Entre o interesse dos investidores e os condicionalismos do mercado, 2023 será um ano desafiante
No mercado apenas desde 2019, a Hawk Real Estate Collective ultrapassou a prova de fogo provocada pela pandemia com distinção. Hoje, está presente nas regiões da grande Lisboa, reforçou a sua posição no eixo Alcácer do Sal, Grândola, Comporta e Melides e fixou-se no Algarve
Manuela Sousa Guerreiro
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No seguimento do crescimento registado nos primeiros anos de actividade, no final de 2022 deverá atingir um volume de negócios superior a 30 milhões de euros. Um dos seus últimos negócios, a entrada do hostel espanhol Room007 na capital, com a aquisição de um dos edifícios mais icónicos da Noite lisboeta, deu-lhe destaque na imprensa.
“Tinha acabado de chegar de Angola e comecei a olhar para o mercado imobiliário, em especial da grande Lisboa e percebi que havia potencial e interesse para vender grandes activos e imóveis destinados à promoção imobiliária, mas havia um gap na informação que chegava aos investidores. Para vender um terreno para construção de um empreendimento não basta tirar simplesmente fotografias e falar da vista, mas é preciso fazer analise urbanísticas, falar do potencial construtivo… basicamente ‘calçar os sapatos dos investidores’ e fazer algumas contas para perceber se esse investimento vale a pena, ou não”, conta Miguel Freitas, CEO da Hawk em conversa com o CONSTRUIR.
O primeiro negócio da consultora foi um terreno no Guincho e daí a juntar uma equipa experiente no sector imobiliário, composta por arquitectos, engenheiros e designers, foi um passo, sempre com foco em grandes activos para promoção.
A ligação pessoal a Alcácer do Sal, Grândola, Comporta e Melides potenciou o desenvolvimento da actividade, neste que é uma das “zonas mais dinâmicas do país a nível de transacções”, refere Miguel Freitas.
‘Vistos gold’ incutem dinamismo
Os investidores, em especial os que são atraídos pelas vantagens dos Vistos Gold são um dos motores desse dinamismo. “Alcácer e Grândola assim como Évora e Óbidos são geografias que os investidores priorizam e é uma área que continua a registar em forte crescimento. Começamos a desenvolver bastante negócio nessa zona e conseguimos posicionar a Hawk de uma forma bastante interessante”, refere o CEO e fundador da consultora imobiliária.
Compreender o que motiva este investidor foi, em última análise um dos segredos desse posicionamento, o qual anda a par e passo com o potencial turístico que a região oferece. E a tendência irá manter-se. “Um investidor, e em especial, aquele que vem através dos Vistos Gold, compra uma casa e espera um retorno. Não se vendem apartamentos para Vistos Gold em Chaves, por exemplo, porque depois as pessoas compram, mas percebem que não há qualquer tipo de rentabilidade. Mas naquela zona costeira umT0 ou um T1 facilmente oferece um bom retorno e é isso que estes investidores procuram. Pela minha experiência, é raro o comprador que quer, simplesmente, obter o certificado de residência e que não espere uma rentabilidade”, sustenta Miguel Freitas.
Na carteira de activos da consultora imobiliária estão edifícios devolutos, localizados em zonas históricas em Grândola e Alcácer, e que estão na mira de promotores imobiliários. Para além de portugueses, é cada vez maior o leque de nacionalidades que surge entre os seus compradores. “Temos muitos espanhóis, mas começam a surgir também norte-americanos, franceses, etc… Um crescimento do investimento estrangeiro que está associado ao novo paradigma mundial e há guerra que está a afectar a Europa. Também existe um crescimento do número de investidores brasileiros, em virtude da instabilidade que o país está a viver neste ano de eleições”, inúmera Miguel Freitas.
O objectivo próximo da consultora imobiliária é, para além de aumentar o volume de negócios em Lisboa, continuar o trabalho desenvolvido nos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, potenciando a enorme dinâmica gerada pela Comporta e Melides e as suas consequentes oportunidades, e crescer no Algarve.
2023 desafiante
Não obstante, o próximo ano será desafiante. “É verdade que Portugal, e em especial o sector imobiliário, tem beneficiado desta instabilidade mundial, sendo um país de refúgio. A procura continua em alta, há investidores que estão ávidos por investir, mas a oferta não é abundante e isto começa a ser um problema porque os preços depois também não baixam e os custos de construção também estão mais altos. O que começamos a assistir é que apesar do entusiasmo e do interesse do mercado, temos alguns players a refrear o seu investimento porque todos estes aumentos vão reflectir-se no preço final”, considera Miguel Freitas.
Seguindo as tendências, outra das apostas da Hawk Real Estate Collective, será no blockchain e na negociação de activos em criptomoedas. “Ainda é um nicho de mercado, mas com tendência para crescer e queremos estar presentes. Temos que estar preparados. Vamos ver como esse mercado lida com a instabilidade que se passa no mundo real, com a inflação, com as altas taxas de juro e com as alterações geopolíticas, por outro lado existem benefícios para investimentos em cripto moedas e investidores com esse perfil”, resume.