Japonês Kengo Kuma e portugueses OODA ganham concurso do Matadouro Industrial no Porto
Um dos elementos fundamentais do projecto é a rua pedonal coberta, que o atravessa de ponta a ponta, ligando a um jardim suspenso sobre a VCI que dá acesso à Estação de Metro do Estádio do Dragão

CONSTRUIR
“Estamos totalmente comprometidos com a transição para uma economia de baixo carbono”
Comissão Europeia dá luz verde ao estatuto de “cliente electrointensivo”
Comunidade Intermunicipal de Aveiro prepara obra de defesa do Baixo Vouga
Antigo Tribunal da Maia dá lugar a empreendimento de luxo
Greenvolt vende parque eólico na Polónia por 174,4 M€
Hipoges implementa tecnologias para reduzir consumo de energia nos seus imóveis
IP Leiria avança com investimento de 3,7M€ em residências para estudantes
InovaDigital apresenta tecnologia para transformação digital das empresas de mediação
Intermarché investe 5 milhões de euros em nova loja em Leiria
Mercado de escritórios encerra 1.º trimestre sob pressão em Lisboa e Porto
O arquitecto japonês Kengo Kuma, em conjunto com os portugueses OODA ganharam o concurso para a reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, no Porto. A construção estará a cargo da empresa portuense Mota Engil.
O investimento de reconversão do antigo Matadouro está orçado em quase 40 milhões de euros, totalmente suportado por privados. O espaço será usado para acolher empresas, mas também reservas de arte, museus, auditórios e projetos de coesão social.
O projecto de arquitectura é da autoria do conceituado arquitecto Kengo Kuma , em parceria com os portugueses OODA. O japonês é autor de projetcos reconhecidos em todo o mundo, nomeadamente o novo Estádio Nacional do Japão, que será palco da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio; Suntory Museum of Art, também na capital japonesa; a Bamboo Wall House, na China; a sede do Grupo Louis Vuitton, no Japão ou Besançon Art Center, em França.
A Mota Engil prevê construir uma grande cobertura que, num só gesto, une o antigo, que será preservado, e o novo edifício de remate, assim como a passagem por cima da VCI. “Todo o trabalho foi feito com o cuidado e sensibilidade de quem intervém em património histórico, mas pretendendo criar unidade e identidade. Estabelece assim um diálogo de escala com as grandes infraestruturas adjacentes e, através dos materiais, com o casario da freguesia da Campanhã. O desenho da cobertura não só une todo o complexo, como através do seu movimento, sublinha as partes essenciais do programa, servindo como pontos de referência e orientação. A proposta cria um impacto visual único para quem atravessa a VCI e permite fazer com que a cidade ganhe elasticidade”, refere em comunicado a câmara municipal do Porto.
O projecto do Matadouro irá também articular com as acessibilidades criadas e para outras infraestruturas (as construções do Terminal Intermodal de Campanhã e da nova ponte que ligará a zona oriental a Gaia serão contemporâneas), pode servir como grande impulsionador económico, social, cultural e demográfico das freguesias mais orientais do Porto (Bonfim e Campanhã), mas será também um extraordinário polo dinamizador de toda a cidade.
Com áreas para a instalação de empresas, mas também com museus (o Museu da Indústria ficará lá sediado), reservas de arte, auditórios, espaços expositivos e equipamentos sociais, o Matadouro não é, contudo, a repetição do conceito de condomínio empresarial fechado como existe noutros locais, mas antes um espaço aberto e de passagem, ou seja, será parte da cidade.
Um dos elementos fundamentais do projecto é a rua pedonal coberta, que o atravessa de ponta a ponta, ligando a um jardim suspenso sobre a VCI que dá acesso à Estação de Metro do Estádio do Dragão. Este canal permitirá dar vida quotidiana ao espaço, introduzindo-lhe vivência de cidade e não fechando o ecossistema. Dito de outra forma, o Matadouro cria a grande rua coberta do Porto, a partir da qual se desenvolve uma cidade nova, capaz de servir como grande impulsionador da zona oriental.
O concessionário, que será responsável por todo o investimento, fica obrigado a cumprir o programa delineado pela Câmara do Porto nos próximos 30 anos, findos os quais, o equipamento ficará municipal. Nesse período, a Câmara do Porto também ocupará parte do Matadouro, onde desenvolverá a parte cultural e de coesão social associada.