Presidente da Mota-Engil admite que o mercado nacional “vai ser invadido pela construção espanhola”
O mercado português corre o risco de ser inundado por cada vez mais players [grupos] internacionais”, salienta António Mota, para quem “era importante haver em Portugal mais três ou quatro empresas com a dimensão da Mota-Engil e da Teixeira Duarte”
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“O nosso mercado vai ser invadido pela construção espanhola”. Quem o diz é o presidente da Mota-Engil que, em entrevista a jornal Público, considera que Espanha, apesar da crise, conseguiu manter um pequeno grupo de empresas maiores. “O que eu prevejo é que a concorrência vai ser enorme, e o mercado português corre o risco de ser inundado por cada vez mais players [grupos] internacionais”, salienta António Mota, para quem “era importante haver em Portugal mais três ou quatro empresas com a dimensão da Mota-Engil e da Teixeira Duarte”. “Se tivesse havido alguma preocupação para resolver estes problemas acho que o sector não se tinha degradado tanto”, revela o responsável do grupo que Mota assegura ser, hoje em dia, “uma multinacional de médias empresas”. “Não somos uma empresa internacional”, refere António Mota, explicando que “somos uma média empresa em Portugal, uma média empresa em Angola, uma média empresa no México”. “Em alguns mercados temos uma quota significativa, mas não temos uma grande empresa que seja capaz de formar os quadros e ser a base. O know-how que antes estava concentrado em Portugal está hoje mais disperso. Isso cria dificuldades”.
Na mesma entrevista, António Mota assume que a “diversificação é uma obrigatoriedade” na estratégia do Grupo e isso passa, invariavelmente por novos mercados. Marrocos é uma das hipóteses, sendo que para isso contam com o contributo do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, responsável por um “contributo muito importante na abordagem em alguns mercados de África onde a Mota-Engil não estava e está a pensar em entrar”. Além disso, o responsável do grupo não descarta o mercado imobiliário como uma hipótese, apesar de assumir que “é uma área que nunca teve grande peso” no negócio. “Sendo muito mais construtor do que promotor, nunca gostei muito de obras do imobiliário, mas admito que a Mota-Engil deveria ter olhado melhor para este segmento nos últimos tempos”, acrescenta António Mota, que assume que “o boom da construção no imobiliário ainda não acabou. O crescimento vai continuar, apesar de mais moderado. Temos um conjunto de terrenos próprios, em Lisboa e no Porto, vamos olhar para eles. Mas são áreas onde é preciso sempre muito dinheiro”.