Estudo da Arcadis classifica Singapura como o país mais atractivo para o investimento em infra-estruturas
Estabilidade económica e política a longo prazo são a chave que ajudará a impulsionar este tipo de investimento
Pedro Cristino
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Um estudo da Arcadis concluiu que Singapura é o país mais atractivo para o investimento em infra-estruturas.
De acordo com este estudo, a estabilidade económica e política a longo prazo são a chave que ajudará a impulsionar este tipo de investimento. Reino Unido, Alemanha e Países Baixos subiram no índice elaborado neste estudo, enquanto que Brasil Arábia Saudita e Austrália estão em queda.
A empresa holandesa de engenharia explica, neste relatório, que países com estabilidade política, com um ambiente económico seguro e um forte potencial de crescimento, como Singapura, Qatar e Canadá – o primeiro, segundo e quarto classificados no índice, respectivamente, onde os Emirados Árabes surgem no terceiro posto – sãos os mercados mais interessantes para os investidores na área das infra-estruturas.
Apesar do investimento em infra-estruturas ser realizado a longo prazo, o Global Infrastructure Investment Index realça que factores a curto prazo, como a desvalorização da moeda, os preços das “commodities” e questões relacionadas com segurança poderão ser uma barreira para o investimento. Perante estas situações, países como os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha estão em posições privilegiadas para, potencialmente, atraírem mais fluxos financeiros provenientes do sector privado que poderiam ajudar a fechar o fosso do financiamento para o desenvolvimento de infra-estruturas “muito necessitadas”.
“Existe claramente uma grande necessidade pública e social para novas infra-estruturas em todo o mundo”, declarou Don Hardy, acrescentando que existe toda uma panóplia de planos e ideias de projectos, mas que não são suficientemente atractivos para o investimento. “Tem de haver uma forma de encontrar soluções para melhorar a capacidade de investimento”, realçou o líder de Global Infrastrucutre do grupo neerlandês.
Por sua vez, Matthew Cutts, responsável pelo departamento de Instituições Financeiras da Arcadis referiu que “a infra-estrutura pertence a uma classe de activos cada vez mais popular para investidores do sector privado, especialmente em altura de maior risco e incerteza”. Segundo Cutts, os fluxos de receita “estão relativamente mais estáveis e estarão activos durante os próximos 30 anos, ou mais, uma janela temporal para a qual os investidores são cada vez mais atraídos”.
Segundo este responsável, para os investidores, os impactos a curto prazo poderão também criar oportunidades de investimento, “como uma mudança de Governo ou desvalorização da moeda”.
Nesta edição do relatório, Singapura mantém a sua posição de liderança, com o mercado mais atractivo, com classificações altas nos indicadores de negócio, risco, infra-estrutura e finanças e, apesar de uma pontuação ligeiramente mais baixa relativamente aos factores económicos, o país mantém o seu “forte ambiente económico”. Enquanto a maioria dos projectos é tradicionalmente financiada com dinheiro público, o país procura desenvolver o envolvimento de investidores institucionais privados.
Os Estados Unidos subiram neste índice, passando da 11.ª posição, em 2012, para a oitava, em 2016, reunindo uma maior atenção por parte dos investidores. Segundo o estudo, este impulso deve-se á sua “posição económica sólida, ambiente de baixo risco e a um forte sector financeiro”.
Os países europeus permanecem entre os mais “estáveis, maduros e atractivos mercados para os investidores”. Oito países deste continente figuram nos 20 melhores classificados. Segundo a Arcadis, fortes fluxos de negócios e anos de experiências em parcerias público-privadas significam que “os investidores têm uma muito necessitada certeza relativamente a estes mercados, especialmente nos países nórdicos, na Holanda, na Alemanha e em França”. Entre os mercados mais atractivos está o Reino Unido, que subiu da 13.ª posição, em 2012, para a nona, em 2016.
A multinacional holandesa de engenharia destaca que as oportunidades têm sido limitadas nos países do Médio Oriente, apesar das suas fortes posições no índice, em termos da atractividade referente a investimento em infra-estruturas. Contudo, a queda das receitas provenientes das exportações têm pressionado a despesa. O Qatar e os Emirados Árabes Unidos têm, “tradicionalmente, financiado infra-estruturas através do sector público” mas recentes alterações legislativas no Dubai mostram que os Emirados estão a abrir-se ao capital privado.