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    MUDE e Amoreiras promovem exposição sobre design

    “Presente Futuro. Design para a mudança” leva para o Amoreiras vinte e quatro propostas de design

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    No sentido de ir ao encontro de públicos mais variados, o MUDE, no âmbito da programação cultural e expositiva “FORA DE PORTAS”, inaugura no Amoreiras Shopping Center, no próximo dia 6 de Setembro, a exposição “Presente Futuro. Design para a mudança”, que ficará patente até 21 de Outubro.
    Segundo nota de imprensa enviada ao CONSTRUIR, o MUDE explica que, à semelhança do que tem vindo a fazer até então, esta mostra tem como objectivo a “sensibilização e consciencialização para a importância do design como factor de transformação social, de modo a contribuir para a formação de utilizadores mais informados, conscientes, críticos e criativos”.
    “Presente Futuro. Design para a mudança” leva para o Amoreiras vinte e quatro propostas de design que cobrem sectores tão diversos como a saúde e a nutrição, o desporto, a alimentação, os transportes, as comunicações, a segurança, a educação ou a música. O denominador comum, refere a mesma fonte, é “serem um barómetro do presente em mudança, ao contribuírem de diferentes maneiras para uma alteração de atitudes, comportamentos e valores, sendo exemplos do futuro em gestação”.
    A exposição insere-se na estratégia de dinamização e valorização da cultura, arte e design por parte do Amoreiras Shopping Center, que procura oferecer iniciativas de relevância e qualidade ao seu público. Depois da parceria com o MNAA em 2017 e com o Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, a exibição “Presente Futuro. Design para a mudança” será uma oportunidade para “desafiar os públicos mais variados para a importância do design nas suas diferentes aplicações”, conclui a mesma fonte.
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    Openbook Partners 2024

    Arquitectura

    Openbook: A reestruturação da Firma

    Fruto de um processo de reestruturação e rebranding nasce o Grupo Openbook, o qual integra agora cinco entidades: Architecture; Real Estate; Design; Studio e Engineering. Uma transformação que evidencia, desde logo, crescimento do volume de negócios, dos projecto e das geografias onde actua. Paulo Jervell, um dos sócios fundadores do Grupo explica-nos o processo de transformação do escritório, o âmbito de actuação das novas entidades e o seu impacto na arquitectura que praticam e nos valores que defendem

     

    “Pretendemos reforçar o posicionamento do grupo como líder em inovação, com uma oferta integrada ao cliente. Este é o grande motor desta reestruturação”, afirma à Traço Paulo Jervell, um dos sócios fundadores da Openbook. A firma deu lugar a um grupo, que compreende cinco entidades, e que emprega mais 90 colaboradores. No centro de tudo está a arquitectura e a defesa das premissas e dos valores que nos acompanharam a actividade da Openbook ao longo dos anos: “rigor, qualidade, obsessão pelo detalhe e pela funcionalidade”

    Paulo Jervell, um dos sócios fundadores a Openbook

    Esta apresentação recente que fizeram ao mercado é o resultado de um trabalho que vem sendo feito há pelo menos uns dois anos. Correcto?
    São áreas que já trabalhávamos e que criaram universos diferentes. Mas 2024 foi um ano marcante para a Openbook, em que consolidámos o nosso reposicionamento como grupo multidisciplinar. Este movimento estratégico impulsionou o crescimento financeiro – no final de 2024 a Openbook vai ultrapassar os 10 milhões de euros em facturação – a expansão da equipa e a entrada em novos mercados. Com o rebranding lançado este ano pretendemos reforçar o posicionamento do grupo como líder em inovação, com uma oferta integrada ao cliente. Este é o grande motor desta reestruturação.

    O que vem mudar este rebranding?
    No que diz respeito à evolução das áreas de negócio, este rebranding ou esta reestruturação, aliás, são as duas coisas em simultâneo, surge para clarificar a nossa estratégia de crescimento. Vamos passar a adoptar uma nomenclatura de grupo, grupo esse que vai ter cinco empresas: Openbook Architecture, Openbook Real Estate, Openbook Studio, Openbook Engineering e Openbook Design. Algumas destas empresas são lideradas por parceiros que já colaboravam com a Openbook mas que agora assumem estas áreas de negócio de uma forma independente, mas sempre sob uma visão de grupo. O que queremos é que estas empresas possam desenvolver-se nos segmentos onde são especializadas, com estratégias e objectivos de negócios bem definidos, consolidando o nosso posicionamento enquanto grupo multidisciplinar.

    Como é que estas entidades vão operar?
    Sempre sob o chapéu do grupo Openbook, no universo de serviços que o grupo presta, mas para um conjunto de áreas de actuação muito mais diversifica daquele que o grupo actuava actualmente. Falando um pouco sobre cada uma destas entidades: A Openbook Architecture, que é, como vocês sabem, é uma empresa fundada em 2007, muito focada na concepção de espaços, muito alicerçada na criatividade e no padrão de qualidade que oferecemos aos clientes e que fomos, ao longo dos anos, expandindo em termos de actuação. Mantemos sempre as premissas e os valores que nos acompanharam ao longo destes anos – rigor, qualidade, obsessão pelo detalhe e pela funcionalidade – valores que, de alguma forma, pautam o crescimento da área da arquitectura. Dada a nossa estratégia de diversificação, o peso dos projectos corporativos foi-se equilibrando com o crescimento de projectos em áreas como saúde, residencial e de hotelaria, que acabaram por assumir, eu diria, uma fatia do bolo muito relevante e neste momento conseguimos inverter a balança. Estávamos muito alicerçados em projectos corporativos, agora temos uma balança muito mais equilibrada e mais diversificada.
    No que diz respeito ao Openbook Real Estate, o que é que pretendemos com a criação desta empresa? Oferecer uma experiência global que permite proporcionar aos clientes serviços de análise financeira e planeamento estratégico, orientar os clientes para novas oportunidades de investimento e criar soluções personalizadas que combinem uma visão independente com profundo conhecimento no sector, seja através de mercado de capitais, consultoria imobiliária, estruturação de operações de investimento e mesmo gestão de activos.

    O que vos leva a passar da arquitectura para a consultoria em real estate?
    Não estamos a passar da arquitectura para a real estate. Desde a criação da Openbook nunca nos revimos como um ateliê de arquitectura. eu costumo dizer que somos uma empresa, neste momento um grupo de empresas, mas éramos uma empresa com um ateliê de arquitectura. Esta sempre foi a nossa estratégia. A consultoria em real estate, como diz e bem, surge também pela mesma razão da criação de outras empresas, aproveitar oportunidades. Através da relação que todas as empresas que hoje em dia fazem parte do grupo, surge um conjunto de oportunidades que, tendo um acompanhamento integral com as várias expertises que existem, permite-nos oferecer um serviço de maior de abrangência, diversidade e qualidade. Isso é a grande, eu diria, atractividade do grupo em ter todas estas empresas. Consoante as necessidades do cliente, conseguimos dar-lhe uma resposta e uma solução final.

    O que nos leva então à Openbook Studio. Que serviços oferece esta empresa?
    Openbook Studio surge potenciada por um histórico que tínhamos com uma parceira nossa nesta área de interior design. Adquirimos a empresa, na qual temos uma participação maioritária, e assim nasceu a Studio, que está muito focada em hospitality, hotelaria e residencial. A Openbook Studio está já a fazer o novo Choupana Hills, um hotel de cinco estrelas na Madeira, um projecto que teve vários momentos, mas que agora está a todo o vapor. Tem também em curso um projecto de mais de dois mil apartamentos em Hanói, no Vietnam. São quatro torres residenciais e o interior design foi entregue à Openbook Studio.

    Temos ainda a Openbook Design…
    Openbook Design, à semelhança da Studio, também era uma área de negócio onde já actuávamos com parceiros e, mais uma vez, o que fizemos foi adquirir esta empresa com integração no grupo. A Openbook Design faz única e exclusivamente trabalho de design em termos de wayfinding, sinalética e branding. E é uma área de negócio que acompanha muito a Openbook Architecture e o Openbook Studio. Por exemplo, num projecto corporativo do Openbook Architecture, toda a componente de sinalética, de nomenclatura das salas, de wayfinding em termos de sinalética, naming do edifício, é realizada pela Openbook Design.

    Por fim, temos a Openbook Engineering.
    Que vem transformar esta visão em realidade na componente técnica, através da gestão do projecto para o cliente. Esta entidade trabalha única e exclusivamente para projectos do grupo. Esta sim, foi criada sem nenhuma aquisição orgânica, foi criada internamente do zero. Obviamente, para efeitos de expertise, fomos buscar ao mercado o responsável desta área, que vem do mundo da engenharia.

    Em termos de peso dentro do grupo qual a área que terá maior peso?
    Neste momento, a Openbook Architecture continua a ter um peso muito destacado e significativo no que diz respeito ao volume de negócios. No entanto, é expectável, e isso tem vindo já a concretizar-se que a Openbook Real Estate tenha no futuro um peso muito considerável no volume de facturação do grupo e depois todas as outras áreas, afinal, são empresas startup e que obviamente estão a fazer o seu percurso. Não obstante, é importante referir que todas elas, na data zero de criação, sendo todas elas startups, vão ter resultados positivos no final do ano.

    Mantêm-se os quatro partners, mas agora temos outros responsáveis. Como está organizado o grupo?
    Os quatro partners mantêm-se como os partners da holding do grupo, depois a Openbook Real Estate, a Openbook Studio e a Openbook Design, uma vez que foram adquiridas, são geridas por sócios, managing partners, que têm uma parte do capital de cada empresa. A Openbook Engineering é a única que ainda é detida a 100% pela Holding.

    Em que é que se traduz este crescimento em termos orgânicos?
    Hoje temos 90 colaboradores, reforçámos as áreas de suporte, da arquitectura, do design e real estate. E depois, como último, daria nota deste reconhecimento internacional, que obviamente é alicerçado no portfólio da empresa e no track record de grande relevância que temos vindo a conseguir e que despoletaram uma série de oportunidades internacionais em várias geografias.

    Maior projecção internacional e projectos com impacto

    Essa maior projecção internacional vai levar a Openbook para que mercados? A base permanece em Portugal?
    Em termos físicos, mantemo-nos com base em Portugal. Ainda estamos no mesmo escritório, mas tivemos que obviamente expandir, neste momento já temos mais um piso aqui no edifício onde estamos. Neste momento, produzimos de Portugal para todas as geografias onde estamos envolvidos. Mantemos o escritório do Brasil em São Paulo e estamos, neste momento, a arrancar, com o escritório no Dubai. Contamos a partir de Janeiro já ter uma presença no Dubai.

    Porquê Dubai?
    Estamos sempre atentos a novas oportunidades. Tivemos um conjunto de desafios por parte de alguns clientes, internacionais, para desenvolver alguns projectos no Dubai e depois resultado de uma análise estratégica de prospecção de mercado, entendemos que o Dubai é uma excelente base para todo o mercado do Médio Oriente, não só Dubai, mas Arábia Saudita e Qatar. Este é um mercado que está em forte crescimento, valoriza muito os parâmetros de qualidade e de inovação que o grupo detém e entendemos que era um momento para dar o salto

    Qual o peso dos diferentes mercados para o grupo?
    Diria que neste momento o mercado internacional já poderá representar cerca de 30% do volume de facturação do grupo, com tendência a crescer bastante.

    Que projectos destacaria? No panorama nacional este ano têm sido destacados a “nova cidade” para o Novo Banco e a Sede da Galp…
    Adicionaria a esses o campus do BNP Paribas, que compreende mais de 30 mil m2, que é um projecto que está em construção. Fora do mercado corporativo destacaria, por exemplo, o projecto do Lote 10 em Alcântara, que é um projeto de um edifício de uso misto, cuja construção irá arrancar no início de 2025, terá mais de 20 mil m2 e vai ser também um projecto muito, eu diria, inovador, quer através das suas técnicas construtivas quer através das soluções que introduzimos no edifício em termos de soluções bioclimáticas, de toda a componente de sustentabilidade. Vai ser adoptada uma solução construtiva metálica, portanto, muito descarbonizada, se assim lhe posso dizer, com uma componente de pré-fabricação, pré modelação para, obviamente, fazer face a grandes problemas que temos hoje em dia no mercado, que é a mão de obra. E essa falta de mão de obra exige quer dos promotores, dos construtores, dos arquitectos e dos engenheiros novas soluções construtivas que permitam de alguma forma colmatar estes aspectos. Estamos ainda a desenvolver os projectos para dois novos hospitais, o Hospital da Luz de Setúbal e o Hospital da Luz do Porto.

    E em termos internacionais?
    No Luxemburgo estamos a desenvolver um projecto de um novo edifício de escritórios para uma empresa luxemburguesa. Estamos a desenvolver vários projectos em Luanda, que vão ser projectos com uma referência muito forte, e já temos oportunidades concretas em várias geografias, nomeadamente no Dubai, na Indonésia, onde estamos também a explorar um conjunto de projectos em Jakarta.

    Pode especificar um pouco o que está a ser feito em Angola?
    São três projectos grandes em Luanda. Dois são edifícios de escritórios, entre os 10 a 15 mil metros quadrados, para dois operadores angolanos diferentes. E depois estamos a fazer o masterplan para uma entidade internacional, que vai ser um projeto muito grande, são mais de 160 mil metros quadrados e vai ser um projeto de uso misto, habitação, escritórios, leisure, landscape.

    A escolha do momento e o impacto na arquitectura

    Este é o timing certo para esta restruturação?
    Pensamos que sim, é um culminar de um ano muito forte de grandes transformações e que faz sentido ser agora e faz sentido clarificar esta estratégia, faz sentido dar e começar a trabalhar também numa estratégia de comunicação e de marca para cada uma destas empresas, que têm targets específicos, que vão ser autónomas nas suas áreas e, portanto, precisam também de adequar a sua comunicação aos segmentos onde são especialistas.

    Qual foi o investimento realizado?
    É muito elevado. Ou seja, há aqui uma grande preocupação do grupo em ter um crescimento sustentado, sempre o tivemos, aliás. Este crescimento prossupõe um investimento numa estrutura local, estabelecermos nestas geografias, e neste caso específico no Dubai, mas passa também por um fortíssimo investimento em termos de crescimento e de consolidação de algumas áreas de suporte, quer na área financeira quer na área dos recursos humanos, quer na comunicação, comercial. Um investimento que o grupo tem vindo a fazer, de forma muito sustentada, sempre recorrendo a capitais próprios.

    Qual o impacto deste processo transformador na arquitectura que praticam?
    A arquitectura que praticamos será focada nos mesmos valores de sempre: elevada qualidade e rigor com foco no cliente e sempre procurando exceder as expectativas, inovando nas soluções apresentadas. Com esta nova nomenclatura, vamos consolidar um posicionamento multidisciplinar que nos vai permitir ser mais competitivos noutros os segmentos e mercados bem como oferecer uma proposta serviços integrados sempre que faça sentido, mas o ADN com que desenvolvemos os projectos, esse será o de sempre: qualidade, criatividade, inovação e uma grande responsabilidade para com as necessidades e aspirações dos nossos clientes. Queremos estar à frente do mercado e consolidar a nossa liderança no sector.

    A nível pessoal, para o Paulo, arquitectura é algo que já só consegue acompanhar à distância?
    Somos quatro sócios, três dos quais arquitectos e um financeiro, cada um de nós tem a sua expertise muito própria e às vezes acumulamos responsabilidades, mas cada um tem as suas áreas também bastante bem definidas.
    A título pessoal, a arquitectura continua a ser a minha paixão, e mesmo se hoje em dia tenho uma componente muito forte ou relevante em termos de exigência na gestão do grupo, sem a paixão pela arquitectura é difícil incutir toda esta componente de inovação e de transformação do talento interno que temos na empresa, se não estivermos envolvidos nos projectos. O crescimento da empresa para 90 colaboradores, por mais asset que estes colaboradores já o sejam, toda a cultura, e agora vou-me desfocar dos valores do grupo, mas focar-me nos valores da arquitectura, todo o ADN da arquitectura do grupo, linguagem arquitectónica que nós defendemos esta preocupação pelo detalhe, pela qualidade, pela funcionalidade, se isto tudo não é passado e incutido na equipa, o grupo não consegue crescer de forma sustentada mantendo este foco.

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Hannelore Caenepeel, senior exhibition manager & business developer

    Arquitectura

    Architect@Work cresce em área de exposição e consolida presença em Lisboa

    Nos dias 4 e 5 de Dezembro, a FIL Lisboa, abre as portas para a segunda edição do Architect@Work, onde são esperados 147 expositores e largas centenas de produtos em exposição. Com uma forte componente de seminários e debates, o tema central deste ano tem como foco os ‘Materiais Saudáveis’, onde factores-chave como a pegada de carbono, a reciclabilidade e a energia incorporada são cada vez mais uma preocupação quando se projecta

    Cidália Lopes

    Architect@Work 2023 (foto cedida pela organização do evento)

    Depois do “sucesso” da primeira edição e que demonstrou que “os arquitectos e designers de interiores precisavam definitivamente de um evento B2B de alto nível especificamente dedicado à sua profissão”, o Architec@Work (A@W) Lisboa regressa para dois dias de debates e exposições.

    São esperadas um total de 147 marcas que vão apresentar as suas inovações, “representando um crescimento de 21% no número de expositores”, face à edição do ano anterior e mais de 450 inovações em exposição, indica Hannelore Caenepeel, senior exhibition manager & business developer do A@W. A responsável destaca, ainda, a “forte presença de empresas portuguesas”, que representam cerca dos 70% dos expositores.

    No arranque desta segunda edição, a organização confirma, entretanto, a realização de mais uma edição em 2025, nos dias 3 e 4 de Dezembro, também na FIL, em Lisboa.

    Concebido num formato disruptivo, pensado para criar uma conexão “informal” entre os fabricantes, arquitectos e designers, a marca surge em 2003, na Bélgica, depois de se verificar uma lacuna neste tipo de eventos.

    Com o foco na inovação, os expositores são obrigados a trazer para o evento as principais novidades, cujos produtos são primeiramente sujeitos a uma avaliação por parte de um júri de arquitectos e designers de interiores.

    Mais do que um espaço de exposição, o Architect @ Work pretende ser um espaço “único, dinâmico e acolhedor”, semelhante a um lounge. Os corredores tradicionais da FIL são transformados em áreas lounge onde se pode relaxar, ter reuniões de uma forma mais informal e privada e o mais importante: onde se pode desfrutar do catering gratuito que é fornecido durante todo o evento para os visitantes bem como para os expositores.

    Com o tema ‘Materiais Saudáveis’, a organização vai contar com a curadoria da MaterialDriven, que irá focar-se no impacto que os materiais têm no ambiente, tendo em conta factores-chave como a pegada de carbono, a reciclabilidade e a energia incorporada

    Com o olhar nos ‘Materias Saudáveis’

    Tendo como ponto de partida nesta edição os ‘Materiais Saudáveis’, Hannelore Caenepeel reconhece que se trata de um tema que “pode ser interpretado de forma abrangente”.

    Para o efeito, a organização vai contar com a curadoria da MaterialDriven, que irá focar-se especialmente neste tema e na importância que a curadoria de materiais tem para qualquer arquitecto ou designer. O impacto que os materiais têm no ambiente, tendo em conta factores-chave como a pegada de carbono, a reciclabilidade e a energia incorporada são cada vez mais uma preocupação antes de estes serem seleccionados para os projectos.

    Além desta componente está previsto uma série de palestras, com temas que vão desde a aprendizagem e prática de arquitectura à ligação entre Espaço, Natureza e Identidade, ou, ainda, da arquitectura das emoções, património e contemporaneidade à profissão do arquitecto.

    O evento conta ainda com uma instalação itinerante temporária. “A cidade imaginária”, da autoria de Raffaele Salvoldi, foi desenhada para “juntar as pessoas” e “provocar emoções” em espaços culturais. Segundo a autora, a peça representa um “horizonte imaginário de uma cidade” com formas “monumentais”, feito de centenas de milhares de blocos de madeira Kapla, colocados “cuidadosamente” uns sobre os outros sem a utilização de cola nem juntas.

    Também, e pela terceira vez, o Mural de Projectos Architect@Work mostra a diversidade do trabalho das empresas membros da World-Architects. Enquanto as duas primeiras edições se centravam, exclusivamente, no trabalho dos arquitectos, a selecção de 60 projectos que vão estar expostos nesta edição reflectem a “orientação multidisciplinar” da World-Architects.

    No arranque desta segunda edição, a organização confirma, entretanto, a realização de mais uma edição em 2025, nos dias 3 e 4 de Dezembro, também na FIL, em Lisboa

    Programa:

    4 de Dezembro

    Materiais Saudáveis em Arquitectura: Criar Espaços de Bem-Estar

    Tiago Rebelo de Andrade – Rebelo de Andrade

    O arquitecto português Tiago Rebelo de Andrade aborda a importância dos materiais saudáveis no design de espaços, explorando a sua influência no bem-estar do Cliente. Na sua apresentação, destacará exemplos práticos de projectos onde a selecção de materiais, com elementos como a iluminação, a ventilação e a acústica, desempenham um papel essencial na criação de ambientes que promovem a tranquilidade e a desconexão. O arquitecto partilhará, também, os desafios e as abordagens utilizadas pelo seu atelier para criar espaços atraentes e saudáveis.

    Aprendizagem e Prática de Arquitectura

    Miguel Marcelino – Atelier Miguel Marcelino 

    Numa viagem por vários temas arquitectónicos reflecte-se sobre o processo de aprendizagem de arquitectura por extrospecção. Especula-se a influência que esse mesmo processo estabelece na prática de arquitectura, inflectindo a reflexão num exercício de introspecção. Pelo meio são apresentados alguns projectos.

    Arquitetura Sensível: Ligação entre Espaço, Natureza e Identidade

    Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira – SAMI-arquitectos

    Desde o aclamado Centro de Visitantes da Gruta das Torres, nos Açores, o estúdio adopta uma abordagem sensível e consciente que busca a integração e a coerência em cada projecto. Nesta palestra, partilharão a sua visão sobre como o design pode criar espaços tecnicamente sofisticados e esteticamente intemporais, promovendo uma ligação única entre as pessoas, a arquitectura e a natureza.

    5 de Dezembro

    A arquitectura das emoções

    Paulo Jorge de Bastos Martins – Paulo Martins 

    A arquitectura molda as emoções humanas ao responder às necessidades essenciais, desde as fisiológicas até à auto-realização. A utilização de materiais saudáveis, tangíveis e intangíveis — como luz, ar, som, cores, design activo e ligação à natureza — desperta emoções que promovem o bem-estar e criam experiências enriquecedoras. Espaços bem projectados têm o poder de afectar profundamente os sentidos, provocar sentimentos e incentivar interacções significativas. Assim, a arquitectura torna-se um meio de evocar emoções positivas e elevar a qualidade de vida, respondendo de forma harmoniosa às diferentes necessidades humanas.

    Património e Contemporaneidade: Um Diálogo Necessário

    Marta Pavão e Guilherme Bivar – Atelier Cais

    A dupla de arquitectos irá falar sobre a construção sustentável na reabilitação de casas, com foco na preservação das fachadas existentes e de como essa estratégia contribui para a salvaguarda da memória do lugar, para a valorização do património histórico e para a criação de cidades mais vibrantes e autênticas. Serão, ainda, abordados os desafios e as vantagens da reabilitação sustentável, através do recurso a técnicas e materiais inovadores que permitem aliar a preservação histórica à eficiência energética, assim como os benefícios sociais e económicos desta abordagem.

    Profissão

    Avelino Oliveira – presidente da Ordem dos Arquitectos 

    A Comissão Europeia e a OCDE, apoiadas pelas Autoridades da Concorrência, têm promovido reformas economicistas, sob o argumento de aprimorar o mercado interno e aumentar a competitividade. Essas acções reduziram os mecanismos de controlo, prejudicando o interesse público relativo à qualidade dos serviços, a protecção dos consumidores e formação dos profissionais. “A arquitectura é exemplo do insucesso dessas políticas, com perda de referenciais para a justa compensação pelos serviços prestados”, considera Avelino Oliveira, que irá abordar esta temática no evento, tendo como foco a necessidade de “estabelecer um quadro regulatório que combata a concorrência desleal e valorize o papel dos arquitectos”.

     

    Visões Elementares para Projectar o Futuro

    João Jesus – OODA Architecture 

    A arquitectura vai além de uma resposta técnica às necessidades humanas de construir espaços, sendo uma combinação de forma, materiais e contexto que procura equilibrar natureza, cultura e inovação, permitindo a transformação do ambiente natural e construído. Nesta conferência, o arquitecto João Jesus vai explorar a forma como são abordados os diferentes desafios, “equilibrando elementos para criar soluções que respondam às necessidades actuais e, ao mesmo tempo, abram novas possibilidades para o futuro”.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

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    Veja os melhores momentos do HAS 2024 (c/ galeria de imagens)

    No evento, que decorreu a 26 de Novembro, no Monsanto Montes Claros, participaram 45 empresas fornecedoras, de cerca de 20 segmentos, nomeadamente revestimentos, pavimentos, equipamentos de ginásio, mobiliário, climatização, amenities, fechaduras eletrónicas, iluminação, elevadores, lavandarias, têxteis, entre outros

    CONSTRUIR

    A revista Publituris Hotelaria voltou a unir-se ao Jornal CONSTRUIR e à revista Traço – ambas publicações do grupo Workmedia – para organizar o Hotels | Arquitects | Suppliers (HAS), onde os fornecedores do setor tiveram a oportunidade de mostrar as novidades que têm em catálogo a hoteleiros e gabinetes de arquitetura.

    No evento, que decorreu a 26 de Novembro, no Monsanto Montes Claros, participaram 45 empresas fornecedoras, de cerca de 20 segmentos, nomeadamente revestimentos, pavimentos, equipamentos de ginásio, mobiliário, climatização, amenities, fechaduras eletrónicas, iluminação, elevadores, lavandarias, têxteis, entre outros.

    O evento, que vai já na sua 8ª edição, começou como Hotels & Suppliers, ganhando uma nova designação, HAS, no ano passado, ao aliar a vertente de arquitetura. O objetivo passa por proporcionar reuniões one-to-one de 15 minutos entre fornecedores e profissionais de arquitetura e hoteleiros, facilitando negócios e oferecendo um ambiente dinâmico para conhecer os mais recentes produtos e equipamentos para o setor.

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    Paulo Jervell, founding partner do Grupo Openbook

    Arquitectura

    Grupo Openbook: um rebranding e uma nova organização

    Fruto do intenso crescimento registado nos últimos anos o escritório de arquitectura apresenta-se agora ao mercado com uma nova orgânica: a de grupo empresarial composto por cinco entidades e uma nova imagem. A nova dinâmica reflecte a aposta em projectos de grande escala, aposta em mercados internacionais, com abertura de escritório no Dubai já em Janeiro, e o reforço em todas as áreas de negócio

    CONSTRUIR

    O Grupo Openbook, anuncia o lançamento oficial do seu rebranding, marcando uma nova etapa estratégica para consolidar o seu posicionamento enquanto grupo multidisciplinar.

    Esta transformação reflecte o crescimento orgânico da Openbook e a diversificação das suas áreas de actuação, que agora incluem Arquitectura, Environmental Graphic Design & Wayfinding, Real Estate, Interior Design e Engenharia. Esta transformação marca uma nova etapa para a Openbook, destacando a sua ambição de liderar em mercados nacionais e internacionais, oferecendo soluções integradas e de excelência.

    Com uma equipa de 90 colaboradores, o grupo projecta alcançar uma facturação superior a 10 milhões de euros no final de 2024, o que representa um aumento de 70% face ao ano anterior.
    “O rebranding da Openbook simboliza o nosso compromisso em continuar a redefinir os limites da arquitectura, design, engenharia e consultoria imobiliária, oferecendo soluções integradas que combinam inovação, sustentabilidade e excelência técnica. Esta transformação reforça a nossa capacidade de actuar de forma multidisciplinar, adaptando-nos aos desafios globais e criando projectos que impactam positivamente não apenas os espaços, mas também as comunidades e as pessoas que os habitam“, sublinha Paulo Jervell, founding partner do Grupo Openbook.

    O rebranding apresenta uma identidade visual mais vanguardista e internacional, traduzindo a ambição do grupo de expandir para novos mercados e reforçar a sua liderança em segmentos como residencial, hoteleiro, comercial e corporativo. A assinatura de marca – “Space x Expertise” – simboliza a sinergia entre as diversas disciplinas da Openbook e o compromisso com a excelência e inovação em todas as fases dos seus projetos. O símbolo da multiplicação significa que um elemento potencia ao mesmo tempo que se refere aos conceitos de sinergia e cruzamento de valências.

    A reorganização em cinco empresas especializadas (Openbook Architecture, Openbook Real Estate, Openbook Design, Openbook Studio, Openbook Engineering permite que cada área actue de forma autónoma, ganhando agilidade e profundidade nos respectivos mercados, mas também possibilita a criação de sinergias para responder a projectos de maior escala e complexidade.

    Estas novas empresas são lideradas por managing partners que colaboravam anteriormente com a Openbook como parceiros da Openbook e que agora integram a estrutura do Grupo.

    Este crescimento reflecte, sobretudo, a aposta em projectos de grande escala e em mercados internacionais, incluindo geografias como Dubai, Angola, Vietname, Indonésia, França e Espanha, bem como a especialização em novas áreas de negócio.

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    IPO de Lisboa escolhe Saraiva + Associados para projectar novo edifício de ambulatório

    A garantia foi deixada pela própria equipa de Miguel Saraiva que, nas redes sociais, revela que “ao fim de mais de trinta anos de espera e uma geração perdida, a S+A foi escolhida para transformar o projeto em realidade e contribuir com a nossa experiência para o sistema público de saúde”

    Ricardo Batista

    O Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO Lisboa) vai ter um novo edifício de ambulatório e a escolha do conselho de administração recaiu sobre o projecto de arquitectura da Saraiva + Associados.

    A garantia foi deixada pela própria equipa de Miguel Saraiva que, nas redes sociais, revela que “ao fim de mais de trinta anos de espera e uma geração perdida, a S+A foi escolhida para transformar o projeto em realidade e contribuir com a nossa experiência para o sistema público de saúde”.

    “O que torna este projeto tão único é que vai além da incorporação das mais modernas tecnologias de atendimento, análise e tratamento enquadradas no futuro. Foi planeado como um espaço de trabalho humanizado, de qualidade para todos, diariamente. Isto tem um impacto positivo tanto nos pacientes, como nos seus cuidadores”, pode ler-se na página da Saraiva + Associados, que acrescenta que as “décadas de experiencia e estudos interdisciplinares resultaram num projeto de excelência, onde a luz é protagonista no edifício”.

    Este é um processo longo e que, em 2022, teve um importante passo com a publicação, em Diário da República, do anuncio para a contratação do projecto de execução. A decisão tem agora um novo capítulo com o anuncio do projecto vencedor. O custo global do investimento ascende a 57 milhões de euros. O novo edifício de ambulatório vai concentrar uma parte significativa da atividade de ambulatório e unidades de investigação.

    Este investimento vai permitir rentabilizar meios técnicos e humanos e melhorar as condições de atendimento aos utentes e de trabalho dos profissionais. Pretende-se ainda um edifício energeticamente sustentável e funcionalmente flexível. O imóvel deverá ocupar os terrenos do lado nascente do IPO e terá uma área útil superior a 24 mil metros quadrados.

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    Arquitectura

    Arquitectos: Novo Conselho de Supervisão votado a 29 de Novembro

    O Conselho de Supervisão da Ordem dos Arquitetos é um órgão independente composto por 15 membros com diversas representações: arquitetos inscritos, docentes de instituições de ensino e personalidades de mérito. A votação decorre no próximo dia 29, entre as 00 e as 24h (por via digital), ou entre as 10h e as 20h presencialmente

    Ricardo Batista

    Os arquitectos vão a votos no próximo dia 29, sexta-feira, para a eleição dos representantes da classe que integrarão o novo Conselho de Supervisão, um novo orgão de supervisão da Ordem e composto por membros e não membros daquela organização.

    São duas as listas na corrida à composição do órgão que foi criado por obrigatoriedade da disposição na Lei das Ordens (Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro) e do Estatuto da Ordem dos Arquitectos (Lei 12/2024 de 19 de janeiro) e que fará parte integrante do conjunto de órgãos sociais nos próximos actos eleitorais. Os membros eleitos ocuparão assim o cargo pelo prazo que resta até ao próximo acto eleitoral para a composição do Conselho Directivo nacional e das respectivas secções regionais, agendado para 2026.

    A Lista A, encabeçada por Egas Vieira e com o mote “Cumprir o Futuro” opõe-se à Lista B, encabeçada por Rui Serrano, e que tem como mote “Por uma Arquitectura Comum” e estarão ambas sujeitas à votação dos membros inscritos na Ordem. O conselho de supervisão é composto por quinze membros com direito de voto, sendo que seis são arquitetos, inscritos na Ordem; Seis são membros oriundos dos estabelecimentos de ensino superior que habilitem academicamente o acesso à profissão de arquiteto, que não sejam membros da Ordem; e três são personalidades de reconhecido mérito que não sejam membros da Ordem, cooptadas pelos membros referidos nas alíneas anteriores, por maioria absoluta.

    O direito de voto pode ser exercido pessoalmente, dentro dos prazos previstos no calendário eleitoral, na modalidade de voto eletrónico: presencialmente nas secções de voto, na secção regional de inscrição do membro, ininterruptamente entre as 10h e as 20h (hora de Portugal Continental) do dia 29 de Novembro de 2024 ou por votação eletrónica remota entre as 00h e as 20h (hora de Portugal Continental) do mesmo dia 29 de Novembro de 2024.

    Entre as competências do novo Conselho de Supervisão está, entre outras matérias, a aprovação do regulamento de estágios, o acompanhamento da actividade do conselho de disciplina ou o acompanhamento da própria actividade formativa da Ordem.

    Sobre o autorRicardo Batista

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    Tatu Pavilion – Bio-Based Material (@Park Associati)

    Arquitectura

    “Cada transformação pode ser adaptada, preservando ao mesmo tempo o valor histórico e ambiental da estrutura”

    A 2ª edição do SHIFT decorreu nos dias 22 e 23 de Novembro na Casa da Arquitectura e contou com a curadoria do colectivo italiano Park Associati. Metabolismo Urbano, Inteligência Material e Activismo Arquitectónico foram as abordagens, a partir das quais arquitectos, académicos e empresas de vários países deram voz ao tema e apresentaram o ‘futuro’ para a arquitectura adaptativa

    Cidália Lopes

    “O Futuro da Arquitectura Adaptativa” é um tema “cada vez mais crucial”, numa abordagem que pretende ser “um caminho para apoiar as cidades na sua jornada em direcção à neutralidade carbónica e à optimização de recursos”, afirma o arquitecto Matteo Arietti, head of Innovation da Park Associati. O responsável falou-nos de uma arquitectura que “permite a evolução das estruturas” ao longo do tempo e promove um “ecossistema sustentável”, num trabalho conjunto com a inovação dos materiais e com o recurso da tecnologia.

    MI.C Onsite (@Nicola Colella)

    Com o tema ‘arquitectura adaptativa’, a conferência pretende apresentar um novo caminho, uma nova visão, para o futuro. Que futuro é este?

    O futuro que imaginamos é aquele em que os edifícios são concebidos ou transformados para serem flexíveis, resilientes e sustentáveis. A arquitectura adaptativa permite que as estruturas evoluam ao longo do tempo, atendendo às novas necessidades das comunidades, melhorando o desempenho ambiental e promovendo um ecossistema urbano sustentável.

    Esta abordagem afasta-se do ciclo de vida tradicional dos edifícios e oferece um caminho para a arquitectura apoiar as cidades na sua jornada em direcção à neutralidade carbónica e à optimização de recursos. É uma abordagem virada para o futuro, em que os edifícios não são estruturas estáticas, mas sim ambientes vivos, concebidos para serem flexíveis e se adaptarem às mudanças ambientais e sociais.

    É uma filosofia que defende a resiliência e a sustentabilidade, transformando os edifícios existentes em vez de os demolir e começar do zero. Na Park Associati, vemos a arquitectura adaptativa como um compromisso com o crescimento urbano sustentável, a eficiência dos recursos e a preservação cultural.

    “Na Park Associati, vemos a arquitectura adaptativa como um compromisso com o crescimento urbano sustentável, a eficiência dos recursos e a preservação cultural. É uma filosofia que defende a resiliência e a sustentabilidade, transformando os edifícios existentes em vez de os demolir e começar do zero”

    Quais os principais problemas que identifica actualmente nas estruturas existentes? E que novos usos propõem?

    As estruturas existentes sofrem frequentemente de problemas como sistemas energéticos desactualizados, configurações espaciais rígidas e materiais que não são sustentáveis ​​ou recicláveis. Estes factores tornam difícil a reutilização de edifícios para usos contemporâneos sem renovações extensas. Através da reutilização adaptativa, podemos propor novas funções para estas estruturas, transformando escritórios em espaços residenciais, edifícios industriais em centros culturais ou garagens de estacionamento em espaços urbanos verdes. Cada transformação pode ser adaptada para satisfazer as necessidades actuais da sociedade, preservando ao mesmo tempo o valor histórico e ambiental da estrutura.

    Dois exemplos significativos de projectos de Reutilização Adaptativa recentemente concluídos pela Park Associati são a Torre della Permanente e o Aparto Milano.

    A primeira é a remodelação e ampliação de uma torre dos anos 50 em Milão, originalmente projectada por Achille e Pier Giacomo Castiglioni e Luigi Fratino, localizada acima do Palazzo della Permanente. Esta transformação preserva o significado arquitectónico original da torre, ao mesmo tempo, que melhora a sua funcionalidade para a cidade contemporânea.

    O projecto Aparto Milano, por outro lado, envolve a conversão do antigo Consorzio Agrario, na zona de Porta Romana, em Milão. Esta intervenção inclui também uma mudança de uso pretendido, criando uma residência de estudantes que dialoga com a cidade.

    Como podemos repensar o ciclo de vida dos edifícios?

    Para repensar o ciclo de vida dos edifícios, precisamos de integrar os princípios da economia circular desde as fases iniciais de concepção. Isto significa utilizar materiais que possam ser desmontados, reciclados ou reutilizados, adoptar a construção modular e projectar espaços que se possam adaptar facilmente a novas funções. Além disso, devemos empenhar-nos em manutenções e actualizações proactivas que ampliem a utilização do edifício. Esta abordagem não só reduz o desperdício, como também garante que a estrutura se mantém relevante e funcional a longo prazo.

    Quando um edifício chega ao fim da sua vida útil, porque já não pode funcionar ou ser melhorado, é importante colocar em acção o processo de Mineração Urbana, a recuperação de resíduos que se tornam um recurso valioso.

    O projecto MI.C da Park Associati é um dos primeiros edifícios na Europa a implementar a abordagem de mineração urbana no seu processo de construção: uma grande parte do betão existente será reutilizada para construir a nova estrutura e uma grande parte da fachada existente será utilizada para revestir partes importantes dos espaços interiores.

    Considerando a importância dos materiais nesta questão, como pode a indústria responder a este desafio?

    A indústria deve dar prioridade aos materiais sustentáveis, duráveis ​​e recicláveis. As inovações em materiais de base biológica, betão com baixo teor de carbono e metais e vidro reciclados são fundamentais para abordar a pegada ambiental da construção.

    Além disso, as parcerias com cientistas de materiais e a adopção de ferramentas digitais como o BIM podem melhorar o rastreio e a gestão de materiais ao longo do ciclo de vida de um edifício, ajudando a reduzir o desperdício e a facilitar a adaptabilidade futura.

    Torre Permanente (@Francesca Lovene)

    O papel do arquitecto é também aqui fundamental. Serão os princípios do design participativo capazes de superar os princípios económicos do imobiliário?

    Os princípios de design participativo podem criar uma ponte entre as motivações económicas do imobiliário e as necessidades sociais, culturais e ambientais das comunidades. Ao envolver as comunidades no processo de concepção, os arquitectos podem alinhar os objectivos do projecto com os valores dos utilizadores finais, promovendo espaços que possuem maior significado social e utilidade a longo prazo.

    Esta abordagem participativa pode influenciar o sector imobiliário a priorizar soluções adaptativas e centradas no ser humano, provando que um modelo colaborativo pode ser economicamente viável e socialmente benéfico.

     

    BIO

    Filippo Pagliani e Michele Rossi, fundadores da Park Associati

    Park Associati é um colectivo interdisciplinar de arquitectos, designers, investigadores e inovadores, unidos pelo desejo de “moldar o futuro do ambiente construído”. Fundado em Milão, em 2000, por Filippo Pagliani e Michele Rossi, o estúdio opera nos domínios da arquitectura, urbanismo, paisagismo, design de interiores e de produtos.

    Cada projecto desenvolvido por Park Associati habita o seu próprio contexto específico, desde o arranha-céus da Regione Lombardia até às sedes da Luxottica e da Salewa, desde espaços residenciais e comerciais até à revitalização de edifícios modernistas ou de bairros inteiros.

    Entre a tradição e a inovação, o estúdio destaca-se na reinterpretação e regeneração de cidades para se tornarem novos modelos de habitabilidade e sustentabilidade, utilizando a reutilização adaptativa como estratégia central.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
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    Arquitectura

    Trienal lança open call para Prémio Début

    As candidaturas, que este ano foram alargadas a profissionais de arquitectura com idade até aos 40 anos, estão abertas até 24 de Fevereiro de 2025. Foi na terceira edição do Trienal, em 2013, que nasceu o galardão que tem como missão “celebrar o trabalho e o percurso das novas gerações” no pensamento e na prática em arquitectura

    CONSTRUIR

    As candidaturas ao Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp, que este ano foram alargadas a profissionais de arquitectura com idade até aos 40 anos, estão abertas até 24 de Fevereiro de 2025.

    Foi em Close, Closer, a terceira edição do festival (2013) que nasceu o galardão que tem como missão celebrar o trabalho e o percurso das novas gerações no pensamento e na prática em arquitectura, impulsionando a projecção internacional.

    Como sublinha José Mateus, presidente da Trienal, “em arquitectura, as gerações mais jovens são portadoras de referências, inquietações e aspirações que é fundamental reconhecer e valorizar. Este prémio internacional foi instituído enquanto gesto simbólico de incentivo para o futuro”.

    Esta ideia foi, também, reforçada, por António Monteiro, presidente da Fundação Millennium bcp, que apoia a Trienal de Lisboa desde 2007, na medida em que considera que este prémio é o “reconhecimento do crescente potencial de ateliers e arquitectos emergentes, oferecendo-lhes o palco e a visibilidade fundamentais para impulsionar o seu crescimento e impacto no mercado”.

    Aberto a candidaturas auto-propostas, a título individual ou colectivo, integra ainda um processo de nomeações propostas por um conselho plural que reúne mais de 30 personalidades internacionais.

    Desde 2013, o Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp recebeu um total de 452 candidaturas provenientes de todos os cantos do globo, distinguindo quatro ateliers vencedores: Vão em 2022 (Brasil), Bonell+Dòriga em 2019 (Espanha), Umwelt em 2016 (Chile) e Bureau Spectacular em 2013 (E.U.A.). Somam-se ainda 40 finalistas que reconhecem a importância desta nomeação para a projecção global dos seus projectos.

    O Prémio Début insere-se na sétima edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, com o tema ‘How Heavy is a City’ (Quão pesada é a Cidade?) e que irá contar com diversas iniciativas a decorrer entre 2 de Outubro e 8 de Dezembro de 2025, entre as quais uma conferência que vai juntar cinco finalistas do prémio.

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    Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitectos

    Arquitectura

    Recuo do IVA a 6% na construção para habitação

    Ordem dos Arquitectos lamenta recuo na aplicação da taxa reduzida de IVA aos projectos de construção e critica restrições da União Europeia

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    Em comunicado enviado às redacções a Ordem dos Arquitectos manifesta o seu descontentamento com o anúncio de que a proposta do Governo, inserida no Orçamento de Estado para 2025, de aplicar uma taxa reduzida de IVA a 6% aos projectos de construção de condições especiais para resolver a crise da habitação, não avançará devido ao entendimento restritivo da Comissão Europeia. Segundo o Governo, a transposição da directiva europeia, em matéria de benefícios fiscais do IVA, não permite incluir os projectos de construção das novas tipologias de soluções habitacionais na transposição legislativa da proposta de IVA.
    “A Ordem dos Arquitectos, que havia promovido activamente junto do Governo esta medida lamenta profundamente o desfecho e discorda da inflexibilidade da União Europeia. A Ordem dos Arquitectos alerta ainda para o tratamento desigual dentro do sector da construção, numa altura em que a habitação enfrenta uma crise sem precedentes.
    As políticas fiscais inclusivas são amplamente reconhecidas como uma solução eficaz para reduzir os custos do consumidor final mantendo a qualidade, sustentabilidade e equilíbrio económico, portanto, este entrave legislativo europeu é visto como anacrónico, prejudicial ao interesse público e um factor de afastamento dos cidadãos face à União Europeia”, refere a nota que é assinada pelo presidente da Ordem dos Arquitectos, Avelino Oliveira (na imagem).

    Face à decisão, a Ordem dos Arquitectos dirigiu uma carta ao Ministro das Finanças , solicitando esclarecimentos sobre “a fundamentação deste recuo, bem como os documentos e justificações europeias que suportam esta decisão para que fundamente a sua reclamação junto das congéneres europeias”. O organismo sublinha a sua “compreensão pelas cautelas tomadas pelo Governo português, especialmente do Ministério das Finanças, e saúda o Ministério das Infraestruturas e a Secretaria de Estado da Habitação pela defesa e proposta de uma medida amplamente apoiada pelo ecossistema da construção no Orçamento de 2025”.

    Referindo que “a União Europeia faz recorrentemente uma chantagem com a transferência de fundos de coesão do PRR e outros similares quando as disposições legislativas nacionais não são do seu agrado”, a OA  irá escrever aos eurodeputados portugueses para manifestar a sua oposição à acção da EUE no que concerne às políticas europeias que desvalorizam o sector dos serviços ligados à construção, particularmente no que diz respeito aos projectos de arquitectura.

    “Sabemos que a União Europeia só incentiva os Estados-Membros a aplicar taxas reduzidas de IVA de forma limitada a áreas essenciais como bens alimentares, serviços culturais, saúde, educação e habitação. No entanto, no contexto actual, a exclusão dos projectos de arquitectura e especialidades desta medida é incompreensível num sector que enfrenta uma crise com profundas repercussões sociais”, defendem os arquitectos.

    Chamando a atenção ainda para o problema crescente da “desregulação no sector dos serviços de arquitectura”, a OA relembra na mesma nota que “as políticas de matriz economicista tem obtido resultados negativos na arquitectura, bem visíveis desde 2008. Mas continuamos a assistir às consequências das políticas erradas que vão sendo seguidas. Para esse efeito recordamos os documentos públicos desde 2018 onde a OCDE e a Comissão Europeia defenderam que as normas de qualidade e segurança, obrigatórias na encomenda de serviço de arquitectura, deveriam ser abolidas já que os profissionais de arquitectura devem poder competir exclusivamente com base no preço. Tal abordagem, que consta do relatório OECD Competition Assessment – Self-Regulated Professions, desvaloriza a qualidade, a sustentabilidade e a especificidade dos serviços prestados, desiludindo profundamente os profissionais do sector.”

    “A Ordem dos Arquitectos considera lamentável que a União Europeia, que proclama os valores da sustentabilidade e descarbonização, aplique na prática uma legislação centrada apenas no preço e na concorrência sem regulação adequada. E que sempre que os Estados, em articulação com os agentes do sector procurem soluções de compromisso, as destrua, sem a flexibilização que aplica noutras áreas. Para a Ordem dos Arquitectos, este tipo de política vai contra o desígnio de uma Europa comprometida com o interesse público e o bem-estar das futuras gerações.”

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    Arquitectura

    CCB ‘revisita’ obra de Hestnes Ferreira

    Ciclo de visitas no âmbito da exposição Forma | Matéria | Luz acontece entre os dias 24 de Novembro a 15 de Março de 2025

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    No âmbito da exposição Hestnes Ferreira – Forma | Matéria | Luz, que decorre no CCB até 13 de Abril de 2025, está previsto um conjunto de visitas guiadas à exposição e a obras representativas da autoria deste arquitecto.

    Estas visitas, orientadas por arquitectos, proporcionam a oportunidade de aprofundar e expandir perspectivas sobre a obra de Hestnes Ferreira, promovendo diferentes vivências em cada edifício e prestando particular atenção à sua forma, matéria e luz. Embora de participação gratuita, requerem inscrição prévia.

    Neste sentido, a 24 de Novembro, integrado na programação dos 50 anos do 25 de Abril, irá decorrer a visita ao Bairro Fonsecas e Calçada, com orientação de Michel Toussaint, arquitecto e investigador do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design.

    Já em 2025, a 11 de Janeiro, o arquitecto, director do Dinâmia’CET-ISCTE e curador da exposição, Paulo Tormenta Pinto, orienta a visita à Biblioteca de Marvila. Depois, a 22 de Fevereiro, está prevista a visita ao campus ISCTE, com orientação do vice-reitor da universidade, Bernardo Miranda.

    A última iniciativa acontece a 15 de Março, com a visita à casa de Albarraque. A orientação é de Luís Urbano, arquitecto e investigador.

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