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    Arquitectura

    Jung marca presença no Archi Summit 2019

    As novas séries LS1912, A550 e Aflow e as tecnologias para o controlo inteligente de edifícios vão ser apresentados no evento

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    A JUNG Portugal marca presença na 5ª edição do Archi Summit 2019, o único Summit internacional de Arquitectura em Portugal, que irá decorrer de 10 a 12 de Julho, nas Carpintarias de São Lázaro, em Lisboa.

    O espaço escolhido para acolher o evento foi renovado em 2017 e intitulado como o novo centro cultural de Lisboa – uma referência às artes e à contemporaneidade, marcado pela singularidade do ambiente – composto por três pisos, com um destaque para o “rooftop” e a vista invejável sobre a cidade.

    No evento,a JUNG irá apresentar algumas das principais novidades, destacando as novas séries LS1912, A550 e Aflow e as tecnologias para o controlo inteligente de edifícios que a empresa dispõe para o sector da habitação, escritórios e hotelaria.

    Poderá ficar a conhecer mais sobre o evento fazendo o download da App Archi Summit para IOS e ANDROID ou em www.archisummit.pt

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    Luís Rebelo de Andrade

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    Luís Rebelo de Andrade recebe Prémio Rafael Manzano 2023

    O prémio será entregue no âmbito do IV Congresso Internacional de Construção, Arquitectura e Urbanismo Tradicionais, no próximo dia 16 de Novembro, em Cascais, no Palácio da Cidadela, a partir das 18h30

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    No âmbito do IV Congresso Internacional de Construção, Arquitectura e Urbanismo Tradicionais, o Prémio Rafael Manzano 2023 vai ser entregue a Luís Rebelo de Andrade no próximo dia 16 de Novembro, em Cascais, numa cerimónia que decorre no Palácio da Cidadela em Cascais, a partir das 18h30.

    O IV Congresso Internacional de Construção, Arquitectura e Urbanismo Tradicionais prevê, ainda, um conjunto de conferências com a participação de diversos arquitectos portugueses. A começar, no dia 16, estão previstas três conferências em Porto Brandão, na Rua Bento de Jesus Caraça, 43 e, no dia 17, o Congresso prossegue com mais conferências na sede nacional da Ordem dos Arquitectos, em Lisboa, entre as 9h30 e as 13 horas. A conferência de Luís Rebelo de Andrade, “Lugar e Identidade” encerra os trabalhos.

    O Prémio distingue o percurso profissional do arquitecto, no seu contributo para a continuidade da tradição arquitectónica, tanto em obras de reabilitação do património arquitectónico e urbano como em obras novas, que sendo baseadas nas tradições locais, sejam capazes de integrar-se harmoniosamente nos respetivos conjuntos.

    O Prémio é convocado pela Fundação Culturas Construtivas Tradicionais, com o apoio da International Network for Traditional Building, Architecture and Urbanism (INTBAU), Kalam, Fundação Serra Henriques e Real Academia de Bellas Artes de San Fernando e conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República de Portugal.

    Atribuído pela primeira vez em Outubro de 2012, em Espanha, o Prémio Rafael Manzano de Nova Arquitetura Tradicional foi, em 2017, ampliado a Portugal com o apoio da Ordem dos Arquitectos. Entre os arquitectos portugueses, foram anteriormente distinguidos, em 2017, José Baganha, e em 2019, António Maria Braga e Alberto Castro Nunes.

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    Terminal Intermodal de Campanhã ganha 9ª edição do Prémio Enor

    Júri destacou o projecto como uma “infraestrutura que aborda a complexidade morfológica em que se insere, apresentando-se como um primeiro passo para aproximar as partes dispersas”

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    Num concurso com mais de 300 projectos submetidos, foram destacadas sete obras portuguesas para a final, entre as quais o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC). O projecto, da Brandão Costa Arquitectos, foi considerado a melhor arquitectura de Portugal e venceu o Grande Prémio Enor 2023.

    O júri, constituído pelos arquitetos Inês Lobo, Carlos A. Pita Abad, Francisco Vieira de Campos, Anatxu Zabalbeascoa e Carlos Quintans, viu o TIC como “um projecto de infraestrutura que aborda a complexidade morfológica em que se insere, apresentando-se como um primeiro passo para aproximar as partes dispersas”.

    Inaugurado em Julho de 2022, o Terminal Intermodal de Campanhã nasceu para melhorar a mobilidade de quem visita e de quem reside na cidade do Porto. Até ao momento, passaram pelo terminal mais de sete milhões de pessoas.

    Recorde-se que este projecto já tinha sido distinguido, em 2021, pela Associação Internacional de Críticos de Arte, como “um dos mais relevantes projectos públicos em curso no Porto”. Já este ano, o terminal conquistou os prémios “Melhor Empreendimento Imobiliário – Espaços Públicos” e “Prémio Imobiliário – Projeto de Impacto Económico, Social e Ambiental”, pelo Salão Imobiliário de Portugal e a SIC/Expresso, respectivamente.

    Esta foi a nona edição do Prémio de Arquitectura Ascensores Enor e tem na “inovação” um dos seus valores centrais. Várias décadas depois, a Enor continua a ser uma das empresas de referência no sector das acessibilidades e da mobilidade sustentável que, de forma permanente, desde 2005, segue com a aposta neste Prémio que reconhece, divulga e promove a melhor arquitectura desenvolvida na Península Ibérica.

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    ‘Arquitectura e Metaverso’ em masterclass na Roca Lisboa Gallery

    A masterclass, dia 15 de Novembro, às 18h30, conta com o arquitecto Leonardo Marchesi. Neste evento será possível embarcar numa “viagem visionária” que explora a transição do design arquitectónico convencional para o metaverso

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    O Roca Lisboa Gallery vai receber, a 15 de Novembro, a masterclass Arquitectura e Metaverso, com o arquitecto Leonardo Marchesi. Neste evento “transformador”, será possível embarcar numa “viagem visionária” que explora a transição do design arquitectónico convencional para o reino de vanguarda do metaverso.

    “À medida que a paisagem digital revoluciona a forma como interagimos com espaços e experiências, mergulhamos na fusão de criatividade, tecnologia e inovação, moldando o futuro da evolução arquitectónica”, indica a Roca em comunicado.

    O encontro pretende, ainda, “desbloquear o potencial ilimitado na combinação entre aquilo que conhecemos como tradicional com as possibilidades ilimitadas do metaverso, capacitando os arquitectos a projectar mundos imersivos e interconectados como nunca foi feito”

    Este é um evento presencial, de entrada livre, mas requer inscrição obrigatória uma vez que os lugares são limitados.

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    Siza Talks 2023 regressam a Serralves

    A 5ª edição do “The Álvaro Siza Talks” regressa este ano com o tema “Conversas e Intercâmbios”, no Auditório de Serralves, de 8 a 10 de Novembro

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    A 5ª edição do “The Álvaro Siza Talks” regressa este ano com o tema “Conversas e Intercâmbios”, no Auditório de Serralves, de 8 a 10 de Novembro. O colóquio internacional que reúne alguns dos mais conceituados arquitectos nacionais e estrangeiros, bem como académicos e estudantes para a discussão de temas relevantes para a arquitectura contemporânea, enquanto celebra o espírito da obra de Álvaro Siza.

    O tema proposto pretende reflectir sobre o quanto as viagens, os períodos de estudo no estrangeiro e o trabalho em países e culturas diferentes dos seus locais de origem, transformaram e enriqueceram a prática da arquitectura através de diferentes formas de intercâmbio. A arquitectura, na verdade, é o resultado de uma série de transplantes e enxertos sucessivos que alimentam uma forma específica de conversação entre diferentes culturas e lugares.

    Este intercâmbio sempre se verificou, mas alargou-se e acelerou-se nas últimas décadas. Devido a este processo de difusão e aceleração sem precedentes, talvez não tenha sido dada a devida atenção a esta questão. Destacar o valor deste intercâmbio – e das diferentes formas de mestiçagem que dele resultam – na formação e no trabalho dos arquitetos contemporâneos será um dos objetivos deste evento.

    Os arquitectos que participam na edição deste ano das Siza Talks representam, de diferentes maneiras, todas as formas possíveis destes intercâmbios, quer através da sua formação, do seu trabalho ou do seu ensino, tendo frequentemente atravessado as fronteiras físicas e conceptuais do vasto território da arquitectura.

    A abertura estará a cargo de Yvonne Farrell e Shelley Mcnamara (Grafton Architects, Pritzker Prize 2020), e os outros oradores serão Ahmadreza Schricker, Francesca Torzo, João Pedro Serôdio, Stéphanie Bru e Emanuel Christ.

    Para além de Álvaro Siza, o comité científico das “The Álvaro Siza Talks” é composto por Eduardo Souto de Moura, Farrokh Derakhshani, director do Prémio Aga Khan de Arquitectura, Philippe Vergne, director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves e Carles Muro,curador das The Álvaro Siza Talks.

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    Cortiça no centro da Revolução Sustentável da Arquitectura Portuguesa

    A Corticeira Amorim associa-se à exposição “Generation Proxima: Emerging Environmental Practices in Portuguese Architecture”, em exibição até 23 de Março de 2024 no Center for Architecture em Nova Iorque e que tem a curadoria do arquitecto Pedro Gadanho. Sete ateliers participam na mostra

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    A primeira grande exposição de arquitectura na cidade desde 2019 é, simultaneamente, uma montra de destaque para a arquitectura portuguesa, promovida pela secção nova-iorquina do American Institute of Architects (AIA) e onde participam sete ateliers portugueses.

    Nesta exposição internacional, a cortiça desempenha um papel vital, destacando-se como um material de excelência em termos de performance e sustentabilidade. A sua presença na exposição não é apenas decorativa: underlays e aglomerados da Amorim Cork Composites, bem como aglomerados de cortiça expandida da Amorim Cork Insulation, foram utilizados em várias aplicações, desde a construção de maquetes a elementos de design que revestem partes das paredes das galerias.

    Os sete ateliers portugueses que participam nesta exposição são: Artéria, Coletivo Warehouse, Gorvell, Nuno Pimenta, Oficina de Arquitectura Pedrez, OODA e Ponto Atelier. Estes ateliers estão não só a aplicar os recursos de forma ambientalmente consciente, mas também a promover o avanço da investigação no domínio da construção sustentável. Como o curador da exposição, e arquitecto, Pedro Gadanho indica, o evento foca “no potencial de uma ‘viragem ambiental’ no contexto da arquitectura portuguesa mundialmente reconhecida”, sublinhando a urgência de “metas de descarbonização, equilíbrio ecológico, aumento da biodiversidade e menor uso de recursos”.

    Jesse Lazar, Diretor Executivo do AIANY e do Center for Architecture, complementa: “Arquitectos devem ser pioneiros numa mudança de paradigma para combater a crise ecológica, não perpetuá-la. O Center for Architecture está entusiasmado por apresentar uma exposição que defende um artesanato sensível ao contexto e design inovador”, afirma.
    Assim, este apoio não só potencia a visibilidade da arquitectura portuguesa a nível global, como também reforça a importância da cortiça e da Corticeira Amorim na vanguarda da construção sustentável e do design inovador. É uma parceria que celebra o melhor do design e da arquitectura portuguesa, ao mesmo tempo que sublinha o compromisso contínuo com a sustentabilidade, um valor que é mais crucial do que nunca nos desafios ambientais que enfrentamos actualmente.

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    @Boltshauser Architekten

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    Trienal de Lisboa marca presença na Bienal Mugak

    A convite da plataforma Rhizoma, a Trienal viaja até San Sebastian para participar na quarta Bienal de Arquitectura do País Basco, que durante o mês de Novembro de 2023, acolhe conferências, debates, instalações e workshops

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    A convite da plataforma Rhizoma, a Trienal viaja até San Sebastian para participar na quarta Bienal de Arquitectura do País Basco, que durante o mês de Novembro de 2023, acolhe conferências, debates, instalações e workshops, no museu do escultor Eduardo Chillida em Leku.

    Este ciclo parte do conceito de Baserri, o modelo de quinta basca da qual o museu é exemplo, para pensar novos modos de habitar o meio rural que recuperem a relação quebrada pela industrialização entre esta unidade elementar que estrutura a paisagem com a terra e o solo.

    José Mateus, presidente da Trienal, abre a conferência e debate esta sexta-feira, dia 3 de Novembro, em conjunto com Roger Boltshauser, docente da ETH Zurique e fundador do atelier Boltshauser Architekten. O mote desta sessão é o termo basco para terra, Lurra, que define o planeta que contém vida, mas também se refere à superfície que contém essa vida.

    O ciclo Rhizoma, comissariado por Victoria Collar, Jon Garbizu, Gonzalo Peña e Diego Sologuren (autor do desenho expositivo de Cuidar: Contos do Invisível), reúne outras figuras que marcaram presença nas edições da Trienal ao longo dos anos: o curador Sébastien Marot, a artista Lara Almarcegui e Cristina Gamboa, do colectivo Lacol.

    Organizada pelo Governo Basco, em 2023 a Bienal Mugak centra-se nos temas Reconstruir, Re-habitar e Repensar para abrir um espaço onde repensar o papel da arquitectura, a sua responsabilidade, capacidade de transformação e áreas de acção espacial, económica, política e social.

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    Créditos: ©Trienal

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    Trienal lança Open call ‘Portas de Lisboa e Budapeste’

    Open call tem como objectivo criar uma exposição pop-up a partir de fotografias e textos ligando a Baixa Chiado à Inner City District, em Budapeste, cidade originária do KÉK – Centro Húngaro de Arquitectura Contemporânea. As candidaturas estão abertas até 10 de Novembro

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    Portas, fechaduras, chaves e as histórias reais ou ficcionadas sobre a vida escondida por trás, são o mote do open call que tem como objectivo criar uma exposição pop-up a partir de fotografias e textos ligando a Baixa Chiado, em Lisboa, à Inner City District de Budapeste, cidade originária do KÉK – Centro Húngaro de Arquitectura Contemporânea. As candidaturas estão abertas até 10 de Novembro.

    A exposição estará patente nos dias 23, 24 e 25 de Novembro de 2023, no Palácio Sinel de Cordes, com vista sobre o Panteão, durante o KÉK Takeover. A iniciativa explora o tema do turismo sustentável focando-se na vida dos bairros históricos que circundam a sede da Trienal – Alfama, Costa do Castelo e São Vicente – no centro da reflexão.

    KÉK Takeover responde com um programa participativo que combina passeios urbanos, workshop, serão de cinema, noite de intercâmbio gastronómico e uma nova cartografia deste território criada por ateliers ou profissionais de arquitectura lisboetas, cujo programa completo estará em breve disponível no site da Trienal de Lisboa.

    Com entrada livre, este evento faz parte da plataforma europeia LINA, financiada pela Europa Criativa e a partir do projecto de cooperação liderado pela Trienal de Lisboa.

    O Centro Húngaro de Arquitectura Contemporânea é uma instituição independente que partilha muitos objectivos em comum com a Trienal de Lisboa. O seu programa diversificado de exposições, festivais e workshops combina uma participação alargada, uma análise complexa e conteúdos inovadores centrados no ambiente construído e na sua relação com as comunidades.

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    “Os arquitectos que se habituem porque vão ter de aprender a trabalhar com outros materiais e com outras soluções, que não o betão e o tijolo”

    A arquitectura vive de mudanças e impõem mudanças, mas nunca como hoje esta assunção foi tão verdadeira. A discussão sobre a maior utilização da madeira na construção e as mudanças que ela origina deu-nos o pretexto perfeito para falar com o arquitecto Luís Rebelo de Andrade e rever parte da sua obra onde a madeira é a grande protagonista. Mas mais do que o passado falámos do futuro, do papel e das responsabilidades da profissão, da pesquisa e utilização de novos materiais, às vezes “com carácter experimental”, confessa

    (Esta entrevista foi originalmente publicada no suplemento de Arquitectura TRAÇO, de Setembro)

    De onde lhe vem esta reverência à utilização da madeira nos seus projectos?
    Hoje fala-se muito da sustentabilidade e de facto a madeira é dos materiais renováveis mais interessantes e importantes. Portugal sempre teve um certo estigma na utilização da madeira face às amplitudes térmicas e à sua manutenção. Embora eu ache que isso se deve muitas vezes, não com a utilização da madeira, mas com a utilização errada da madeira. E, portanto, desde cedo que comecei a investir no conhecimento da construção em madeira. Realizámos Pedras Salgadas, com as eco houses e as snake houses. Usámos muita criptoméria também num projecto que fizemos em Longroiva. Temos algum trabalho feito nesta matéria.
    Entretanto, aqui há uns seis anos realizámos uma casa que surge, por uma série de circunstâncias, designadamente de análise do projecto, do programa, do sítio e do local, como, se não o primeiro, seguramente um dos primeiros projectos em Portugal em CLT.

    Está a falar do projecto da “Casa 3000”?
    A “Casa 3000”, que é um projecto fruto das circunstâncias. Havia pouca disponibilidade de pessoas para trabalhar na construção, a casa era completamente deslocada de qualquer centro urbano, tinha problemas de abastecimento de energia e água, o ponto de energia mais próximo estava a uma distância de 2 km, e este conjunto de circunstâncias levou-nos a fazer uma casa 100% auto-suficiente. Ou quase porque, obviamente, que não existem casas 100% auto-suficiente, haverá sempre um pequeno gerador para os dias, como se costuma dizer, para os dias de festa. E decidimos construir em CLT.

    Essa foi uma decisão fácil?
    Eu desde sempre defendi esta tecnologia e o tempo tem vindo a dar-me razão. Na altura era uma tecnologia pouco conhecida em Portugal e se eu falasse com um engenheiro de estruturas, parecia que lhe estava a tirar o pão da boca, porque ele não sabia fazer os cálculos. Se estivesse a falar com um empreiteiro este desvaloriza por completamente a solução, porque fazia comparações demasiadamente simples relativamente aos custos. Ou seja, se tiver de comparar exclusivamente o custo do CLT com outra mais tradicional até pode ser uma construção que é mais cara. Mas esta não é a verdadeira questão.

    A responsabilidade da arquitectura

    E qual é?
    A construção em CLT permite várias coisas. Desde logo fazer uma construção em seco, reduzindo brutalmente o número de operações dentro de uma obra. Os painéis vêm cortados e tudo é milimétrico. É uma montagem rigorosa e muito eficaz, com um número muito reduzido de pessoas em obra. É preciso reconhecer que Portugal tem hoje em várias áreas, e não só na construção, um grave problema com a contratação de pessoal especializado.
    O CLT é uma tecnologia que é a favor dos novos tempos, no sentido em que permite aumentar substancialmente os volumes de pré-fabricação numa obra, permite controlar melhor os custos e obter melhores resultados em termos de custo final da obra e em termos de prazo de execução. Traz uma série de vantagens adicionais. Por exemplo, muitas vezes fala-se do perigo do fogo, ora também nesse aspecto o CLT é uma vantagem porque sendo madeira laminada, cruzada e colada é uma madeira que não arde, ela carboniza, reduzindo substancialmente o risco de incêndio. Aumenta substancialmente a segurança a sísmica do edifício, porque é um material que, como sabemos, bastante flexível e tem uma resistência melhor. Ao nível do conforto a madeira melhora o conforto acústico e térmico. Eu tenho defendido que a construção em Portugal vai seguir o caminho da pré-fabricação, é inevitável. E se os portugueses não perceberem isso agora, vão perceber daqui a uns tempos, quando acabar a guerra na Ucrânia e esta iniciar a sua reconstrução. Aí iremos assistir a um êxodo de trabalhadores e de empresas de construção.

    Mas não sente que as coisas estão a evoluir para uma maior utilização do CLT e da pré-fabricação na construção, no geral?
    Sem dúvida. Hoje as empresas começam de facto a aperceber-se das vantagens, a estudar e a envolverem-se no processo. Estão a formar-se uma série de engenheiros com conhecimento do cálculo, que é fundamental, já que a construção em madeira, como sabemos, não permite grandes coeficientes de cagaço. Eu estou completamente convencido que o caminho vai no sentido da pré-fabricação, seja pré-fabricação com CLT ou seja pré-fabricação com outras tecnologias, que há mais de 100 tecnologias diferentes no mundo quando falamos de pré-fabricação. Este é o caminho que a construção em Portugal vai seguir e os arquitectos que se habituem porque vão ter de aprender a trabalhar com outros materiais e com outras soluções que não o betão e o tijolo.

    A formação é uma preocupação no seu atelier?
    Claro que é! Nós temos esta preocupação há muito tempo. A sustentabilidade não pode ser uma palavra vã… um cliché. A sustentabilidade é algo que é muito real. E é fundamental que nós, enquanto arquitectos, percebamos que temos uma responsabilidade nesta matéria. O que é uma pena é que assistimos a um autismo muito grande por parte dos nossos governantes relativamente aos problemas da arquitectura e não ouvimos a nossa Ordem a intervir nos momentos dos grandes fogos ou das grandes cheias, nos momentos que, no fundo, são resultado o resultado do mau planeamento e do mau urbanismo. Vamos ter, sem dúvida, que caminhar no sentido da pré-fabricação, esta é uma questão que para mim não traz qualquer tipo de dúvida. Inclusive, estamos a desenvolver uma série de projectos nesta área, o que nos obriga a trabalhar no nosso atelier nuns moldes diferentes do que se trabalhava aqui há uns anos. Hoje todo o atelier está a trabalhar em BIM e procurámos equipas de engenharia que nos acompanhem nessa forma de trabalhar, porque o projecto tem que de ter um grande rigor. Mas para isso é necessário que os empresários na área imobiliária sejam capazes de pagar aos arquitectos aquilo que lhes é devido para conseguirem desenvolver bons projectos. Não vamos a concursos públicos pura e simplesmente e salvo raríssimas excepções porque são escandalosamente mal pagos e depois as equipas que ganham são equipas mal preparadas, com projectos que estão mal elaborados e carregados de indefinições, o que origina os grandes desvios nas obras e nos valores finais de investimento. Não há milagres. A única forma de reduzir os valores da construção é seguir o caminho da pré-fabricação, não é exigir aos arquitectos que estão no princípio da cadeia que façam “baratinho”, porque esse “baratinho” depois sai caro.

    O regresso ao CLT

    Nos vários projectos que tem em curso volta a utilizar o CLT em algum deles?
    Neste momento estamos numa face em que ainda é difícil convencer os nossos clientes, os nossos promotores que CLT é uma boa solução, mas estamos convencidos ao longo dos próximos dois a três anos já vamos ter uns milhares largos de metros quadrados construídos nesta tecnologia. Não tenho dúvidas, estamos a preparar vários projectos nesse sentido

    Começou com a “Casa 3000”. Mudaria alguma coisa do que fez nesta que foi a sua primeira experiência com o CLT?
    Não mudaria nada. É um projecto do qual nos orgulhamos muito no ateliê, como todos os projectos que fazemos. Não olhamos para trás, olhamos para o projecto a seguir. A nossa paixão é o projecto que temos a seguir, os outros ficam na história. Tentamos fazer todos os projectos com a mão direita, mas há alguns projectos que nos saem com a mão esquerda, mas mesmos nesses tenho tido a sorte de poder vir a emendar. Temos uma grande preocupação em olhar para trás e não nos envergonharmos daquilo que colocamos na paisagem. Eu costumo dizer que nós, arquitectos, somos os Guardiões da Paisagem. Não temos um cliente, temos vários clientes. Somos chamados pelo cliente que nos paga, somos controlados por uma câmara que nos fiscaliza, muitas vezes mal, e mal por ignorância dos próprios técnicos que têm medo de avaliar um projecto e de apoiar bons projectos por ignorância, e depois temos um outro cliente que é um cliente invisível que é toda aquelas pessoas que têm de viver com aquilo que fazemos e construímos na paisagem. E por isso para mim os grandes prémios são as pessoas que me abordam na rua para agradecer porque o bairro tem outro cheiro [a propósito do projecto Casa das Fragâncias, na rua do Patrocínio] ou nas Pedras Salgadas por conseguimos devolver vida àquela localidade. Esses são para nós os grandes prémios, os que fazem da nossa profissão uma Profissão Grande.

    A utilização do CLT ou da madeira, numa forma genérica, muda a forma como faz arquitectura?
    A madeira passou a ser uma matéria-prima e é com ela que vamos trabalhar e que não nos impõe limites à criatividade. Não nos sentimos limitados com o facto de estarmos a desenhar com base numa matéria-prima que parece muito rígida. Faz parte da análise, faz parte do processo. Em todos os projectos que trabalhamos têm um racional muito grande por trás. Nada acontece por acaso. Na Casa 3000, que pode parecer uma brincadeira, nada daquilo que ali está aconteceu por acaso. Eu tenho uma grande desconfiança hoje nos projectos de engenharia porque os engenheiros fazem o by the book, e não olham para o ADN das coisas, como nós arquitectos olhamos. E quando se tratou de uma casa totalmente em CLT e uma casa totalmente auto-suficiente, a minha primeira preocupação foi falar com Universidade de Aveiro para nos monitorizar e fiscalizar todos os projectos da especialidade, para garantir que aquilo que estava a ser projectado realmente estava certo e funcionava. E nós recorremos muito a esse apoio das universidades para garantir que o que fazemos está bem feito.
    Hoje fala-se de sustentabilidade, mas depois vemos edifícios de vidro a surgir. Fui outro dia a Aveiro e fiquei estupefacto porque a nova arquitectura em Aveiro é toda ela preta…

    Fala-se de sustentabilidade, mas não se constrói sustentável?
    Privilegia-se o bonito, mas na sequência de um projecto o bonito não pode ser a primeira preocupação. Antes do bonito têm que acontecer uma série de coisas primeiro, para que as coisas sejam boas e quando as coisas são boas as coisas tornam-se bonitas. Mas estamos a estudar outros processos de construção pré-fabricada porque há situações em que o CLT pode não ser a resposta. Estamos a investigar novos processos e novas formas de construir porque o mundo está a mudar e não se pode desperdiçar a matéria-prima da forma como nos últimos 60 anos o fizemos. O mundo tem de ser capaz de construir melhor.

    A busca por novos materiais

    A utilização da madeira é uma constante no seu trabalho?
    Gosto muito da madeira. A madeira, o ferro e a pedra são os grandes materiais de construção. A madeira agrada-me, sobretudo, por ser um material reciclável. Eu planto hoje uma árvore e daqui a dez anos com ela construo uma casa. A madeira faz todo o sentido. Obviamente, que não pode ser qualquer madeira, estas têm características totalmente diferentes e a escolha tem de ser feita com critério.
    Confesso que temos feito alguns projectos muito com carácter experimental, tínhamos pouco obra feita com madeira e houve muito experimentalismo. Usámos muito criptoméria que vem dos Açores e é uma madeira fantástica para construção, usa-se muito no Japão. Mas neste momento estamos a estudar muito seriamente o CLB.

    Em que consiste o CLB?
    No CLB é utilizada exactamente a mesma tecnologia que no CLT, mas com bambu. O bambu tem um ritmo de crescimento muito acelerado e pode ser uma solução muito interessante. Em Moçambique e noutros países onde estamos a trabalhar colocamos a hipótese de podermos vir a utilizar CLB na construção. É uma madeira que tem um comportamento extraordinário em termos de longevidade e depois tem a parte da reprodução que é muito interessante.
    Mas estamos a fazer uma coisa que é completamente o contrário do que devia ser feito e que está a acontecer noutros países que têm um ordenamento do território extraordinário, como a Áustria. A cadeia começa na produção florestal, depois passa para a serração e só depois acaba no CLT. Ou seja, aqui estamos ao contrário. Estamos a começar pelo CLT ainda não temos serração e muito menos exploração florestal.
    Já há produção de CLT em Portugal, mas não temos produção florestal que possa apoiar esta indústria, quando ela se tornar de facto uma indústria. E não tenho dúvidas que isso irá acontecer.

    O que está a ser feito para dinamizar a construção de CLB nos países africanos onde estão a trabalhar?
    É um processo que está um embrião. Estamos a fazer uma série de projectos em Moçambique e sabemos que na África do Sul e na Tanzânia já se já se produz muito CLT. O CLB ainda é um projecto em embrião estamos a fazer contactos com especialistas no bambu para aperceber como é que conseguimos transformar o bambu em CLB. Mas é algo que só irá produzir resultados daqui a cinco ou seis anos. Há que percorrer primeiro “o caminho das pedras”…

    Sente-se sozinho nesse percurso em Portugal?
    Defendemos aquilo em que acreditamos. Pensamos pela nossa cabeça, fazendo o nosso curso e os outros têm obrigação de fazer o mesmo. Não me sinto órfão de nada. Tenho uma equipa fabulosa, extraordinária, estamos a preparar o futuro do atelier. Hoje, quem nos vem vender soluções ao atelier, fá-lo a dar uma aula para os nossos arquitectos para que essas conversas depois não se percam no arquivo dos materiais e dos catálogos. Da mesma forma que promovemos debates e palestras no nosso auditório. Não somos uma academia, mas queremos ser um atelier escola.
    O atelier hoje é comandado pelo Tiago, meu filho, e pelo Pedro Barros Silva, meu genro, que são quem comanda aquela banda. Eu estou mais por fora, a apoiá-los que toca à credibilidade, no que toca à defesa de soluções que apresentamos junto dos clientes.

    E eles seguem este seu interesse e paixão por estas novas soluções?

    Estas soluções que defendo são coisas que descobrimos em conjunto no atelier. Eles estão completamente alinhados. Este discurso não e só meu, é o resultado de discussões em torno destes temas que nos inspiram. A inspiração leva à discussão e a discussão leva à inspiração. As primeiras três ou quatro linhas orientadoras da Casa 3000 surgiram de uma conversa que tive com o dono de obra quando visitámos o terreno. A solução surgiu ali, naquele momento, e depois foi ganhando massa critica.

    Isso ainda o surpreende?
    Eu chego a esta idade e realmente acontecem coisas extraordinárias que nunca me tinham acontecido enquanto arquitecto. Uma é chegar a um território que não tinha qualquer referência. É como construir uma casa no deserto, não há nada que nos ajude a começar uma história ou a criar um racional à volta de uma história e a Casa 3000 é muito isso. Assim como a reabilitação da igreja de São José dos Carpinteiros foi um projecto por subtracção. Ao contrário daquilo que a maioria dos clientes nos pedem, que é sempre mais… mais um andar… mais…
    Da mesma forma que hoje volto ao projecto onde trabalho há 30 anos. Enfim, tenho tido a sorte de voltar ao projecto [Six Sense], de o repensar e melhorar. Fruto da maturidade, da idade, da pressão, da densidade houve coisas que percebo que não correram tão bem. Voltar a trabalhar naquele projecto permite-me torná-lo mais sólido.

    Onde vai incidir a intervenção?
    Num dos edifícios do conjunto turístico, ao qual não acho muita graça ou que não correu muito bem. O cliente pôs me à vontade para o demolir e voltar a construir, o que eu nunca farei mas retirar-lhe pisos isso com certeza que vou fazer. Este vai ser mais um projecto por subtracção ou, se quiser, numa discussão de conceito em que que menos pode ser mais. Essa noção de que vale a pena construir menos para construir melhor e ao construir melhorar pode ter-se margens de lucro muito mais eficientes. O Six Sense deve ser o hotel mais rentável e considerado internacionalmente, talvez o melhor hotel em Portugal. Tem cerca de 80 chaves e 250 a 260 colaboradores directos e um grande problema ao nível da contratação de pessoal e querem reduzir a taxa de ocupação. São outras formas de olhar para as coisas. Às vezes fazer muito não significa que se ganhe muito dinheiro, às vezes é preferível fazer menos, com mais qualidade e daí retirar mais resultado financeiro no final da operação.

    Como vê o futuro a médio prazo para a construção em madeira?
    Neste momento já há uma série de promotores despertos para estas soluções e que já estão a investir. Veja por exemplo a Vanguard que adquiriu uma fábrica para construir em madeira, para os seus projectos na Comporta ou a dst. Há várias empresas no mercado que estão neste momento a considerar muito seriamente a montagem de fábricas de CLT. Os empreiteiros estão muito interessados em aumentar o nível de pré-fabricação na construção e de controlar essa pré-fabricação. Não tenho dúvidas nenhumas que este é o caminho, seja com a utilização da madeira, seja apostando noutras tecnologias. Para mim a Madeira é sem dúvida nenhuma aquela que numa lógica de sustentabilidade é a mais correcta a que me parece ser o caminho natural.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    “Fernando Távora. Pensamento Livre”: exposição de homenagem na Fundação Marques da Silva

    Mostra visa homenagear a vida e obra do arquitecto portuense que celebraria, este ano,100 anos. Depois do Porto, a exposição viaja até Coimbra, seguindo-se Guimarães

    CONSTRUIR

    A exposição “Fernando Távora. Pensamento Livre”, uma homenagem à vida e obra do arquitecto portuense que celebraria, este ano,100 anos foi inaugurada na passada sexta-feira, dia 20 de Outubro, no Palacete Lopes Martins, no Porto e vai estar patentar até 3 de Fevereiro de 2024.

    A mostra, integrada nas celebrações do centenário de nascimento do arquitecto, é inédita e conta apenas com originais. A Fundação Marques da Silva (FIMS), responsável pela organização desta iniciativa e detentora do acervo do Mestre, vai acolher esta mostra que conta com Alexandre Alves Costa como curador e coordenador. Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano e Maria Manuel Oliveira completam a equipa de curadoria.

    A Casa de Ofir (1957/1958), o Mercado da Feira (1953/1959), o Pavilhão de Ténis na Quinta da Conceição (1956/1960), a Escola do Cedro (1957/1961), a Pousada de Santa Marinha da Costa (1972/1985), o Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1993/2000) e a Casa dos 24 (1995/2003) são as sete obras que vão estar em destaque. Estes projectos de Távora, representados com desenhos e maquetas originais e também por novas imagens foram captadas pela lente de Paulo Catrica.

    Além das obras seleccionadas, que ocupam o piso superior do Palacete Lopes Martins, é possível visitar, no piso da entrada, cinco miniexposições temáticas, complementares à exposição principal, que visam retratar a personagem, a sua cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o desenho e a história na prática projectual, e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a arquitectura e o seu exercício profissional.

    Cada entrada temática conta com um espaço dedicado e curadoria própria, reflexo da complexidade intelectual e cultural de Fernando Távora: “Referências”, Ana Tostões; “Viagens”, Sergio Fernandez; “Tratados de Arquitetura”, Domingos Tavares; “Literatura Modernista”, Celeste Natário; e “Aulas”, Manuel Correia Fernandes, com este último núcleo a estender-se à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

    Esta exposição, que é itinerante, viaja depois até Coimbra, com organização assegurada pelo departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DARQ). Segue-se a cidade de Guimarães, em Maio de 2024, sendo a Escola de Arquitectura, Arte e Design (EAAD) responsável por esta itinerância. Está ainda em aberto se vai depois também para a Assembleia da República, em Lisboa.

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    João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura

    Arquitectura

    “Não pretendemos ser um gabinete de autor. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto”

    João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura, explicam, em entrevista ao CONSTRUIR, a importância crescente da área de arquitectura num grupo marcadamente impulsionado pela engenharia. Promotores de uma lógica de ‘serviço completo’, admitem que o mercado interno é curto para a estratégia, mas não enjeitam qualquer oportunidade. As novas tecnologias e a forma de encarar o projecto como um todo assumem um carácter diferenciador

    Ricardo Batista

    (fotos créditos: Rui Lourenço / Frame It)

    Liderando uma equipa com 35 arquitectos, João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos explicam no CONSTRUIR a lógica por trás da metodologia ‘total design’, em que o cliente chega à Quadrante e consegue ter a oferta do serviço completo de ‘A a Z’, com um interlocutor apenas.

    Qual é a lógica por trás do funcionamento da Quadrante Arquitectura, nomeadamente a sua organização num grupo fortemente marcado pelo peso da área de engenharia?

    João Miguel Pinto (JMP): No grupo Quadrante, a arquitectura começou há aproximadamente 20 anos e, basicamente, cresceu a pedido do cliente. A Quadrante tem a sua génese associada à engenharia civil, foi crescendo e ganhando especialidades, foi ganhando capacidade de oferta e chegou a um ponto em que tínhamos as disciplinas todas à excepção da arquitectura. Nessa altura, os clientes, nomeadamente clientes da área industrial, acabaram por desafiar a administração da empresa para a constituição de uma área dedicada a estes trabalhos. Parte dos problemas de coordenação, na relação entre arquitectura e engenharia, acabavam por existir na mesma. Portanto, se conseguíssemos ter o serviço completo seria interessante. E começou por aí. Começou por ser uma pequena divisão de arquitectura que dava resposta às necessidades que chegavam dos projectos de engenharia. Foi crescendo, também porque são demasiado evidentes as vantagens de se trabalhar com tudo integrado. A ideia de ter tudo inhouse é a nossa proposta de valor. Temos uma metodologia a que chamamos ‘total design’ que é isso mesmo: o cliente chega à Quadrante e consegue ter a oferta do serviço completo de ‘A a Z’, com um interlocutor apenas. Para os nossos clientes, que são clientes cada vez mais profissionais, é uma vantagem e é o que nos diferencia no mercado. A forma como o fizemos, com o rigor, a questão do prazo e o controlo absoluto sobre todos os stakeholders do projecto permitiu que fossemos ganhando mais projectos deste género. Nos últimos cinco anos, esse crescimento foi mais evidente, de onde se pode destacar o projecto do Novo Aeroporto do Montijo e isso fez com que a nossa equipa, que há 6 anos era de seis pessoas, tenha agora 35 arquitectos.

    Rui Nunes Santos (RNS): Vencer desafios faz parte da nossa génese, encontrar formas de resolver problemas. Tem sido essa forma de estar que nos tem permitido crescer. Não temos medo de uma tipologia de projecto em que não temos experiência. Se for necessário, estabelecemos parcerias seja com quem for e encontraremos forma de chegar ao que o cliente pretende, prestando um trabalho de qualidade, diferenciado. O facto de termos todas as engenharias à nossa volta, é mais um desafio. Somos desafiados diariamente com um monte enorme de obstáculos, mas depois temos também a visibilidade transversal de um monte de tipologias diversas de projecto que nos permitem, perante um cliente que está muito habituado a um mercado específico como a habitação, ter uma experiência diversa que nos dá um contributo que o cliente não está à espera. Isso dá-nos uma postura diferenciadora no mercado.

    Esse englobamento de várias valências nas vossas propostas, é hoje uma realidade consolidada ou ainda há uma margem significativa para crescer, atendendo a que há, de facto, um peso significativo da vertente engenharia?

    RNS: Hoje em dia, os projectos mais interessantes para o grupo são os projectos em que tudo é feito dentro da empresa, com arquitectura e especialidades desenvolvidas internamente. São projectos que conseguimos abordar de forma eficiente. Nós temos uma forma de estar organizada, daí que tenhamos um conjunto de regras que nos permitem fazer ‘bem à primeira’. De facto, quando temos arquitectura, especialidades, conceitos, o desenvolvimento de projecto feitos internamente, são os projectos mais interessantes para o grupo e, por conseguinte, para a equipa. É evidente que isto não é estanque. Conseguimos a fazer projectos de especialidades para outros gabinetes, projectos de arquitectura para com outros gabinetes de especialidades…

    JMP: Nós temos as três geometrias a funcionar: temos projecto em que só temos arquitectura; projectos em que só temos engenharia; e temos os projectos mais interessantes, em que temos o pacote completo. Na parte da tipologia de projecto que mais procuramos, projectos mais complexos e completos como aeroportos, hospitais, estádios, é fundamental. Esses são projectos com muita complexidade e necessidade de coordenação, muita necessidade de optimização de soluções para conseguirmos atingirmos os nossos objectivos e os do cliente. Achamos que é uma vantagem poder controlar tudo. Numa empresa que tem agora 470 pessoas, uma divisão de arquitectura com 35 pessoas não tem significado em termos de percentagem mas para o mercado nacional temos a noção de que estamos a fazer o portfolio. Os projectos que temos actualmente em mãos têm bastante significado, nomeadamente dois estádios, vários projectos de aeroportos a decorrer, projectos de habitação em grande escala…Temos tido sempre uma postura low profile face ao mercado pois não pretendemos ser um gabinete de autor, nem um gabinete ‘de nome’. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto como existem no Reino Unido, nos Estados Unidos. Fazemos edifícios, não fazemos só arquitectura. Muitas vezes, a questão da marca e do autor é importante para o cliente e para conseguirmos estar nesse mercado temos algumas parcerias estratégicas em tipologias ou mercados que sabemos que o nome é importante. Isso, essencialmente, em projectos de habitação ou de interiores. Temos vindo a crescer apoiados nessas parcerias estratégicas que nos ajudam a mitigar falhas que ainda temos.

    Mas há, de facto, uma lógica diferenciadora entre o que é a vossa actividade e a de um atelier de média/grande dimensão em Portugal?

    JMP: Efectivamente, há uma diferença na forma como estamos estruturados e como abordamos o projecto. Como abordamos o projecto no sentido mais prático de relação objectivo/cliente, custo, relação com as engenharias, relação com os stakeholders. Mas na prática, o desenvolvimento da arquitectura é um desenvolvimento transversal a qualquer equipa de arquitectura. Os nossos arquitectos não são diferentes dos arquitectos que estão nos ateliers. O que conseguimos foi ter essa parte mais criativa e mais romântica da arquitectura, mas conseguindo, ao mesmo tempo, uma estrutura regrada, com metodologias e passos que permitem uma resposta, no nosso entendimento, mais interessante.

    RNS: Penso que há uma coisa que pode ser um factor diferenciador que é a experiência diversa e nós tentamos colocar-nos no lugar do cliente. ‘Eu sou um promotor, tenho este negócio que vou levar avante, tenho um negócio que tem de correr bem. O que eu preciso para que este negócio corra bem? O que preciso, no processo, para que este negócio seja diferenciador?’ Pela diversidade de experiências que temos internamente, conseguimos entender se é uma construção mais eficiente, se é necessária uma solução de especialidades mais inovadora porque vai ser mais importante em termos comerciais ou se vai ter uma exploração mais económica. Nós conseguimos, pela tal visibilidade macro que temos em muitos ambientes, geografias, tipologias de clientes bastante diversificados, fazer com que o cliente pense fora da roda, fora da caixa, fora da sua área de conforto. E isso faz com que, por vezes, se consiga inovar e evoluir.

    Em que medida é que esse carácter diferenciador é mais valorizado face a uma forma mais tradicional de lidar com o projecto?

    JMP: Esta nossa metodologia, que designamos ‘total design’, tem uma base muito interessante: como temos todos os especialistas in the house, na primeira reunião de projecto em que nos sentamos à mesma mesa conseguimos ter os diversos especialistas fundamentais para esse projecto. A primeira discussão de ideias, o primeiro workshop, já tem o melhor de cada um. Nós conseguimos, de uma forma mais eficiente chegar a uma solução mais interessante no final. Não temos uma equipa de arquitectura que vai, sozinha, e que depois faz com que as engenharias tenham de adaptar ao desenho. Nós conseguimos desenhar o projecto em conjunto. Isso não castra, de forma alguma, a arquitectura por si pois, na verdade, a arquitectura é a resolução de um problema associada a questões estéticas e de harmonia de composições. Nós fazemos isso tudo, sabendo que no final das contas terá de ser construído, alguém terá de pagar, alguém vai utilizar e alguém vai manter. Tentamos dar resposta a isso tudo. Um dos pontos importantes nessa metodologia é a questão da sustentabilidade e do ambiente. Temos um departamento de ambiente e sustentabilidade que faz parte do nosso projecto sempre. Desde o inicio estamos a pensar já com esses inputs em cima da mesa. A Quadrante tem um conjunto de compromissos ligados à sustentabilidade que têm de ser cumpridos nos projectos… Desenvolvemos, igualmente, uma ferramenta em que conseguimos pontuar os nossos projectos em termos de eficiência energética, de boas práticas. Acho que o que nos diferencia é isso. Nós já tivemos a experiência de que esta forma de projectar tanto resulta num estádio de futebol, num projecto complexo, ou um hospital, como para habitação de grande escala. Os ganhos são evidentes. Quando o cliente nos pede um projecto, estamos a falar de um negócio e nós conseguimos perceber qual é o negócio do cliente e conseguimos ajudá-lo nisso, não descurando a qualidade da arquitectura. Acho que é isso que nos diferencia. Eu acho que conseguimos, aqui na Quadrante, estar um passo mais à frente porque, no final de contas, a responsabilidade está toda debaixo do mesmo chapéu.

    Olhando para a realidade nacional, do mercado interno, em que é que essa forma de actuar encaixa na realidade do mercado, atendendo a que não há assim tantos projectos, com frequência, como um hospital ou um aeroporto?

    RNS: A Quadrante está estruturada de forma a optimizar tanto o processo de produção como de comunicação com o cliente e os vários intervenientes do projecto. Perante o cliente, temos um project-manager, um client manager e um porta-voz que são as pessoas que dão resposta ao cliente de forma sustentada e concertada. São pessoas que estão habituadas a comunicar com o cliente final e a trazer, para os nossos projectistas, o feedback do cliente. Esse interlocutor, é a figura que perante o dono da obra dá conforto e dá garantias de que as soluções que estão a ser desenvolvidas estão alinhadas com os objectivos. Sempre que é necessário um apoio técnico, os projectistas e equipas de projecto juntam-se ao cliente e a garantia de que tudo o que está a ser feito dentro desta empresa, seja um ou 10 projectos – por vezes, um projecto tem 10 disciplinas ou mais associadas, garante que todas essas disciplinas trabalham de acordo com o mesmo planeamento, com o mesmo prazo, o mesmo objectivo, evitando inconsistências de projecto, elementos em falta quando é lançado o concurso de empreitada e evitando problemas em obra, problemas esses que têm sempre um custo gigantesco quer em temos financeiros quer de prazo. Esta forma de estar ajuda-nos a dar credibilidade perante um cliente e a criar relações de confiança. O nosso desígnio é prestar um serviço diferenciado, de qualidade e criar relações de confiança que permitem que os clientes confiem em nós.

    João Miguel Pinto rejeita a ideia de arquitectura de autor

    Quais são os vossos objectivos? Qual é a vossa estratégia? Já percebemos que há um esforço e um aproveitamento da dinâmica internacional mas olhando, também, para o mercado interno por onde passa o vosso caminho de crescimento?

    JMP: A nossa área de arquitectura, actualmente, está também a navegar a onda do imobiliário que estamos a viver. Temos vários projectos de grande escala de habitação. Sabemos quanto tempo ainda vamos poder beneficiar desta onda, mas o nosso posicionamento e o nosso objectivo é conseguir estar nas duas frentes: conseguir estar nestes projectos residenciais ou de escritórios enquanto o mercado estiver disponível e houver oportunidades, mas ser igualmente a empresa de referência quando for necessário executar hospitais, estádios e tipologias mais complexas. Tentamos também, olhar para as tendências. Temos um forte posicionamento no mercado dos data centers, sabemos que é um mercado em crescimento, continuamos a ter uma forte componente industrial. Estamos, aliás, a desenvolver o maior projecto industrial já feito em Portugal, nomeadamente uma giga factory de baterias para carros eléctricos, que equivale a qualquer coisa como 400 mil m2 só na primeira fase…

    Combina arquitectura e engenharia?

    RNS: Desde o estudo de impacto ambiental ao projecto de execução final.

    JMP: Claro que uma empresa com a escala que a Quadrante, não olhando apenas a área de arquitectura, não se consegue alimentar apenas no mercado nacional e, por isso, o nosso foco está em continuar a internacionalização e aí temos umas alavancas muito interessantes para a nossa divisão de arquitectura que é o facto de termos diferentes áreas de negócio. Temos áreas como Transportes, em que a arquitectura dá resposta a estações de caminho de ferro ou portos, ou a área da Energia que vão precisar de arquitectura. Temos também a área de Special Projects que faz a angariação, por todo o Mundo, de projectos especiais onde também pode entrar arquitectura. A nossa visão está muito mais além do que o mercado nacional em termos de crescimento. No mercado interno claro que queremos ser uma referência em termos de arquitectura, não pela questão da arquitectura de autor mas num posicionamento diferente.

    RNS: Nós acompanhamos o que está a acontecer no Mundo inteiro. Hoje em dia há uma transformação energética e digital e nós estamos a acompanhar isso com as nossas equipas. É um trabalho em que a arquitectura está presente juntamente com todas as disciplinas. Temos o mesmo foco e o mesmo designio um pouco por todo o Mundo. Esta experiência nacional permite-nos estar em outras geografias a fazer o mesmo tipo de trabalho e a responder ao mesmo tipo de tipologias.

    Nesse capítulo, em que é que a área de arquitectura se torna mais competitiva nessa escala internacional?

    RNS: Nestas tipologias de projecto, é preciso ter uma consciência muito grande do que é que aquele projecto é e o que a arquitectura representa para aquele projecto. São tipologias em que o alinhamento com as outras disciplinas é muito importante, não é propriamente um objecto escultórico muito bonito, mas um desenho que resulta de uma componente técnica muito vincada. É quase uma coisa mecânica. Temos sempre, claro, as preocupações normais como a integração…A nível global, know how é muito importante. O nosso País, em termos regulamentares, legislação, está alinhado com o pensamento europeu e nas geografias em que estamos presentes são países em desenvolvimento onde conseguimos acrescentar valor.

    JMP: Neste processo de internacionalização, conseguimos também estar próximos dos grandes empreiteiros nacionais, das grandes construtoras. Para um empreiteiro, o serviço que nós temos é muito vantajoso, daí que tenhamos muitos processos de concepção construção. Há muitos problemas que são ultrapassados à conta desta nossa forma de pensar. Há cerca de 10 anos, começámos a desenvolver o BIM e o Revit e, actualmente, desenvolvemos todos os projectos em BIM. Temos mesmo um departamento dedicado ao desenvolvimento dessa metodologia. Essa é outra das vantagens que conseguimos oferecer. Já não fazemos nada em CAD.

    Rui Nunes Santos defende a lógica de projecto de “A a Z”

    Estamos a falar de uma nova forma de trabalhar que mostra já, de certa forma, um novo paradigma na forma como se projecta?

    JMP: Nós tentámos ser pioneiros e actualmente a nossa posição já não é um plus. Já é a nossa forma de trabalhar. Já não damos a opção ao cliente de o projecto não ser em BIM. Só trabalhamos assim porque as vantagens são tão evidentes para ambas as partes que é a nossa forma de trabalhar e está alinhada com os mercados internacionais mais evoluídos. Em Portugal, saiu uma lei que vai forçar a que nos projectos públicos passe a ser obrigatório. Já não vendemos isso como um extra ou que nos diferencie, mas sim estarmos alinhados com os mercados mais evoluídos e os mercados onde queremos chegar.

    RNS: Em termos de produção, todas as disciplinas estão a trabalhar na mesma ferramenta. Estamos a construir um modelo tridimensionalmente antes de ir para obra e, de facto, isso é vantajoso pois os problemas complicados em obra deixam de existir, evitando custos adicionais, problemas em prazos e uma série de outras questões. Sentimos que por vezes, o mercado não está preparado para acompanhar o desenvolvimento. As construtoras também já deviam ser capazes de receber e olhar para modelos e fazer a preparação da obra e isso ainda não acontece. Umas conseguem, mas outras não. Os próprios donos de obra, e aqueles donos de obra que fazem a operação do edifício depois de construídos também se estão a formatar para lá chegar, mas ainda não estão todos. Em termos de projecto é a nossa realidade, mas o mercado terá de se adaptar rapidamente porque não faz, hoje em dia, sentido que seja de outra forma.

    Quando olhamos para essa perspectiva de o dono de obra não estar preparado…o dono de obra não está preparado porque, a montante, ainda não há uma preparação tão evidente do lado do projectista?

    RNS: Depende da tipologia do dono de obra. Há o dono de obra que constrói para vender e esse claramente não tem interesse ou é muito residual. O interesse, aí, seria do empreiteiro para ter um modelo em que assente a preparação de obra, mas depois temos o dono de obra que constrói para explorar. Esse tem um monte de vantagens associados ao BIM e à manutenção que ele pode tirar partido. Há uns que estão preparados, mas é preciso preparar equipas, formas de estar, uma série de procedimentos, uma série de trabalhos que estão a começar em Portugal.

    O que dificulta que esta seja uma realidade? Os custos associados? A formação?

    JMP: Diria que os custos de formação e o retorno para as pequenas empresas é difícil de alcançar. Os valores das licenças também dificultam a que se alcance essa rentabilidade e a sua implementação. Depois é uma implementação que não se esgota. Temos um departamento BIM que trabalha todos os dias na forma como podemos melhorar a nossa forma de trabalhar. O nosso departamento BIM tem a dimensão média dos ateliers portugueses. É uma barreira difícil de ultrapassar para que se torne mais generalizado.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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