Construção: Sector supera expectativas e termina 2020 com um crescimento de 2,5%
Espera-se que o Valor Bruto da Produção do sector registe 13.739 milhões de euros em 2020, superando as perspetivas de Junho que, no cenário mais favorável, apontavam para um crescimento de 0,6%
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O sector da construção tem vindo a demonstrar uma elevada resiliência aos constrangimentos causados pela pandemia do Covid-19 com os principais indicadores, ao longo dos últimos meses, a revelarem reiteradamente evoluções favoráveis tendo em consideração a quebra de cerca de 9,3% prevista para o PIB este ano em Portugal.
O investimento (FBCF) em construção e o Valor Acrescentado Bruto (VAB) do sector registaram variações de 4,3% e 3,2% nos primeiros três trimestres de 2020, em termos homólogos, e o consumo de cimento no mercado nacional já ascendia a 3,3 milhões de toneladas, até ao final de Novembro, o que corresponde a um aumento de 10,9% em termos homólogos.
Deste modo, espera-se que o Valor Bruto da Produção do sector registe um acréscimo de 2,5%, para 13.739 milhões de euros em 2020, superando as perspetivas de Junho que, no cenário mais favorável, apontavam para um crescimento de 0,6% da produção, em linha com as estimativas da Comissão Europeia.
No segmento residencial, num contexto de elevada procura nacional e internacional e de taxas de juro historicamente baixas, com a concessão de crédito para aquisição de habitação a crescer 6,4% nos primeiros 10 meses de 2020, a avaliação bancária da habitação a aumentar 4,9% até Novembro e com o forte crescimento observado no licenciamento de fogos em construções novas em 2019 (+18,6%), estima-se que o valor bruto da produção cresça 4,5% em 2020.
Relativamente ao segmento dos edifícios não residenciais, tendo em consideração a quebra de actividade nos sectores do comércio e do turismo, não totalmente contrabalançada pelo aumento da procura pública por este tipo de obras, estima-se uma quebra de 0,5% do valor bruto da produção em 2020.
Quanto ao segmento da engenharia civil apuram-se crescimentos relevantes, até ao final do mês de Novembro, quer ao nível dos concursos promovidos quer dos contratos de empreitada celebrados, com variações muito significativas, nomeadamente acima dos 20% no valor das obras promovidas, pelo que tendo em consideração a duração prevista das obras, estima-se um crescimento de 3% do valor bruto de produção do segmento para 6.389 milhões de euros.