CICCOPN assina protocolo com Moçambique para formação de jovens
Protocolo assinado vai permitir formar os jovens em Portugal com bolsas de estudo no sector da construção civil e obras públicas
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O dia 7 de Junho ficou marcado pela assinatura, na Maia, de um protocolo entre o Instituto de Bolsas de Estudo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da República de Moçambique e o Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte (CICCOPN).
Este acto representou a oficialização de um programa de colaboração, no âmbito da formação profissional de jovens moçambicanos no sector da construção civil e obras públicas. Os jovens que integrem este programa terão a oportunidade de estudar em Portugal, com bolsas de estudo que garantem benefícios idênticos aos dos alunos portugueses.
Estes jovens moçambicanos poderão levar o conhecimento de volta para o seu País de origem ou, se preferirem, poderão integrar o sector da construção em Portugal, com condições e salários dignos. No momento da realização do estágio, que é parte integrante da formação, os jovens poderão escolher entre empresas a operar em Portugal e empresas portuguesas com operações em Moçambique.
Em declarações após a assinatura do protocolo, Carla Caomba, directora-geral do Instituto de Bolsas de Estudo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da República de Moçambique, explicou que o acordo “vem reforçar aqueles que são os esforços do Governo de Moçambique no apoio ao acesso dos jovens ao ensino superior”. Acrescentou ainda que “Moçambique está a passar por um período conturbado e este acordo vem responder àquilo que é a preocupação dos jovens, acima de tudo os jovens da província de Cabo Delgado, no que concerne a formação profissional”.
Carla Caomba acredita que esta parceria irá “responder àquelas que são as linhas gerais do Governo, ao atribuir bolsas de estudo a áreas específicas do ensino técnico e profissional”, tendo sublinhado, por fim, que a variedade de cursos que o CICCOPN oferece é “uma oportunidade para os jovens se formarem com qualidade” e que a possibilidade da integração pós-formação nas empresas em Moçambique é uma “mais-valia para os moçambicanos e para o Governo”.
Por sua vez, Carla Vale, presidente do Conselho de Administração do CICCOPN, disse tratar-se de um projecto de grande importância, na medida em que “não só permite formar e qualificar jovens de um país irmão, que comunga da mesma língua, mas também a formação destes jovens pode permitir que, regressando ao seu país, levem aprendizagens e conhecimentos, valorizando Moçambique, ao mesmo tempo que lhes oferece a escolha de ficarem em Portugal.”
Carla Vale explicou, ainda, que o protocolo permite “receber e acolher os jovens moçambicanos e incluí-los na oferta formativa do CICCOPN, seja ela de curta ou longa duração”, podendo, ao mesmo tempo, “trazer alguma esperança a estes jovens, no sentido de aprenderem uma profissão em condições seguras”.
O protocolo agora assinado prevê que as formações sejam realizadas, preferencialmente, com os seguintes enquadramentos: Cursos de Aprendizagem, com a duração de três anos lectivos, para estudantes que completaram o 9.º ano de escolaridade, os quais conferem o nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações e a equivalência ao 12.º ano de escolaridade e Cursos de Especialização Tecnológica, com a duração de um ano lectivo, para estudantes com o 12.º ano de escolaridade concluído, os quais atribuem um Diploma de Especialização Tecnológica de nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações e créditos para o prosseguimento de estudos a nível superior em Portugal. Serão admitidos, em condições normais, candidatos com idades compreendidas entre 15 e 25 anos.
Está ainda programado o aumento da troca de experiências entre o Laboratório de Geotecnia e Materiais de Construção (LGMC) do CICCOPN e a entidade congénere de Moçambique, assim como outras instituições relacionadas com a realização de ensaios em materiais de construção, produtos betuminosos, solos, sondagens e prospecção geológicas e geotécnicas, assim como análises químicas em materiais utilizados na construção civil.