornecida a cada candidato uma base de dados com descritivos dos trabalhos e dos preços unitários de mercado que têm vindo a ser praticados nas diferentes obras, com o objectivo de tabelar valores e tipificar os trabalhos. Esta base de dados serve de referência para todas as intervenções, ao mesmo tempo que funciona como um importante auxiliar para a instrução das candidaturas às obras.
    Em resumo, nas diversas ARU foram estabelecidas as metodologias de abordagem ao programa que passamos a descrever:
    a) Contacto directo com todos os proprietários dando a conhecer a existência do programa.
    b) Entrevista personalizada com todos os proprietários analisando caso a caso a adaptabilidade do programa a uma eventual candidatura, bem como procurando no concreto avaliar do ponto de vista económico a eventual operação de reabilitação.
    c) Elaboração de estudo de recomposição, alinhamento e cérceas dos edifícios de forma a esclarecer à partida quais as obras pertinentes em cada intervenção.
    d) Elaboração de vistorias prévias.
    e) Elaboração de mapa descritivo dos trabalhos com os respectivos preços unitários médios, facilitando assim a elaboração das medições e orçamentos de cada candidatura.
    f) Acompanhamento personalizado de cada processo com minutas tipificadas, geralmente preenchidas no acto da entrevista auxiliando e aligeirando ao máximo a instrução dos processos.
    g) Desburocratização do processo diminuindo tempos de demora desnecessários.
    h) Constituição nos serviços de prioridade máxima para processos de candidatura em áreas de ARU quer se constituam como comunicações prévias ou exijam licenciamento municipal.
    i) Estabelecimento de uma relação privilegiada e expedita entre os diversos serviços municipais intervenientes no processo.
    j) Informação e divulgação regular sobre o programa no boletim municipal e na página electrónica do município.
    k) Acompanhamento técnico periódico das obras em curso.
    É especialmente relevante que o tipo de investimentos que a ARU propicia, leva a que os proprietários encarem a reabilitação de uma forma mais abrangente encarando as obras a realizar de uma forma mais profunda saneando os edifícios globalmente e, consequentemente, melhorando significativamente as condições do edificado, contrariamente ao que muitas vezes se verificava nos programas anteriores onde na maioria dos casos se acudiam fundamentalmente às questões essenciais.

    Cacilhas é vista como um caso de sucesso. O que se pode retirar deste exemplo e replicar noutros?
    A Área de Reabilitação Urbana de Cacilhas têm-se revelado uma experiência extremamente gratificante, quer no que diz respeito aos resultados obtidos, quer na forma como tem funcionado a interacção e corresponsabilidade entre o município e os munícipes.
    A constante presença dos serviços e eleitos em contacto directo com todos os interessados é fundamental para o estabelecimento de um capital de confiança mútua e fundamental para o sucesso das operações.
    Com as abordagens personalizadas, analisando o caso a caso, levadas a efeito pelos serviços, tem sido possível que, em evidente contraciclo, se obtenham resultados muito significativos.
    Na abordagem da temática da reabilitação, na actual conjuntura social e económica, torna-se necessário inovar, criando novos paradigmas de relacionamento entre as entidades públicas e os privados.
    Os resultados obtidos assentam fundamentalmente na perspectiva de encarar o potencial investidor na reabilitação como um parceiro, assumindo o Município fundamentalmente um papel de facilitador e conselheiro, com o propósito último de concretizar as operações.
    O investimento em obra pública que se realizou na área de intervenção, assim como a sua localização geográfica, são também factores decisivos na atracção de investimentos externos, havendo aí a preocupação do município de assegurar a manutenção dos residentes, património imaterial fundamental de qualquer área histórica.
    O Município atento às vicissitudes do processo e à necessidade de criar dinâmicas de regeneração sedimentadas e sustentáveis no tempo, optou por complementar as intervenções de natureza física com outras de natureza cultural e recreativa, procurando reestabelecer e criar dinâmicas que conferissem ao local um forte sentido identitário e polarizador.
    Estas actividades que desde o dia da inauguração da obra de pedonalização, prolongaram-se por três meses e tiveram como objectivo conferir visibilidade à rua e à intervenção, reforçar a função turística e recreativa do espaço público e valorizar as actividades comerciais, em particular a restauração e similares.
    As dinâmicas criadas quer pela pedonalização da rua quer pela reabilitação de edifícios que durante todo este processo foram tendo um incremento significativo, aliadas ao programa de animação cultural e recreativa, foram pondo a área de intervenção na ordem do dia.
    Rapidamente se tornou-se evidente que na área de intervenção surgia não só o reflorescimento das actividades económicas instaladas, mas que também era significativa a capacidade de atracção de investidores externos quer no surgimento dum novo tipo de comércio qualificado quer em novos investimentos na reabilitação do edificado.
    A componente turística insipiente até ao início da intervenção sofreu um incremento significativo, sobretudo pela criação de unidades de alojamento local, cujo sucesso é hoje inquestionável.
    No programa “Espaços & Casas” da SIC foi transmitida uma reportagem sobre um estudo da “Confidencial Imobiliário”, acerca do mercado da reabilitação na margem sul, concluindo que os investimentos na reabilitação para arrendamento nesta área atingiam taxas de rentabilidade brutas de cerca de 10%, tornando-os mais atractivos do que nas zonas centrais de Lisboa, Oeiras ou Cascais.
    Torna-se por demais evidente que o surgimento das ARU em Almada, em particular da ARU de Cacilhas, são um contributo significativo para os resultados do estudo referido, sendo que as taxas de rentabilidade acima referidas só são possíveis com a aplicação do programa de incentivos vigente que contribui cumulativamente, de forma decisiva, para um ajustamento correcto a valores de mercado.
    Concluída que foi a obra de reabilitação da rua Cândido dos Reis, tornou-se evidente a criação de dinâmicas socioeconómicas e culturais importantes que funcionam como factores de motivação decisivos para a iniciativa privada na reabilitação do edificado.
    É por demais evidente o actual sucesso do comércio local, num primeiro momento ligado à restauração e bebidas e posteriormente com o surgimento de outro tipo de estabelecimentos e actividades impulsionados pela crescente atractividade da área.
    O crescente interesse na criação de actividades ligadas à hotelaria, designadamente no âmbito do alojamento local, sustenta-se na dinâmica entretanto criada que, aliada à situação geográfica da área de intervenção torna o investimento neste tipo de actividade particularmente atractivo.
    A requalificação do espaço público, a centralidade da zona, a crescente incidência de investimentos na reabilitação em detrimento da expansão urbana e a eventual alteração, a prazo, da conjuntura económica do país poderão ser factores decisivos para a criação de maiores dinâmicas.

    A fixação de população jovem nos centros históricos é uma das batalhas da regeneração urbana. Como é que a Câmara de Almada tem combatido a desertificação nas ARU?
    No contexto das ARU em Almada, já se procederam à reabilitação de 324 fogos dos quais 113 (cerca de 35%) se encontravam devolutos.
    Esta constatação revela o grau de desertificação a que os centros urbanos estiveram sujeitos, em face da política de expansão das cidades que proliferou até há bem pouco tempo.
    As ARU podem dar um contributo decisivo para a inversão desta realidade e em Almada esta inversão tem sido particularmente evidente.
    Por outro lado as tipologias em áreas históricas começam a responder de forma mais consentânea à realidade social e à estrutura familiar que se tem alterado significativamente. Cada vez mais há que dar resposta a agregados familiares mais pequenos, não raras vezes monoparentais e a uma população jovem que procura maiores centralidades, tipologias mais pequenas e economicamente mais consentâneas com as suas possibilidades.
    Os 113 fogos devolutos detectados foram reintroduzidos no mercado na sua esmagadora maioria no mercado de arrendamento.
    Tal facto, em Almada, tem permitido escoar toda a oferta sem grande dificuldade e responder ao público mais jovem que na maioria dos casos não tem condições para solicitar empréstimos para aquisição de casa própria.
    O programa “Porta65 Jovem” tem sido um contributo determinante para a fixação de população jovem nas ARU deAlmada.
    O facto de considerar prioritárias as candidaturas em ARU e nestas áreas majorar em 20% os incentivos prestados, tem permitido a que muitos jovens encarem a possibilidade de estabelecerem a sua residência nas áreas centrais das cidades.
    No caso concreto das ARU em Almada, considerando os fogos devolutos disponibilizados por via das reabilitações, podemos afirmar que em 18% dos casos foram solicitadas declarações para instruções de candidaturas à “Porta65 Jovem” e, consequentemente, pedidos de arrendamentos em ARU destinados a jovens.

    A redução do IMI para 0,37% este ano, foi uma das medidas de incentivo da autarquia. Que outros benefícios existem para levar as pessoas a investir no Concelho?
    Para além da política de incentivos e subvenções já referida relativamente às áreas de reabilitação urbana, temos no nosso Regulamento de Taxas um conjunto de incentivos que passam pela isenção total do pagamento de taxa de urbanização para actividades ligadas à Investigação e desenvolvimento, de redução de cerca de 80% do pagamento de taxa de urbanização para as actividades ligadas ao Turismo e incentivos às empresas.
    Estamos também a organizar os Serviços Municipais para mobilizar uma capacidade de resposta célere na área de apoio à localização e desenvolvimento de investimento no Concelho, que muito em breve se tornará visível.

    No final de 2015 falou-se que a autarquia queria, à imagem do que tinha sido feito em Cacilhas, regenerar o Porto Brandão. Que planos existem para esta zona e em que ponto estão?

    Como é do conhecimento público a Câmara Municipal de Almada (CMA) tem em marcha um processo de revitalização dos núcleos históricos das freguesias do concelho, beneficiando da legislação, que possibilita a criação de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU).
    Os objectivos estratégicos que a CMA tem vindo a definir para o território compreendido entre Porto Brandão – Fonte Santa – Monte de Caparica – Universidade e Vales adjacentes e a forma como pretende operacionalizar esta estratégia e dinamizar, sob o ponto de vista Social, Económico e Cultural este território, levaram à decisão da delimitação da 7ª Área de Reabilitação Urbana (ARU), a mais recente criada em Almada –a de Porto Brandão – que foi publicada em Diário da República em 19 de Fevereiro de 2016.
    Estão também em curso um conjunto de Projectos para a requalificação do Espaço Público desde a Universidade de Faculdade de Ciências e Tecnologia até Porto Brandão.
    Estes projectos decorrem do Concurso EUROPAN 12 (Uma competição europeia de projectos urbanos e arquitectónicos, que levam à sua implementação, realizada em parceria com os municípios europeus, autoridades locais e clientes), no qual a Câmara Municipal de Almada convidou os jovens técnicos a apresentar a sua visão para a zona de Porto Brandão e a sua área envolvente, incluindo o Campus Universitário da Faculdade de Ciências e Tecnologia, a enseada da Paulina, a Torre Velha, o Lazareto e a Capela de São Tomás de Aquino.
    O objectivo para este território, tal como aconteceu em Cacilhas, é o de em paralelo com a Estratégia de Reabilitação Urbana em curso, seja executada obra pública de requalificação deste eixo e da baía de Porto Brandão.
    Consideramos que é um território de grande potencialidade, com vistas fantásticas sobre Lisboa, uma pequena aldeia ligada à Capital pelo Cacilheiro, com um Património cultural por descobrir:
    A Torre Velha Monumento Nacional – fazia, em conjunto com a Torre de Belém, parte do sistema de defesa de Lisboa, o Lazareto – antigo Sanatório para quarentena (à data um dos maiores edifícios construídos na Península Ibérica), a tradição da Tanoaria, as gentes e costumes, os restaurantes e muito mais…
    Estamos a trabalhar para ter obra o mais rapidamente possível.

    O projecto Lisbon South Bay poderá ser uma mais-valia para a regeneração e reabilitação urbana no Concelho? Em que medida?
    Sem dúvida! Foi aliás o que motivou a presença da Câmara Municipal de Almada no MIPIM (Le Marché International des Professionnels de l’Immobilier), realizado em Cannes entre 15 e 18 de Março e que teve como objectivo captar investimento a nível internacional para a requalificação dos territórios da antiga Lisnave.
    A presença no MIPIM foi uma acção conjunta das Câmaras Municipais de Almada, Barreiro e Seixal juntamente com a empresa do universo Parpública, Baía do Tejo.
    É importante referir que “Lisbon South Bay” é uma estratégia de marketing territorial que visando a promoção internacional nos três territórios do Arco Ribeirinho Sul, não anula a identidade própria do território de Almada e em concreto da Frente Ribeirinha Nascente, onde se situam os Estaleiros da Lisnave.
    Neste território, está prevista a criação da “Cidade da Água” num plano de urbanização, aprovado e publicado em 2009, que contempla uma área de 115 hectares entre Cacilhas e a Cova da Piedade.
    Habitação, escritórios, comércio e serviços fazem parte do projecto “Cidade da Água”, que inclui ainda áreas de cultura e de lazer e onde está incluída uma marina e um terminal de cruzeiros que potenciam, em Almada Nascente, um espaço de desenvolvimento turístico.
    É a ambição de recuperar, para os Almadenses, o contacto com a margem do tejo, de regenerar um território que teve uma importância muito significativa na dinâmica económica do Concelho quando os Estaleiros da Lisnave estavam em funcionamento.
    É a perspectiva de colocar em evidência um território de grande valor natural e paisagístico, na relação com o Tejo e o mar da Palha, com Lisboa e o Terreiro do Paço à vista, ligando a Cova da Piedade e todo o Património histórico que ali existe e Cacilhas que desde sempre foi ponto de chegada e partida na ligação fluvial a Lisboa.

    Sobre o autorAna Rita Sevilha

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    Quintela e Penalva | Knight Frank vende 100% das unidades do novo D’Avila

    Desenvolvido pela Finangeste, o edifício, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, conserva a fachada original. Além da venda, a mediadora acompanhou e apoiou o arquitecto no desenho e concepção do projecto

    CONSTRUIR

    A consultora imobiliária especializada no segmento luxo, Quintela e Penalva, acaba de anunciar o fecho de vendas do projecto residencial D’Avila. Desenvolvido pela Finangeste, investidor institucional que actua no mercado português há mais de 40 anos, o D’Avila foi um “enorme sucesso comercial”.

    O envolvimento do departamento de empreendimentos da mediadora foi significativo, tendo iniciado com o apoio ao arquitecto no desenho e concepção do projecto, desde o ajuste de plantas à introdução de amenities adaptadas em função das necessidades do mercado e à coordenação da criação integral do branding e infopack do projecto.

    Segundo Jorge Costa, COO da Quintela & Penalva, “o D’Ávila é um excelente exemplo de como o nosso departamento de empreendimentos, e o trabalho de desenvolvimento em estreita colaboração com os promotores, contribui para o sucesso comercial dos projectos e para a satisfação dos clientes”.

    Recuperado a partir de um edifício antigo, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, o edifício conserva a fachada original que, conjugada com a “leveza e simplicidade” da arquitectura contemporânea, apresenta um “cariz muito especial”.

    Os interiores foram projectados para oferecer o “máximo conforto”, enquanto as áreas comuns são onde os residentes podem aproveitar para desfrutar do spa e do ginásio.

    O D’Avila dispõe de 22 apartamentos, de tipologias T1 a T3, dos quais fazem parte duas penthouses duplex. Todas as unidades são “espaçosas e funcionais”, com vãos envidraçados, do chão ao tecto, e quartos todos em suite.

    O sucesso do D’Avila mostra, segundo Francisco Quintela, CEO da Quintela e Penalva, parceiro em Portugal da Knight Frank, “que Lisboa continua a estar no radar dos investidores e que os produtos de qualidade têm procura garantida”.

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    Gebalis apresenta segunda fase do programa ‘Morar Melhor’

    Com um investimento de quase 1,3 M€, a obra contempla a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores no bairro Padre Cruz e todas as intervenções necessárias associadas

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    O programa de reabilitação dos bairros municipais de Lisboa ‘Morar Melhor’ apresentou esta sexta-feira, dia 26 de Abril, uma nova empreitada, no Bairro Padre Cruz. Com um investimento de quase 1,3 milhões de euros, acrescido de IVA, o projecto prevê a instalação de 10 elevadores em edifícios localizados na Rua Rio Sado e na Rua Rio Guadiana que vai beneficiar 201 fracções e aproximadamente 500 moradores.

    Está considerada na empreitada a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores e todas as intervenções necessárias para cumprimento da legislação de segurança, segurança contra incêndios, acessibilidades, iluminação, electricidade e ventilação. Serão, ainda, construídas duas rampas para assegurar o acesso necessário em dois dos lotes.

    “Tendo em conta o número de pessoas idosas que aqui habitam, esta intervenção responde a uma necessidade que há muito tinha sido identificada e à qual conseguimos agora responder. Esta instalação é totalmente nova, o que eleva ainda mais a importância deste investimento e o impacto na qualidade de vida dos moradores”, refere Fernando Angleu, presidente do Conselho de Administração da Gebalis.

    Esta empreitada faz parte de um conjunto de 58 que compõem o Plano de Reabilitação acordado entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Gebalis e que teve início em 2023. Até ao final de 2024 estarão concluídas as primeiras obras de reabilitação dos bairros 2 de Maio, Açucenas, Alfinetes, Boavista, Bom Pastor, Condado, Flamenga, João Nascimento Costa, Padre Cruz, Rego e Telheiras Sul.

    Considerado o maior investimento realizado na habitação municipal desde o Programa Especial de Realojamento (PER), o ‘Morar Melhor’ inclui intervenções de fundo em 478 edifícios, impactando 8614 frações, e reabilitação directa de 1545 fogos habitacionais.

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    Reabilitação Urbana: ritmo de crescimento abranda

    Os dados obtidos no último inquérito realizado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, AICCOPN, junto dos empresários do sector que actuam no segmento da Reabilitação Urbana revelam abrandamento do crescimento do nível de actividade em Março

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    De acordo com os dados obtidos no inquérito realizado pela AICCOPN, em Março observou-se um abrandamento da tendência de crescimento do índice Nível de Actividade, que registou em Março, um crescimento de 1,4%, em termos homólogos, Já o índice qualitativo referente à evolução da Carteira de Encomendas observou um decréscimo de 3,3%, face ao apurado no mesmo mês de 2023.

    Relativamente à Produção Contratada, ou seja, quanto ao tempo previsto de laboração a um ritmo normal, no mês de Março, fixou-se em 10,3 meses, o que corresponde a um aumento em relação aos 8,5 meses registados em Março de 2023.

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    O consórcio do EDIH DIGITALbuilt vai realizar o primeiro evento de apresentação pública, no próximo dia 30 de Abril na sede da Ordem dos Engenheiros. O projecto tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência do sector AEC e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído

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    Financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, DIGITALbuilt é um European Digital Innovation Hub (EDIH) que unifica três clusters na temática do ambiente construído: arquitectura, engenharia e construção, recursos minerais e ferrovia. Conta com a parceria do BUILT CoLAB, de Centros de Interface Tecnológica (ITECONS, StoneCITI, Centro de Competências Ferroviárias e INESC TEC) e com outras entidades de suporte (FI GROUP e FNWAY).

    Este EDIH, irá disponibiliza às PME e à administração pública, quando aplicável, serviços de transformação digital, capacitação, inclusão digital, apoio à procura de financiamento e de intermediação, serviços de incubação de PME e diagnósticos de maturidade digital. Tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência destes sectores e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído.

    No painel de Oradores, encontra-se confirmada a participação do deputy head da unit “Digital Transformation of Industrial Ecosystems” na DG CONNECT da Comissão Europeia, Gaspard Demur e da vogal do conselho de administração da ANI, Sílvia Garcia.

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    @Miguel Nogueira e Filipa Pinto

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    Através da GO Porto, a Câmara do Porto, investiu nos últimos seis anos no alargamento e renovação de uma dezena de infraestruturas polidesportivas da cidade

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    A aposta do município do Porto na saúde e desporto acessível para todos foi reforçada com mais de 10 obras dedicadas à prática de exercício físico. Entre empreitadas já inauguradas, em curso ou ainda em projecto, o investimento supera os 17 milhões de euros, em zonas distintas da cidade, como Ramalde, Lordelo do Ouro, Paranhos ou ainda Campanhã.

    Entre as principais infraestruturas novas da cidade, é de realçar a empreitada do Campo Municipal do Outeiro, em Paranhos, num investimento municipal na ordem dos 5,5 milhões de euros, divididos por aquisição de terrenos, custos de projecto, empreitada e fiscalização.

    Com a construção das instalações desportivas, bancada com 510 lugares, edifício de apoio e respectivos acessos de circulação, a cidade deixou de ter campos pelados para a prática do futebol e devolveu ao histórico Sporting Clube da Cruz, assim como a outros clubes do Porto, um espaço de jogo digno.

    De forma a abranger mais modalidades e mais adeptos de um estilo de vida saudável, o Parque Desportivo de Ramalde/ INATEL, que está sob gestão da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, oferece, desde 2017, uma pista de atletismo com seis corredores e um campo de relva homologado para a prática de futebol de 11 e de râguebi.

    Em 2019, foi inaugurado o Skate Park de Ramalde, dentro do complexo desportivo, onde crianças, jovens e adultos têm pela primeira vez um espaço onde podem aventurar-se nesta modalidade. Dois anos depois, a GO Porto avançou com a ampliação do espaço e a construção de um bowl.

    Neste momento, está a decorrer a segunda fase da empreitada neste Parque Desportivo, que engloba um novo campo de jogos de futebol e râguebi, com um edifício de apoio com bancada coberta, um recinto para as práticas de atletismo e de zonas de tiro ao arco. Esta última empreitada está orçada em perto dos 4,9 milhões de euros.

    A Piscina Municipal Engenheiro Armando Pimentel, da responsabilidade da empresa municipal Ágora, voltou a abrir portas, totalmente equipada e requalificada. Num investimento municipal a rondar os 2 milhões de euros, esta intervenção permitiu colmatar um conjunto de deficiências de carácter estrutural no interior e exterior do edifício.

    De forma a fomentar a prática de exercício físico na aprendizagem das crianças da cidade do Porto, o Município investiu, ainda, cerca de 400 mil euros na requalificação de 10 infraestruturas exteriores de seis Escolas Básicas: EB 2/3 António Nobre, EB 2/3 Areosa, EB 2/3 Manoel de Oliveira, EB 2/3 Pêro Vaz de Caminha e EB 2/3 Leonardo Coimbra.

    Entre as várias intervenções, contam-se novos pisos e equipamentos para diferentes modalidades desportivas: futebol, basquetebol e andebol, contribuindo assim para a integração social destas comunidades.

    Durante o primeiro trimestre de 2024, arrancaram também as obras na bancada do Campo do Viso, e nas infraestruturas elétricas do Estádio da Praia. Esta primeira empreitada, estimada em 215 mil euros, pretende requalificar a bancada existente, com vista à melhoria das condições de conforto, segurança e circulação.

    Já o Estádio da Praia, a maior infraestrutura desportiva sazonal gerida pela Ágora e que funciona há 15 anos com diversas competições e atividades, está a ser reabilitado ao nível do equipamento eléctrico e torres de iluminação, com um valor de empreitada de 79 mil euros.

    Com arranque previsto para o segundo semestre de 2024, o Campo Municipal de Campanhã, um novo equipamento desportivo com implantação em terreno entre a Rua de Justino Teixeira e as piscinas municipais, ainda carece do visto do Tribunal de Contas.

    Com uma área que ascende aos 17 mil metros quadrados, o espaço abrange um campo de jogos com bancada coberta, além de um edifício de apoio e novo arruamento com lugares de estacionamento. Este novo complexo desportivo tem um valor de empreitada na ordem dos 4,6 milhões de euros.

    Ainda em contratação de projeto encontra-se a Zona Desportiva Oriental, em Campanhã. Designada por Espaço Radical Zona Oriental, trata-se da construção de um parque de desporto com a instalação de um skate park, pump track, estações de street workout, basquetebol e escalada.

    Também em fase de contratação de projecto, a GO Porto tem ainda em mãos a construção de um novo complexo desportivo no Campo Municipal da Ervilha, que serve o Futebol Clube da Foz, com três campos de futebol com relvado sintético, bancada, balneários, ginásio, edifícios de apoio para áreas administrativas e arranjos exteriores.

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    Mapei leva nova gama de produtos à Tektónica

    A Mapei irá marcar presença de 2 a 5 de Maio no evento anual dedicado ao sector da construção, com a apresentação de uma nova linha de produtos dedicada ao segmento da reabilitação

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    O fabricante mundial de produtos químicos para a indústria da construção marcará, uma vez mais, presença na Tektónica, uma feira que considera estratégica para divulgar soluções, estabelecer contactos estratégicos e acompanhar as mais recentes tendências do mercado.

    Em destaque nesta edição estará a sua nova linha Mape-Antique, uma gama completa de argamassas compostas por cal e eco-pozolana uma gama de produtos, completamente isentos de cimento, dedicadas à consolidação e reabilitação da alvenaria de edifícios de valor histórico e arquitectónico, realizados em tijolo, pedra, tufo ou alvenaria mista.

    Os produtos da gama Mape-Antique têm características físico-mecânicas muito semelhantes às das argamassas para alvenaria e rebocos utilizadas no passado, razão pela qual resultam mais compatíveis com qualquer tipo de estrutura original.

    Ao mesmo tempo, têm elevada resistência físico-química às acções agressivas, ambientais (chuva ácida, gelo-degelo e gases poluentes) e internas à alvenaria (sais solúveis e humidade). A maioria dos produtos Mape-Antique possui elevados valores de transpirabilidade e, no caso dos rebocos desumidificantes, de porosidade. Graças à sua estrutura macroporosa, são capazes de favorecer a evaporação da água presente na alvenaria muito mais do que as tradicionais argamassas para reboco de base cimentícia ou de cal-cimento. Este processo permite que as estruturas húmidas sequem, ou evitem a ascensão capilar de humidade, o que proporciona um maior conforto habitacional. Além disso, se estiverem presentes na alvenaria sais solúveis, estes cristalizam dentro dos macroporos, sem produzir tensões no reboco que o possam degradar.

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    Passivhaus Portugal com programa extenso na Tektónica

    A Passivhaus Portugal marca mais uma vez presença na Tektónica. Juntando num espaço próprio vários dos seus parceiros e criando várias dinâmicas de workshops e conversas em contínuo. Uma oportunidade para conhecer melhor este padrão que é também uma certificação

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    Em conjunto com os parceiros em exposição, a Passivhaus Portugal construiu um programa de workshops práticos contínuos, com apresentação de soluções, formas de aplicação, resolução de problemas, e muito mais. Entre workshops poderá também assistir à apresentação de projectos Passivhaus e algumas conversas entre stakeholders da área.
    De notar que o sector da eficiência energética é o que mais vai crescer nesta edição da Tektónica. Não será por acaso. A procura de soluções de habitação, residencial e de escritório, que geram poupança ao mesmo tempo que garantem conforto, saúde para os seus habitantes, e protecção para o meio ambiente, está a crescer.

    “Porque é que em Portugal, um país com um clima ameno, temos de viver com maior desconforto dentro de nossa casa ou do escritório onde trabalhamos, do que alguém que vive num clima frio? Não faz sentido. E isso é algo que entre a classe profissional é já óbvio e começa a tornar-se também para o público em geral. O padrão Passive House dá resposta a todas as questões de conforto, saúde e eficiência e, em Portugal, de forma até mais simples do que, por exemplo, na Alemanha, uma vez que falamos do único padrão no mundo que é quantitativo e rigoroso. E esta é uma das mensagens que levamos para a Tektóncia”, afirma João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal.

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    OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”

    No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos recordou o estabelecimento e a acção do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) na conferência “As Brigadas de Abril”

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    O aprofundamento das pesquisas sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), corpo de especialistas criado em 1974 para desenhar e pôr em marcha soluções habitacionais para a imensa população dos bairros de lata, barracas e casas degradadas de Portugal, em coordenação com associações de moradores e os seus recursos eventualmente disponíveis, levou o arquitecto e investigador da CEAU-FAUP Ricardo Santos a afirmar-se espantado pela dimensão, heterogeneidade e desenvolvimentos do “processo”.

    Presente na sessão organizada pela Secção de Lisboa e Vale do Tejo “As Brigadas de Abril”, que decorreu no dia 23 de abril, na sede da Ordem dos Arquitectos, o arquitecto contextualizou o SAAL como um “processo”.

    “As pessoas não falam em projecto, começava antes da intervenção e continuava depois do projecto, com alta participação popular, a ideia de democracia directa, o controlo pelo povo, ao serviço do qual estavam os técnicos”, destacou.

    O SAAL registou 170 operações iniciadas, a construção de 76 bairros e o envolvimento de 42 mil famílias entre 1974 e 76, ano em que passou para a alçada das autarquias. “Só em Lisboa houve intenção de construir 17 bairros, sete chegaram à construção, dois foram terminados”.

    A arquiteta Lia Antunes, a preparar uma tese sobre a intervenção das mulheres no SAAL (no Darq-UC e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP), destacou o papel das moradoras dos bairros de lata, a sua tomada da palavra como a primeira ideia de cidadania, a sua organização e o conhecimento sobre os fogos existentes, sobre as casas que seriam necessárias e sobre a composição das famílias. “As mulheres preparavam as palavras de ordem para as manifestações”, sinal da consciência da sua condição e da vontade reivindicativa.

    Quanto às técnicas, o seu papel é significativo, como foi o caso da arquiteta Ana Salta e de Manuela Madruga (da Brigada Técnica, nome das equipas técnicas do SAAL, maioritariamente com jovens arquitetos e estudantes, que viriam a elaborar planos e projetos e a diagnosticar as situações habitacionais) no Bairro Esperança de Beja; com Nuno Portas, a arquiteta Margarida de Souza Lobo tinha esboçado um modelo de intervenção multidisciplinar e de habitação evolutiva para o bairro de lata da Quinta do Pombal; a socióloga Isabel Guerra, que trabalhou nos bairros sociais de Setúbal, “em janeiro de 74 já tinha apresentado uma proposta para o Bairro da Liberdade que antecipava o SAAL”; “as assistentes sociais foram a cola do processo”, com presença diária nos bairros mediando conflitos, respondendo aos inquéritos sobre as condições físicas dos bairros, e sobre necessidades e desejos das populações. Houve também “uma dimensão internacional” com participação de técnicas de outros países e muitos outros exemplos de compromisso, de “urgência, intensidade, generosidade” podiam ser dados.

    Justamente sobre a “intensidade” dos trabalhos e da vivência que os caracterizou falou Adelaide Cordovil, assistente social e elemento da equipa do SAAL no Fonsecas-Calçada. “Já lá vão 50 anos, era tudo muito intenso. Estava a destapar-se uma panela de pressão?”. Adelaide Cordovil explicou que as pessoas acreditavam no que podiam transformar, tinham essas vontade e energia, aprendiam umas com as outras e tinham ideias claras e fundadas do que precisavam para as suas casas.

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    2024 será um ano de expansão para a Hipoges

    A Hipoges atingiu 49 mil milhões de euros em activos sob gestão a nível global até ao final do de 2023, mantendo uma taxa de crescimento contínuo em todos os países onde opera e avançando no seu plano de crescimento estratégico

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    O anúncio foi feito pelos líderes da Hipoges, Hugo Velez e Claudio Panunzio, durante o Town Hall 2024 realizado a nível global, que reuniu os quase 2.000 colaboradores que a Hipoges tem espalhados pelos seus 11 escritórios em Espanha, Portugal, Itália e Grécia.

    “Somos uma marca cada vez mais importante”, sublinha Hugo Velez. “O ano passado foi desafiante e 2024 também o é, mas continuamos a crescer, e fazemo-lo de forma sustentada e nos quatro países onde estamos presentes”.

    Claudio Panunzio refere que a Hipoges tem o desafio de “continuar a desenvolver as melhores práticas na gestão de activos”.”Ǫueremos concentrar-nos na nossa expansão internacional e tirar partido da nossa posição para continuar a crescer organicamente e também através de novas aquisições. Estamos actualmente a avaliar quatro ou cinco oportunidades de aquisição em Espanha, Portugal e Itália”.

    Durante o evento, a Chief Financial Officer da Hipoges, Marta Márquez, destacou a “clara tendência de crescimento” da empresa durante o ano de 2023, apesar do contexto de incerteza em que opera, o que lhe permite desfrutar de uma “sólida posição de mercado”.

    Já o Global Chief Operations da Hipoges, Juan Ramón Prieto, fez um balanço do desempenho da empresa em 2023, um ano em que “tivemos de superar grandes desafios devido à evolução da actividade jurídica e imobiliária em Espanha e Portugal”. Apesar dos atrasos nos prazos legais, da redução da quantidade de stock para venda e da queda das hipotecas, a Hipoges “conseguiu aumentar o volume de negócios e comercializar activos mais rapidamente do que o esperado, tanto em Espanha como em Portugal”.

    Durante o ano de 2023, a Hipoges reforçou as suas linhas de negócio e serviços, bem como a sua quota de mercado, através da criação de duas novas empresas e da aquisição de uma participação maioritária numa terceira: a KPI Hotel Management Solutions, especializada na gestão de hotéis e resorts, com presença em Portugal e Grécia; a Finanwin, uma plataforma de mediação hipotecária que opera em Espanha e Portugal; e a F&G, focada na gestão de documentação de activos financeiros.

    Durante a sua intervenção, Margarida Maia, Chief Services Officer, explicou que a equipa da Hipoges cresceu 15,8% em relação ao ano anterior, para 1.820 colaboradores no final de Dezembro de 2023 a nível global, e a empresa espera ultrapassar a marca dos 2.000 este ano. Foram abertos novos escritórios em Espanha, em Sevilha e na Corunha, e em Portugal, em Lisboa, existiu uma mudança para um novo escritório com uma capacidade mais adequada às necessidades da empresa.

    Durante o seu Town Hall 2024, a Hipoges avançou ainda as quatro grandes linhas do plano estratégico em que a empresa pretende alicerçar o seu crescimento: diversificação dos mercados geográficos e das linhas de actividade; aposta na inovação tecnológica; melhoria da eficiência e das margens de rentabilidade; e aposta na captação e fidelização de clientes.

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    Roca Group assegura o fornecimento de energia renovável a todas as suas operações na Europa

    Esta iniciativa representará uma redução de mais de 50 000 toneladas de CO2 equivalente por ano nas emissões provenientes do consumo de electricidade do Grupo

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    O Roca Group, líder mundial em design, produção e comercialização de produtos para a casa de banho, anunciou um contrato de compra de energia renovável a longo prazo (PPA – power purcha-se agreement), que terá vigência de dez anos, de 2025 a 2035, ligado às novas instalações solares Trévago I & II, situadas na província de Sória, em Espanha.

    A entrada em funcionamento das instalações de produção solar Trévago I e II está prevista para Julho de 2025. Estas instalações contam com uma capacidade de 86,84 MWp. Do total da capacidade, 80% destina-se ao Roca Group e prevê-se a produção de 120 GWh de energia limpa anualmente, o que corresponde ao volume necessário para abranger o consumo eléctrico de todas as operações do Grupo em território europeu.

    Os projectos estão a ser desenvolvidos pela Bruc Energy, uma empresa de produção de energia renovável, e contou-se com a consultoria jurídica da Baker McKenzie, por parte do Roca Group, e da Allen & Overy, por parte da Bruc, assim como com o apoio estratégico da Schneider Electric, através dos respectivos serviços de consultoria em PPA, no que respeita à coordenação de todo o processo.

    Este processo representará uma redução de mais de 50 000 toneladas anuais de CO2 equivalente, o que corresponde ao consumo de energia do Grupo na Europa. Trata-se de mais um objectivo atingido no plano de descarbonização do Roca Group que se vem juntar à recente entrada em funcionamento da primeira fábrica de produção de louça sanitária neutra em emissões de carbono a nível mundial. O Grupo acumula já uma redução de 39% nas respectivas emissões directas de CO2 equivalente e de 47% na respectiva intensidade energética entre 2018 e 2022, aproximando-se do objectivo de reduzir para zero as emissões líquidas em 2045.

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