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Openbook: arquitectura pragmática

Criada há 15 anos por três arquitectos e um financeiro, a Openbook Architecture é hoje uma referência internacional na arquitectura corporate. A recente criação da NOBK, com a liderança de Diana Noronha enquanto partner, trouxe uma nova linguagem e dinâmica a uma arquitectura, sobretudo, pragmática. Paulo Jervell e Diana Noronha Feio falaram com a Traço sobre este processo de mudança e crescimento da empresa

Manuela Sousa Guerreiro
Arquitectura

Openbook: arquitectura pragmática

Criada há 15 anos por três arquitectos e um financeiro, a Openbook Architecture é hoje uma referência internacional na arquitectura corporate. A recente criação da NOBK, com a liderança de Diana Noronha enquanto partner, trouxe uma nova linguagem e dinâmica a uma arquitectura, sobretudo, pragmática. Paulo Jervell e Diana Noronha Feio falaram com a Traço sobre este processo de mudança e crescimento da empresa

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Manuela Sousa Guerreiro
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Paulo Jervell, partner fundador da Openbook Architecture  e Diana Noronha Feio, que recentemente se juntou à equipa como co-partner, aliaram-se para uma conversa aberta sobre os caminhos percorridos nos últimos quinze anos onde perspectivaram o futuro de um gabinete que já nos habituou a uma arquitectura pragmática, na forma como aborda os projectos. Depois do corporate, a Openbook tomou de assalto o segmento de hotelaria e turismo e a NOBK é o seu Cavalo de Tróia.

A Openbook Architecture completa este ano 15 anos. Como é que tem sido este percurso?

Paulo Jervell (PJ): Começamos com quatro partners: o Rodrigo Sampayo, João Cortes e Pedro Pires, para além de mim. Recentemente entrou a Diana Noronha Feio que veio complementar a actuação do Openbook e trazer valor acrescentado em áreas que identificámos com potencial, não só para diversificar a nossa actuação, mas, acima de tudo, para acrescentar valor aos nossos projectos com a introdução de um conjunto de serviços adicionais que se identificam com o perfil, com a identidade e com a linguagem do Openbook.

Já colaborávamos com o atelier da Diana em alguns projectos e realmente havia uma sintonia muito forte e uma identificação muito forte em termos de identidade e de linguagem e fez sentido fazermos aqui uma espécie de incorporação do atelier da Diana. Surgiu assim a NOBK como uma empresa complementar aos projectos do Openbook, mas também autónoma para projectos com o perfil e no âmbito dos serviços de design de interiores e decoração.

15 anos depois, mantêm o foco no segmento corporate?

PJ: Eu diria que isso é uma percepção do mercado. A Openbook surge em 2007, com a criação de uma empresa e eu reforço o termo empresa porque todos nós temos percursos diferentes, nomeadamente o Rodrigo e o João vêm de um atelier tradicional de arquitectura, o Pedro Pires tem um percurso muito ligado à componente financeira e eu próprio embora seja arquitecto, estava mais ligado à gestão de projectos consultoria imobiliária. Três arquitectos e um financeiro. Decidimos na altura criar uma empresa que tivesse um atelier de arquitectura dentro da empresa, muito mais focada para o mercado institucional, e com um conjunto de valências e de serviços que fossem para além do projecto de arquitectura e muito focados no cliente, mas também nos prazos, na rentabilidade e eficiência dos projectos.

O que não é, propriamente, uma característica que associamos à arquitectura em Portugal…

PJ: Precisamente. Por isso eu reforço que somos uma empresa de arquitectura. Não obstante, o nosso grande impulsionador era, e é, o de fazer boa arquitectura, tal como um tradicional atelier de arquitectura. Isto significa que não olhamos apenas para a rentabilidade ou para a eficiência dos projectos, embora estes sejam, cada vez, factores fundamentais face ao enquadramento económico e social que vivemos.  Temos de responder aos objectivos e às expectativas e exigências dos clientes, não estamos a fazer arquitectura para nós, mas para o utilizador/cliente, mas estamos a introduzir o nosso conhecimento e o nosso traço.

Essa foi uma das razões de nos chamarmos Openbook, ao invés de associarmos o nome dos partners à designação do gabinete. Somos uma empresa, liderada pelos partners, mas que acima de tudo tem uma equipa por detrás, uma equipa de muita qualidade e entrega. E esse continua a ser o nosso driver estratégico.

Voltando um pouco atrás e falando dessa percepção do mercado.

PJ: Em 2007 estamos a arrancar com uma empresa nova em pleno início de crise que abalou muito o mercado imobiliário, mas também o mercado da construção e, principalmente, de obra nova.

Começar uma empresa nestas circunstâncias teve, desde logo, um grande desafio que foi não só o de ultrapassar as dificuldades que essa crise acarretou para o mundo, para a Europa e, nomeadamente, para Portugal, mas que, por um lado, motivou desde cedo a necessidade da nossa internacionalização, enquanto nos focou numa área de negócio e de construção que embora estivesse a ser impactada pela crise ainda era uma área que tinha alguma procura que era o mercado corporativo.

Solidificámos a nossa actuação nesse segmento, que nos permitiu ganhar uma expertise que, eu diria, nos distingue. Esse reconhecimento foi crescendo ao longo destes 15 anos e a estratégia da empresa foi se adaptando a outras áreas de negócios. Actualmente o mercado corporativo continua a ter um peso muito considerável no volume de projectos da empresa, cerca de 60%, mas no começo chegou a ter uma relevância de mais de 80%.  Os outros restantes 40% estão hoje distribuídos pela área residencial, área hospitalar e a área de turismo.

A entrada no segmento da hotelaria e turismo foi reforçada com a criação da NOBK?

PJ: Já trabalhávamos neste mercado, mas o complemento que nos é dado por esta nova vertente de design de interiores permite-nos entrar numa área de negócio muito mais abrangente. Uma coisa é construirmos o edifício, o hotel, outra coisa é podemos fazer uma intervenção muito mais transversal.

Diana Noronha Feio: Ao fim ao cabo é conseguimos dominar duas escalas diferentes do projecto.  Penso que é algo que é sempre muito sensível a quem está habituado a trabalhar numa determinada escala, a escala do projecto do edifício em si, poder depois entrar numa escala que exige outra aproximação. Uma forma de olhar para o mesmo edifício numa óptica muito mais sensorial e, no fundo, a criação de um departamento e uma marca que está focada nessa segunda fase de interacção com a arquitectura que é quando entra o interiorismo, potencia o vivermos o edifício até ao fim.

Que projectos já desenvolveram com a nova marca?

PJ: A nossa colaboração iniciou-se mais na área corporativa e na área residencial, depois tivemos uma consolidação com o projecto do Hotel Ritz que foi o projecto eu diria mais recente, mais emblemático em que realmente conjugámos a intervenção da arquitectura com a intervenção em termos de design.

DNF: Houve uma intervenção arquitectónica que foi um projecto muito profundo e que já tinha alguns anos de desenvolvimento aqui na Openbook, mas a criação deste resort urbano no Ritz já surge numa fase mais tardia e essa nossa aproximação ao interiorismo e de resolver o projecto de A a Z e concebermos o Bar do Hotel e todo o mobiliário da piscina que foi criado para o espaço… significou uma entrega muito grande na definição dos detalhes, do pormenor, de materialização do espaço.

Da internacionalização e das mudanças

Como é que a pandemia influenciou o vosso trabalho, dada as transformações que observamos no modo como se vivenciam os escritórios?

PJ: Estamos sempre em mudança. Depois vamos sendo confrontados com alguns acontecimentos que, de alguma forma, precipitam essas mudanças ou nos fazem pensar para que lado devemos caminhar e de facto a pandemia veio acelerar um conjunto de mudanças. Mas já estávamos a percorre esses caminhos com várias empresas que estavam já a reequacionar a forma de trabalhar e de ocupar os edifícios e a sua própria forma de estar.

É interessante perceber, e contrariamente áquilo que seria expectável, que o take up de escritórios está a crescer e continua a bater recordes. Sempre defendemos que o espaço de trabalho não ia acabar porque as empresas e as pessoas não estão preparadas para ficarem eternamente a trabalhar de forma remota. A questão é como é que o espaço de trabalho se vai adaptar às novas exigências não só das empresas, mas também das pessoas. O que estamos a observar é que grande parte das empresas estão a ter uma necessidade de transformar e adaptar os seus espaços de trabalho, os seus escritórios, porque os colaboradores querem trabalhar de forma diferente e ter um conjunto de condições que entram em ruptura com aquelas que existiam anteriormente à pandemia.

Isso acrescenta mais desafios ao design?

DNF:  Desafios de perceber estas mudanças de cultura em todos os aspectos. É importante as empresas manterem uma cultura viva e ao mesmo tempo que a cultura da empresa é uma apropriação das pessoas e acaba contaminada, no bom sentido, pelos seus colaboradores e pelas suas necessidades e por essa nova forma de trabalhar que também se ganhou com a experiência da pandemia.

Nós estamos sempre em mudança, como o Paulo referiu. Mas integrar outras culturas nos nossos espaços de trabalho é uma preocupação e um desafio. Como é que os nossos projectos reflectem os valores destes clientes que são simultaneamente idênticos e diferentes a nós? A nossa abordagem passa por responder às questões: Quem é o nosso cliente?  O que é que este nosso cliente precisa?

PJ: Todos os dias estamos em mudança. Trabalharmos com todas estas marcas internacionais permite-nos estar sempre um pouco à frente do que são estas novas tendências e estamos a falar de tendências em termos de design e de materiais, em termos de preocupações de inclusão, de sustentabilidade. E focando nesta colaboração entre a NOBK e a Openbook e na integração deste serviço, não estamos só a abordar a questão funcional e a questão da resposta às métricas e às necessidades funcionais da empresa, mas trazer sim uma preocupação e um valor acrescentado no que é o design de interiores. A definição do desenho do mobiliário, a própria integração da decoração e da arte nos escritórios que pode ser arte física, a arte digital, pode ser a arte metaverso, realidade aumentada…

DNF: No final do dia, tudo se resume à experiência.

Que projectos têm actualmente em curso e que podemos destacar?

PJ: Em termos corporativos estamos com um volume de trabalho muito grande. Temos um desafio muito interessante em mãos que é o projecto da nova sede do Novo Banco, que riá passar para o Tagus Park, que é um projecto para o qual fomos seleccionados para  fazer toda a componente do fit out e design de interiores. O projecto da remodelação do campus está a cargo de um arquitecto espanhol. É um desafio grande porque estamos a facilitar através do espaço uma transformação organizacional no Novo Banco que irã passar de localização muito urbana e privilegiada da Avenida da Liberdade para o Tagus Park  e que acreditamos que terá um conjunto de factores muito atractivos  É um projecto com cerca de 30 mil m2 o que é uma dimensão bastante grande.

Continuamos a fazer projectos para as chamadas Big Four estamos a fazer a nova remodelação da nova sede da Mckinsey. Já tínhamos feito a Deloitte, KPMG e PwC e temos agora a oportunidade de estar a fazer a Mckinsey e dar continuidade a esse serviço. Estamos a fazer também fomos seleccionadas para o novo Campus do BNP Paribas no Parque das Nações, um projecto muito desafiante…

DNF: E isso é só no corporate. Estamos a avançar com projectos residências e na área da hotelaria e turismo, estamos a trabalhar num resort numa ilha tropical, hotéis de charme, a transformar um antigo convento numa unidade hoteleira, estamos a desenvolver um projecto de um palácio do século XIX… só para nomear alguns e perceber a diversidade do trabalho que estamos a desenvolver.

A Openbook irá crescer em termos orgânicos?

PJ: Temos uma equipa com 50 pessoas e uma forte expectativa de virmos a crescer 20 a 25% em termos de equipa até ao final deste ano.

Com todos estes projectos a internacionalização da Openbook será reforçada?

PJ: A internacionalização da Openbook começou precisamente em 2008, mas estamos a reforçar essa vertente e estamos a diversificar o mercado de internacionalização.

Acompanhámos alguns clientes que tínhamos cá nos mercados de internacionais como o Brasil, onde abrimos um escritório em 2011, e em Angola. Países com forte relação a Portugal. Assistimos agora a uma forte procura no mercado angolano e vamos dar continuidade à nossa internacionalização para o norte e centro da Europa. Estamos a realizar um projecto de relevância no Luxemburgo e estamos com uma demanda interessante na Bélgica e em França.

Pensamos abrir em breve um escritório no Luxemburgo para cobrir essa área e dar suporte a este conjunto de projectos que estamos a desenvolver na região.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Roca One Day Design Challenge premeia a sustentabilidade

A 7ª edição do concurso desafiou cerca de 320 inscrições de jovens talentos de todo o país a criarem uma solução onde o design permite ajudar pessoas a realizar as suas funções básicas de higiene num cenário de catástrofe natural. A proposta assinada por João Queirós, Hygibucket, saiu vencedora

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A sétima edição em Portugal do Roca One Day Design Challenge (ODDC), que, este ano regressou ao formato presencial, desafiou os participantes a apresentar, em contra-relógio, ideias inovadoras para o espaço de banho.
Este ano, os participantes foram convidados a criar uma solução de banho que ajude as pessoas a realizar as suas funções básicas de higiene num cenário de catástrofe natural. O briefing, apresentado no início do dia, baseou-se na premissa de que num cenário de catástrofe natural, como terramotos, furacões, inundações e incêndios, podem provocar interrupções no fornecimento de água potável, assim como no saneamento básico. Em apenas 8 horas, os participantes tiveram de desenvolver uma solução que ajude as pessoas a realizar as suas actividades de higiene nestes cenários, permitindo privacidade e garantindo a sustentabilidade da solução.

Os projectos foram avaliados pelo júri constituído por Jorge Vieira, managing diretor da Roca, Pedro Novo, fundador do atelier Pedro Novo arquitetos, Isabel Dâmaso, da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Susan Cabeceiras, fundadora da Konceptness, e as vencedoras da edição anterior, Rosana Sousa, com formação académica no Instituto Politécnico do Cávado, e Sofia Vieira com formação académica em Belas Artes da Universidade do Porto.
Hygibucket foi o projecto vencedor do Roca ODDC 2023, com o primeiro prémio, no valor de 2.000€. A avaliação do júri sobre o trabalho criado por João Queirós, da Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, foi unanime, “dado que o projecto reflectia o espírito de catástrofe, traduzindo-se numa solução prática e versátil e com grande atenção aos detalhes, ao nível da execução”.

O segundo prémio, no valor de 1.500€, foi atribuído à equipa composta pela dupla Bernardo Pereira e Rodrigo Santa Rita, alunos da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. O projecto Emergency Hygiene Unit foi avaliado pela sua boa apresentação, bom design, facilidade na compreensão da solução, bem como pela facilidade de transportar e desmontar enquanto objecto.

O projecto On the go, criado por Joana Gonçalves e Miguel Lamas da Faculdade de Belas Artes de Lisboa foi galardoado com o terceiro prémio (1.000€). O júri destacou neste trabalho a multifuncionalidade da peça, traduzindo-se numa solução compacta, excelente para armazenamento e fácil de transportar.

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“Hoje em dia não basta fazer arquitectura”

O grupo Openbook está em expansão, com reforço das áreas de design e nos serviços e apostou em diferentes vertentes, da corporativa à hoteleira, passando pelo residencial, sem esquecer aquela que é a sua área mais reconhecida internacionalmente: os escritórios. Paulo Jervell, partner e um dos fundadores do grupo, explica a aposta do Grupo

O hotel Choupana Hills na Madeira está em reconstrução. O investimento na recuperação da unidade, que durante décadas foi um marco do Turismo no arquipélago, é do grupo Lux Hotels e deverá custar, de acordo com notícia avançada pelo Diário da Madeira, cerca de 20 milhões de euros. A intervenção pressupõe a reconstrução dos edifícios afectados pelo incêndio de 2016, bem como as obras de conservação e manutenção nos edifícios não afectados, a recuperação dos arranjos exteriores e a redefinição de todos os espaços interiores e conceito de decoração. A arquitectura está a cargo da Openbook e o design de interiores foi entregue à NOBK, empresa do grupo Openbook.

A intervenção, transversal, do grupo de arquitectura português no projecto de reconstrução desta unidade hoteleira segue em linha com a nova dinâmica do grupo inaugurada em 2022, com impacto nos resultados do grupo. No último ano, a Openbook facturou 6M€, o que representa um crescimento de 50% face a 2021, inaugurou uma nova área de negócio, de Investment Advisory, um serviço de apoio ao investimento imobiliário, e apostou em diferentes vertentes, da corporativa à hoteleira, passando pelo residencial, sem esquecer aquela que é a sua área mais reconhecida internacionalmente: os escritórios. “Hoje não basta fazer arquitectura. Muitos dos nossos clientes esperam uma integração mais ampla de serviços”, justifica Paulo Jervell, partner da Openbook. “Queremos continuar a traçar um percurso sólido não só na área corporativa onde somos uma grande referência, mas também noutros sectores como o do turismo que está a ganhar cada vez maior relevância no nosso portefólio”, explica o arquitecto.

As metas para 2023 estão traçadas: alcançar 7,5 milhões de euros de facturação e apostar cada vez mais no mercado internacional onde tem desenvolvido vários projectos em diversas geografias: do Luxemburgo ao Brasil ou Angola. O reforço da equipa, iniciado em 2022, será reforçado ao longo deste ano, estando prevista a criação de uma área de actividades de design do grupo, que permitirá expandir a oferta de serviços na área corporativa, tais como: design de ambientes, sinalética e wayfinding, branding e design de identidade de marca.

O que motivou a criação de uma nova área de Real Estate Advisory e, exactamente, em que fase do processo de investimento é que ela intervém?
A área de Real Estate Advisory surge como uma consequência do crescimento e da diversificação dos serviços prestados pelo Grupo Openbook. Esta área assenta na prestação de serviços globais especializados e integrados, desde a identificação e selecção de activos, análise de custos e de viabilidade económica, apoio à transacção, coordenação de due diligences, gestão e contratação de serviços jurídicos e financeiros, planeamento estratégico e coordenação de todo processo de investimento. Com a forte aposta nesta nova área de negócio, após a sua consolidação, prevemos que esta possa contribuir para um crescimento em cerca de 20% do nosso volume de negócios.

Terá uma autonomia face àquela que é a actividade principal do grupo? O que vai mudar naquela que hoje já é uma área desenvolvida pela NOBK?
Esta nova área de actividades de design vem complementar tanto os serviços de Design de Interiores da NOBK, como os serviços de Arquitetura da Openbook. É uma área que irá abranger principalmente o Environmental Graphic Design, Sinalética e Wayfinding, Branding e Design de identidade de marca, mas também Audiovisuais e Multimédia, tendo assim uma intervenção distinta da NOBK. O Environmental Graphic Design coordena-se com inúmeras disciplinas de design, incluindo não só o design gráfico e a arquitectura, como também o design de equipamento, design de interiores e a arquitectura paisagista. Em todas estas disciplinas foca-se nos aspectos visuais da navegação e orientação no espaço, comunicação de identidade e informações – no intuito de educar, orientar, inspirar e entreter – moldando desta forma as experiências que as pessoas têm de um determinado lugar.

Hoje não basta “fazer” Arquitectura? Estas apostas são sinais das novas exigências ou reflexo do crescimento do gabinete?
Sim, de facto hoje não basta fazer arquitectura. Muitos dos nossos clientes esperam uma integração mais ampla de serviços. O mercado atingiu um estado de maturidade e sofisticação que aconselha que seja uma única entidade a gerir a grande diversidade de contratações, e a oferecer uma visão alargada e profissional do negócio e não somente uma perspectiva da qualidade do desenho.

Quão importante é para vós a área internacional e qual o peso que tem hoje no vosso volume de negócios?
A Openbook teve sempre uma perspectiva de posicionamento internacional e prova disso são os projectos que tem vindo a desenvolver em diferentes geografias nos seus 15 anos de actividade. Os projectos são concebidos pela equipa em Portugal com um acompanhamento dos nossos parceiros locais. Temos em curso um conjunto de projectos corporativos e de habitação internacionais, designadamente no Centro da Europa, Angola e Médio Oriente, cuja receptividade nos permitem antever um cenário de crescimento muito significativo e que hoje representam cerca de 15% do nosso volume de negócios.

Principais desafios de 2023?
A política de crescimento é cultural na Openbook, sendo que esse crescimento tem vindo a ser consolidado com a liderança no mercado corporativo, bem como o reconhecimento da nossa qualidade em áreas como o sector residencial, e os sectores do turismo e ensino. Com o crescimento sustentável que a Openbook tem vindo a ter, os grandes desafios assentam em continuar a fazer boa arquitectura em todos os projectos independentemente da escala ou do volume da encomenda, a qualidade é o nosso pilar central. Continuar a apostar na formação contínua da nossa equipa, em proporcionar a evolução das suas competências e, a somar a isto, outras disciplinas e áreas de negócio complementares com uma contínua aposta na tecnologia que sustenta toda a produção, com o objectivo de atingir o crescimento de 25% em 2023.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Fundações EDP e Serralves em sintonia, com projectos em agenda

A Fundação EDP e a Fundação de Serralves acordaram o desenvolvimento de projectos em conjunto nos espaços que gerem

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A Fundação EDP e a Fundação de Serralves acordaram o desenvolvimento de projectos em conjunto nos espaços que gerem, nomeadamente o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (maat) e a Central Tejo, em Lisboa, e o Museu, a Casa, o Parque de Serralves e a Casa do Cinema Manoel de Oliveira, no Porto, orientados para a promoção da arte contemporânea, da arquitectura e da ciência.

Nesse sentido, nos próximos anos, a Fundação EDP irá apoiar anualmente uma grande exposição em Serralves, começando desde já por apoiar a grande exposição dedicada à obra de Carla Filipe, que inaugurará neste mês no Museu de Serralves. Está também prevista a apresentação de algumas iniciativas de Serralves no maat e na Central Tejo, numa colaboração que se prevê estender-se nos próximos anos, com outras exposições e programas a divulgar.

Com este acordo, a Fundação EDP e a Fundação de Serralves terminam as conversações que vinham mantendo com vista ao estabelecimento de uma parceria para a gestão do Campus Cultural da Fundação EDP. A colaboração entre as duas fundações irá agora desenvolver-se através da promoção de iniciativas conjuntas, com a ambição de dinamizar a programação cultural no país e a nível internacional.

Desta forma, a Fundação EDP e a Fundação de Serralves pretendem consolidar o seu papel de mecenas e agentes activos na promoção e divulgação da arte e da cultura dentro e fora de Portugal.

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AND-RÉ vencem concurso para habitação na antiga Luzoestela em Aveiro

Promovido pelo IHRU, o futuro projecto será desenvolvido ao abrigo do Programa de Arrendamento Acessível. A assessoria técnica esteve a cargo da OASRS

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O atelier de arquitectura AND-RÉ foi o vencedor do concurso público do futuro conjunto habitacional que vai crescer no terreno da antiga Luzoestela, em Aveiro, junto ao viaduto da Esgueira. Promovido pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), o futuro projecto será desenvolvido ao abrigo do Programa de Arrendamento Acessível. A assessoria técnica esteve a cargo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Arquitectos (OASRS).

Com um total de 108 fogos previstos, a Área Bruta de Construção não deverá ultrapassar os 12 mil metros quadrados, valor que inclui uma área de 500 metros quadrados destinada a comércio e serviços, assim como áreas de construção abaixo do solo destinadas a estacionamento e arrecadações.

De acordo com o júri, o conjunto apresenta “uma imagem diferenciada, boa relação com a envolvente e respectiva rede viária, bem como uma escala adequada e espaços exteriores bem dimensionados, incorporando preocupações ambientais”.

Neste sentido, a proposta da AND-RÉ evidencia-se por um conjunto de edifícios que se organizam em forma de “U”, criando “uma ampla praça urbana”. O espaço encerra-se para o arruamento devido à criação de dois blocos paralelos e dois perpendiculares, apresentado entre eles uma forte relação de proximidade e configurando um espaço vazio que se projecta para o horizonte numa lógica de espaço natural permeável, mantendo o solo orgânico.

Do ponto de vista arquitectónico, o conjunto apresenta “uma solução conceptual homogénea e compacta com uma imagem sóbria devido a uma malha assimétrica que uniformiza todas as fachadas”. Relevou, também, a opção de “libertar” uma vasta área para espaço verde totalmente permeável, tentando diminuir o impacto negativo das pré-existências, dado tratar-se de uma antiga zona industrial atravessada por redes viária e ferroviária. O facto de não existir estacionamento em cave, nas zonas destinadas a espaços verdes viabiliza a plantação de árvores, minimizando o impacto na estrutura ecológica.

Outro aspecto positivo, é a organização funcional, dos espaços privados e sociais das habitações bem como o
cumprimento da legislação relativamente a acessibilidades. A organização funcional dos fogos permite espaços interiores bem dimensionados e a ventilação transversal é considerada uma mais valia em termos de habitabilidade.

Os espaços de comércio e serviços apresentam-se bem localizados, enquadrados com os espaços verdes e com oferta de estacionamento.

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Prémio de Arquitectura de Odivelas com candidaturas até 31 de Março

As obras a concurso podem ser de construção nova ou de reabilitação ou recuperação de edifícios e cuja autorização de utilização tenha sido emitida nos quatro anos anteriores

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O Prémio Municipal de Arquitetura, instituído pela Câmara Municipal de Odivelas e com o apoio institucional da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos (OASRLVT), encontra-se em fase de candidaturas. As propostas podem ser enviadas até 31 de Março deste ano.

Aquela que é já a sua 8ª edição, tem como objectivo “promover publicamente edifícios que representem um contributo para a valorização e/ou salvaguarda do património arquitectónico e urbanístico do concelho”.

Desta forma, “serão valorizadas as intervenções que combinem os aspectos relacionados com a qualidade arquitectónica e a sua inserção no tecido urbano e paisagem envolvente”, assim como soluções que tenham em contam questões ambientais e de eficiência energética.

As obras a concurso podem ser de construção nova ou de reabilitação ou recuperação de edifícios e cuja autorização de utilização tenha sido emitida nos quatro anos anteriores.

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DONE Design To Build apresenta o segundo escritório da Aquila Capital [c/galeria de imagens]

A parceria entre as duas entidades foi reforçada através de um serviço de consultoria, arquitectura, gestão e execução de obra, para mais um piso de 570m2, no edifício Fontes Pereira de Melo 14

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A Aquila Capital acaba de reforçar a sua presença em Portugal, com a implementação de mais um piso, no edifício Fontes Pereira de Melo 14, situado no coração da cidade de Lisboa.

O novo espaço com 570m2, foi pensado de raiz pela DONE Design To Build, empresa de arquitectura da Worx Real Estate Consultants. No âmbito da sua estratégia de One Stop Advisor, a equipa de Agency da Worx assessorou a Aquila Capital na escolha deste novo espaço, tendo a DONE Design To Build ficado responsável por todo o projecto de consultoria, fit out, assim como a gestão e execução das obras. Num serviço único chave-na-mão, a DONE foi também intermediária entre a Aquila Capital e o proprietário do edifício, o que permitiu optimizar custos e prazos na execução do projecto.

A multinacional alemã, que actua no sector dos investimentos alternativos e da gestão de activos imobiliários, há mais de 20 anos, tem vindo a aumentar a sua equipa em Lisboa. Dois anos depois de se ter instalado em Lisboa foi necessário adequar o espaço à nova realidade, tendo como principal objectivo o bem-estar de todos os colaboradores.
“O projecto da Aquila Capital foi bastante desafiante. Sendo o segundo escritório da empresa em Lisboa, no mesmo edifício, houve uma grande necessidade de explorar o que já havia sido implementado, mas, ao mesmo tempo, inovar, criando soluções ao encontro da maior tendência da nossa época, que é priorizar os colaboradores e o seu bem-estar. Assim, o Look & Feel Homey, aliado à sustentabilidade, foram as principais abordagens no desenvolvimento deste projecto. Deu-se primazia a zonas de well-being e ao recurso a materiais ecologicamente sustentáveis, respeitando assim na perfeição o ADN da Aquila e o seu posicionamento no mercado”, salienta Mafalda Carvalho, arquitecta da DONE Design To Build.

A génese da concepção espacial deste novo escritório foi a criação de um grande núcleo central – zona de bar e lounge – caracterizado pela luz intimista, pelo recurso à vegetação, às madeiras, ao mobiliário “de estar” e zonas de trabalho informal, transpondo os colaboradores para um ambiente homey, em contraponto com a área envolvente, onde se situam as salas de trabalho convencionais. Um espaço singular que promove o encontro, a partilha e o convívio, entre os diferentes pisos e departamentos.

A DONE privilegiou a nova tendência “nice to have”: a recovery room”, onde os colaboradores podem fazer pequenas pausas ao longo do dia, que lhes possibilitam recuperar energia. Uma sala propositadamente pintada de azul, que permite ao colaborador que conecte um dispositivo para ouvir a música da sua preferência e que está decorada com constelações feitas com pontos de luz, onde a constelação em maior destaque é a Aquila.

A implementação de um projecto sustentável também esteve no top of mind da DONE, considerando também todo o ciclo de vida do escritório, a longo prazo. Foram sempre privilegiadas marcas portuguesas, destacando-se a utilização do burel, que foi aplicado nas carpintarias – phoneboots; meetings points; bancos corridos, entre outros elementos. O candeeiro instalado na recepção (peça exclusiva e única) foi produzido à mão num atelier no Porto, optou-se pela utilização de mobiliário feito em materiais reciclados, como redes piscatórias, e, adicionalmente, foram escolhidas tintas certificadas e absorventes de carbono, melhorando assim a qualidade do ar do novo escritório.

O mercado oferece cada vez mais soluções com menor pegada ambiental e um dos critérios de eleição passou pela selecção de materiais de construção e mobiliário mais verdes. Uma tendência mundial e preocupação transversal em todos os projectos da DONE Design to Build.

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“Mais Habitação”: Arquitectos querem audiência urgente

A OA criticou ainda a inexistência de valores de referência para o trabalho dos projectistas, a falta de regulamentação sobre seguros de responsabilidade profissional, a burocratização e a limitação da autonomia das ordens

Ricardo Batista

A Ordem dos Arquitectos (OA), por sua vez, vai pedir uma audiência, com carácter de urgência, com a ministra da Habitação, após a apresentação de um pacote de medidas para o sector, bem como apelar à convocação do Conselho Nacional de Habitação. “A Ordem dos Arquitectos vai solicitar uma audiência à ministra da Habitação, com carácter de urgência, para a discussão do pacote de medidas apresentadas e vai também apelar à convocação do Conselho Nacional de Habitação”, anunciou, em comunicado.

Os arquitectos sublinharam que o problema da habitação é “complexo e grave” e que estão conscientes da “pressão imposta” pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como da execução desses fundos numa “janela temporal que é limitada”. Neste sentido, a ordem defendeu a importância de o pacote para responder à crise de habitação em Portugal ser discutido. Apesar de garantir que vê com “bons olhos” algumas das medidas anunciadas, a OA quer que as mesmas sejam apresentadas com mais detalhe. “Naturalmente que aumentar o número de casas disponíveis no mercado de arrendamento é positivo, mas importa perceber de que habitações se tratam e onde se localizam”, apontou.

Para esta Ordem, a mobilização de solos e edifícios do Estado para projectos de arrendamento acessível também é positiva, assim como as medidas para reforçar a confiança dos senhorios. Porém, conforme defendeu, estas decisões “requerem cuidado” para que possam surtir o efeito desejado. A Ordem referiu ainda que subsistem “dúvidas fundamentais” quanto à exequibilidade de algumas medidas e à sua coerência. “Os arquitectos acolhem a responsabilização, mas, enquanto técnicos qualificados e profissionais regulados, reclamam-na com responsabilidade. E, para tal, é preciso que o Estado faça a sua parte e que esta não seja, uma vez mais, uma demissão do Estado das suas obrigações. Demissão que assinalámos aquando da aprovação do novo regime de concepção-construção”, acrescentou.

A OA criticou ainda a inexistência de valores de referência para o trabalho dos projectistas, a falta de regulamentação sobre seguros de responsabilidade profissional, a burocratização e a limitação da autonomia das ordens. “Os arquitectos, tal como os portugueses, estão infelizmente habituados a trabalhar em condições mínimas, mas não podemos trabalhar em condições mínimas com responsabilidade máxima, que não é nossa, mas sim do Estado, sem ter as condições para a exercer com responsabilidade. A OA aguarda a colocação do diploma a consulta para contribuir como parceira na solução e apela a que o Conselho Nacional de Habitação reúna”, concluiu.

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Vilnius recebe arranque da Open House Europe

O lançamento do novo projecto de cooperação internacional que “pretende abraçar um debate mais inclusivo sobre arquitectura e fortalecer o seu papel como agente de mudança positiva” acontece esta sexta-feira, às 18 horas, com transmissão online através do Youtube

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Realiza-se esta sexta-feira, dia 3 de Março, o lançamento oficial do novo projecto de cooperação internacional Open House Europe que “pretende abraçar um debate mais inclusivo sobre arquitectura e fortalecer o papel da arquitectura como agente de mudança positiva”.

Organizado pela Architektūros Fondas, o lançamento reúne representantes das 11 cidades, incluindo a coordenadora do Open House Lisboa, Carolina Vicente, e integra um programa de visitas à Filarmónica Nacional da Lituânia, o media center educativo “Lojoteka” e à zona histórica da cidade.

O arranque oficial do Open House Europe, que tem lugar na National Gallery of Art, abre com um discurso de boas-vindas pelo coordenador de projecto seguindo da apresentação por todos os membros do seu Open House da sua cidade. O dia termina com uma conversa sobre alfabetização arquitectónica e o envolvimento de públicos no processo de construção da cidade, que junta socióloga Dália Čiupailaitė, a urbanista Tadas Jonauskis e a activista em arquitectura Adelė Dovydavičiūtė com moderação de Matas Šiupšinskas.

No dia 4 de Março, realiza-se uma reunião de coordenação no emblemático centro cultural SODAS 2123 com o objectivo de discutir a estrutura geral de todo o programa Open House Europe nos próximos anos, nomeadamente, como se pode integrar mais o público com deficiência auditiva e visual e alcançar um público internacional. Este dia inclui, ainda, um debate aberto sobre Sustentabilidade como tema central para 2023 e o acerto da agenda de eventos OH Europe. Finalmente, o encontro aborda os desafios do Programa de Intercâmbio de Voluntários e ao Encontro Anual, que se vai realizar em Dezembro em Lisboa, na sede da Trienal.

O lançamento do Open House Europe pode ser acompanhado online, a partir das 18 horas, no canal do Youtube.

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Convento do Beato é um dos vencedores do prémio “Building of the year 2023” [c/ galeria de imagens]

O Conjunto Urbano do Convento do Beato, desenvolvido pelo português RISCO para a Beato Lux, foi um dos vencedores do Prémio ArchDaily 2023 na categoria “Best Applied Products”

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(Imagens: Carolina Delgado)
Ao longo de 14 edições o prémio ”Building of the year” consolidou-se como um dos prémios de arquitectura mais democráticos do mundo. A escolha dos melhores projectos publicados na plataforma durante um ano é deixada à votação do público. Este ano não foi excepção. Com mais de 150 mil votos recebidos ao longo das últimas três semanas, os leitores do ArchDaily encolheram, primeiro, entre os milhares de projectos os 75 finalistas e, depois, as 15 melhores obras de arquitectura que foram publicadas ao longo de 2022.

O Conjunto Urbano do Convento do Beato é composto por cerca de uma dezena de edifícios, de épocas distintas, foi um dos 15 vencedores, liderando as votações na categoria “Best Applied Products”. O projecto desenvolvido pelo RISCO, para a Beato Lux, inclui a remodelação do Centro de Eventos e a renovação/requalificação dos restantes edifícios para novos usos, nomeadamente, serviços na antiga igreja e habitação nos antigos edifícios industriais.

A obra começou em 2018 e tem conclusão prevista para 2024. Em Março de 2022 terminaram os trabalhos no Centro de Eventos, destinados a melhorar as condições de conforto e segurança para os milhares de pessoas que ali participam em festas, reuniões corporativas ou lançamentos de produtos.

A transformação mais importante ocorreu no claustro, o espaço que acolhe os maiores eventos e que tinha, desde os anos 80 do século passado, uma cobertura em forma de pirâmide, revestida com painéis de acrílico, que não acautelava a desenfumagem nem os isolamentos térmico e acústico necessários numa utilização deste tipo. E onde não existia qualquer sistema de climatização, o que criava grande desconforto em dias de temperaturas extremas.

O desenho do novo tecto foi o resultado de um longo processo de investigação técnica e formal, pois pretendia-se uma solução estruturalmente ligeira, tecnicamente eficaz e arquitectonicamente coerente com os alçados do claustro. A solução adoptada é composta por um sistema de treliças, ortogonais entre si, que formam um conjunto de “favos” iluminados superiormente por clarabóias.

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Open House anuncia datas para a edição de 2023

Com data marcada para os dias 13 e 14 de Maio, a edição de 2023 incide sobre as “diferentes vidas dos edifícios” com curadoria do atelier lisboeta Embaixada

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A 12ª edição do Open House Lisboa já tem data marcada para os dias 13 e 14 de Maio. Com curadoria do atelier lisboeta Embaixada, a edição de 2023 incide sobre as “diferentes vidas dos edifícios”.

“Um olhar para as arquitecturas que nos rodeiam enquanto entidades vivas, com um antes e depois, reflectindo as diferentes fases do ciclo de vida dos edifícios” é a proposta do atelier.

A Open House Lisboa propõe, assim, a visita, livre ou acompanhada por especialistas, a mais de 50 projectos, passeios urbanos com quem melhor conhece cada bairro, desafios para crianças e visitas acessíveis sensoriais para pessoas cegas, com baixa visão, ou com deficiência cognitiva, a par das visitas com interpretação LGP para pessoas surdas.

Em 2023, a equipa de voluntariado do Open House Lisboa vai vestir novos coletes em vez das tradicionais t-shirts, fomentando assim a reutilização futura e melhores práticas ao nível da sustentabilidade. Criados pelo designer Jorge Moita, os coletes vão ser produzidos com materiais recicláveis e podem ser reutilizados em futuras edições.

É também sob o lema da sustentabilidade que Lisboa acolhe, em Dezembro, o primeiro encontro presencial do Open House Europe, um projecto de cooperação financiado pelo programa Creative Europe da Comissão Europeia.

Em simultâneo, os 372 diferentes projectos, que participaram no Open House Lisboa ao longo de todos estes anos, estão agora reunidos num atlas digital.

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