Balanço de 2019 confirma “nova fase de crescimento” na Construção
De acordo com as associações, em 2020 a Construção “deverá voltar a crescer, consolidando o ciclo de crescimento iniciado em
2017, mas de forma mais moderada, em linha com o abrandamento esperado para a Economia portuguesa, que irá manter uma trajectória de crescimento até 2022, mas num cenário de desaceleração”
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“Após 14 anos em crise, o sector da Construção em Portugal encontra-se numa nova fase de crescimento. Com início em 2017, a retoma continuou em 2018, chegou a 2019 com mais consistência e deverá apresentar no final de 2020, mais uma vez, uma evolução assaz positiva”, assegura a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas que se socorre de dados do INE, Banco de Portugal e Comissão Europeia para conceber o estudo “Sustentabilidade para a Construção – Balanço de 2019 – Perspectivas para 2020”.
Segundo a organização, a estimativa de um valor global de produção do Setor ronda os 13,4 mil milhões de euros em 2019, reflectindo um
crescimento, em termos reais, de 6,0% face a 2018, “o mais intenso dos últimos 21 anos”.
Todos os indicadores – da FBCF em construção, ao número de trabalhadores e empresas habilitadas e ao crédito concedido, passando pelo consumo de cimento, entre outros – são reveladores do bom momento que atravessa o Setor nos seus vários segmentos e subsegmentos.
Assim, a produção do segmento residencial deverá ter rondado os 3,8 mil milhões de euros, após um crescimento de 12,0% face ao ano anterior. A construção nova terá sido a mais dinâmica (2,3 mil milhões de euros/+ 14%), enquanto os trabalhos de reparação/manutenção devem ter evoluído mais moderadamente (1,5 mil milhões de euros/+ 9%), o que aponta para uma estabilização no seu ritmo de crescimento, após um período de forte expansão da sua produção.
A Federação destaca igualmente o licenciamento de 24 mil novos fogos, o número mais alto dos últimos 9 anos, mas ainda distante dos 114 mil fogos licenciados no início deste século, e a conclusão de 10.141 novos fogos até setembro de 2019 (+17,2% face ao período homólogo). No segmento dos edifícios não residenciais apurou-se um crescimento de 3,6%, com um volume de produção de cerca de 3,4 mil milhões de euros, evolução que traduz um crescimento mais acentuado do que no ano anterior. A componente privada foi a que registou o crescimento mais expressivo (+4,0%, face a +3,0% da componente pública) e o mais intenso dos últimos 12 anos, com um volume a ultrapassar os 2,1 mil milhões de euros, contra 1,3 mil milhões de euros da componente pública.
Já a engenharia civil terá aumentado 4,0%, face a 2018, com a sua produção a subir para os 6,2 mil milhões de euros, ou seja, 46% da produção total do Setor em 2019. Na verdade, o comportamento do mercado das obras públicas em 2019 foi muito positivo, com crescimentos homólogos significativos, quer no número, quer no montante, tanto nas obras lançadas a concurso (3.996 novas empreitadas, no valor de 4,0 mil milhões de euros), como nos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados (9.862 contratos, a rondarem os 2,4 mil milhões de euros).
De acordo com as associações, em 2020 a Construção “deverá voltar a crescer, consolidando o ciclo de crescimento iniciado em
2017, mas de forma mais moderada, em linha com o abrandamento esperado para a Economia portuguesa, que irá manter uma trajectória de crescimento até 2022, mas num cenário de desaceleração”.
A verificar-se a evolução prevista, +5,5%, a produção total do Sector deverá ultrapassar os 14,0 mil milhões de euros, com o segmento da construção de edifícios a crescer 5,9% para os 7,6 mil milhões de euros (+9,0% para a construção residencial, com a construção nova a evoluir +9,9% e os trabalhos de manutenção/reabilitação a crescerem 7,6%, e +2,4% para a construção não residencial) e o segmento da engenharia civil a aumentar 5,0%, para os 6,5 mil milhões de euros. “Em síntese e sendo de frisar que 2020 se antevê difícil em termos económicos, particularmente marcado por diversas incertezas que marcam o enquadramento internacional, nomeadamente ao nível europeu, espera-se no entanto, que a actividade da Construção permaneça favorável, considerando a FEPICOP que existem condições para que o Sector prossiga o ciclo de crescimento iniciado em 2017”, pode ler-se no comunicado.