Estudo: “Reconectar é a nova tendência global”
Segundo o Savills Impact prevê-se uma diminuição global da procura de escritórios em toda a Europa entre 8-10% à medida que as empresas se adaptam às novas formas de trabalho
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2022 é o ano em que a Humanidade começa a emergir da pandemia, o ano em que o mundo começa a voltar ao normal. Ao mesmo tempo que as pessoas voltam à sua rotina, a Savills lança o seu estudo Impacts 2022, que pretende explorar a nova tendência global – “Reconectar”.
Depois de dois anos em que a pandemia manteve as pessoas mais afastadas, 2022 representa o regresso a alguma normalidade, o ano em que as principais cidades do mundo estão a retomar a sua actividade e que as pessoas procuram uma reconexão ao seu local de trabalho exigindo, no entanto, uma maior qualidade de vida, flexibilidade e políticas de sustentabilidade. É este novo paradigma que a Savills pretende abordar no seu estudo Impacts 2022, que explora nova tendência global – “Reconectar”.
Esta edição do Savills Impacts aborda perspectivas sobre a nova era do trabalho, o futuro das cidades resilientes, o comércio/retalho físico, as oportunidades do mercado imobiliário e a realidade actual da cadeia logística.
Uma nova era do trabalho
As pessoas estão a reconectar-se ao seu local de trabalho, mas também a exigir uma nova realidade. As novas tecnologias, alterações demográficas e o impacto da Covid-19 transformaram a forma como a sociedade global experiencia o mundo. As prioridades passaram agora a ser a tecnologia – potenciadora de trabalho remoto – a diversidade, o talento e o espaço de trabalho enquanto lugar que proporciona bem-estar e qualidade de vida. Perante os novos factores prioritários, as empresas deverão adaptar-se ao “novo normal” para atrair e reter talento, através da diversidade e do trabalho flexível, o que permitirá aumentar os níveis de satisfação e a integração dos colaboradores.
Como exemplo desta nova era do trabalho, a cidade de Lisboa foi recentemente eleita como o destino preferido dos nómadas digitais, oriundos de todo o mundo, e o Algarve conquistou a 4ª posição como destino favorito para os nómadas digitais trabalharem.
O inquérito Savills Office FiT 2021 concluiu que 12% dos trabalhadores revela interesse por espaços de coworking, em comparação com 3% verificados em 2020. Prevê-se que o tipo de espaço flexível se torne ainda mais diversificado, com localizações disponíveis no centro das cidades como em áreas suburbanas.
No entanto, a procura de espaço flexível é também susceptível de aumentar com o crescente número de pessoas que optam por trabalhar por conta própria. No Reino Unido, os pedidos de espaço flexível para escritórios aumentaram 82% em relação aos níveis pré-pandémicos. A Savills prevê uma diminuição global da procura de escritórios em toda a Europa entre 8-10% à medida que as empresas se adaptam às novas formas de trabalho.
Os green offices registam também uma tendência crescente à medida que as preocupações com as políticas de ESG são cada vez mais prementes. Os EUA e cidades como Londres, Paris, Pequim e Xangai são os locais que apresentam o maior número de escritórios com certificados verdes. Em média, 28% do stock total nas 20 principais cidades globais tem o certificado verde, o que significa que mais de 70% do stock existente deverá sofrer alterações no futuro.
Oportunidades e desafios para o sector imobiliário
O investimento global em apartamentos atingiu um valor recorde de mais de 478 mil milhões de dólares em 2021 e, no terceiro trimestre do ano, o investimento excedeu pela primeira vez o mercado dos escritórios.
Na maioria dos países, os retornos totais do investimento para a habitação em 2020 foram de 5,5%-8,3%. O aumento do investimento em habitações multifamiliares levou a que os rendimentos líquidos atingissem níveis mínimos de 3% ou menos, na maioria das geografias.
A procura de habitação para arrendamento, especialmente habitação acessível, pode aumentar durante períodos de incerteza, nomeadamente se os critérios de empréstimo mais rigorosos reduzirem a procura. A procura tem sido impulsionada sobretudo por jovens que se deslocam para centros urbanos para trabalhar e estudar e, neste sentido, é pouco provável que esta situação seja alterada pela Covid-19 a longo prazo.
Um outro desafio para os investidores é a crescente intensidade operacional dos activos para arrendamento. Numa fase pós-pandémica, os ocupantes passam mais tempo em casa e focam-se em aspectos como o bem-estar e a conveniência, sendo essencial uma divisão entre o espaço de escritório e a esfera familiar. Após a experiência de confinamento, os espaços exteriores e janelas de maior dimensão tornaram-se um pré-requisito, ao mesmo tempo que o interesse pela segurança e saneamento foi reforçado.