Maat reabre portas a 10 de Junho
Na abertura do espaço, o visitante poderá encontrar Beeline, uma intervenção arquitectónica à escala do museu comissariada ao estúdio baseado em Nova Iorque SO – IL de Florian Idenburg e Jing Liu. Trata-se de um projecto sem precedentes que marca uma transformação programática sob a nova direcção de Beatrice Leanza, pretendendo transformar o museu numa paisagem de encontros e conversações
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Está agendada para o próximo dia 10 de Junho a reabertura do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), peça maior do Campus da Fundação EDP, encerrada desde o dia 20 de Dezembro.
A destruição de parte do texto, à conta da tempestade que assolou a zona de Lisboa no final de 2019, que obrigou ao encerramento do espaço, aliado aos constrangimentos provocados pelo estado de emergência, levaram à definição de uma nova data para a reabertura dos dois edifícios do Campus da Fundação EDP, que agora estarão equipados com os higienizadores necessários e com verificação de temperatura nas entradas, com caminhos de circulação estabelecidos através dos espaços para assegurar uma experiência segura e
agradável ao longo dos novos e já existentes programas.
Coincidindo com a celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas a 10 de Junho e após um prolongado encerramento provocado pela pandemia do Covid-19, o maat revela agora ao público os novos projectos cujo lançamento estava originalmente planeado pata 27 de Março.
Na abertura do espaço, o visitante poderá encontrar Beeline, uma intervenção arquitectónica à escala do museu comissariada ao estúdio baseado em Nova Iorque SO – IL de Florian Idenburg e Jing Liu. Trata-se de um projecto sem precedentes que marca uma transformação programática sob a nova direcção de Beatrice Leanza, pretendendo transformar o museu numa paisagem de encontros e conversações, e
protagonizando a abertura de uma segunda entrada, temporária, virada para a cidade adicionalmente à entrada original do lado do rio Tejo. Este grande trabalho é acompanhado pela exposição Currents – Temporary Architectures by SO – IL apresentada na rampa elíptica
dentro do espaço central do museu, que mostra 12 projectos do estúdio realizados ao longo da última década e organizados em seis pares temáticos, que salientam os temas que o estúdio explora no seu trabalho efémero e construído. Beeline é realizada em parceria com a empresa Artworks.
Como parte desta intervenção, os arquitectos desenharam também um conjunto de 15 unidades de armazenamento de arte móveis e reconfiguráveis que se encontram espalhadas pelo espaço – os seus conteúdos, a par de materiais de arte arquivados, são colectivamente
intitulados The Peepshow – Artistas da Colecção de Arte da Fundação EDP e apresentam intervenções discretas e intimistas que revelam trabalhos, metodologias e momentos de criação dos artistas, representando assim “espreitadelas” aos seus mundos privados. São eles
– Catarina Botelho, Paulo Brighenti, Tomás Colaço, Luísa Ferreira, Horácio Frutuoso, Mariana Gomes, Pedro Gomes, André Guedes, João Louro, Maria Lusitano, João Ferro Martins, Paulo Mendes, Rodrigo Oliveira, Francisco Vidal, Valter Vinagre.
Em estruturas complementares apresenta-se Memovolts — Histórias da Colecção de Património Energético da Fundação EDP. São sete mostras com curadoria, com tópicos como “As mulheres na publicidade aos Electrodomésticos (1930 – 1950)” e “Memórias da Cidade de
Lisboa: A Fotografia de Kurt Pinto. O Design do Som e da Imagem (1920-1960)”. Ainda a acompanhar estes projectos, e enquanto parte da Beeline, estão três estações de áudio intituladas Sound Capsules que acolhem uma série de propostas de som com curadoria e
conteúdos especialmente produzidos em colaboração com os alunos da ETIC (Escola de Tecnologias, Inovação e Criação), bem como uma série com curadoria de Gonçalo F. Cardoso, apresentado trabalhos seleccionados a partir do catálogo da editoria discográfica Discrepant que
explora os temas “Realidades Alternativas” e “Tradições Atípicas”, difundidos aos longo de um conjunto de performances ao vivo que terão lugar na Beeline. Um projeto de som comissariado será audível em todos os espaços do edifício do maat. Trata- se de uma paisagem sonora realizada pela artista Claúdia Martinho intitulada Extinction Calls. Esta forma de espacialização acústica baseia-se nas músicas e nas vozes de espécies de pássaros extintas ou criticamente ameaçadas recolhidas em plataformas colaborativas e arquivos online, tais como a Macaulay Library do Cornell Lab of Ornithology e a Internet Bird Collection, e foi desenhada para oferecer uma variedade de experiências sonoras através de todo o museu.
“De um activismo sónico que evidencia a crise ecológica global, para fechar encontros vibratórios interespécies, esta instalação sonora apela a uma mudança na forma como nos relacionamos com o nosso ambiente, para uma intimidade ecológica, a nossa capacidade inata
de sintonia com o outro que não o humano”, diz a artista.
Por fim, a organização confiou ao designer francês Sam Baron, sediado em Lisboa, a realização de um sistema de comunicação para ajudar a circulação dos visitantes no museu em respeito com as actuais regulamentações. Trata-se de um sistema tridimensional, de baixa tecnologia, que permeia os locais do museu com uma linguagem de design suave e única feita de módulos reconfiguráveis que utilizam tijolos comuns e superfícies reflectoras com uma linguagem gráfica pessoal para lembrar aos visitantes como respeitar as actuais regras. “O desafio de criar uma solução eficaz, comunicativa e, porém subtil, adaptada à missão do maat sem se sobrepor aos seus conteúdos, obrigou-nos a pensar numa solução aparentemente simples mas atraente, que tem de ser também facilmente implementada, modificada ou alargada”, diz Baron acerca do projecto.
Beeline foi desenhada para acolher o maat Mode, um programa público participativo de sete meses que é apresentado como um exercício de interrogação acerca do papel das instituições culturais na sociedade e da prototipagem do futuro do museu. Co-desenvolvido por uma variedade de profissionais internacionais e locais, instituições culturais e grupos da comunidade, maat Mode personifica “um gestor transformador que faz do museu uma arena cívica polifuncional onde a vida pública é debatida, sondada, desafiada e possivelmente inspirada para uma construção mais inclusiva e equitativa do futuro”, diz a directora Beatrice Leanza.
Tópicos, conteúdos e modos de envolvimento público são simultaneamente testes e um prelúdio para a programação futura. Entre muitas outras, as áreas de pesquisa incluem a acção climática, com um foco específico nos Oceanos e na cultura marinha, incluindo colaborações com instituições de cultura e educativas portuguesas e internacionais – entre as quais Architecture Follows Fish, um projecto com curadoria de André Tavares e a Garagem Sul; Liquid Infrastructure organizado por Margarida Mendes com o Centre for Research Architecture da Goldsmiths University e Disturbing Conservation: Remapping the Avencas (Marine Protected Areas) desenvolvido pelos curadores Dani Admiss e Gillian Russell.