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ADENE: A importância de comunicar benefícios
Ao CONSTRUIR, o director da ADENE, Paulo Santos, explicou o potencial que a certificação de janelas pode ter ao nível do que se espera que seja a estratégia em torno da eficiência energética
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O potencial é grande, assim como o caminho a percorrer em matéria de Certificação. De acordo com os últimos dados apresentados pela Agência para a Energia, foram emitidos, nos últimos dez anos, perto de 1,3 milhões de certificados energéticos, sendo que faltam ainda certificar aproximadamente seis milhões de casas. A estes valores, acresce agora a necessidade de se avaliar, mais em rigor, o potencial dos materiais, equipamentos e soluções ali aplicados, nomeadamente ao nível das obras de Reabilitação em que o cliente final tem um papel cada vez mais activo nos critérios de escolha. Ao nível das Janelas, recorde-se o acordo entre a ADENE e a ANFAJE para a adesão ao Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos (SEEP). O subsistema de Etiquetagem Energética de Janelas é um sistema voluntário de marcação e classificação de produtos. Assente numa plataforma acessível via internet, este subsistema permitirá aos intervenientes do sector da Caixilharia, nomeadamente detentores de sistemas, produtores de vidro e fabricantes de janelas, o registo, caracterização e divulgação dos seus produtos, bem como a emissão das respectivas etiquetas energéticas, alavancando importantes estratégias de marketing.
Sendo que 40% do consumo energético de uma habitação pode ser desperdiçado pelas janelas, este subsistema permitirá ao utilizador final a consulta e comparação de diferentes produtos, podendo escolher aquele que melhor desempenho energético pode apresentar.
Criada pela ANFAJE em parceria com a ADENE, a Etiqueta Energética deverá estimular o desenvolvimento de produtos inovadores de maior qualidade, bem como a escolha por parte do utilizador final de janelas que contribuem para a redução dos consumos e da factura energética dos portugueses.
Ao CONSTRUIR, o director da ADENE, Paulo Santos, explicou o potencial que a certificação de janelas pode ter ao nível do que se espera que seja a estratégia em torno da eficiência energética.
Que preocupações e necessidades que identificam ao nível da Certificação Energética?
O que vemos é a oportunidade de ter um instrumento para comunicar com as pessoas o que podem ser as poupanças e benefícios associados à eficiência energética para uma intervenção ao nível dos elementos da envolvente, por exemplo. A Etiqueta Energética surge como um instrumento para operacionalizar essa comunicação e tornar mais acessível o entendimento dos benefícios que podem ter. Em vez de estarem a lidar com um jargão técnico que pode ser incompreensível e que pode perturbar a confiança da escolha, ter uma etiqueta que apoie a decisão pode captar muito mais o interesse das pessoas, pode captar mais mercado para as empresas, as pessoas sentem-se mais confiantes e isso resultará em claros benefícios para a Economia do País.
Estamos a falar de um potencial tremendo atendendo aos números que nos apresentou. O que será o futuro da Certificação e o que se pode esperar, no futuro mais imediato, da resposta ao potencial que apresentou?
A própria legislação europeia aponta um pouco o caminho do futuro, com a introdução do conceito dos Edifício de Balanço de energia (quase) zero. Isso ilustra a preocupação com a redução ao mínimo daquilo que são as necessidades de energia de um edifício e de suprir o restante dessas necessidades com as renováveis. O caminho passa, inevitavelmente, por essa lógica. Agora, os consumidores têm de estar conscientes disso e a forma como trazemos esses conceitos para os consumidores, de uma forma simples, é extremamente importante. Aumento da eficiência energética, redução das necessidades de energia e a adopção de mais fontes renováveis, tendo os consumidores a noção dos ganhos que isso representa, nomeadamente ao nível da poupança nos custos e nas vantagens ambientais.
Olhando para essa realidade, que papel cabe à ADENE e à própria industria?
À ADENE corresponde o traduzir da sua missão, uma interface entre as entidades que estão na área científica e tecnológica com o mercado e com o que são as políticas definidas pelo Estado e pelas instâncias Europeias. Para o sector, traduz-se numa tremenda oportunidade, nomeadamente para as industrias associadas às Janelas. Creio que é fácil para os consumidores perceberem as vantagens na substituição da caixilharia e num mercado onde a informação é cada vez mais fiável, creio que os ganhos são óbvios para todas as partes.