Promotores imobiliários antecipam redução nas vendas e menor crescimento dos preços
Os promotores imobiliários estão menos confiantes quanto à evolução do mercado residencial para os próximos três meses, antecipando uma redução nas vendas e uma subida mais lenta dos preços, mostram os mais recentes resultados do inquérito Portuguese Investment Property Survey
CONSTRUIR
Prospectiva e H3P supervisionam construção da Barragem do Calucuve, em Angola
Grupo Eurofred formaliza venda da sua filial Horeca Global Solutions
KEO inaugura escritório em Lisboa e duplica número de colaboradores
Twinkloo olha para o futuro do imobiliário em Portugal através de novo podcast
Geberit volta a juntar-se a Miguel Muñoz para espaço na Casa Decor 2024
Análise: Mercado de escritórios em Lisboa em “forte recuperação”
Soluções do Grupo Preceram para a reabilitação e reconversão do edificado
OERS acolhe primeira edição dos ‘Prémios de Excelência na Academia’
B. Prime coloca modelo “inovador” da Regus em Lisboa
Porcelanosa: “2024 será marcante para o desenvolvimento da construção offsite em Portugal”
“Os promotores imobiliários estão preocupados com todos os fatores de aumento dos custos, que tornam cada vez mais difícil o lançamento de oferta para a classe média. Uma vez mais destaca-se o tempo de licenciamento das obras como sendo o principal obstáculo à atividade, com impactos muito relevantes na viabilidade das operações, em especial no quadro atual de aumentos dos custos de construção”, avança Hugo Santos Ferreira, presidente da APPII.
Conduzido pela Confidencial Imobiliário e pela APPII, este survey tem regularidade trimestral.
“Um dos números mais relevantes neste survey é o aparente redireccionamento da promoção imobiliária para a procura internacional, depois deste mercado ter perdido quota no último par de anos. Trata-se de uma opção estratégica que permitirá aos promotores lançar obras dirigidas a segmentos mais caros, dessa forma conseguindo acomodar o aumento dos custos de construção, e para compradores com mais poder de compra, menos expostos à redução do poder de compra resultante do impacto da inflação e subida nos juros.”, sublinha por sua vez Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário.
O indicador de expectativas para os próximos 3 meses situa-se em -28 pontos, regressando a terreno negativo pela primeira vez desde o fim da pandemia. Este resultado reflecte a degradação das expectativas relativas às vendas, cujo indicador passou de -17 pontos no inquérito anterior para os actuais -69 pontos. No que se refere à evolução dos preços, as expectativas para os próximos 3 meses estão mais contidas, mas continuam em terreno positivo (de +40 pontos para os actuais +24), sinalizando uma perspectiva de clara desaceleração no ritmo de subida os últimos tempos.
Este cenário foi já reportado no âmbito da actividade dos últimos 3 meses, com os indicadores de vendas a atingirem -11 pontos (vs+30) e os de preços a manterem-se positivos, mas em compressão.
Ainda assim, os promotores encaram o actual momento como conjuntural, mantendo um elevado ritmo de lançamento de novos projectos (67% diz ter novos projectos em carteira) e de procura de terrenos (56% mostram-se activos ou muito activos na procura de novos terrenos). Não obstante, há uma alteração no perfil alvo dos projectos, retomando-se a maior apetência para os empreendimentos direccionados para os compradores internacionais. Neste inquérito. os promotores afirmam que 64% dos novos empreendimentos dirigem-se a um público internacional (exclusivamente ou em combinação com os nacionais). Há 3 meses esse era o caso em 55% dos projectos.
Este reposicionamento poderá ser a resposta dos promotores ao aumento persistente dos custos de construção (aumentaram 19% no último ano). Há evidência de que os custos de construção em crescimento estão a começar a ser uma realidade normalizada pelos promotores, uma vez que o tempo de licenciamento e a burocracia voltaram a ser apontados como os obstáculos mais relevantes à actividade. Pelo lado positivo, denotar que o acesso a crédito se mantém como um dos factores menos citados como problemáticos (apesar de agravado face ao começo do ano) e, por fim, a falta de procura permanece como sendo a última das preocupações do sector, com o indicador de pressão a manter-se em níveis historicamente baixos.