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    “Temos uma carteira de investimentos avaliada em cerca de 30 milhões de euros”

    Com mais de 400 equipamentos para gerir, número em constante mutação atendendo ao património que ora é colocado no mercado, ora é entregue à instituição por beneméritos, o Departamento de Gestão Imobiliária e do Património da Santa Casa de Lisboa tem pela frente um conjunto de desafios, desde logo associados ao financiamento das operações de recuperação do património. Ao CONSTRUIR, a administradora da Santa Casa para a área do património, Ana Azevedo, explica que estratégias estão a ser delineadas para fazer face aos problemas e antecipa a importância dos privados nessa estratégia

    Ricardo Batista
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    “Temos uma carteira de investimentos avaliada em cerca de 30 milhões de euros”

    Com mais de 400 equipamentos para gerir, número em constante mutação atendendo ao património que ora é colocado no mercado, ora é entregue à instituição por beneméritos, o Departamento de Gestão Imobiliária e do Património da Santa Casa de Lisboa tem pela frente um conjunto de desafios, desde logo associados ao financiamento das operações de recuperação do património. Ao CONSTRUIR, a administradora da Santa Casa para a área do património, Ana Azevedo, explica que estratégias estão a ser delineadas para fazer face aos problemas e antecipa a importância dos privados nessa estratégia

    Ricardo Batista
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    Ao CONSTRUIR, a administradora da Santa Casa de Lisboa para a área do Património revela a estratégia da organização para colocar em andamento as operações que têm calendarizadas. A diminuição de receitas globais e a inflação dos preços de construção estão entre as medidas que carecem de solução prioritária. Ana Azevedo explica o caminho a seguir.

    Atravessamos um período conturbado, de profunda transformação a vários níveis. Que radiografia consegue fazer da máquina que tem em mãos?
    Não há muito essa percepção, mas mais de 80% do património da Santa Casa resulta de benemerências, ou seja, de pessoas que pelo seu falecimento, confiam os seus bens à instituição. São pessoas que, muitas vezes, são apoiadas na sua velhice pelos nossos serviços, mas há muitas outras que não e que são apoiadas por familiares. Temos também casos de pessoas que passaram parte da sua velhice sozinhas. A Unidade de Benemerências do Departamento de Gestão Imobiliária e do Património acompanha sempre aquilo que chamamos de benemérito, mesmo que não exista uma necessidade de acompanhamento social. São inúmeros os casos de pessoas que asseguram que vão deixar património ao cuidado da Santa Casa e acabam por não deixar nada, outros que nada dizem mas que acabam por nos entregar bens, até para grande surpresa nossa. São pessoas que, no fundo, no seu final de vida acabam por ter sempre alguma relação connosco e que nós tentamos acompanhar até ao seu fim. Esse património tem ónus. Quando nos é entregue, há o intuito de contribuir para as boas causas da Santa Casa, ou seja, destinar o imóvel a uma creche, a crianças deficientes, a idosos, casas de acolhimento para jovens. Depois, há todo um outro conjunto de património que não está onerado nem pelo benemérito nem por necessidades nossas. Esse património nós tentamos reabilitar e pode servir de fonte de rendimento da Santa Casa, à semelhança dos jogos sociais, mesmo que numa dimensão diferente.

    Os jogos sociais são a nossa principal receita mas, logo a seguir, a principal receita é, de facto, o nosso património. Isso representa uma responsabilidade acrescida. Este património é muito diversificado. Grande parte está localizado na área de Lisboa, mas não é uma exclusividade. Temos, por exemplo, uma grande benemérita em Portalegre, que nos deixou um conjunto de herdades. Grande parte deste património que nos é entregue apresenta evidentes sinais de degradação e, por isso, temos de tentar encontrar formas de financiamento das operações de recuperação para, posteriormente, os colocar ou ao serviço da nossa actividade ou no mercado de arrendamento. Neste caso, tentamos, quando possível, que seja alocado ao mercado livre de arrendamento porque, de facto é isso que nos garante receitas. Mas temos inúmeros exemplos de edificado que é colocado ao serviço da cidade, por via do arrendamento jovem, arrendamento acessível resultante de parcerias com a autarquia ou o próprio Estado… Tentamos que o nosso património vá ao encontro do perfil e das necessidades da cidade de Lisboa…

    Há uma vertente social associada ao património…
    Há sempre uma causa social, ou porque o destinamos a isso ou porque o produto das receitas reverte para essas causas. A nossa missão não é necessariamente o lucro. Tudo o que é fonte de receita da Santa Casa é alocado a causas. É, no fundo, a grande diferença entre o lucro e a receita. Por vezes as pessoas não entendem bem este princípio… Recentemente, lançámos nas redes sociais uma grande campanha de arrendamento com vários preços e recebemos alguns comentários de pessoas que não entendiam os valores praticados. De facto, temos preços de arrendamento jovem, preços de arrendamento livre. Há de tudo. Acontece que as pessoas se esquecem de que o resultado daquele arrendamento não é o lucro, é sempre o apoio a determinadas causas. Apoiamos mais de 60 mil pessoas. Temos de gerir mais de 400 equipamentos. Isto traz-nos uma necessidade muito grande de angariar receitas para meter a máquina a funcionar. Não é fácil. Temos famílias inteiras que acompanhamos. Temos equipamentos na Santa Casa que não existem em mais lado nenhum, como por exemplo, a Obra Social do Pousal, um equipamento com 100 pessoas, pessoas com algum grau de deficiência mental e muitos deles estão ali quase desde que nasceram, ora porque as famílias não podem cuidar destes utentes, ora porque simplesmente não querem. Como vê, o espectro de perfis que acompanhamos é muito diversificado e as respostas da Santa Casa são quase à medida. A Santa Casa é a Santa Casa, não vira as costas a ninguém e isso, além de um grande desafio, traz-nos uma grande responsabilidade.

    A juntar a tudo isto, actualmente deparamo-nos com um sério problema associado aos custos das operações, a começar pelos custos dos materiais ou os custos de construção por metro quadrado. Se já vínhamos a assistir a uma subida significativa destes custos, a pandemia agravou este cenário e o conflito na Ucrânia adensou o problema. As nossas necessidades de financiamento para reabilitação duplicaram. Nós somos uma entidade privada de utilidade pública, mas seguimos os preceitos da contratação pública. Isso dá-nos alguma flexibilidade na gestão mas, por outro lado, temos de seguir as regras. Somos integrados no perímetro orçamental do Estado e cada vez que lançamos uma empreitada identificamos o respectivo preço-base. Tivemos em mãos empreitadas com o preço-base lançado em Março cujo valor acabou por duplicar, um problema sério considerando que nos obrigou a medidas adicionais e soluções para financiar as operações. Houve obras que pararam e outras que estão dependentes de financiamento bancário. Do mesmo modo, vamos procurar financiamento do PRR ou fundos comunitários para prosseguir acções que temos pendentes. Tivemos, no fundo, de abrir um leque de alternativas de financiamento e de estabelecimento de prioridades, avançando apenas com parte dos projectos que tínhamos em carteira.

    Dados revelados em meados de Julho apontam para que, desde 2019, houve uma perda de receitas provenientes dos jogos na ordem dos 1500 milhões de euros. Valores significativos. Que implicações teve esta realidade não apenas na gestão do vosso património como na identificação de alternativas de receitas?
    As receitas da Santa Casa são repartidas, de acordo com um Decreto e uma Portaria, para quase todos os Ministérios do Estado e não têm aplicação apenas na cidade de Lisboa. São verbas destinadas ao Desporto, Educação, Segurança Social, Cultura ou para o Turismo. Há, de facto, uma fatia significativa que fica efectivamente na Santa Casa, tanto mais que a entidade se substitui integralmente à Segurança Social na cidade, a área mais populosa do País e com as necessidades sociais de maior dimensão. A perda de receita que se tem vindo a sentir desde a pandemia afecta substancialmente a actividade da Santa Casa atendendo a que as competências assumidas por nós, e que cabiam à Segurança Social, tinham como pressuposto um determinado volume de receitas que estava em crescimento. A receita pode descer, mas os nossos compromissos não terminam, ou seja, temos de continuar a assumir os compromissos que nos foram sendo passados pela Segurança Social e pelo Estado. A Santa Casa não assume apenas compromissos da Segurança Social. Basta perceber que gerimos unidades de cuidados continuados, gerimos o Hospital de Alcoitão e da Parede. A Santa Casa acaba, no fundo, por funcionar como um mini-Estado, que toca em várias áreas, desde a acção social à cultura e ao desporto. É uma casa muito diversificada. A diminuição de receita afecta uma boa parte das nossas respostas sociais e é uma preocupação. Mas estão a ser tomadas providências para inverter essa tendência, nomeadamente diversificando as fontes de receitas. Uma dessas formas pode passar pela rentabilização do património, na medida do possível. Por outro lado, essa diminuição de receitas do jogo, não permite o lançamento de muitos dos projectos que, mais tarde, poderiam servir como fonte de receita.

    Quais são as vossas prioridades neste momento, atendendo também a esta questão das receitas?

    Percebemos, nesta fase, que não podíamos ‘ir a todas’. Tínhamos uma série de empreitadas já calendarizadas, quer para a nossa actividade, quer para novos equipamentos sociais ou mesmo prédios de rendimento que foram suspensas. As que mantivemos foram aquelas que considerámos, do ponto de vista da nossa acção social, prioritárias para o efeito. Nesse caso, o que fizemos foi estabelecer candidaturas ao PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), algumas das quais já aceites. No caso dos prédios de rendimento, apostámos em algumas empreitadas. Vamos lançar três empreitadas para prédios de rendimento (Manuel de Arriaga, Rua de S. Paulo e Rua dos Lagares), dado que eram os prédios que nos permitiam ter mais unidades para alocar ao mercado de arrendamento. Relativamente a estas, candidatamo-nos a um financiamento bancário do IFRRU que nos vai assegurar a conclusão destes projectos. No final de 2024, contamos ter estes três edifícios já no mercado de arrendamento. O investimento estimado para as intervenções nestes três edifícios ronda os sete milhões de euros.

    Que tipo de utilização terão estes edifícios?
    São edifícios destinados a habitação, num total de 40 fracções disponíveis. Além de habitação, haverá igualmente lojas. Além destes, tínhamos muitos edifícios de grande dimensão, nomeadamente alguns conventos. Herdámos espaços de recolhimento da Segurança Social, como o de Santos-o-Novo, o de São Cristovão, as Merceeiras, grandes edifícios degradados que carecem de grandes intervenções em termos de reabilitação e, por conseguinte, grandes investimentos. De acordo com uma nota do gabinete da ministra da Segurança Social, há sérias carências de camas para alojamento urgente, sejam para sem abrigo ou mesmo vítimas de violência doméstica. Olhando a isso, temos um conjunto de 11 edifícios que vamos candidatar à Bolsa Nacional de Alojamento Temporário. Alguns serão geridos por nós, outros serão geridos por outras entidades da economia social, como IPSS ou associações. Entre a Bolsa Nacional do Arrendamento Urgente, a requalificação dos equipamentos sociais a que nos candidatámos, alojamento estudantil. Candidatámo-nos também ao PRR para residências de estudantes, candidatura aceite no valor de 3,5 milhões de euros, que vamos aplicar na requalificação do Convento de Santos-o-Novo. Falamos, neste caso, de um projecto intergeracional, atendendo a que será destinado não apenas a uma residência para estudantes como uma ERPI. Trata-se de um programa integrado em que reabilitaremos todo o convento e teremos as duas valências, que vão acabar por funcionar como um conjunto. Os jovens, no fundo, vão ajudar os mais velhos com aquilo que possam fazer, seja ao nível das compras, programas culturais ou, mais que não seja, companhia. Este é um projecto desenhado pela Santa Casa em articulação com o ISCTE, que é quem tem a gestão da residência de estudantes.

    Há uma perspectiva da dimensão global desse investimento?
    Temos uma carteira de investimentos avaliada em cerca de 30 milhões de euros, que estimamos que esteja concluída até 2026, altura em que termina o PRR. Mas há todo um conjunto de aspectos nestes processos que não dependem de nós. Um promotor privado avança com uma empreitada num terreno limpo, tem os seus timmings que envolvem a relação com a câmara e que são morosos – e que nós também temos – e depois têm as questões dos valores das empreitadas. No nosso caso, temos sempre questões adicionais: licenciar um projecto numa autarquia não leva menos de dois anos, demora muito tempo. Mesmo com as diligências múltiplas para ultrapassar estes problemas, acaba por haver umas alturas melhores que outras; depois temos a questão da contratação publica, que um promotor não tem. Um procedimento de empreitada não demora menos de nove meses, internamente, a ser lançado, também muito graças às regras e normas vigentes; depois, temos a questão de o nosso património estar, em grande parte, inserido em área de reabilitação urbana e ser património classificado, como é o caso, por exemplo, do convento de Santos-o-Novo e, por isso, sujeito a pareceres de inúmeras entidades. Para lhe dar um exemplo: temos um loteamento no Rio Seco, na Ajuda, onde foram encontrados vestígios arqueológicos. A esse propósito, fomos obrigados a alterar completamente o loteamento. Ou seja, todo o loteamento que estava aprovado na Câmara teve de ser alterado para ir ao encontro dos achados, reduzindo-se substancialmente a área de construção. Esta é uma máquina complexa. O que é que eu acho que esta casa tem e que é um ponto positivo no Departamento do Património? As pessoas. As equipas. São pessoas muito dedicadas à causa que têm muita experiência na área. As pessoas quando estão na Santa Casa vestem a camisola e mesmo com todas as dificuldades, conseguimos ir gerindo. Há alturas muito difíceis, mas vamos tentando fazer o nosso melhor. Claro que temos uma óptima articulação com a Câmara de Lisboa e isso é muito valioso. Basta perceber que a Santa Casa é, quase de certeza, um dos maiores promotores da cidade. Temos certa de 80 processos pendentes, não deve haver promotor nenhum com esta dimensão de processos pendentes, desde empreitadas, intimações pela degradação de prédios que carecem de contenções de fachada, emissões de licença de utilização. Obras várias em diferentes pontos. Esta dimensão burocrática só se consegue ultrapassar com uma boa relação com as diversas entidades. Até porque, convenhamos, a resolução destas questões interessa a todas as partes envolvidas.

    Há aproximadamente dois anos, chegaram a um entendimento para a gestão da maioria do capital do Hospital da Cruz vermelha. Novos projectos com esta dimensão, com estas características, estão no vosso horizonte?
    A Cruz Vermelha é um caso particular. Entrámos, em conjunto com a Parpublica, no capital social da Sociedade Cruz Vermelha. Mas em relação aos hospitais da Parede e de Alcoitão, o que pretendemos em termos de obra é tentar recuperar o que existe. Falamos de edifícios antigos, apesar de o Hospital da Parede ter um bloco totalmente novo. O desafio passa agora pela recuperação do edifício antigo para conseguir ter mais camas e para que consigamos um serviço de melhor qualidade e, com isso, uma maior receita. Este é um investimento que está calendarizado e que vamos procurar materializar com recurso à Bolsa de Trabalhos com algumas empresas de construção, o que nos vai permitir executar pequenas reabilitações nos edifícios. Não será, seguramente, para o ano de 2023 mas vai prolongar-se para 2024. Falamos de edifícios muito bonitos mas datados, que carecem de obras que os tornem funcionais à luz das necessidades e das exigências ditadas pela actual legislação. Além do mais, são equipamentos antigos que pertenciam ao Estado e que depois passaram para nós. O que estamos a fazer é a regularização de todo esse edificado em termos de licenciamento e isso está a acontecer tanto na Parede como em Alcoitão, para termos tudo em condições ao nível dos projectos de segurança contra incêndios, etc. Na sequência disso, vamos avançar com as reabilitações necessárias tendo em conta as necessidades dos equipamentos e que todo o corpo directivo das unidades propõe como acções necessárias na área da saúde dos tempos modernos. Há exigências funcionais hoje que não se colocavam há 20 anos.

    O departamento tem a particularidade de ter equipas internas de projecto assumindo, de algum modo, uma visão mais corporativa, uma linha de acção própria de uma entidade comum. Nessa actuação, onde cabem conceitos como a sustentabilidade, por exemplo?
    Temos essa questão sempre assegurada. Além dos projectistas internos, que concebem a grande parte dos nossos trabalhos, trabalhamos com equipas externas, desde logo porque não temos capacidade para responder a todas as necessidades. Ou seja, subcontratamos projectistas, alguns deles mesmo em modelos de concepção/construção. Há uma série de modalidades a que recorremos. Quando os nossos projectistas desenvolvem o projecto internamente, têm sempre em mente duas preocupações: quando o projecto diz respeito a um edifício de actividade, há a preocupação de seguir integralmente as regras da legislação existente seja na área da saúde, da acção social ou outras; depois a questão da sustentabilidade, seja ao nível da eficiência energética ou em tudo o resto. A Santa Casa, além disso, tem um departamento de Qualidade e Inovação que trata de toda a área de Sustentabilidade, o que confere algumas exigências adicionais aos projectos. Há todo um extenso trabalho que ultrapassa as competências deste departamento de património.

    Quais são os grandes desafios que tem em mãos neste momento?
    O meu mandato termina no início de 2024. Diria que o grande desafio passa por garantir financiamento para executar os projectos de reabilitação que temos em mãos. Muitas das obras já vinham de trás e para nós é importante concluir essas obras. Em Dezembro, vamos concluir dois edifícios de rendimento, na Calçada da Ajuda e na Rua do Século, um conjunto de 20 fracções repartidas pelos dois edifícios que vamos ter colocar no mercado de arrendamento. A juntar a isso, temos também de considerar forma de sustentar os programas que foram, entretanto, suspensos. Contratámos, recentemente, uma consultora que desenvolveu uma análise integral do património da Santa Casa para nos ajudar a perceber quais seriam os melhores mecanismos de gestão: se seria a Santa Casa sozinha a desenvolver os programas, se há forma de estabelecer parcerias com fundos de investimento. Tudo isso está identificado, até mesmo o conjunto de património que pode ser alienado porque, de uma ou outra maneira, poder representar uma mais-valia. Essa alienação ou a receita de rendimento pode representar um grande input em termos de receita. Já temos o relatório em nossa posse e temos presente que haverá património a ser alienado e o produto dessa venda vai sustentar parte da nossa operação.

    Qual a dimensão do património a alienar?
    Falamos de 25 unidades, entre fracções e prédios, que serão colocados em hasta pública e com isso, procuramos arrecadar pelo menos 10 milhões de euros. No fundo, procuramos formas de financiar e gerir a nossa operação, encontrar parceiros que nos possam ajudar nessa gestão, sejam fundos de investimento, a possibilidade de arrendamento com obras a cargo. Tivemos, recentemente, essa experiência com entidades publicas. Somos parceiros da Estamo no fundo Imomadalena e esse prédio, na Rua da Madalena, será colocado no mercado de renda acessível, sendo que a obra está já em marcha. Até meados de 2023, esta obra estará concluída, certamente. Este é o maior desafio que temos em mãos. Quanto aos edifícios, ao seu destino, esse trabalho está feito. Além do trabalho com a consultora, já tínhamos anteriormente feito um trabalho interno, um plano estratégico, para avaliar qual poderia ser o futuro do património da Santa Casa nos próximos anos que também nos ajudou bastante. Aliás, este retrato foi também aproveitado pela própria consultora na análise que fez. Esse trabalho está bem identificado e conseguimos perceber, com rigor, quais os edifícios que pretendemos reabilitar, os que queremos vender porque o Capex do investimento é tão grande que não vamos conseguir ter o retorno suficiente para alocar essas verbas a outros projectos. Estamos também a aguardar a abertura do novo Quadro Comunitário de Apoio 2030, os primeiros avisos devem estar prestes a ser lançados. Aí, estamos a falar em património afecto à Saúde ou da Acção Social. Os problemas, de um modo global, estão identificados e o património está radiografado, mas importa, por tudo isso, criar condições para desenvolver os programas previstos. Para isso, reitero, é importante encontrar os melhores parceiros, tanto mais que a Santa Casa não se pode fechar sobre si mesma e pensar que conseguir fazer tudo sozinha.

    É importante ter parceiros e abrir horizontes para novas áreas e novos clientes. Os promotores podem ter um papel importante nesse domínio. Além destes edifícios que falámos, temos pronto um edifício em Monsanto, uma obra belíssima que estamos a tentar direccionar para a área da Saúde, mais concretamente na área das demências. Falta no País, designadamente na cidade de Lisboa, respostas para este tipo de utentes que tenham algum problema na área neurológica e que possam ter aqui um espaço adaptado. Este nosso edifício, que foi um edifício doado pela Nestlé, vai ter capacidade para cerca de 62 utentes, já está pronto e aguardamos a licença de utilização. Estamos a montra um projecto com este fim específico. Além deste, temos o projecto da Mitra, um espaço fantástico que terá inúmeras valências. Trata-se de um projecto integrado, designado Lisboa Social, que terá valência de Lar, de empreendedorismo social, que contou com a reabilitação do património pela área exterior e vamos agora avançar com a recuperação dos interiores. Terá igualmente uma creche. Falamos de um projecto ancorado na Sustentabilidade, Empreendedorismo e inovação.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    Museu do Biscainho e ICOMOS debatem reabilitação no património

    A iniciativa terá lugar esta quinta-feira, dia 18 de Abril, no Museu dos Biscainhos, em Braga e tem como tema “Património: que reabilitação se está a fazer?”

    A ICOMOS Portugal (International Council on Monuments and Sites) e o Museu do Biscainho, em Braga, marcam o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios com a realização de um debate em torno do tema “Património: que reabilitação se está a fazer?”

    A iniciativa, que terá lugar esta quinta-feira, dia 18 de Abril, pretende, também, abordar o 60º aniversário da Carta de Veneza, documento que entende que a “conservação e restauro de monumentos visa salvaguardar tanto a obra de arte como o testemunho da história”.

    Tendo como ponto de partida este documento, a iniciativa procura ser um momento de “reflexão sobre as práticas de intervenção” na área do Património questionando sobre quais são, hoje, as necessidades pragmáticas dessa intervenção.

    A Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Protecção do Património (APRUPP) estará representada no debate por Alice Tavares, que contará, ainda, com a participação de Filipe Ferreira (AOF) e Rui Trindade (SIGNINUM), com moderação de Miguel Bandeira (Fundação Cultural Bracara Augusta).

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    Loures investe 22 M€ para novas habitações a custos controlados

    Financiado pelo PRR, o projecto prevê 152 habitações, com uma área total de construção de 14.280 m2, oito blocos, cada um com quatro pisos, num total de 16 edifícios e 152 habitações

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    A Câmara Municipal de Loures anunciou a construção de um conjunto habitacional a custos controlados na freguesia de Camarate. O projecto, com 152 habitações, conta com um investimento que ascende aos 22 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

    O projecto urbanístico e arquitectónico tem assinatura do Focus Group, que havia ganho o concurso público promovido pela Câmara Municipal de Loures e assessorado pela Ordem dos Arquitectos – Secção Sul. A as obras deverão iniciar ainda em 2024.

    Com uma área total de construção de 14.280 m2, conjunto é constituído por oito blocos, cada um organizado em dois edifícios contíguos, com quatro pisos, num total de 16 edifícios e 152 habitações. Em termos de tipologias, o projeto prevê 56 T1, 45 T2, 48 T3 e 4 T4.

    Cada bloco é composto por dois edifícios, com acessos independentes, e dois ou três apartamentos por piso. Todos os pisos térreos de embasamento dos lotes do conjunto habitacional destinam-se a habitação, à excepção de um dos edifícios em que está prevista para a instalação de comércio ou serviços, estando garantida também a existência de 174 lugares de estacionamento exteriores.

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    Power to Build avança em Angola

    Angola foi um dos primeiros mercados a receber uma impressora 3D da Cobod (a 6ª, a nível mundial), ainda em 2020. O objectivo foi de entrar no mercado da habitação, o que deverá acontecer agora com o lançamento das primeiras unidades em Luanda

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    A Cobod, a empresa dinamarquesa criada por Henrik Lund-Nielsen, responsável pelo desenvolvimento da impressora 3D utilizada em Portugal pela empresa Havelar, está em expansão pelo mundo. Actualmente existem 75 impressoras em países como o México, Canadá, Guatemala, Austrália, Irlanda, França, Tailândia, Kuwait, Japão, Malásia, etc. e nem todos têm como estratégia abordar o segmento residencial. Por exemplo, nos Estados Unidos a General Electric, que recentemente se tornou accionista da Cobod, está a desenvolver turbinas eólicas utilizando o betão impresso, conseguindo com este novo sistema alcançar novas alturas e com isso gerar mais energia.

    Angola foi um dos primeiros mercados a receber uma impressora 3D (a 6ª, a nível mundial), ainda em 2020. O objectivo foi de entrar no mercado da habitação, “motivado pela fraca oferta existente e pelo crescimento acelerado da população angolana, face a mercados como o português ou europeu”, conta Bruno Carlos. O empresário português com ligações ao mercado na área da tecnologia é um dos fundadores da empresa angolana Power to Build, cujo investimento superior aos cinco milhões já realizados pela Havelar em Portugal, está prestes a materializar o primeiro condomínio com casas impressas do país. Localizado no Morro Bento (Luanda) o condomínio é composto por oito unidades.

    “O projecto tem tido uma boa receptividade, mas o momento económico do país não tem sido o melhor e o projecto tem levado mais algum tempo”, refere o empresário. Os últimos quatro anos, com a pandemia pelo meio, serviram para preparar o negócio, formar recursos humanos e construir os primeiros protótipos “para ganhar alguma fluidez técnica”, só o ano passado foi feito o lançamento comercial. Entretanto, a empresa angolana tem aproveitado para ajudar a Cobob a testar a próxima geração de impressoras, bem como os novos compostos usados na impressão.

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    O futuro da habitação é 3D

    A Havelar apresenta-se ao mercado com uma tecnologia inovadora capaz de imprimir uma casa de 90 m2 em menos de 24h e por um baixo custo. A empresa pretende romper com o formalismo da arquitectura, ao mesmo tempo que procura ser, ela mesmo, uma resposta sustentável à emergência climática que vivemos

    A manufactura aditiva prepara-se para revolucionar o sector da construção e é ela que está na base da Havelar, a empresa criada há cerca de um ano por Patrick Eichiner, Rodrigo Vilas-Boas e José Maria Ferreira, os três com um passado que se interliga: Patrick no imobiliário (The Cobble Capital), Rodrigo na arquitectura (fundador da OODA), e José Maria Ferreira (fundador da OTIIMA, ECOSTEEL e da ARTWORKS), e um nome incontornável da indústria da construção portuguesa.

    E é difícil não sucumbir ao entusiasmo com que os três nos recebem no estaleiro da Havelar, que ocupa parte das instalações do INCONS em Vila do Pinheiro, na Maia. É lá que encontramos a primeira casa impressa com tecnologia 3D desenvolvida pela dinamarquesa Cobod e que a Havelar trouxe para o mercado português com a intenção de contribuir com uma solução para a crise de habitação que o país atravessa.

    Rapidez de construção, optimização de recursos, materiais e humanos, e qualidade são os três fortes argumentos com que se apresenta ao mercado. A tecnologia utilizada permite uma redução de 80% nos resíduos e é 70% mais rápida que a construção tradicional.
    O protótipo, de tipologia T2 com 90 m2, demorou 18 horas a construir e foram precisos apenas duas semanas para completar a habitação (telhado, portas, janelas e demais carpintarias) e torná-la pronta a habitar.

    “Esta foi a primeira casa desenhada por nós com o intuito também de aprender como é que é imprimir uma casa. Desenhamos uma casa com umas métricas e uma matriz muito fixas, que permite combinar a liberdade do desenho que a tecnologia 3D oferece, com um sistema misto de pré-fabrico de construção”, explica Rodrigo Vilas-Boas. O custo de construção fica à volta dos 150 mil euros, um preço baixo face ao m2 praticado em muitas zonas do país. Mas o objectivo da Havelar é escala, não só por uma maior racionalidade do negócio e capacidade de redução de custos/tempo, mas também porque só assim a Havelar pode cumprir um dos seus propósitos, “responder ao desafio da habitação em Portugal”.

    Nesse sentido, e com várias demonstrações de interesse em negociação, nos próximos meses a empresa conta avançar com o seu primeiro projecto em Portugal.

    “Estamos prontos para ir para o mercado e acredito que deveremos construir um mínimo de 30 a 40 casas em 2024”, confirma o arquitecto. Um número muito próximo à capacidade de produção da impressora 3D, a BOB, acrónimo de Building on Demand, que ronda as 50 unidades/ano, em média.

    O betão na base de tudo
    O betão é o material usado para imprimir as casas, camada sobre camada, numa mistura que tem de ser simultaneamente fluída para ser impressa, e firme para que não escorra por entre as camadas. A composição desta mistura é algo que não é fixa, aliás o facto da tecnologia da Cobod ser open source, permite que não haja uma só solução, antes uma abertura à utilização de matérias-primas locais na composição da mistura de betão.

    Em Portugal, a Havelar está também a fazer o trabalho de investigação e desenvolvimento dos diferentes componentes e a estudar diferentes materiais. Paralelamente, a empresa tem trabalhado com a indústria, designadamente com a Saint-Gobain, experimentado o betão verde na impressão 3D. “Estamos à procura destas novas materialidades e a Saint-Gobain é nosso parceiro no desenvolvimento de algumas argamassas”, confirma Patrick Eichiner, outro dos fundadores da Havelar.

    Longe de ser um exclusivo do mercado nacional, a estratégia de ligação à indústria cimenteira em alguns dos mercados onde a tecnologia da Cobod está presente (como a CEMEX no México ou a Holcim, em França) tem contribuído para a afirmação internacional da empresa de origem dinamarquesa.

    A revolução na arquitectura
    A preocupação com a forma e a importância da arquitectura é algo que está bem vincado na estratégia da Havelar. Nesse sentido, foram convidados vários arquitectos, num exercício de “democratização da arquitectura”, para se juntarem na criação de novos modelos de habitação com base no novo sistema construtivo.

    “É muito difícil que pessoas tenham dinheiro para construir a sua casa, quanto mais que peçam a um arquitecto para desenhar a sua casa. O que achamos é que as crises da habitação em Portugal são resolvidas com pouco pensamento estrutural e muitas vezes deixamos um património construído nas cidades de que depois não nos orgulhamos. Entendemos que seria interessante trazer arquitectos que pensam nestas matérias e de renome internacional para connosco desenhar casas para o mercado acessível”, explica Rodrigo Vilas-Boas.

    “Este desenho de comunidades tem como pressuposto haver um desenho de alta qualidade arquitectónica que permaneça nas nossas cidades e no nosso tecido urbano e que seja um garante da qualidade da habitação acessível”, sintetiza o arquitecto que é um dos fundadores do atelier OODA.

    O desafio que a construção aditiva e esta nova tecnologia trazem constituiu um desafio ao qual estes ‘pesos pesados’ da arquitectura mundial – Glória Cabral, Manuel Aires Mateus, Francis Kéré, Siza Vieira e Kengo Kuma – não conseguiram resistir.

    “O desenho da arquitectura para esta tecnologia não é um desenho normal e temos de aprender como é que a tecnologia funciona e quais as suas condicionantes e as vantagens que oferece e com isso desenhar tendo por base um sistema construtivo muito descomplexado e muito simples. E isto é muito interessante. Até hoje o caminho da construção foi muito no sentido de complicar e agora estamos a regressar ao passado a descomplicá-lo”, argumenta Rodrigo Vilas-Boas.

    A construção desta casa assenta em vazios e não em fundações. O sistema tem por base a impressão de uma parede exterior e uma parede interior, que não se tocam, e o seu interior é preenchido com material isolante. A cortiça, pelas suas propriedades isolantes mas também sustentáveis, foi o material escolhido, obedecendo à lógica da sustentabilidade.

    A construção aditiva permite uma maior liberdade na forma que as paredes podem tomar, mas apresenta também algumas limitações, por exemplo, em altura (até três andares), pelo menos por enquanto, porque este é um sistema construtivo e uma tecnologia em permanente desenvolvimento.

     

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    ERA Portugal regista crescimento no 1º trimestre de 2024

    A ERA Portugal acaba de divulgar os resultados da operação referentes ao 1º trimestre de 2024. Os principais indicadores mostram uma tendência de crescimento face a 2023, mas falta de oferta pode condicionar a actividade

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    Nos primeiros três meses de 2024 a ERA Portugal facturou 21 milhões de euros, significa um crescimento +5% face ao período homólogo e uma estabilização em relação ao último trimestre do ano em que o valor foi o mesmo.

    “A incerteza do contexto macroeconómico que marcou o início do ano de 2023 teve, na época, consequências naturais no negócio. Contudo, 2024, como é possível constatar através dos vários indicadores, já aponta para um crescimento em linha com o que se começou a registar logo a partir do 2º semestre de 2023. Os dados vêm, assim, reforçar as nossas expectativas de atingirmos um crescimento a dois dígitos até ao final do ano”, antecipa Rui Torgal, CEO da ERA Portugal.

    O número de negócios efectuados (2.753) nos primeiros três meses aumentou em comparação com o mesmo período do ano passado (+2,7%) e com os últimos três meses de 2023 (+3,2%).

    Em relação ao valor dos negócios transaccionados, neste 1º trimestra rondou os 411 milhões euros (+5% face ao período homólogo e mais 0,4% em relação ao último trimestre de 2023).
    O valor médio das casas vendidas no 1º trimestre rondou os 171 mil euros, o que significa um aumento +2.4% face ao valor registado no período homólogo e um decréscimo de -2% em relação ao último trimestre de 2023.

    Oferta limitada continua a ter impacto
    A oferta disponível ainda é muito limitada e esta realidade traduz-se numa quebra nas angariações. No 1º trimestre foram conseguidas 9.809 angariações, o que representa um decréscimo de -14% face aos primeiros três meses de 2023. Em sentido inverso, verifica-se uma subida de +25% em relação ao último trimestre do ano.

    Contabilizando-se 17.562 novos clientes vendedores, este 1º trimestre do ano registou um decréscimo de -27% face ao período homologo. Contudo, o cenário inverte-se quando a comparação é feita com o último trimestre de 2023 ao verificar-se um crescimento de +22%.

    Já em relação aos novos clientes compradores, a ERA contabilizou 73.247 (-2% face ao período homologo e +24% em relação ao último trimestre de 2023). Em linha com o histórico mais recente, os principais clientes da ERA em 2024 continuam a ser os portugueses, brasileiros, franceses e alemães.

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    IP avança com modernização da linha entre Porto de Setúbal e Praias do Sado

    Com um preço base de 17,5 milhões de euros, esta intervenção visa eliminar “constrangimentos de exploração ferroviária”, onde se destaca a construção do desnivelamento rodoviário da passagem de nível da Cachofarra

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    A Infraestruturas de Portugal (IP) lançou o concurso público para empreitada de Modernização da Linha do Sul, entre o Porto de Setúbal e Praias do Sado. Com um preço base de 17,5 milhões de euros, esta intervenção visa eliminar os “constrangimentos de exploração ferroviária” existentes na estação de Praias-Sado, assim como em diversos ramais e infraestruturas ferroviárias do Porto de Setúbal, “melhorando as condições de exploração do sistema ferroviário”.

    Este investimento tem, também, como objectivo reforçar a ligação ferroviária ao Porto de Setúbal e aos ramais existentes, de modo a viabilizar um transporte ferroviário de mercadorias eficiente.

    Em termos gerais, as principais intervenções a realizar na Linha do Sul, estão relacionadas com a electrificação de linhas e ligações e/ou à construção de linhas na Estação de Setúbal-Mar e Ramal do Porto de Setúbal e à construção de um desnivelamento rodoviário, que permitirá a supressão da Passagem de Nível da Cachofarra, ao quilómetro 31,670.

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    SISTEMA TRADITERM MINERAL. ETICS COM LÃ MINERAL.

    COMPOSIÇÃO DO SISTEMA TRADITERM MINERAL

    Sistema TRADITERM Mineral. Etics com lã Mineral do Grupo Puma

    O Código Técnico da Edificação está a ser cada vez mais exigente quanto aos requisitos mínimos para a envolvente, o isolamento acústico, a proteção contra a humidade e a proteção contra incêndios. Isto unido às exigências das novas subvenções europeias fazem dos sistemas ETICS (Sistemas de Isolamento Térmico pelo Exterior) uma solução ideal para dar cobertura a muitos destes conceitos ao mesmo tempo

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    Em tudo isto, a lã mineral também adquire uma grande relevância uma vez que, graças às suas propriedades, não só oferece um grande isolamento técnico, mas acrescenta isolamento acústico e é altamente resistente ao fogo.

    Por isso, o GRUPO PUMA coloca à disposição o seu SISTEMA TRADITERM MINERAL, juntamente com todos os seus serviços, para conseguir o melhor resultado com a maior assistência técnica.

    VANTAGENS DE UTILIZAR LÃ MINERAL FRENTE A OUTROS ISOLAMENTOS

    O SISTEMA TRADITERM MINERAL supera as exigências do CTE no comportamento contra incêndios.

    A lã mineral utilizada é bidensidade, com a condutividade mais baixa do mercado em lã de rocha (0,035 W/mK), pelo que requer menores espessuras.

    O sistema utiliza buchas de fixação com rutura de ponte térmica.

    Grande durabilidade da fachada graças à alta flexibilidade do acabamento superficial e ao isolamento de lã mineral ser duradouro, imputrescível e estável dimensionalmente, o que mantém as prestações durante toda a vida útil.

    É um sistema sustentável e contribui, de forma positiva, para a redução do impacto ambiental.

    Contribui para o isolamento térmico do edifício.

    Numa das suas variantes, graças à argamassa de cor branca utilizada na camada base, evita uma cura incorreta por excessiva radiação solar durante a sua aplicação e secagem, facilitando a sua colocação em obra.

    PROTEÇÃO CONTRA FOGO DO SISTEMA TRADITERM MINERAL

    A redação do ponto 4 da Secção SI 2 – Propagação exterior (paredes médias e fachadas) pode gerar confusão na altura de interpretar os requisitos exigidos a um ETICS, pelo que desde a ANFAPA fez-se uma consulta a respeito e a resposta resume-se ao facto de que não é preciso que um sistema de construção esteja coberto por um revestimento exterior pelo menos EI30 para cumprir com a exigência do ponto 4 do parágrafo 1 da Secção SI2. Um sistema de construção que no seu estado final de utilização tenha a classe exigida neste ponto, em função da sua altura, cumpre a exigência sem este revestimento exterior.

    Mas, então, que classificação de reação ao fogo tem o SISTEMA TRADITERM MINERAL?

    Todos os nossos Sistemas Traditerm superam as exigências do CTE, mas o nosso SISTEMA TRADITERM MINERAL, especificamente, tem uma classificação A2-s1,d0, muito acima do indicado na normativa vigente.

    Em seguida, indicamos os certificados que têm à vossa disposição sobre os Sistemas Traditerm:

    • Avaliação Técnica Europeia 07/0054 (ETA).
    • Declaração Ambiental de Produto (sistema completo).

    SERVIÇOS OFERECIDOS PELO GRUPO PUMA

    O GRUPO PUMA põe à nossa disposição todos os serviços do seu Escritório Técnico:

    • Relatório de pré-dimensionamento de espessura do isolamento de acordo com CTE.
    • Biblioteca de detalhes de construção em PDF e DWG, bem como a base de dados BIM.
    • Realização de detalhes de construção personalizados se assim o necessitar.
    • Bancos de preços.
    • Assessoria personalizada sobre qualquer dos seus produtos ou sistemas.

    OBRAS DE REFERÊNCIA:

    Instituto de Investigación y Clínica López Ibor (Madrid)

    Edifício de Vivendas de Obra Nova (País Basco)

     

     

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    Lisboa: Mais 68 fogos para renda acessível no Loteamento das Forças Armadas

    Dos 476 fogos previstos para este Loteamento, a Câmara já cumpriu cerca de metade do objectivo, o que se traduz 220 já construídos ou em fase de conclusão. Com um valor de empreitada de mais de 9 M€, a construção está a cargo do Grupo Casais

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    O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, visitou esta quarta-feira, dia 10 de Abril, a obra do Lote 10, em Entrecampos. Esta empreitada, iniciada durante o actual mandato autárquico, vai permitir a disponibilização de mais 68 habitações com rendas acessíveis.

    Inserido no Loteamento das Forças Armadas, que contempla a construção de 476 habitações integradas no Programa de Renda Acessível da CML, assim como a criação de espaços verdes, comércio de proximidade e equipamentos de apoio às famílias, este edifício irá permitir atingir metade do objectivo proposto para esta localização.

    “Do total de fogos previstos para este loteamento já temos concluídos ou em fase de conclusão 220, por isso estamos sensivelmente a metade do objectivo”, afirmou Carlos Moedas.

    Sobre o total de fogos previstos para renda acessível na cidade, Carlos Moedas preferiu não avançar com números para não criar expectativas erradas. “Prefiro falar do que vamos fazendo e à medida que vamos entregando as casas, do que fazer promessas vagas que depois se podem não concretizar”, afirmou. “Estamos a concretizar os objectivos da Carta da Habitação”, reiterou.

    Com um valor de empreitada de mais de 9 milhões de euros, a construção está a cargo do Grupo Casais. Tendo iniciado a 30 de Janeiro de 2023, é expectável que a obra esteja no prazo de 22 meses.

    Não obstante a construção do edifício ser “tradicional”, a Casais está a incorporar os seus módulos off-site para as casas de banho e cozinhas conseguindo, desta forma, ganhar algum tempo na empreitada.

    Com nove pisos, o edifícios irá disponibilizar 15 unidades de tipologia T0, 23 unidades de tipologia T1 e 30 unidades T2, além de espaços comuns de uso exclusivo para os moradores e áreas técnicas, nomeadamente, sala multiusos, área de cacifos/arrumações; parqueamento de bicicletas e logradouro. Do piso 1 ao piso 8 será composto por habitação, sendo o piso 9 a cobertura técnica. O primeiro piso estará ainda provido de duas áreas comerciais.

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    Transações de Alojamentos aumentam em valor no final de 2023

    De acordo com a Análise de Conjuntura do Sector da Construção, divulgada esta quarta-feira pela AICCOPN, no mês de Janeiro de 2024, ao nível da área licenciada, pelas autarquias, registaram-se reduções de 12,6% nos edifícios habitacionais, e de 14,7% nos edifícios não residenciais, face a Janeiro de 2023

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    No 4.º trimestre de 2023, de acordo com os dados recentemente divulgados pelo INE, foram transaccionados 34.126 alojamentos familiares, num montante global de 7.174 milhões de euros, o que corresponde a variações, face ao trimestre precedente, de -0,4% e de +1,4% em número e em valor, respectivamente. Relativamente à evolução dos preços dos imóveis, verificou-se uma manutenção da tendência de valorização, com o índice de preços da habitação a aumentar 1,3%, face ao trimestre anterior.

    De acordo com a Análise de Conjuntura do Sector da Construção, divulgada esta quarta-feira pela AICCOPN, no mês de Janeiro de 2024, ao nível da área licenciada, pelas autarquias, registaram-se reduções de 12,6% nos edifícios habitacionais, e de 14,7% nos edifícios não residenciais, face a Janeiro de 2023.

    Quanto ao número de fogos licenciados em construções novas, nesse mês, assistiu-se a um decréscimo de 16,4% em termos homólogos, para 2.394. No que concerne ao índice de custos de construção de habitação nova, no mês de Janeiro observou-se um aumento de 1,9%, em termos homólogos, em resultado de variações de -0,9% na componente dos materiais e de +5,7% na componente referente à mão de obra.
    Até ao final do mês de Fevereiro de 2024, o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 646,3 milhares de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 13,4%, face às 569,8 milhares de toneladas registadas no mesmo período de 2023.

    No segmento das obras públicas, nos primeiros dois meses de 2024, apuram-se crescimentos significativos, face ao período homólogo de 2023. Com efeito, no que concerne ao montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos registou-se um expressivo aumento de 173%, em termos homólogos, para 2.624 milhões de euros, com a abertura de um concurso para a Concessão da Linha Ferroviária de Alta Velocidade, no montante de 1.661,4 milhões de euros, a ser determinante para esta evolução. Quanto ao volume total dos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados até Fevereiro e objecto de reporte no Portal Base até ao passado dia 15 de Março, apresenta uma subida de 15%, em termos de variação homóloga temporalmente comparável, para 414 milhões de euros.

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    Programa de Governo revoga medidas do “Mais Habitação” e aposta no “aumento significativo da Oferta”

    A decisão consta do Programa de Governo entregue à Assembleia da República que será alvo de discussão nos próximos dois dias

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    O Governo confirmou esta quarta-feira vai revogar as medidas do programa Mais Habitação que considera “erradas”, entre as quais o arrendamento forçado, os congelamentos de rendas e as “medidas penalizadoras” do alojamento local.

    A decisão consta do Programa de Governo entregue à Assembleia da República que será alvo de discussão nos próximos dois dias. No que diz respeito ao alojamento local, o Programa do Governo indica que serão revogadas, “de imediato”, a contribuição extraordinária sobre esta atividade e a caducidade das licenças anteriores ao programa Mais Habitação.

    O executivo adianta ainda que vai rever “outras limitações legais” sobre o alojamento local “consideradas desproporcionais”.

    No conjunto de propostas, em matéria de Habitação, consta “a flexibilização das limitações de ocupação dos solos, densidades urbanísticas (incluindo construção em altura) e exigências e requisitos construtivos, bem como a possibilidade de aumento dos perímetros urbanos, garantindo uma utilização do território de forma sustentável e socialmente coesa e harmoniosa como forma de garantir acesso à
    habitação; a criação de condições de “habitação agrícola” a preços mais acessíveis nas zonas rurais e do interior, nomeadamente pela criação de novas áreas urbanizáveis nos Planos Diretores
    Municipais (PDM), principalmente em concelhos ameaçados pela perda de população; ou a injeção no mercado, quase-automática, dos imóveis e solos públicos devolutos ou subutilizados.

    O Governo vai ainda procurar promover um Programa de Parcerias Público-Privadas para a construção e reabilitação em larga escala, quer de habitação geral quer de alojamento para estudantes; assim como estimular a facilitação de novos conceitos de alojamento no mercado português, incluindo com regulatory sand box (build to rent, mixed housing com bónus de densidade urbanística para habitação a custos moderados, co-living, habitação modular, cooperativas de habitação, utilização flexível dual das residências de estudantes).

    O Governo vai ainda isentar o pagamento do Imposto Municipal sobre Transações Onerosas (IMT) e do Imposto de Selo aos jovens até 35 anos na compra de habitação própria e permanente. Estas medidas já constavam do programa eleitoral com que a Aliança Democrática (coligação pré-eleitoral entre PSD, CDS-PP e PPM) se apresentou nas eleições legislativas.

    O Programa de Governo, conhecido esta quarta-feira, não indica o impacto financeiro destas medidas. No documento, o Governo refere que vai também aumentar a abrangência do programa Porta 65 nos limites da sua aplicação, sem adiantar mais informação.

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