Porto regista maior negócio de escritórios de 2017
Segundo a Colliers International, “este crescimento [mercado de escritórios no Porto] tem vindo a ser impulsionado pela procura internacional, emergindo o Porto como destino equacionável, nas decisões de relocalização de empresas internacionais importantes”.
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O mercado de escritórios do Porto registou o maior negócio de escritórios do País, em 2017, bem como mais dois negócios importantes, na ordem dos 2.000 m². Segundo a Colliers International, “este crescimento tem vindo a ser impulsionado pela procura internacional, emergindo o Porto como destino equacionável, nas decisões de relocalização de empresas internacionais importantes”.
A mesma fonte avança também que, o mercado de escritórios de Lisboa “atravessa um bom momento, com a absorção a crescer, face aos resultados do segundo semestre de 2016. Em Lisboa, este crescimento prolonga-se há alguns anos, mas, agora, com a desocupação a baixar dos 10%, pela primeira vez, desde 2009”.
Para a Colliers International, de futuro, o grande desafio que ambas as cidades enfrentarão é semelhante e não se alterou face ao projectado em momentos anteriores: escassez de oferta. O pipeline para Porto e Lisboa é, claramente, inferior à procura que se antecipa. Segundo a Coillers, no Porto, esta escassez tem vindo a ser ultrapassada com negócios pontuais, em zonas com menor tradição, à medida das necessidades dos ocupadores; enquanto em Lisboa, o pré-arrendamento é já predominante, deixando menos de 25.000 m² para o mercado.
“A maior atractividade de outros sectores – turismo, em primeiro lugar, mas, também, residencial – tem vindo a condicionar a promoção de escritórios nas duas cidades, com os promotores a optarem pelos sectores que oferecem maiores probabilidades de sucesso” refere Gustavo Castro, Research da Colliers International. “Embora as rendas de escritórios estejam a crescer, sobretudo no Porto, os promotores mantêm muitas reservas sobre a sustentabilidade do crescimento deste sector, sobretudo quando comparado com o turismo. Não obstante, é inegável que o mercado de escritórios de Lisboa caminha para o terceiro ano consecutivo, com um take-up próximo dos 150.000 m²” acrescenta Gustavo Castro.
Quanto ao investimento em imobiliário, “segue a tendência de crescimento, com um volume superior a mil milhões de euros no primeiro semestre”. Neste campo, a principal novidade foi o surgimento do sector da logística, como alvo importante dos investidores internacionais. “Com alguns negócios em fase final de negociação e diversos portfolios interessantes colocados no mercado, é provável que 2017 venha a ser um ano de novos máximos no investimento imobiliário português”, sustenta a Colliers.
“Portugal, hoje, já não é apercebido da mesma forma. O investidor internacional olha para Portugal como um mercado capaz de oferecer rentabilidades superiores aos mercados mais maduros da União Europeia, sem o risco adicional que, normalmente, ‘carregava’ o negócio imobiliário em Portugal. Ao contrário do que sucedia há uns anos, os investidores internacionais estão interessados em analisar portfolios de imóveis nacionais, procurando bons inquilinos, boas rentabilidades e crescimento” refere Gustavo Castro.
Em resumo, ao bom momento do mercado de escritórios do Porto e de Lisboa, soma-se um volume de investimento em imobiliário superior a mil milhões de euros, no primeiro semestre. “Este é um contexto bem diferente do que caraterizou Portugal há alguns anos”, conclui a Colliers International.