Engenharia

“Procuramos ser uma empresa parceira em Moçambique”

Presente desde os anos 70 no mercado moçambicano, a COBA procurou sempre integrar-se neste mercado como parceira das empresas locais, para não se tornar “um corpo estranho” entre o tecido empresarial do país

Pedro Cristino
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“Procuramos ser uma empresa parceira em Moçambique”

Presente desde os anos 70 no mercado moçambicano, a COBA procurou sempre integrar-se neste mercado como parceira das empresas locais, para não se tornar “um corpo estranho” entre o tecido empresarial do país

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Presente desde os anos 70 no mercado moçambicano, a COBA procurou sempre integrar-se neste mercado como parceira das empresas locais, para não se tornar “um corpo estranho” entre o tecido empresarial do país. Em entrevista ao Construir, o vice-presidente da COBA, Victor Carneiro, aponta a importância do sector hídrico no país e caracteriza a concorrência que o grupo português enfrenta nesta região de África

Victor Carneiro estima a carteira de projectos actual da COBA em Moçambique em cerca de 10 milhões de euros. Ao Construir, o vice-presidente do grupo português de engenharia revela os desafios que este país apresenta às empresas e aponta a importância da estabilização política para que Moçambique retome o rumo do desenvolvimento.

A COBA está já há muitos anos em Moçambique…

Está, desde o princípio dos anos 70.

Como se tem desenvolvido este mercado?

Nós temos assistido à estabilização de Moçambique no pós-guerra e a um andamento positivo durante bastante tempo. Infelizmente, nos últimos tempos, tem estado ensombrado por algumas dificuldades do ponto de vista político – em algumas regiões do país, até de segurança. Temos expectativa e muito gostaremos que Moçambique ultrapasse mais uma situação difícil e retome o clima de estabilidade e crescimento que vigorava nos últimos anos. Neste momento, a situação em Moçambique não é fácil. Diria que o país está numa encruzilhada, o que levou a que muitos dos grandes projectos também estejam, de algum modo, em “standby”. Mas nós continuamos a ter trabalho em Moçambique e a procurar contribuir para o desenvolvimento do país.

A presença longa da COBA no país também acabará por facilitar a actividade?

Quem lá chegar agora, se calhar encontra um vazio porque não há trabalho. O Orçamento de Estado moçambicano também tem restrições e, portanto, há grande dificuldade em promover e assegurar os recursos financeiros para que os projectos avancem. Assim, neste momento, em Moçambique, há uma rarefacção grande de contratação, nomeadamente contratação a empresas estrangeiras que estejam a chegar ao país. Neste momento, a COBA tem um conjunto razoavelmente importante de projectos em Moçambique, em que a esmagadora maioria consiste em contratos financiados por agências multilaterais, como o Banco Mundial ou os fundos nórdicos disponíveis para Moçambique desenvolver infra-estruturas, portanto, é isto que nos tem alimentado agora, mais recentemente. Porque trabalhos directos para o Orçamento Geral de Moçambique temos poucos, na medida em que o orçamento tem as restrições que referi há pouco.

Existe uma COBA Moçambique…

Tivemos durante muitos anos uma sucursal e agora, para além da sucursal, temos a COBA Moçambique, uma sociedade de direito moçambicano. Mas, mais importante do que ter uma empresa moçambicana, é que nós, ao longo destes anos todos, sempre actuámos em conjunto com outras moçambicanas e não contra as empresas moçambicanas. Não me recordo agora de nenhum projecto em que não estejamos em consórcio com uma empresa moçambicana. Procuramos não ser um corpo estranho no seio das empresas de engenharia moçambicana. Procuramos que nos entendam como uma empresa parceira, uma empresa igual, e não como uma empresa que surge esporadicamente, para tirar partido de determinadas vantagens.

Isso facilita o trabalho no país?

Eu diria que facilita, esta é a nossa experiência. Procuramos sempre, em qualquer mercado, introduzirmo-nos e estarmos como parceiros.

Ou seja, fazerem parte do mercado?

Exactamente, fazermos do mercado, da comunidade. Outra questão muito importante é ter condições para nos mantermos nos momentos difíceis. Quando não havia trabalho e Moçambique estava em guerra, nós permanecemos sempre no país, nunca saímos e isso também é fundamental. Obviamente que isso cria um respeito que os nacionais acabam por ter para connosco.

Como se caracteriza o tecido empresarial moçambicano?

Há empresas com capacidades próprias, com quadros nacionais e, inclusivamente, estão organizadas. Têm uma Associação Nacional das Empresas Moçambicanas. O mercado não é maduro mas é um mercado minimamente estruturado.

Enfrentam uma concorrência forte?

A concorrência em Moçambique é forte. Neste momento, é capaz de não ser tão forte porque há menos trabalho mas, hoje, a concorrência faz-se em todo o mundo e envolvendo todo o tipo de “players”. Os grandes projectos de Moçambique na área da produção de energia e na área do “oil & gas”, que estão, neste momento, um pouco em “standby”, irão seguramente atrair – como já atraíram anteriormente – grandes “players” internacionais.

Há uma influência forte de empresas australias e sul-africanas?

É fundamentalmente por via de empresas internacionais, originárias da Austrália, que compraram muitas empresas grandes da África do Sul e a presença acaba por surgir via África do Sul. Não se esqueça que anda uma hora e pouco de carro, a partir de Maputo, e está na fronteira com a África do Sul.

São empresas de grande dimensão?

São empresas grandes, com origem na indústria mineira e os australianos – e também os canadianos – são muito fortes neste sector e desenvolveram fortes empresas de engenharia associadas a essa indústria. Depois, essas empresas rapidamente passaram para as infra-estruturas e hoje são grandes empresas internacionais.

A COBA, em Moçambique, tem trabalho muito em barragens?

Recentemente, a COBA, em Moçambique, tem estado ligada a planeamento de recursos hídricos – e aí nós temos um financiamento do Banco Mundial. Temos os estudos de gestão do trecho moçambicano do rio Zambeze, depois temos a gestão de recursos hídricos nas bacias partilhadas. Moçambique está a jusante de muitos rios que nascem no “Hinterland” e Moçambique tem que gerir esses recursos com os países vizinhos. Há uns tempos, o Banco Mundial lançou programas de formação para assegurar que os vários países faziam a gestão desses recursos partilhados. Por outro lado, estamos também a desenvolver o projecto da bacia hidrográfica do rio Licungo. Há uma outra área em que temos estados envolvidos: Moçambique é um país onde têm ocorrido fenómenos extremos associados às alterações climáticas – cheias e secas – e, nesse âmbito, fomos contratados para desenvolver estudos de viabilidade da barragem de Mapai, que servirá para controlar as cheias no rio Limpopo e, ao mesmo tempo, para armazenamento de água para aprovisionamento em períodos de seca. Por outro lado, há ainda o projecto de sistemas de drenagem das cidades de Nacala e Beira. Também estamos ligados ao desenvolvimento agrícola, através de projectos de irrigação e acabámos recentemente de fazer o projecto de reabilitação do perímetro irrigado de Magula, no rio Massingir. Neste momento, a nossa carteira actual em Moçambique deve andar à volta dos 10 milhões de euros – eu diria que é muito interessante.

O financiamento advém quase exclusivamente das multilaterais?

Neste momento, sim, praticamente na sua totalidade.

O país ainda tem grandes carências em termos de infra-estruturas?

Tem. Aliás, Moçambique tem ainda muitas infra-estruturas para desenvolver. Um dos grandes projectos em vista em Moçambique é a construção de uma linha de transmissão de energia que liga o sistema do Zambeze para o sul, para a África do Sul – o grande consumidor – e isso irá também permitir o desenvolvimento de novos centros de produção de energia, como as barragens de Mphanda Nkuwa, Boroma, Lupata e por aí fora. Hoje, a barragem de Cahora Bassa é o único produtor de energia no rio Zambeze. Também existe um plano de desenvolvimento de uma segunda central de Cahora Bassa, na margem esquerda, e isto tudo é um grande projecto integrado no sistema de produção e transporte de energia. São projectos de muito grande dimensão. Estamos a falar de milhares de megawatts de potência instalada e, depois, é a transmissão de energia.

Provavelmente, a COBA será a empresa portuguesa com mais projectos a decorrer em Moçambique…

Eu diria que sim. É o resultado da presença, da capacidade para estar no mercado, o histórico de ligação ao mercado. É tudo isso.

Quais os principais desafios que o mercado moçambicano coloca?

O principal desafio é a existência de estabilidade – coesão política, segurança, um ambiente internacional favorável aos investimentos no país – para que grandes projectos que estão na calha avancem.

É pesado manter uma estrutura em Moçambique?

É mais pesado quando não temos trabalho e, portanto, a fase de investimento é que é a fase dura.

Deparam-se com problemas relacionados com atrasos de pagamento ou o facto de trabalharem com as multilaterais não coloca esse problema?

No caso das multilaterais não existem atrasos de pagamento. Por outro lado, procuramos ser sempre cautelosos com os contratos que os fazemos em todos os locais onde trabalhamos.

Considera que é um mercado difícil para se trabalhar?

É uma pergunta difícil de responder. É um mercado organizado, com regras, os projectos financiados pelas multilaterais também têm regras específicas, portanto, diria que, não sendo um mercado fácil, é um mercado relativamente expectável, mas é preciso que tenhamos uma visão adequada do que são as nossas expectativas.

O que há que ter em consideração?

Há que considerar o que pretendemos fazer com a nossa própria capacidade – nem irmos para projectos demasiado grandes, nem nos alimentar-nos de projectos que, sendo pequenos, possam ser eventualmente mal pagos para a dimensão da empresa.

O sector hídrico é o que, neste momento, apresenta mais oportunidades para o sector da construção?

Por algum motivo, a água é um recurso estratégico. Portanto, tudo o que seja usar a água com parcimónia, adequadamente, armazenar água e não a desperdiçar é importante. Toda a engenharia ligada à água é importante em todo o mundo. Por outro lado, há projectos que são mais complexos e, portanto, exigem mais valor acrescentado e acho que as empresas em Portugal, pelo estado de desenvolvimento a que chegámos, têm de procurar concorrer a projectos diferenciadores e não tentar competir por projectos correntes, que toda a gente faz. Temos muito bons engenheiros, fizemos grandes projectos de modernização e desenvolvimento do país e temos esse activo do nosso lado, mas temo que haja muita diluição da capacidade organizada dessas mesmas competências a nível de empresas. Muitas empresas têm deixado de existir, outras existem, mas com grandes dificuldades e, portanto, a forma como os engenheiros e a engenharia estão organizados empresarialmente causam-me algumas preocupações.

A capacidade técnica dos engenheiros portugueses é reconhecida em Moçambique?

É. A engenharia portuguesa é reconhecida em todo o mundo. A competência dos engenheiros portugueses é reconhecida em todo o lado. Há espaço para todos e temos de reunir em nós próprios o melhor ponto de equilíbrio dimensão-especialização. O essencial é que o cliente fique satisfeito com o que vai receber e temos de tentar entender o que o cliente quer.

Qual a importância das multilaterais para o desenvolvimento de Moçambique?

No caso de Moçambique, são muito importantes, não só pelo financiamento que fazem de acções concretas – projectos e etc. – como também pelo enquadramento que dão à participação da comunidade internacional no próprio Orçamento Geral do Estado Moçambicano. Esse enquadramento é extremamente importante. Desde que saiu da guerra, ainda nos anos 90, Moçambique tem tido este apoio da comunidade internacional, e tem sido meritório na medida em que o país se foi desenvolvendo. Infelizmente, está agora numa situação um pouco expectante.

Que expectativas têm face a este mercado?

A expectativa é que o mercado venha a ser muito importante, agora, vamos ver como tudo se desenvolverá.

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Leandro Silva, novo presidente do Conselho de Administração
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Leandro Silva junta-se à AM48 como responsável pelas áreas financeira e de auditoria

“A entrada do Leandro Silva traduz o nosso compromisso com uma liderança sénior, experiente e com provas dadas, capaz de apoiar o Grupo num momento de afirmação. A sua visão estratégica e profundo conhecimento do sector financeiro são determinantes”, afirmou Alejandro Martins, CEO da AM48

O promotor imobiliário Grupo AM48, a operar no mercado nacional há mais de 12 anos, anuncia Leandro Silva como novo presidente do Conselho de Administração, sendo que será ainda responsável pelas áreas Corporativa, Financeira e de Auditoria, reforçando e consolidando, de forma estratégica, a estrutura de governance e gestão da organização. A integração insere-se no “plano de crescimento e profissionalização” do Grupo, reflectindo o compromisso da empresa com os mais elevados padrões de excelência, transparência e boa governação financeira.

Com uma carreira sólida no sector bancário e financeiro, Leandro Silva traz consigo uma vasta experiência nacional e internacional em cargos de elevada responsabilidade, nomeadamente em Macau no Banco Nacional Ultramarino (BNU) e em Cabo Verde no Banco Comercial do Atlântico e na Companhia de Seguros Garantia.

A carreira de Leandro Silva inclui, ainda, as passagens como administrador executivo do Banco Montepio e do Banco de Empresas Montepio e como chief procurement officer do Grupo Caixa Geral de Depósitos. Além do sector financeiro, fez ainda parte do XV Governo Constitucional, como adjunto do Chefe de Gabinete e Conselheiro do Ministro da Economia.

“A entrada do Leandro Silva traduz o nosso compromisso com uma liderança sénior, experiente e com provas dadas, capaz de apoiar o Grupo num momento de afirmação. A sua visão estratégica e profundo conhecimento do sector financeiro são determinantes para continuarmos a reforçar e a consolidar os elevados padrões financeiros, éticos e estratégicos do grupo” refere, Alejandro Martins, CEO da AM48.

Já Leandro Silva, administrador da AM48, afirma que “é com enorme entusiasmo que abraço este novo desafio. Acredito no projecto, na visão estratégica do Grupo e na sua ambição de se afirmar como um player de referência no mercado nacional, com padrões de governação sólidos e uma visão a longo prazo. Estou certo de que o reforço da estrutura corporativa e financeira será um pilar essencial no crescimento sustentável da organização e estou convicto de que poderei contribuir para o crescimento do grupo”.

Ópera LX, Focus LX, The Boulevard, Santa Joana, Promenade, Foz de Prata e a Quinta do Alverde, estando para breve o anúncio de um dos maiores projetos no Concelho de Loures com cerca de 400 fogos e ainda cerca de 5000m2 de comércio, são alguns projectos que fazem parte do portfólio da AM48.

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Forum Coimbra investe 12 M€ em expansão de lojas âncora

Primark, Stradivarius e Pull&Bear, Lefties terão mais cerca de quatro mil m2 de área. Durante as obras de remodelação, que terão início em Maio de 2025, as lojas irão manter a sua actividade com ligeiros constrangimentos

O Forum Coimbra acaba de anunciar um investimento de 12 milhões de euros na expansão de quatro lojas âncora do centro gerido pela Multi Portugal. ZARA. Primark, Stradivarius e Pull&Bear, Lefties terão mais cerca de quatro mil metros quadrados (m2) de área.

Durante as obras de remodelação, que terão início em Maio de 2025, as lojas irão manter a sua actividade com ligeiros constrangimentos.

A loja Zara, que passará a ter 3.684 m2, vai ser uma das maiores do País localizada num centro comercial, a Primark vê a sua área duplicar para 4.103 m2 e tornar-se a segunda maior da insígnia em Portugal e a Stardivarius e a Pull&Bear também duplicam as suas áreas e irão manter-se no mesmo piso.

A estratégia de expansão das lojas onde operam estas marcas surge da necessidade de “aumentar” as suas superfícies de vendas, com vista a concentrarem no Forum Coimbra as suas principais lojas da região, ficando assim dotadas das características necessárias para poderem suportar uma procura mais alargada.

“É com enorme orgulho que damos mais um passo na renovação e requalificação dos espaços do Forum Coimbra com o objectivo de proporcionar uma visita ainda mais cómoda e completa aos nossos visitantes e maior visibilidade às nossas lojas consolidando o Forum Coimbra como o principal centro comercial da Região Centro e uma referência no nosso mercado. A expansão de lojas âncora e o facto de, em alguns casos, serem das maiores do nosso país, vai totalmente ao encontro desta estratégia.” afirmou João Vaz, director do Forum Coimbra.

O Forum Coimbra é um centro gerido pela Multi Portugal e conta com uma área bruta locável de 48 mi m2, sendo o maior da Região Centro. Conta com 141 lojas, distribuídas por três pisos comerciais, seis salas de cinema, uma área de restauração com 1 070 lugares sentados e 30 restaurantes e disponibiliza 2 579 lugares de estacionamento gratuitos.

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Abreu Logistics arrenda armazém logístico à Logicor

A Abreu Logistics tem nova plataforma logística em Palmela, a empresa do grupo Abreu arrendou um armazém de cerca de 19.500m2 em Palmela à Logicor. O negócio foi intermediado pela Cushman & Wakefield, em representação da Abreu 

A Cushman & Wakefield (C&W) representou a Abreu Logistics no arrendamento de um armazém logístico com aproximadamente 19.500 m², em Palmela. O activo, gerido pela Logicor, é a nova plataforma da Abreu Logistics no distrito de Lisboa.

Com acesso directo à autoestrada A2, principal corredor logístico que liga Lisboa a Madrid, a nova plataforma da Abreu Logistics terá capacidade total de 19.500m², com solução de armazenagem em Rack e Massa. O espaço inclui ainda 21 cais de carga e descarga e 200 lugares de estacionamento.
“Situado num dos principais polos industriais da região de Lisboa, este armazém destaca-se pela sua localização estratégica com ligações rodoviárias excepcionais. A proximidade ao centro de Lisboa e a Setúbal assegura uma conectividade ímpar, permitindo uma resposta ágil às necessidades da Abreu Logistics. Estamos, por isso, muito satisfeitos por termos encontrado a solução ideal para o nosso cliente concentrar as suas operações”, afirma Sandra Ferreira, consultora sénior na Cushman & Wakefield.

‘’A nossa nova plataforma logística vem reforçar a nossa estratégia junto dos nossos parceiros, assente na flexibilidade e adaptação de recursos operacionais, tecnologia de informação, gestão eficiente e melhoria continua de processos”, refere David Cerqueira, director nacional logística e qualidade, Abreu Logistcs, empresa do Grupo Abreu, fundado em 1840, a Abreu Logistics conta com uma ampla experiência na gestão de transporte de carga, desde 1895, e cujo crescimento no mercado transitário a nível mundial (carga aérea, marítima e rodoviária) levou à autonomização do negócio em 1994.

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Remax e Grupo Vantagem reforçam aposta em mercados internacionais com presença no IPS Dubai 2025

Durante os três dias do evento, mais de 45 propriedades em Portugal foram promovidas pelo Grupo Vantagem. A presença na IPS Dubai permitiu, ainda, aprofundar a ligação com a Remax Dubai, com quem o Grupo celebrou um protocolo comercial no final de 2024

O Grupo Vantagem marcou presença, pela terceira vez consecutiva, na IPS Dubai 2025, a maior feira internacional de investimento e promoção imobiliária do Médio Oriente, no icónico Dubai World Trade Center. A comitiva que representou a marca foi liderada por Manuel Chen.

Um dos temas mais abordados foi a obtenção do Golden Visa, tendo o Grupo Vantagem previsto esta tendência com a celebração antecipada de um protocolo com a Best Gold. O que permitiu aos consultores apresentar soluções devidamente validadas e explicadas previamente em sessões formativas.

A presença na IPS Dubai permitiu, ainda, aprofundar a ligação com a Remax Dubai, com quem o Grupo celebrou um protocolo comercial no final de 2024. A agenda incluiu visitas exclusivas a empreendimentos de luxo de promotores como Binghatti, Samana, Sobha e Imtiaz, alguns deles em parceria com marcas de renome como Mercedes-Benz e Buhatti, permitindo um contacto directo com as estratégias de promoção destes projectos.

Durante os três dias do evento, mais de 45 propriedades em Portugal foram promovidas pelo Grupo Vantagem. Além do networking e das reuniões com investidores, locais e internacionais, a participação na IPS Dubai reafirmou o compromisso da marca com a inovação, a internacionalização e a criação de oportunidades reais para os seus consultores e clientes.

De recordar que o Grupo Vantagem foi recentemente premiado na Convenção Internacional Remax, em Las Vegas, como líder mundial em volume de transacções (pelo 7º ano consecutivo), em volume de negócios e número de agentes, pelo 2º ano consecutivo.

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TC dá luz verde ao município de Cascais para investimento de 12,5M€

O investimento engloba a instalação de 444 câmara de videovigilância e a construção de Centro de Controlo e Segurança Municipal, espaço que vai ficar integrado num edifício que está a ser construído junto ao novo polo universitário de Tires

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O Município de Cascais vai instalar 444 câmaras de videovigilância, após ter obtido o visto do Tribunal de Contas, num investimento municipal de 12,5 milhões de euros.

Depois de Cascais ter ultrapassado todos os procedimentos legais e processuais, o Tribunal de Contas deu luz verde e o município avança com a instalação do sistema de videovigilância de espaço público.
Ao todo as 444 câmaras serão instaladas em locais criteriosamente escolhidos pela Polícia de Segurança Pública e pela Guarda Nacional Republicana. Entraram em linha de conta factores como o histórico de ocorrências, índices criminais, concentração de multidões, circuitos de passagem, entre outros.

O sistema de CCTV, videovigilância de espaço público, tem como objectivo proteger pessoas e bens, prevenir a prática de crime, promover uma melhor capacidade de resposta e coordenação por parte das forças de segurança.
Em Cascais as forças de segurança vão poder visionar estas imagens no Centro de Controlo e Segurança Municipal, espaço que vai ficar integrado num edifício que está a ser construído junto ao novo polo universitário de Tires (perto do Aeródromo Municipal de Cascais) e que irá albergar as áreas de Segurança, Protecção Civil e Informação e Tecnologia. Este edifício representa um investimento de 7,5 milhões de euros e ficará dotado com uma sala de comando e uma de crise, com tecnologia moderna para assegurar a mais alta resiliência dos meios de alarmística e comunicações no caso de catástrofe.

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Plataforma big data e AI para reduzir custos energéticos

Start up Portuguesa Builtrix cria plataforma baseada em inteligência artificial e big data para acelerar a descarbonização e melhorar a eficiência energética de organizações e municípios

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A Builtrix, uma tech start-up portuguesa especializada em inteligência energética desenvolveu uma plataforma baseada em big data, machine learning e inteligência artificial, que permite monitorizar e prever padrões de consumo, ajudando os clientes a tomar decisões mais informadas para reduzir custos energéticos e alcançar metas ESG.

Cerca de 75% dos edifícios na União Europeia são energeticamente ineficientes, segundo dados da Comissão Europeia. A transição energética tornou-se uma prioridade para empresas e municípios que procuram reduzir custos, optimizar consumos e cumprir metas de sustentabilidade.

Foi para dar resposta a esta necessidade, bem como para apoiar a adaptação às normativas europeias de ESG, que a Builtrix, foi criada. As suas soluções usam inteligência artificial para transformar dados de contadores inteligentes em informação e dados para empresas e municípios poderem tomar decisões mais informadas para reduzir os seus custos energéticos e pegada de carbono.

A Builtrix está focada em três pilares fundamentais para impulsionar a eficiência energética: poupança de tempo, a automatização da recolha e verificação de dados reduz um processo que antes demorava meses a apenas alguns cliques; decisões estratégicas inteligentes; e conformidade regulatória, uma vez que a plataforma simplifica a adaptação às normativas europeias, como a CSRD, SFDR e a taxonomia da UE.

“A nossa missão é tornar a eficiência energética acessível e impactante. Com a nossa tecnologia, as empresas podem reduzir custos sem comprometer a operação e, ao mesmo tempo, acelerar a descarbonização”, afirma Javad Hatami, fundador e CEO da Builtrix.

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“Estamos totalmente comprometidos com a transição para uma economia de baixo carbono”

Ao CONSTRUIR, o CCO da Cimpor, Ignácio Gómez, explica as transformações que estão a ser adoptadas numa das empresas europeias de referência na indústria cimenteira

Ricardo Batista

Para o Chief Comercial Officer (CCO) da CIMPOR, a previsibilidade é fundamental para as empresas, pelo que a instabilidade governativa não pode ser encarada como positiva. Ainda assim, Ignácio Goméz explica ao CONSTRUIR a estratégia da empresa para uma operação mais sustentável e que passa por um investimento estimado em 1,4 mil milhões de euros, a aplicar na modernização das fábricas do grupo e na eficiência das operações

A CIMPOR acaba de assinalar 130 anos. Muito se conhece a propósito do passado da empresa em Portugal. E o futuro? Por onde passa o futuro?
O futuro da CIMPOR está alicerçado em três grandes pilares: inovação, sustentabilidade e transformação digital. No próximo ano, a CIMPOR celebra 50 anos de existência, enquanto o seu Centro de Produção de Alhandra assinalou recentemente 130 anos, sendo a fábrica de cimento mais antiga do mundo a operar continuamente no mesmo local. Com tantos anos de história, a empresa continua a dar passos decisivos para consolidar a sua liderança no sector cimenteiro, com investimentos em tecnologia e modernização. A rede privada 5G Standalone instalada nas nossas fábricas permite uma digitalização das operações, tornando os processos mais ágeis e eficientes. Ao mesmo tempo, apostamos em soluções inovadoras para aumentar a competitividade e optimizar a utilização dos recursos.

A CIMPOR está também a modernizar as suas fábricas de Alhandra, Souselas e Loulé com projectos que envolvem um investimento total de 360 milhões de euros em tecnologias de eficiência operacional e energética para responder aos desafios do sector. A CIMPOR, portanto, projecta o futuro com a mesma visão de sempre: inovar para crescer, com um forte compromisso com a criação de valor para as comunidades e para o mercado.

A CIMPOR prevê investir 1,4 mil milhões de euros em Portugal até 2030. Quais vão ser as prioridades deste investimento e, no plano prático, como é que o mercado vai percepcionar os resultados desse investimento?
O nosso investimento de 1,4 mil milhões de euros em Portugal até 2030, que já está em curso desde a aquisição da CIMPOR por parte da TCC Group Holdings em Março do ano passado, espelha o compromisso da CIMPOR com a inovação e o reforço da sua competitividade no sector. A grande prioridade deste investimento é a modernização das infraestruturas e a implementação de novas tecnologias, garantindo operações mais eficientes e preparadas para o futuro. Parte significativa desse montante será alocada à modernização das infraestruturas, ao desenvolvimento de novas tecnologias e à introdução de novos produtos que não só atendem aos requisitos ambientais mais exigentes, mas também asseguram a nossa competitividade no mercado global.
Além disso, a aposta na digitalização e na automação permitirá ganhos significativos de eficiência e tornará as operações mais ágeis e competitivas. A modernização das fábricas, a implementação de novas soluções tecnológicas e o reforço da capacidade produtiva vão traduzir-se numa oferta mais diferenciada e numa resposta mais eficaz às necessidades dos clientes.
O mercado vai perceber os resultados desse investimento através de uma maior eficiência na produção, de produtos mais inovadores e da capacidade da CIMPOR em antecipar tendências e responder aos desafios da indústria, garantindo a sua posição de referência no sector cimenteiro.

Disse, em Dezembro último, que “o investimento é grande e se o Governo não está no mesmo ritmo, teremos um problema no futuro”. A instabilidade que se tem vivido em Portugal, do ponto de vista político, pode comportar riscos para a iniciativa privada? Em que medida?
A instabilidade política nunca é positiva para a iniciativa privada, pois significa que processos ficam parados e que decisões estratégicas podem sofrer atrasos. Para empresas como a CIMPOR, que fazem investimentos de grande escala e longo prazo, a previsibilidade é fundamental. Sempre que há incerteza no panorama político, existe o risco de desaceleração nos projectos e nos investimentos planeados. É importante que, independentemente do contexto político, os processos administrativos e regulatórios continuem a avançar a um ritmo que permita às empresas concretizar os seus planos sem entraves desnecessários.

Muito se discute em torno da sustentabilidade e da pegada carbónica na indústria da Construção de um modo transversal. De que modo está a CIMPOR a responder aos desafios que existem pela frente neste domínio e o que está a ser feito para ir ao encontro do que se espera que seja a neutralidade carbónica?
A abordagem da CIMPOR, no que diz respeito à sustentabilidade e à redução da pegada carbónica, é clara e proactiva, especialmente porque reconhecemos o impacto que a nossa indústria tem nas emissões de CO2. Estamos totalmente comprometidos com a transição para uma economia de baixo carbono e a net zero, um objectivo que nos orienta e que estabelece o horizonte de 2050.
No presente, temos em curso um plano estratégico de descarbonização que envolve várias iniciativas e investimentos. Estas incluem, por exemplo, a substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais ecológicas, ou o investimento em infraestruturas de energias renováveis, como as UPACs (Unidades de Produção para Autoconsumo) que já estão operacionais. Estamos também a trabalhar em tecnologias de recuperação de calor residual que visam converter o calor gerado no processo de produção de clínquer em energia eléctrica.

Outra grande aposta da CIMPOR é a produção de materiais com menor pegada de carbono, como as argilas calcinadas, que podem substituir parcialmente o clínquer. Além disso, estamos a investir na inovação e no desenvolvimento de novos produtos que atendam às exigências ambientais do mercado, como o cimento de baixo carbono, e estamos a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades e as comunidades locais para garantir que todos os processos de descarbonização sejam implementados de forma eficaz e inclusiva.

A CIMPOR compromete-se a alcançar emissões líquidas zero de gases com efeito de estufa ao longo de toda a cadeia de valor até 2050. Como vai ser feito este percurso até à meta traçada?
A CIMPOR tem um compromisso firme de alcançar a net zero até 2050, e este objectivo, que foi validado pela Science Based Targets initiative (SBTi), será alcançado através de uma combinação de iniciativas estratégicas, investimentos em tecnologias inovadoras e colaboração estreita com toda a nossa cadeia de fornecimento.
A descarbonização da produção é uma das nossas prioridades, com investimentos na substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais sustentáveis e na eficiência energética das nossas fábricas. Também estamos a desenvolver produtos de menor pegada carbónica, como os cimentos com materiais alternativos, garantindo soluções mais sustentáveis para o sector da construção, sem comprometer a performance dos nossos materiais.

A transição energética será outro factor essencial, com um aumento significativo da incorporação de energia renovável e de combustíveis alternativos, reduzindo as nossas emissões ao longo da próxima década. Ao longo do percurso, também estamos a trabalhar de forma activa com os nossos fornecedores e parceiros para garantir que toda a nossa cadeia de valor contribua para a meta estipulada. A colaboração com os nossos clientes também será um pilar importante, com o desenvolvimento de soluções de construção sustentáveis que permitam a redução das emissões ao longo do ciclo de vida dos edifícios.

Anunciaram, recentemente, uma parceria com a FIZIX, empresa especializada em soluções que combinam sensores inteligentes e software baseado em inteligência artificial, para a adopção de um sistema de monitorização apoiado em IA que possibilitará detectar falhas nas instalações de produção de cimento antes que estas ocorram. Que necessidades identificaram para avançar com esta parceria? Na prática o que vai ser feito?
A parceria com a FIZIX surge como parte da nossa estratégia contínua de inovação e melhoria das nossas operações. A necessidade que identificámos para avançar com esta colaboração está directamente relacionada com o nosso compromisso em aumentar a eficiência operacional, reduzir o risco de falhas inesperadas nas nossas instalações e, consequentemente, optimizar a produção de cimento de forma mais eficiente.

As nossas fábricas estão sujeitas a uma complexa rede de processos e equipamentos que, se não monitorizados de forma contínua e eficaz, podem levar a interrupções ou falhas que impactam a produção. Sabemos que a manutenção preventiva e a detecção precoce de falhas são cruciais para garantir a continuidade da produção e a redução de custos operacionais. Foi neste contexto que identificámos a FIZIX como um parceiro estratégico, dada a sua expertise em soluções baseadas em inteligência artificial (IA) e sensores inteligentes.
Na prática, o que vamos fazer é implementar um sistema de monitorização avançado que utiliza sensores inteligentes para monitorizar em tempo real o desempenho das nossas instalações e equipamentos. Este sistema, alimentado por IA, será capaz de analisar grandes volumes de dados de forma eficiente, identificar padrões e, o mais importante, prever falhas antes que estas ocorram. Em vez de depender apenas da manutenção reactiva, que é mais custosa e disruptiva, passamos a contar com uma abordagem proactiva, que permite antecipar problemas e agir antes que afectem a produção.

Com esta parceria, vamos equipar as nossas instalações com sensores que irão medir variáveis críticas, como temperatura, pressão e vibração dos equipamentos, e enviar esses dados para uma plataforma centralizada. A inteligência artificial será responsável por analisar esses dados em tempo real, identificando potenciais falhas e notificando os responsáveis antes que estas se tornem um problema sério. Isso não só vai aumentar a confiabilidade dos nossos processos, mas também contribuirá para uma gestão mais eficiente da manutenção, permitindo que as equipas operacionais tomem decisões informadas com base em dados em tempo real.

Este sistema não se limita apenas à detecção de falhas, mas também permitirá uma optimização contínua dos processos. Ao perceber melhor o comportamento dos equipamentos, podemos identificar áreas de melhoria e ajustar os parâmetros operacionais para aumentar a eficiência e reduzir o desperdício.
Além disso, a integração de IA na nossa operação permitirá que a CIMPOR se mantenha na vanguarda da transformação digital na indústria cimenteira, alinhando-se com as melhores práticas de Indústria 4.0, onde a automação, a análise de dados e a inteligência artificial desempenham um papel central.

Uma empresa marcadamente cimenteira, como olha para a industrialização dos processos construtivos e para a “desejada” evolução dos processos de fabrico mais tradicionais?
A CIMPOR olha para a industrialização dos processos construtivos com grande interesse e atenção, pois acreditamos que esta tendência representa uma oportunidade significativa para o sector da construção e para a indústria cimenteira como um todo. A industrialização, nomeadamente a utilização de tecnologias avançadas e a automação, pode trazer uma série de benefícios, como a melhoria da eficiência, redução dos custos de produção e, acima de tudo, a garantia de maior qualidade e previsibilidade nos projectos de construção.
No entanto, para a CIMPOR, a industrialização não é apenas uma tendência passageira, mas uma realidade que já está a moldar o futuro da construção. A utilização de métodos mais modernos de fabrico, como a impressão 3D, o pré-fabricado e a construção modular, está a ser cada vez mais adoptada no sector da construção e irá, sem dúvida, transformar a forma como as obras são realizadas, criando novas exigências para os materiais e soluções que oferecemos. O cimento, como matéria-prima central na construção, precisa de acompanhar esta evolução, com produtos inovadores e mais adaptados aos novos métodos de construção.

A “desejada” evolução dos processos de fabrico mais tradicionais não significa que vamos abandonar a produção de cimento convencional, mas sim que devemos integrar novas tecnologias e processos mais eficientes, como os que estamos a implementar no âmbito da digitalização e da descarbonização. Este processo de evolução passa, por exemplo, pela melhoria das técnicas de produção, pela optimização da utilização de recursos e pela aposta na inovação, como já estamos a fazer.
Além disso, os avanços nos processos construtivos industriais exigem uma estreita colaboração entre a indústria do cimento e o sector da construção, pois as soluções mais inovadoras precisam de ser pensadas e adaptadas em conjunto. A CIMPOR, com a sua longa experiência e presença no mercado, tem um papel fundamental em fornecer produtos e soluções mais adaptáveis às necessidades da indústria da construção no futuro.

Do ponto de vista da industrialização, o cimento continuará a ser a base para as grandes obras de infraestrutura, mas com o avanço das novas tecnologias, estamos a trabalhar para que o cimento também seja mais eficiente e mais bem adaptado às exigências dos métodos de construção mais modernos. O nosso compromisso com a inovação vai ao encontro dessa necessidade de adaptação dos processos construtivos, tornando-os mais industriais e mais eficientes.
Olhamos para a industrialização dos processos construtivos não como uma ameaça, mas como uma evolução natural do sector, na qual a CIMPOR está activamente envolvida, com o objectivo de estar alinhada com as novas necessidades da indústria da construção.

Sobre o autorRicardo Batista

Ricardo Batista

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Comissão Europeia dá luz verde ao estatuto de “cliente electrointensivo”

A medida dirige-se a indústrias com elevado consumo energético, que irão beneficiar de uma redução dos encargos com os Custos de Interesse Económico Geral (CIEG). O regime, cujo orçamento estimado ascende a 612 milhões de euros, deverá apoiar 319 empresas e vigorará até 22 de Abril de 2035

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A Comissão Europeia aprovou o estatuto do “cliente electrointensivo”, uma iniciativa do Governo que visa responder às necessidades específicas das indústrias de elevado consumo energético, promovendo a redução dos custos da electricidade para sectores estratégicos da economia nacional, tais como cerâmicas, vidro, metalomecânica e têxteis.

O apoio ao regime português contará com um financiamento de 612 milhões de euros destinado a reduzir as taxas de imposto sobre a electricidade cobradas às empresas com utilização intensiva de energia. O regime visa reduzir o risco de estas empresas com utilização intensiva de energia deslocalizarem as suas actividades para países terceiros que têm políticas climáticas menos ambiciosas.

A medida “permite que Portugal apoie as empresas particularmente expostas ao comércio internacional cujas actividades dependem largamente da electricidade. O regime mantém os incentivos para uma descarbonização eficaz da economia portuguesa, limitando ao mínimo as distorções da concorrência. Reforça igualmente a competitividade das empresas que beneficiam de apoio, em consonância com os objectivos do Pacto da Indústria Limpa”, explica Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão responsável pela Transição Limpa, Justa e Competitiva

Portugal introduziu vários impostos para financiar as suas políticas energética e ambiental, entre os quais os impostos que financiam a produção de electricidade a partir de fontes de energia renováveis, o apoio a medidas de eficiência energética, e as tarifas sociais e a promoção da produção de electricidade em regiões isoladas.

O regime de auxílios estatais visa reduzir as taxas de imposto cobradas às empresas com utilização intensiva de energia, a fim de reduzir o risco de estas deslocalizarem as suas actividades para países terceiros com políticas climáticas menos ambiciosas. O regime, cujo orçamento estimado ascende a 612 milhões de euros, vigorará até 22 de Abril de 2035.

“Com a aprovação por parte da Comissão Europeia, o Governo está em condições de emitir a portaria que regulamenta o Estatuto do Cliente Electrointensivo, permitindo que, após a sua publicação, as empresas elegíveis beneficiem de uma redução parcial dos encargos com os Custos de Interesse Económico Geral (CIEG). As reduções podem atingir um limite máximo de 75% ou, em determinados casos, 85%, caso as instalações demonstrem que pelo menos 50% do seu consumo de electricidade provém de fontes renováveis e que pelo menos 10% desse consumo seja assegurado por um contrato de longo prazo ou 5% seja proveniente de autoconsumo renovável”, refere nota do Governo. O número estimado de consumidores elegíveis é de 319 empresas, com um apoio anual previsto de, pelo menos, 60 milhões de euros através da isenção parcial dos CIEG.

Para serem elegíveis, as empresas devem cumprir determinados critérios, tais como o consumo mínimo anual de energia eléctrica de 1 GW; o consumo anual nos períodos horários de vazio normal e supervazio igual ou superior a 40% e ter um grau de electrointensidade anual igual ou superior a 1 kWh/€ de valor acrescentado bruto.

“O reconhecimento do Estatuto do Cliente Electrointensivo por parte da Comissão Europeia é um forte impulsionador do crescimento da economia portuguesa. A aposta na redução dos custos da energia para sectores estratégicos, em particular na indústria, representa um reforço na competitividade nacional e mais um passo no caminho da necessária transição energética”, sublinha na mesma nota o ministro da Economia, Pedro Reis.

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Comunidade Intermunicipal de Aveiro prepara obra de defesa do Baixo Vouga

Após um concurso sem sucesso, a empreitada foi adjudicada por cerca de 24,3 milhões de euros, com um prazo de execução de 24 meses

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O Conselho Intermunicipal da Região de Aveiro decidiu iniciar os preparativos técnicos e financeiros para a construção do Sistema de Defesa Primário do Baixo Vouga, saudando a decisão do Governo que assegura o financiamento, foi esta quinta-feira anunciado.

Após um concurso sem sucesso, a empreitada foi adjudicada por cerca de 24,3 milhões de euros, com um prazo de execução de 24 meses.

“A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e o empreiteiro iniciarão agora os preparativos técnicos e financeiros para dar início à obra”, informa em comunicado.

No comunicado, saído da reunião de quarta-feira daquele órgão da Comunidade Intermunicipal (CIRA), é saudada a decisão do Governo de assegurar a componente nacional do financiamento e reiterado o compromisso na concretização das obras.

Desde 2016, a CIRA tem liderado um conjunto de três projetos, totalizando cerca de 45 milhões de euros, destinados a preservar o ecossistema do Baixo Vouga Lagunar.

Para além do Sistema de Defesa Primário, cujo financiamento foi agora assegurado, estão em curso as obras de construção da ponte-açude do Rio Novo do Príncipe e a reabilitação da margem esquerda.

O Sistema de Defesa Primário, que teve um troço construído entre 1995 e 1999, que não teve seguimento, foi retomado pela CIRA, que concluiu o plano em 2020 e obteve a Declaração de Impacte Ambiental em fevereiro de 2023.

A Resolução do Conselho de Ministros publicada na segunda-feira desbloqueou o financiamento necessário, que será assegurado por fundos europeus em 14,6 milhões de euros entre 2025 e 2026, e na componente nacional pelo Fundo Ambiental, com 10,4 milhões de euros entre 2027 e 2028.

A obra a realizar abrangerá os municípios de Aveiro, Albergaria-a-Velha e Estarreja, e incluirá a construção de diques, estruturas hidráulicas, sistemas de drenagem, uma estrutura verde e caminhos rurais. O objetivo é proteger o potencial agrícola e o ecossistema do Baixo Vouga Lagunar.

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Antigo Tribunal da Maia dá lugar a empreendimento de luxo

Hélder Gonçalves, CEO da Bluesteel Investimentos, revela que “está em causa um investimento de 10 milhões de euros entre a aquisição dos dois imóveis e a reconstrução”

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As antigas instalações do núcleo da Maia do Tribunal Judicial da Comarca do Porto, que estavam devolutas há vários anos, vão ser transformadas no empreendimento Domus Maia Center. Hélder Gonçalves, CEO da Bluesteel Investimentos, revela que “está em causa um investimento de 10 milhões de euros entre a aquisição dos dois imóveis e a reconstrução”.

O arranque das obras está previsto para o mês de Maio, com um prazo de execução de 18 meses, pelo que o Domus Maia Center deverá estar pronto a habitar em finais de 2026.

O projecto imobiliário, localizado em frente à Câmara Municipal da Maia, será promovido e construído pela Bluesteel Investimentos, uma empresa do ramo da construção com sede em Vila Nova de Famalicão, que adquiriu as instalações do antigo tribunal maiato a um fundo de investimento. O empreendimento irá ocupar dois edifícios, sendo um reabilitado e outro totalmente reconstruído.

Ocupando uma área de cerca de mil metros quadrados (m2), o Domus Maia Center será composto por um total de 32 apartamentos, espaços de estacionamento e dois espaços comerciais no rés-do-chão. Serão 24 apartamentos de tipologia T2, com área de 100 metros quadrados (m2), seis apartamentos de tipologia T1, com área de 70 metros quadrados (m2) e duas “penthouses” de tipologia T4 com 270 metros quadrados (m2) cada. Os dois espaços comerciais destinam-se a uma loja de rua com 750 metros quadrados (m2) e outra com 100 metros quadrados (m2).

Este é o primeiro grande investimento que a promotora tem fora do concelho de Vila Nova de Famalicão. Fundada em 2010 para actuar no mercado imobiliário como empresa especializada em construção para a indústria, tendo sido responsável pela reabilitação da fábrica dos pneus Camac, em Santo Tirso.

Nos últimos três anos, a Bluesteel Investimentos triplicou a sua facturação, tendo passado “de três milhões de euros em 2022 para 15 milhões de euros em 2024”, segundo dados revelados por Hélder Gonçalves. “O nosso objetivo estratégico é estabilizar a facturação anual neste patamar”, aponta o CEO da empresa de Vila Nova de Famalicão.

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