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Cushman & Wakefield espera um 2018 “excepcional” com aposta em sectores alternativos

“Espera-se que sectores alternativos até à data pouco explorados, como são os hotéis, os espaços de co-working, as residências de estudantes ou as residências seniores comecem a surgir em força, captando o interesse de ocupantes e investidores”

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2018 deverá ser “um ano excepcional para o imobiliário”. Segundo Eric van Leuven, director-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, que falava na apresentação da actividade do mercado imobiliário nacional em 2017 e as suas perspectivas para 2018,  acredita que a inovação será também um factor determinante para esse crescimento.
“Espera-se que sectores alternativos até à data pouco explorados, como são os hotéis, os espaços de co-working, as residências de estudantes ou as residências seniores comecem a surgir em força, captando o interesse de ocupantes e investidores”, acrescentou aquele responsável.
Mas foram os valores transaccionados em 2017, seguindo a trajectória positiva dos últimos anos, que permitem considerar 2018 como um ano de continuidade neste sentido.
Aproximadamente 1800 milhões de euros transaccionados em activos imobiliários comerciais e 440 milhões de euros em termos de investimento nacional permitiram considerar 2017 como o ano recorde da última década, de acordo com o balanço realizado pela Cushman & Wakefield e apresentado esta quinta-feira.
Em 2017 registou-se uma subida de 41% ao nível do investimento imobiliário comercial, face a 2016, fruto dos 1800 milhões de euros transaccionados. Os investidores estrangeiros mantiveram-se muito activos, tendo sido responsáveis por 75% do volume total, mas os players nacionais assumem uma importância crescente, aumentando a sua quota de participação em mais de 10% face a 2016 e representando este ano 25% do capital investido (440 milhões de euros).
O sector que maior capital atraiu foi o de retalho, que captou 43% do investimento num total de 730 milhões de euros. Seguiram-se os escritórios que atraíram 37% dos capitais investidos, cerca de 630 milhões de euros. O sector industrial acumulou em 2017 o valor de investimento mais alto de sempre, superior a 300 milhões de euros, em grande parte resultado da mudança de mãos da empresa Logicor – detentora de um dos maiores portfólios de imobiliário logístico na Europa e com bastantes activos em Portugal – que foi adquirida pela China Investment Corporation.
O mercado de escritórios da Grande Lisboa teve um dos seus melhores anos de sempre. Entre Janeiro e Novembro foram arrendados cerca de 155 mil m2 de escritórios, reflectindo um crescimento homólogo na ordem dos 30%. As estimativas de fecho de ano apontam para os 170 mil m2, valor que será o terceiro mais alto da história deste mercado.
No Top 4 dos maiores negócios de ocupação de escritórios na capital a ocupação da totalidade do Edifício Sorel, em Santos, pela VdA Vieira de Almeida e a da Abreu Advogados na sua nova sede num espaço com 5.800 m2 junto a Santa Apolónia. As operações protagonizadas pelo grupo de media WPP e a farmacêutica Janssen Cilag/ Johnson & Johnson também se incluem nas maiores transacções do ano, correspondendo respectivamente à tomada de 9200 m2 na Avenida 24 de Julho (Zona 4) e de 4900 m2 no Lagoas Park.
No Porto, o sector de escritórios atravessa também um bom momento, com uma procura cada vez mais impulsionada pelos ocupantes internacionais que reconhecem a atractividade da cidade para a instalação de centros de serviços partilhados. De entre os principais negócios destacam-se a ocupação de 4000 m2 no Edifício Arrábida em Vila Nova de Gaia por parte da Teleperformance; o Centro Empresarial da Lionesa em Matosinhos onde a Vestas tomou 3000 m2; ou a ocupação da Veniam Works de cerca de 1500 m2 na baixa do Porto, no Trindade Domus.
O departamento de escritórios da Cushman & Wakefield esteve envolvido em algumas operações de relevo, destacando-se o já referido arrendamento da totalidade do edifício Lagoas 9 à Janssen Cilag/Johnson & Johnson, os novos escritórios da Bose e da Triumph em Lisboa e várias expansões de área para empresas como a Arvato, José de Mello Saúde e Wizink Bank.

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Grupo Pestana reforça aposta no Algarve com projecto premium

Com 91 lotes para moradias e 226 apartamentos, divididos em 6 núcleos, o futuro Pestana Ferragudo Village encontra-se numa zona privilegiada, a apenas um quilómetro da vila de Ferragudo, no Algarve. As primeiras unidades devem ser entregues no início de 2027

O Grupo Pestana prepara o reforço da sua presença no Algarve com a promoção de um novo projecto residencial premium em Ferragudo, cujas primeiras unidades deverão estar prontas para entrega no início de 2027. O futuro Pestana Ferragudo Village encontra-se numa zona privilegiada, a apenas um quilómetro da vila de Ferragudo, no Algarve. Com 91 lotes para moradias e 226 apartamentos, divididos em 6 núcleos, o novo empreendimento residencial aposta num conceito integrado de qualidade de vida e sustentabilidade, com soluções arquitectónicas que valorizam a paisagem e práticas ambientais responsáveis.

O mais recente projecto da marca de referência do Pestana Hotel Group no segmento imobiliário e residencial, Pestana Residences, dispõe de 91 lotes para moradias unifamiliares (entre 150 e 300 m²) e 226 apartamentos com áreas generosas. Segundo os promotores, que não adiantam o valor do investimento, o Pestana Ferragudo Village alia conforto, privacidade e uma envolvente natural cuidadosamente preservada. O futuro empreendimento oferece assim diversas opções de habitação, desde apartamentos com jardim e piscina privativos, penthouses com piscina na cobertura, a lotes exclusivos para a construção de moradias com diversas áreas.

Arquitectos do Tróia Eco-Resort
Os projectos de arquitectura, assinados por Gonçalo Salazar de Sousa, Rui Pinto Gonçalves e Miguel Passos de Almeida — equipa responsável também pelo Pestana Tróia Eco-Resort —, distinguem-se pela integração na paisagem e pela aposta na eficiência ambiental. Neste âmbito, destaca-se o futuro campo de golfe, cuja manutenção será assegurada exclusivamente com água reutilizada proveniente de uma ETAR, numa lógica de circularidade. Esta abordagem sustentável reforça o compromisso do Pestana Hotel Group com a preservação ambiental, tal como aconteceu em outros projectos, como por exemplo o Pestana Tróia – o primeiro verdadeiro Eco-Resort em Portugal – e posiciona o novo empreendimento como referência em boas práticas de gestão de recursos naturais no sector residencial. O projecto está em fase de construção, e tem conclusão prevista para 2027.
“O Pestana Ferragudo Village é mais do que um investimento imobiliário — é uma extensão natural daquilo que o Pestana Residences tem vindo a construir ao longo de décadas: lugares onde se vive bem, em equilíbrio com o território, a arquitectura e a sustentabilidade”, destaca José Roquette, administrador responsável pela área de desenvolvimento do grupo e pelo investimento imobiliário. O Pestana Ferragudo Village é mais um projecto de sucesso do Pestana Residences que reflecte a combinação de mais de 50 anos de experiência hoteleira com a sólida experiência do grupo em turismo residencial, consolidando a vitalidade da marca como uma referência no mercado imobiliário turístico de nova geração.

Sobre o autorRicardo Batista

Ricardo Batista

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Universidade da Beira Interior faz parceria na China para formar 1.200 engenheiros

Universidade da Beira Interior e a JiaXing University, localizada na região económica de Hangzhou, estabeleceram uma parceria para os próximos 10 anos para formar engenheiros electromecânicos e mecânicos para a China

Segundo a notícia publicada no site da Universidade da Beira Interior (UBI), a instituição viu aprovada, pelo Ministério Chinês da Educação, uma parceria de longa duração entre a Faculdade de Engenharia (FE-UBI) e a JiaXing University. Esta ligação vai prolongar-se por 10 anos, com a UBI a ter o papel de ajudar a formar 1.200 engenheiros electromecânicos e mecânicos para a China.

No âmbito da parceria, “as duas instituições vão organizar conjuntamente graduações nas áreas da mecânica, fabricação e automação. Este trabalho vai conferir aos estudantes no final da formação uma dupla titulação entre os cursos da China e da UBI. Desta forma, os futuros engenheiros ficarão com um diploma de cada país, em simultâneo.” Esta colaboração internacional,” de grande impacto, coloca a UBI como parceira de uma universidade situada na região económica de Hangzhou, caracterizada por ser uma das mais poderosas do país asiático”.

O acordo aprovado pelo Governo chinês resulta de um trabalho realizado ao longo de vários meses, com visitas exploratórias nos dois sentidos. “Em Novembro de 2024, a UBI recebeu uma delegação de professores chineses para participar no ICEUBI’2024, o congresso internacional de engenharia que acontece a cada dois anos. Também em 2024 teve lugar uma visita de docentes da UBI à Universidade de Jiaxing para apresentação das metodologias inovadoras do ensino da Engenharia que a UBI poderia partilhar com os parceiros chineses, além de apresentar projectos de investigação científica em curso na academia”.

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Município do Porto lança concurso para requalificar Praça Pedro Nunes por 2,5M€

A intervenção abrange não só a Praça Pedro Nunes, como também a Rua de Ricardo Severo, a Rua de Joaquim de Vasconcelos e o Largo do Priorado

Uma obra de requalificação na Praça Pedro Nunes, em frente à Escola Secundária Rodrigues de Freitas, foi lançada em concurso público, esta segunda-feira, 19 de maio. A empreitada tem um preço base de 2,55 milhões de euros e recebe propostas até ao dia 9 de junho.

A intervenção abrange não só a Praça Pedro Nunes, como também a Rua de Ricardo Severo, a Rua de Joaquim de Vasconcelos e o Largo do Priorado.

Nos arruamentos está prevista a substituição e reconfiguração dos pavimentos, com a criação de novos lugares de estacionamento. A empreitada inclui, ainda, a plantação de árvores, melhorias na acessibilidade pedonal, renovação do mobiliário urbano e a requalificação da rede de iluminação pública.

A Praça Pedro Nunes será redesenhada com base na sua geometria circular, centrada no edifício da escola. O espaço vai receber bancos em granito, de forma a criar uma zona de estadia.

O Largo do Priorado será requalificado como espaço de estadia, com novos bancos, reformulação dos passeios e instalação de contentores de resíduos sólidos urbanos (RSU) enterrados. Está também prevista a relocalização do busto de Henry Dunant, filantropo suíço vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1901.

O prazo para a execução das obras é de 540 dias. As propostas devem ser submetidas, em formato eletrónico, na plataforma acinGov, na qual estão disponíveis todas as peças do concurso.

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Micro-rede resiliente salva FCTUC do apagão ibérico

Durante o apagão ibérico do dia 28 de Abril, o Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra (FCTUC) manteve-se operacional graças a uma micro-rede eléctrica resiliente. Desenvolvida pelo Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, esta tecnologia, que integra painéis fotovoltaicos, baterias e carregamento bidireccional de veículos eléctricos, teve a sua prova de fogo, destacando-se como uma solução revolucionária para cenários extremos

Quando no dia 28 de Abril às 11h33 as luzes se apagaram na península ibérica, o Instituto de Sistemas e Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), permaneceu operacional. O instituto possui uma micro-rede eléctrica resiliente, capaz de garantir o fornecimento eléctrico a cargas críticas durante situações extremas ou catastróficas, em que ocorra falha da rede eléctrica pública, como a que aconteceu. A tecnologia desenvolvida do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) da FCTUC teve “a sua prova de fogo com condições reais, conseguindo, com sucesso, fornecer electricidade às cargas críticas do edifício e funcionar de forma autónoma da rede pública”, refere a instituição.

“As micro-redes são uma tecnologia que permite ter um sistema eléctrico independente da rede eléctrica, inserido numa área geográfica específica e definida, como por exemplo um edifício, bairro ou localidade pequena. São usadas para fornecer electricidade em zonas remotas onde a infraestrutura é fraca ou inexistente, para optimizar eficiência energética, custos e integração de energia renovável e, em casos extremos, garantir o fornecimento de energia eléctrica aos clientes por si abrangidos quando tudo o resto falha”, explica Alexandre Matias Correia, estudante do mestrado em Engenharia electrotécnica ISR/FCTUC, e autor da tese de Doutoramento “Optimization anda management of microgrids to deliver high power quality in critical and disaster situations”, no âmbito da qual esta micro-rede resiliente instalada na IST foi desenvolvida.

Esta tecnologia, testada com sucesso em condições reais, opera de forma autónoma, integrando painéis fotovoltaicos, baterias, gestão de energia e carregamento bidireccional de veículos eléctricos, permitindo até 72 horas de fornecimento contínuo, substituindo os geradores de emergência a diesel.

O que se faz de revolucionário em Coimbra
A tecnologia de micro-redes eléctricas é conhecida e vem sendo desenvolvida e implementada globalmente há algumas décadas, mas o projecto da Universidade de Coimbra destaca-se pela sua ênfase na resiliência e na sua aplicação em situações extremas, adicionando-lhe características específicas como integração de veículos eléctricos (V2G ou Vehical to Grid) e capacidade regenerativa. O sistema V2G “permite alimentar a rede local através da energia armazenada em veículos eléctricos o que possibilita aumentar ainda mais a duração do fornecimento de energia eléctrica, assim como disponibilizar potência em locais onde a infraestrutura é inexistente ou foi danificada”, explica o investigador. “Usando os painéis fotovoltaicos e um sistema de gestão de cargas para recarregar baterias durante o dia”, dão lhe capacidade regenerativa, prolongando ainda mais o fornecimento às cargas críticas.
O teste de fogo do dia 28 pôs à prova o equipamento desenvolvido. “A micro-rede é dividida em três camadas: a camada física, onde estão instalados os vários equipamentos e tecnologias; a camada digital, que corre o software que faz a gestão e operação da micro-rede; e a camada de telecomunicações que faz a ponte entre o hardware e software e permite actuar e reagir às condicionantes em tempo real”, descreve Alexandre Matias Correia. “Uma coisa que se aprendeu com este ensaio foi a importância da camada das telecomunicações, pois inicialmente um lapso humano colocou em causa a comunicação entre os equipamentos e, apesar de estarem todos operacionais, foi necessária intervenção manual para iniciar a micro-rede. Esta falha foi prontamente identificada e corrigida, possibilitando o funcionamento da micro-rede, e no projecto final do sistema, já estará colmatada”, afirma o investigador.
Ao nível tecnológico “é também necessário a instalação de equipamento especializado, no que toca a inversores (que têm de ter capacidade de grid-forming), assim como de contadores com capacidade para serem controlados por software para proceder ao seccionamento da micro-rede com a rede pública e gestão dos circuitos de cargas críticas”, adianta Alexandre Matias Correia.
O software foi todo desenvolvido in-house e inclui algoritmos especializados.

Do laboratório para o mercado
A tese desenvolvida por Alexandre Matias Correia foca na optimização de micro-redes para alta qualidade de energia em cenários extremos. “A tecnologia para micro-redes já está disponível nalguns operadores do mercado da electrotécnica. Na UC a nossa inovação incide nas micro-redes resilientes, que são uma ramificação, pois existem várias tipologias como: militar, industrial, comercial… Neste momento, estimamos que a nossa tecnologia esteja com um Technology Ready Level (TRL) entre o 7 e o 8 [num índice que vai até 9]”, especifica o investigador da UC.
Estando em fase final de desenvolvimento a questão que se coloca agora, com mais ênfase, é saber o que impede a maior utilização desta tecnologia. “A maior barreira que vemos incide no desconhecimento da tecnologia, na falta de know-how especializado para a implementar e na falta de incentivo político e económico para o fazer. Existe também sempre alguma confusão com o conceito de Comunidade de Energia, mas esclarece-se que uma Comunidade de Energia não é uma micro-rede, mas todas as micro-redes conseguem funcionar como uma Comunidade de Energia”, explica Alexandre Matias Correia. Enquanto em países como os Estados Unidos da América, por exemplo, que têm intempéries frequentes (furacões, cheias, etc) estas estão bastante mais disseminadas, “precisamente por que há essa necessidade”, na Europa “ainda existem poucos exemplos, mas prevemos que o Apagão Ibérico de há uns dias venha a incidir holofotes sobre a tecnologia e possa desbloquear as barreiras económicas para a sua difusão”, adianta o investigador.
O sucesso durante o Apagão Ibérico de 28 de Abril último demonstra a robustez do sistema num cenário real de grande escala.

Exemplos pelo mundo
Tendo surgido por volta dos anos 2000, proporcionadas pelo avanço das energias renováveis e a necessidade de sistemas mais robustos em áreas remotas ou propensas a falhas na rede, as micro-redes são uma tecnologia madura em muitos aspectos, com padrões estabelecidos (como o IEEE 1547 para interconexão) e mercados crescentes. No entanto, projectos como o de Coimbra estão na vanguarda ao combinar múltiplas funcionalidades (resiliência, sustentabilidade e integração V2G) num único sistema optimizado. A pesquisa em micro-redes continua a evoluir, especialmente em áreas como inteligência artificial para gestão de energia, baterias de maior densidade e integração com redes inteligentes (smart grids).
Estes são alguns exemplos recentes de micro-redes eléctricas implementadas em vários pontos do globo:
• EUA: Base Conjunta Pearl Harbor-Hickam (JBPHH) no Havai tem em curso o projecto “PEARL” (Pacific Energy Assurance Renewables Laboratory). Este projecto tem como objectivo fornecer energia sustentável, resiliente e segura à base militar, incluindo a Guarda Nacional Aérea do Havai
• Austrália: Comunidades Remotas. Em áreas isoladas, como comunidades aborígenes no interior da Austrália, micro-redes solares com armazenamento em baterias têm sido implementadas para substituir geradores a diesel.
• Dinamarca: Ilha de Bornholm. Bornholm é um exemplo de micro-rede avançada que integra alta penetração de energias renováveis (solar e eólica) com a rede principal. O projecto é usado como laboratório para testes de redes inteligentes, o qual tem por objectivo demonstrar como estas podem estabilizar redes com grande dependência de fontes intermitentes e promover a descarbonização.
• Japão: Fukushima (Projecto de Recuperação Pós-Desastre). Após o desastre nuclear de 2011, micro-redes foram implementadas em áreas afectadas para fornecer energia confiável. Um exemplo é a cidade de Namie, onde uma micro-rede combina energia solar, baterias e hidrogénio.

 

 

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

Manuela Sousa Guerreiro

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Dinâmica construtiva contrasta com a quebra no licenciamento

Segundo o INE, entre 2011 e 2023, a dinâmica construtiva potencial foi de 5,4%, medida pelo número de fogos licenciados face ao total de fogos existentes em 2011. O documento, que faz uma análise territorial da construção de edifícios em Portugal, salienta que, no mesmo período, o licenciamento de obras registou tendência decrescente

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De acordo com a análise “Pressão Construtiva 2011-2023”, publicada hoje pelo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a dinâmica construtiva potencial foi de 5,4%, medida pelo número de fogos licenciados face ao total de fogos existentes em 2011.

Numa análise por regiões NUTS II, apenas o Norte e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira superaram aquele valor, com 7,3%, 6,8% e 5,8%, respectivamente. “O maior dinamismo construtivo do Norte ficou patente nos valores mais elevados do país, registados no Cávado (9,7%), Ave (8,9%), Área Metropolitana do Porto (7,4%) e nas regiões do Tâmega e Sousa e do Alto Minho (ambas com 7,2%)”, refere o INE. Segundo a mesma análise, “o instituto estatístico, no Cávado e na Área Metropolitana do Porto o crescimento da construção coincidiu com o aumento da população residente entre 2011 e 2023 (+4,8% e +2,5%, respectivamente)”.

O documento, que faz uma análise territorial da construção de edifícios em Portugal entre 2011 e 2023, salienta que, no mesmo período, o licenciamento de obras registou uma ligeira tendência decrescente no número de edifícios e pisos, com taxas médias de crescimento anual de -0,6% e -0,5%. “O total de edifícios e pisos licenciados foi de 216,2 mil e 419,8, pela mesma ordem. Para esta diminuição contribuíram a maioria das regiões”, com excepção de Setúbal, grande Lisboa e Região Autónoma da Madeira onde o licenciamento de edifícios e de pisos registaram taxas médias de crescimento anual positivas.

Quanto aos valores médios relativos ao licenciamento, registou-se uma ligeira diminuição da construção em altura, de 1,8 pisos por edifício em 2011 para 1,7 pisos por edifício em 2023. Já nos fogos licenciados, destacaram-se as tipologias T3 ou superior, com uma média de 4,1 divisões por fogo licenciado em 2023, inferior à média de 4,6 divisões por fogo licenciado registada em 2011.

A construção nova foi o tipo de obra predominantemente licenciada em Portugal na maioria dos anos entre 2011 e 2023.  A excepção vai para o período entre 2012 e 2014, onde as obras de reabilitação do edificado (alterações, ampliações e reconstruções) superaram o licenciamento para construção nova. No total, as obras de reabilitação registaram uma trajectória de crescimento entre 2011 e 2012, ano em que atingiram o valor mais elevado do período analisado, com 60,2 licenças por cada 100 construções novas. Em 2023, este indicador situava-se nos 30,3, refere o INE.

Analisando a pressão construtiva o Instituto de Estatística refere que esta “evidenciou fortes assimetrias regionais”, registando maior intensidade nas zonas litorais e metropolitanas.  Os valores mais elevados no eixo da área construída observaram-se na Área Metropolitana do Porto e na Grande Lisboa, enquanto o Algarve, a Península de Setúbal e o Cávado se destacaram por conjugarem a pressão construtiva quer na área construída, quer na altura. Enquanto na Grande Lisboa e na Área Metropolitana do Porto o crescimento concentrou-se sobretudo na pressão em área.

Já no eixo da altura, o INE destaca ainda algumas regiões fora dos grandes centros urbanos, como o Alentejo Litoral, Baixo Alentejo, Terras de Trás-os-Montes e Médio Tejo, com dinâmicas localizadas de verticalização. Em sentido inverso, o Alto Minho, a Grande Lisboa e a Beira Baixa registaram os valores mais negativos neste indicador.

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Câmara de Setúbal vai investir 1,5M€ em dois projectos para Azeitão

A Câmara de Setúbal vai avançar com dois investimentos qualificadores do território azeitonense num montante superior a 1,5 milhões de euros

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A Câmara de Setúbal vai avançar com dois investimentos qualificadores do território azeitonense num montante superior a 1,5 milhões de euros, com a aprovação de um procedimento de contratação e de um projeto de execução.

Uma das deliberações diz respeito ao projeto de execução para conceção-construção do Auditório de Azeitão, já com empreitada adjudicada à empresa Colicapela 2 – Construções Lda., pelo valor de 898 mil e 733,88 euros, mais IVA, com um prazo de obra definido em 210 dias.

O Auditório de Azeitão procura dar resposta às necessidades crescentes da comunidade, ao disponibilizar-se como um espaço cultural versátil e moderno, passível de enquadrar uma variedade de eventos culturais, como apresentações musicais, teatrais, conferências e projeções de filmes.

A outra proposta é a abertura de um procedimento de contratação pública, por lotes, para uma empreitada de qualificação urbanística na envolvente do Auditório de Azeitão e do futuro Mercado de Brejos de Azeitão, o qual já está em obra, o preço-base global de 498 mil e 955 euros, mais IVA, com prazos de execução de, respetivamente, 120 e 60 dias.

A intervenção na envolvente dos dois equipamentos inclui limpeza, demolições e modelação de terrenos, a execução de áreas ajardinadas com rega, a construção de passeios e a criação de redes de drenagem pluvial, a par da instalação de mobiliário urbano, pinturas e sinalização rodoviária e colocação de iluminação e infraestruturas elétricas.

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Kronos Homes investe 150 M€ em primeiro projecto mixed-use

Assinado pelo atelier Broadway Maylan, o Mima é composto por quatro edifícios distintos e complementares que integram residencial, hotelaria e apartamentos turísticos

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A Kronos Homes apresenta o seu novo investimento urbanístico em Lisboa, num dos últimos terrenos para construção disponível no Parque das Nações. Este empreendimento representa um marco significativo para a promotora ao ser o primeiro projecto mixed-use desenvolvido pela marca em Portugal, integrando residencial, hotelaria e apartamentos turísticos. Com um investimento global de 150 milhões de euros, dos quais 25 milhões são destinados à componente hoteleira, o Mima afirma-se como uma proposta “ambiciosa e estratégica” para a capital.

Assinado pelo atelier Broadway Maylan, o Mima é composto por quatro edifícios distintos e complementares, desenhados para proporcionar uma experiência “integrada, funcional e sofisticada”, ao estilo das principais capitais europeias.

O edifício residencial, Mima Residences, já em fase de comercialização, conta com 51 apartamentos de tipologias T1 a T4 e valores a partir dos 600 mil euros. O edifício conta, ainda, com piscina, ginásio, jardim e recepção com segurança, e foi desenhado para tirar partido da luz natural e das vistas privilegiadas sobre o rio Tejo.

A componente turística do projecto é assegurada por dois edifícios autónomos, o Mima Living, que disponibilizam um total de 180 apartamentos com serviços integrados nas tipologias T1 e T2, com áreas entre os 45m² e os 70m². Estas unidades serão vendidas totalmente mobiladas e equipadas, com acesso a piscina, ginásio, zonas ajardinadas e serviços de gestão turística.

O empreendimento contará, ainda, com uma unidade hoteleira de quatro estrelas, operada sob a insígnia Tempo by Hilton, uma das mais recentes marcas internacionais do grupo Hilton, concebida para viajantes modernos que valorizam bem-estar e estilo de vida equilibrado. O hotel, que será um dos três primeiros da marca a abrir portas na Europa, ao lado de localizações como Belfast e Reiquiavique, terá 142 quartos e integrará também um espaço de fitness, bem como uma área de restauração e bar.

Esta aposta estratégica reflecte a “evolução do posicionamento” da Kronos Homes no mercado português, onde a promotora tem vindo a “consolidar um portefólio de empreendimentos de elevada qualidade arquitectónica e impacto urbano”.

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Retrato de Agostinho Ricca (1970) @Álvaro Ferreira Alves
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Acervo de Agostinho Ricca integra arquivo da Casa da Arquitectura

Agostinho Ricca, figura incontornável da arquitectura portuguesa, destacou-se pela “inovação” e pelo “rigor” ao longo de mais de seis décadas. A cerimónia de doação está agendada para esta quinta-feira, dia 22 de Maio, às 18h30, no Espaço Álvaro Siza

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A Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura vai integrar o acervo do arquitecto Agostinho Ricca, figura incontornável da arquitectura portuguesa, falecido em 2010 e cujo trabalho se destacou pela “inovação” e pelo “rigor” ao longo de mais de seis décadas. A cerimónia de doação está agendada para esta quinta-feira, dia 22 de maio, às 18h30, no Espaço Álvaro Siza.

A sua linguagem arquitectónica evoluiu ao longo do tempo, reflectindo diferentes influências. Inicialmente próximo da tradição académica das Beaux-Arts, com referências como Victor Laloux e Willem Dudok, viria a aproximar-se do modernismo de Alvar Aalto, Le Corbusier e Frank Lloyd Wright. Mais tarde, o seu trabalho dialogaria com correntes do pós-modernismo, inspirando-se em arquitetos como Carlo Scarpa e Jean Nouvel.

Ricca trabalhou em mais de 200 projectos ao longo da sua vida — só no Porto, aproximadamente 120 — dos quais 60 se concretizaram em obras construídas. Entre estas, destaca-se o Complexo da Boavista/Foco, um parque residencial projectado no início da década de 1960, constituído por habitação, comércio, um hotel, um cinema e a emblemática Igreja de Nossa Senhora da Boavista.

O conjunto documental a ser acolhido pela CA, é composto por mais de 12500 esquissos e desenhos técnicos, mas também maquetes, fotografias, documentação escrita, correspondência, registos de viagem e referências bibliográficas.

A doação, de enorme importância para a preservação do património arquitectónico nacional, reforça o papel da Casa da Arquitectura como instituição de referência para o tratamento e divulgação do trabalho dos arquitectos.

O momento da doação vai contar com a presença de Helena Ricca, filha do arquitecto, que representa a família doadora, e do arquitecto João Luís Marques, docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) e colaborador desde 2012 na organização e catalogação do arquivo do autor.

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Os trabalhos que a AD tem em mãos, as prioridades do Manifesto dos engenheiros, o novo projecto da Avenue e do Grupo Pestana no CONSTRUIR 531

Definidos os resultados eleitorais, está hoje mais claro o que teremos pela frente em matéria de obras públicas. Nesta edição do CONSTRUIR destaque igualmente para as prioridades que constam do Manifesto do Conselho Europeu de Engenheiros Civis, a aposta da SunEnergy em Espanha e o PortalPro. Mas há muito mais para ler no número 531

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A AD de Luís Montenegro foi a vencedora da noite eleitoral. Reforçou a sua presença no Parlamento e a distância face ao seu adversário histórico (PS). Mas o resultado foi dos mais baixos de sempre e, sem maioria absoluta, terá de negociar com PS e Chega para conseguir governar. Em mãos terá, no entanto, um conjunto de obras que estavam já delineadas e que abrandaram o desenvolvimento à conta da incerteza em torno do novo Executivo. Ultrapassado o impasse, há um conjunto relevante de trabalhos em condições de avançarem

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O Manifesto do Conselho Europeu de Engenheiros Civis defende que actualização de normas de construção ou a incorporação de projecções climáticas no design de infraestruturas são prioritárias

dst em Itália com a “construção do futuro”
O grupo de Braga está na Trienal de Milão e Bienal de Veneza para propor uma cultura construtiva, inspirada na sustentabilidade, inclusão e coesão urbana

Sustainable Value e o combate ao greenwashing
O Portal da Construção Sustentável reforça a sua missão de transformar a indústria e promover materiais e soluções que não comprometam o futuro do planeta

“Design, Eficácia e Inovação”
O CONSTRUIR falou com algumas das marcas mais reconhecidas de áreas distintas e que nos deram a sua perspectiva sobre de que forma a incorporação do design continua a ser uma estratégia cada vez mais importante

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Mafra lança concurso público de 7M€ para construção do Arquivo Nacional do Som

A construção do edifício do Arquivo Nacional do Som é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O prazo para a apresentação de propostas termina a 13 de Junho

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Câmara Municipal de Mafra lança concurso público referente à empreitada de construção das instalações do Arquivo Nacional do Som. A empreitada tem um valor base superior a 7.161.256,00€. O prazo para a apresentação de propostas termina a 13 de Junho.

O Arquivo Nacional do Som é um equipamento cultural cuja principal função é criar, reunir, catalogar e tornar acessíveis arquivos áudios (discursos conversas, músicas ou paisagens sonoras), que tenham uma relação com o contexto português ou com a língua portuguesa. A escolha de Mafra para localização deste equipamento permite a criação de sinergias com o futuro Museu Nacional da Música e com o Polo de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa.

A construção do edifício do Arquivo Nacional do Som é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O edifício de cinco pisos, será localizado na Rua Coronel Vítor Alves, perto do Palácio Nacional de Mafra. O projecto arquitectónico foi vencedor do concurso público de arquitectura e foi desenvolvido pelo Atelier Carvalho Araújo.

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