‘Metropolis’ da The Edge Group recebe primeiras empresas
O projecto, que resulta de um investimento na ordem dos 45 M€, abrange, no total, uma área de 25 mil m2 para escritórios, zonas de lazer, entre outras valências
O projecto, que resulta de um investimento na ordem dos 45 M€, abrange, no total, uma área de 25 mil m2 para escritórios, zonas de lazer, entre outras valências
O projecto, que resulta de um investimento na ordem dos 45 M€, abrange, no total, uma área de 25 mil m2 para escritórios, zonas de lazer, entre outras valências
É uma dupla estreia: uma marca nova e um novo empreendimento, na Madeira, com que a Afa Real Estate apresenta ao mercado esta semana. A nova marca, Lodge, é direccionada para o mercado premium e o primeiro empreendimento, Lodge | Torrinha, representa um investimento superior a 40 milhões de euros
A AFA Real Estate expande o seu portfólio com a introdução da nova marca residencial Lodge, trazendo a sua nova abordagem ao mercado imobiliário da Madeira. Após o sucesso da marca Savoy Residence, a AFA Real Estate lança agora no mercado esta nova marca para o segmento premium, caracterizada por uma arquitectura funcional e moderna, mais acessível, sem descurar os seus alicerces: localização, qualidade, sustentabilidade e conforto. O primeiro empreendimento, Lodge | Torrinha, localizado no centro do Funchal, representa um investimento superior a 40 milhões de euros, que estará concluído até final de 2026.
A marca Lodge foi concebida para atender às necessidades de jovens profissionais, famílias e investidores modernos, destacando-se pela combinação de design contemporâneo e conforto a preços competitivos. Este novo conceito de habitação associa a vanguarda à um estilo de vida prático e cosmopolita, ideal para quem valoriza a proximidade ao centro urbano. O projecto, caracterizado pela qualidade da construção e dos acabamentos, promove um aproveitamento optimizado dos espaços, oferecendo ambientes funcionais que se adaptam às expectativas e exigências dos clientes alvo.
“A escolha da Madeira para o primeiro projecto da nova marca reflecte o nosso ADN, a nossa origem, sendo esta a localização onde tradicionalmente lançamos os nossos novos empreendimentos, em áreas que consideramos privilegiadas. A marca Lodge permite-nos diversificar a nossa oferta imobiliária e apostar num segmento distinto. O primeiro empreendimento, o Lodge | Torrinha, será também um marco no desenvolvimento da zona envolvente, oferecendo um equilíbrio perfeito entre estética e funcionalidade”, afirma Victor de Sousa, director geral da AFA Real Estate.
Situado na zona de Santa Luzia, o Lodge | Torrinha, o primeiro empreendimento da nova marca da AFA Real Estate, beneficia de uma localização privilegiada. Conhecida pela sua proximidade ao centro da cidade, a zona tem assistido a um desenvolvimento significativo, mantendo a sua autenticidade, enquanto se afirma como uma área em crescimento, com novas infraestruturas e fácil acesso a serviços e comodidades essenciais.
O Lodge | Torrinha é composto por 106 apartamentos distribuídos em dois edifícios de 6 pisos, oferecendo tipologias T1, T2 e T3, com preços a partir de 300 mil euros. Todos os apartamentos incluem varandas e floreiras, e algumas frações contam ainda com terraços, jardins privativos e vistas panorâmicas sobre a baía do Funchal. Incluem também cozinhas e lavandarias totalmente equipadas, pré-instalação de ar condicionado, e os quartos são. As áreas comuns de cada um dos edifícios dispõem de um rooftop com solário e piscina com vistas panorâmicas para a cidade e para o mar. Os mais de 3.000 m² de áreas ajardinadas complementam a vivência nos apartamentos, proporcionando aos residentes o cenário ideal para momentos de lazer e descontração, num ambiente sofisticado e relaxante.
A escolha de materiais de elevada qualidade, como betão à vista, vidro e aço, realça a estética contemporânea do empreendimento. Esta, por sua vez, é enriquecida por uma paleta de tons neutros e orgânicos, que conferem ao espaço uma sensação de harmonia e tranquilidade.
Além disso, a qualidade dos materiais, associada a práticas de construção ecoeficientes, reflecte o compromisso da marca com a sustentabilidade. No desenvolvimento do Lodge | Torrinha, foram integrados painéis fotovoltaicos e bombas de calor para a produção de energia e água quente.
A nível nacional, de forma geral, em relação ao valor médio dos imóveis para arrendar, verifica-se um aumento na renda média de 28% em comparação com Novembro do ano passado, estando 350€ mais caro. Em relação ao mês anterior, houve uma ligeira estabilização passando de 1.500€ para 1.600€ (+7%)
O Imovirtual, portal imobiliário de referência, divulgou o seu barómetro relativo à evolução dos preços médios anunciados de arrendamento e venda no distrito do Porto. Os dados agora partilhados referem-se ao comparativo de Novembro deste ano com o período homólogo, Novembro de 2023.
A nível nacional, de forma geral, em relação ao valor médio dos imóveis para arrendar, verifica-se um aumento na renda média de 28% em comparação com Novembro do ano passado, estando 350€ mais caro. Em relação ao mês anterior, houve uma ligeira estabilização passando de 1.500€ para 1.600€ (+7%).
No que diz respeito ao distrito do Porto, arrendar uma casa em Novembro de 2024 custa, em média, 1.200€, o que representa um ligeiro aumento face ao ano anterior (+9%, de 1.100€ para 1.200€). Comparado com o mês passado, verifica-se também uma estabilização – tanto em Outubro, como em Novembro, o valor médio ronda os 1.200€.
Penafiel: +129% (700€ para 1.600€) foi o concelho que registou maior aumento no preço médio de renda das casas comparado com Novembro de 2023. Seguindo-se: Santo Tirso: +95% (770€ para 1.500€); Vila do Conde: +27% (925€ para 1.175€) e Matosinhos: +20% (1.250€ para 1.500€); Paços de Ferreira: -52% (725€ para 350€); Trofa: -47% (900€ para 475€) e Vila Nova de Gaia: -18% (1.200€ para 980€) foram os concelhos que registaram uma diminuição no preço médio de arrendamento de casa, comparado com Novembro de 2023; Em Póvoa de Varzim: 0% (1.100€) o preço médio de renda das casas comparado com Novembro de 2023, permaneceu o mesmo.
Os concelhos mais baratos para arrendar casa em Novembro foram Paços de Ferreira (350€); Trofa (475€); Valongo (900€); Gondomar (950€) e Vila Nova de Gaia (980€). Os concelhos mais caros foram Penafiel (1.600€), Santo Tirso e Matosinhos (1.500€) e Porto (1.250€).
A nível nacional, de forma geral, comprar uma casa está cerca de 85.000€ mais caro do que em Novembro do ano passado (+25%), passando de 335.000€ para 420.000€. Em relação ao mês passado, houve uma estabilização (+2%, 410.000€ para 420.000€). Focando no distrito do Porto, em Novembro deste ano comprar uma casa custa, em média, 458.900€. Comparativamente com o mês anterior, Novembro de 2024, houve uma estabilização (ligeiro aumento de 4%), já que nessa altura, comprar uma casa custava, em média, 439.399€. Já quando comparado com o período homólogo, Novembro de 2023, verifica-se uma subida de 32% (de 348.329€ para 458.900€).
Paredes: +78% (192.500€ para 342.500€) foi o concelho que registou maior aumento no preço médio de venda das casas comparado com Novembro de 2023. Seguindo-se: Vila Nova de Gaia: +65% (330.000€ para 545.000€); Matosinhos: +37% (329.000€ para 450.000€) e Amarante, Baião e Lousada: +36% (212.500€ para 290.000€; 125.000€ para 170.000€ e 191.000€ para 260.000€, respectivamente). Nenhum dos concelhos em análise registou uma diminuição no preço médio de venda, comparado com Novembro de 2023. Em Felgueiras: 0% (225.000€) o preço médio de venda das casas comparado com Novembro de 2023, permaneceu o mesmo. Os concelhos mais baratos para comprar casa em Novembro foram Baião (170.000€); Felgueiras (225.000€) e Paços de Ferreira (252.500€). Os mais caros foram Vila Nova de Gaia (545.000€); Porto (499.000€) e Matosinhos (450.000€).
Casafari
Com esta entrada estratégica de capital, a Casafari visa fortalecer ainda mais a sua presença nos vários mercados europeus. Os fundos serão direccionados para aprimorar a sua extensa base de dados de imobiliário, expandir a oferta de produtos e reforçar a liderança de mercado
A plataforma europeia Casafari, anuncia ter chegado a um acordo de financiamento (venture debt), no valor de cinco milhões de euros, com o BBVA Spark, o segundo maior banco de Espanha. Com esta operação, a empresa quer dar seguimento ao plano iniciado com a compra da portuguesa Moonshapes (Proppy CRM), actual Casafari CRM, e mais recentemente da alemã Targomo, especialista em location intelligence.
Por outro lado, este entendimento marca o primeiro investimento do BBVA Spark em Portugal, no âmbito da sua estratégia de expansão europeia.
Com esta entrada estratégica de capital, a Casafari visa fortalecer ainda mais a sua presença nos vários mercados europeus. Os fundos serão direccionados para aprimorar a sua extensa base de dados de imobiliário, expandir a oferta de produtos e reforçar a liderança de mercado através da aquisição ou fusão com outras empresas que possam acrescentar valor ao negócio.
“Assegurar este financiamento por parte do BBVA Spark é um marco significativo para nós, mas não só. Esta parceria não só valida o nosso modelo de negócio e trajectória de crescimento como também poderá ser fundamental para muitas outras empresas, com potencial e talento, espalhadas por essa Europa fora”, começa por dizer Nils Henning, CEO e cofundador da plataforma. “Queremos consolidar a nossa posição e conquistar quota de mercado, incluindo no português, e a estratégia agora passa exatamente por crescer através da aquisição ou fusão com outras empresas que, tal como nós, queiram acrescentar valor. Portanto, nesta fase, estamos atentos a todas as opções”, conclui o responsável.
A decisão do BBVA Spark de financiar a Casafari evidencia a confiança no potencial da start-up portuguesa e o w3u compromisso de apoiar as empresas de tecnologia europeias. Este compromisso concretizou-se no passado mês de outubro, quando o BBVA Spark anunciou a sua entrada no Reino Unido, bem como a criação de uma nova equipa em Londres para gerir o mercado europeu. A nova equipa em Londres reforça a presença internacional do BBVA Spark, que conta hoje com mais de 1.500 clientes em todo o mundo e quase 500 milhões de euros em crédito concedido.
“Estamos particularmente entusiasmados com este acordo, porque é a primeira movimentação num mercado europeu após dois anos de rápido crescimento no número de clientes em Espanha e na América Latina. E todos estes poderão beneficiar da gama completa de opções de serviços bancários empresariais e financiamento especializado do BBVA”, afirma Roberto Albaladejo, responsável do BBVA Spark
Fundada em 2018, a Casafari cresceu rapidamente para se tornar num player preponderante no sector imobiliário tecnológico ao contar com mais de 60 mil utilizadores em Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha. Ao basear-se em tecnologia avançada, “a 0missão da Casafari passa por construir a base de dados imobiliários mais limpa e abrangente da Europa”, recorda, ainda, a empresa.
A localização estratégica do país, as suas características geográficas e climáticas, custos de instalação, infraestruturas de conectividade e capacidade de produção de energia verde abrem excelentes oportunidades para a instalação dos centros de dados de maior dimensão afirma estudo da JLL
Portugal está a posicionar-se no mapa mundial dos data centres, com potencial para se distinguir como um dos destinos preferenciais para a instalação dos centros de dados de hiperescala, nota o mais recente research desenvolvido pela consultora imobiliária JLL. Este é o maior tipo de data centre, sendo utilizado pelas empresas para acolher projectos de TI massivos que exigem armazenamento de big data e cloud computing, como é o caso das plataformas das redes sociais e os motores de busca.
“Temos vários centros de dados instalados em Portugal, num cenário que é dominado pelas instalações detidas e operadas pelas próprias empresas para dar suporte às suas actividades, num formato naturalmente de capacidade limitada. Contudo, existem neste momento vários projectos em desenvolvimento com capacidade que vão desde 20 MW a algumas centenas de MW. Esta evolução sinaliza uma mudança substancial na escala e capacidade dos centros de dados no nosso país”, sublinha Maria da Cunha e Menezes, head of project & development services and sustainability da JLL. “Temos condições excelentes a nível de localização, geografia, clima, produção de energia verde, disponibilidade de terrenos e competitividade de custos, além de infraestruturas de conectividade, para captar muito mais investimento nesta área e afirmarmos no mapa global enquanto destino de instalação de data centres de hiperescala, ou seja, aqueles que agregam capacidades de entre 150MW a 200MW”, acrescenta a responsável.
O estudo da JLL identifica Portugal como um mercado ainda emergente, considerando o pipeline de centros de dados actualmente em desenvolvimento, e caracteriza o enorme potencial do país para se afirmar como um dos mercados secundários, à medida que cada vez mais projectos de hiperescala escolham a região para se instalar. Estes mercados têm tipicamente uma capacidade de entre 100 MW a 600 MW e tornaram-se recentemente um foco de crescente atenção de investidores, financiadores e promotores que procuram novas oportunidades em mercado menos concorridos.
Portugal tem actualmente oito projectos conhecidos de centros de dados em desenvolvimento, dos quais a maioria se situa no distrito de Lisboa. Os distritos de Setúbal, Porto e Braga recebem o restante pipeline. Entre os projectos de relevo incluem-se o Sines Start Campus, no distrito de Setúbal, e actualmente em construção. Deverá ser o maior projeto de hiperescala do país, ambicionando uma capacidade máxima de 495 MW, 100% alimentada por energia verde. No distrito de Lisboa, destaque para o Lisbon Data Centre by Atlas Edge, em Carnaxide, cuja primeira pedra foi lançada em Abril e pretende alcançar uma capacidade de 20 MW, inteiramente alimentada por energia renovável e sem desperdício de água. No mesmo distrito, o Data Centre da Merlin Properties em Vila Franca de Xira, está já licenciado para uma capacidade planeada de 24 MW, com possibilidade para expandir a 100 MW, sendo o maior projeto deste investidor na Ibéria.
Actualmente, o mercado de data centres em Portugal é essencialmente composto por instalações desenvolvidas à medida pelas próprias empresas para acolher as suas necessidades individuais. Existem actualmente mais de 30 centros de dados que se distinguem quer pelas suas operações de maior escala, quer pelo foco na prestação de serviços a clientes. A maioria destes centros (37%) localiza-se em Lisboa, devido à sua forte insfraestrutura de conectividade. O centro da Covilhã, detido pela Altice, é actualmente a maior instalação em operação do seu tipo, possuindo capacidade para armazenar 50.000 servidores numa área de 75.500 m2. Possui certificação Leed e é reconhecido pelo Uptime Institute como um centro de dados Tier III, um dos graus mais elevados em termos de fiabilidade, redundância e disponibilidade da infraestrutura de dados.
De acordo com o estudo, adicionalmente ao pipeline em curso, Portugal tem condições para escalar o desenvolvimento de data centres, desde logo devido à maior disponibilidade e custo competitivo de terrenos e imóveis para reconversão. Outra característica diferenciadora do país é a sua geo-localização estratégica, numa posição que permite ser um ponto de contacto e porta para a Europa, África, América do Sul e América do Norte. Em termos de condições geográficas e climáticas, o país é visto como muito atractivo, considerando o baixo risco de cheias e furacões, a sua longa faixa costeira e o facto de ter regiões de frente marítima frescas, as quais são condições muito valorizadas nesta indústria, onde as instalações necessitam de fortes sistemas de arrefecimento. Outra questão, também relacionada com o posicionamento geográfico, é a infraestrutura a nível de conectividade. Devido à sua localização, Portugal é um ponto de passagem ou destino final de diversos cabos submarinos intercontinentais, muitos dos quais situados em Lisboa (Carcavelos) e Setúbal (Sesimbra). Este tipo de cabos gere 95% do tráfego global de internet actualmente e funciona como uma autoestrada para a informação digital, sendo Portugal um dos pontos de passagem de vários destas infraestruturas, incluindo o maior sistema de cabos submarinos na actualidade, o 2Africa, que terá uma extensão de 45.000 km, ligando 33 países na África, Ásia e Europa. O estudo evidencia um outro factor competitivo de Portugal no mercado de data centres, nomeadamente a produção de energia verde. Em 2023, 61% do consumo eléctrico em Portugal era gerado por fontes energéticas renováveis, posicionando o país como um produtor robusto de energia verde, um recurso determinante para quem procura instalar centros de dados.
“Entre outros factores, como o potencial de expansão e disponibilidade de terrenos, a proximidade dos centros de dados aos locais de passagem ou chegada dos cabos submarinos é crucial, pois reduz a latência e aumenta a velocidade de transmissão de dados. Pela sua configuração e geo-posição, Portugal é um destino importante para este tipo de infraestruturas e está a solidificar-se como um hub internacional de conectividade. Em termos energéticos, temos a vantagem de estar a direccionar-nos para dar resposta à procura de energia 100% renovável, a qual permite reduzir e estabilizar os custos além de melhorar a sustentabilidade. Estes são actualmente requisitos essenciais e Portugal reúne condições de excepção nestas áreas”, nota Caetano de Bragança, Head of Consulting da JLL
Para este responsável, “o país dispõe de excelentes oportunidades para escalar este mercado, que contribuiu para um futuro mais sustentável ao mesmo tempo que dá suporte aos avanços tecnológicos das diversas indústrias. É essencial uma boa assessoria nesta fase de arranque do mercado em Portugal, pois o país mantém alguns desafios importantes nesta área. Entre eles a falta de um enquadramento legal específico para centros de dados, especialmente para instalações de maior dimensão, bem como a ausência de políticas fiscais concretas e as dificuldades de licenciamento, que pelas mesmas razões, continuam a ser um desafio”.
Desenvolvido pela JLL Portugal, o estudo agora divulgado disponibiliza uma panorâmica sobre o mercado de centros dados no nosso país, incluindo os projectos actualmente em desenvolvimento, as infraestruturas e conectividade para estes projectos, o ambiente de energia verde, os desafios e oportunidades de crescimento.
Cooperativa de habitação Colmeia 6 (Parque das Nações)
DR: Créditos
Os dados avançados pela Confidencial Imobiliário, referentes a Outubro, confirmam a recuperação da procura e a tendência de intensificação das subidas de preços da habitação
Entre Agosto e Outubro deste ano, terão sido vendidas 39.600 habitações em Portugal Continental, conforme estimativas elaboradas pela Confidencial Imobiliário a partir da base de dados Sistema de Informação Residencial, SIR.
A comparação com o período antecedente de três meses mantém o registo mostrado no 2º e 3º trimestres deste ano, os quais recolocaram as vendas em rota de crescimento, após um 2023 e início de 2024 penalizados pela redução das transacções. Assim, o número de fogos transaccionados no trimestre de Agosto a Outubro supera em 10% os 35.900 imóveis vendidos nos três meses anteriores (entre Maio e Julho) e fica 21% acima do observado no último trimestre do ano passado, quando se transaccionaram 32.800 fogos.
A subida dos preços de venda da habitação também acelerou de forma evidente nos últimos três meses, levando a valorização homóloga a passar de 7,5% em Julho para 11,5% em Outubro. O aumento de 4 pontos percentuais neste indicador reflecte a intensificação da taxa de variação mensal, que aumenta há quatro meses consecutivos, passando de 0,1% em Julho para 1,7% em Outubro.
“O comportamento dos preços dá eco à retoma nas vendas num contexto que permanece bastante pressionado pela falta de oferta. As transacções regressaram a terreno positivo e já acumulam dois trimestres consecutivos de recuperação, a qual reposiciona a actividade do mercado nos níveis observados no final de 2019, ano anterior à sucessão de choques como a pandemia ou o aumento dos juros”, comenta Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário.
No acumulado de Agosto a Outubro, o preço médio de venda da habitação em Portugal ascendeu a 2.492€/m2, atingindo 3.518€/m2 na habitação nova e s 2.348€/m2 na usada.
A Savills e a Castelhana/ Dils company estão a comercializar o novo edifício do condomínio The Garden, localizado nos antigos terrenos da histórica Fábrica da Efanor, em Matosinhos
O Departamento de Residencial da Savills, em regime de co exclusividade, com a Castelhana/Dils company, deu início à comercialização do novo edifício Lake, que integra o condomínio The Garden, que está a ser erguido onde outrora funcionou a histórica Fábrica da Efanor (Empresa Fabril do Norte), em Matosinhos. O edifício, actualmente em construção, apresenta uma localização privilegiada numa das zonas mais procuradas da cidade, a escassos minutos do centro do Porto, do NorteShopping e das melhores praias da região.
Este novo projecto residencial eleva o conceito de viver em harmonia com a natureza, integrando-se com perfeição num condomínio privado com uma envolvente de 30.000 m² de jardins privados, lagos e trilhos para caminhadas, proporcionando um equilíbrio único entre a vida urbana e a tranquilidade natural.
Os apartamentos no Lake foram pensados para oferecer o máximo de conforto e sofisticação. Com acabamentos de topo, como o mármore branco de Estremoz, pavimentos de carvalho e cozinhas totalmente equipadas com electrodomésticos de alta gama.
O edifício Lake é composto por 160 apartamentos, com tipologias que vão desde T0 a T5, desenhados para responder às diversas necessidades das famílias modernas. As áreas começam nos 60 m² e os preços a partir de 235.000 euros, fazendo deste um bom investimento para quem procura qualidade de vida numa localização prime. Cada fracção conta com varandas, terraços ou jardins privados, que se abrem para vistas dos jardins e lagos, criando um espaço de tranquilidade no coração de Matosinhos.~
No mesmo condomínio situam-se os edifícios Natura e Factory que foram anteriormente também comercializadas pela Savills e revelaram-se um grande sucesso de vendas com grande procura por parte de clientes nacionais e internacionais.
“O Lake é um projecto com características únicas na região. A tranquilidade que oferece, a localização de excelência, a exuberância da natureza, a qualidade superior do design e os acabamentos de topo fazem deste edifício um verdadeiro marco na cidade. Estamos certos de que, tal como os outros edifícios do condomínio The Garden, este novo empreendimento será um grande sucesso de vendas da Savills”, afirma Ana Jordão, residential business development director, Porto Division da Savills Portugal.
“Este empreendimento, conta com uma localização privilegiada e uma integração única com a paisagem natural que dá resposta às exigências de qualidade e conforto dos nossos clientes, mas também proporciona uma nova experiência de viver nesta região. Estamos muito entusiasmados por fazer parte do lançamento do Lake e confiantes de que este projeto terá um forte apelo junto de um público diversificado, tanto nacional como internacional”, acrescenta Nuno Pinto de Sousa, responsável pelo escritório do Porto da Castelhana/ Dils company.
Além da comercialização do espaço, a CBRE encontra-se, ainda, a “reposicionar este activo no âmbito da sustentabilidade, garantindo que o mesmo é levado ao expoente máximo do seu potencial, assegurando a menor pegada possível”
A CBRE acaba de anunciar que o activo logístico que recentemente vendeu a um fundo gerido pela Insula Capital, e que conta com a Colares Capital como asset manager, já se encontra totalmente arrendado a uma empresa da indústria alimentar. A empresa que já tinha operação em Portugal procurava, porém, um espaço para expandir e consolidar a sua actividade no País.
Primeiramente, a CBRE assessorou o anterior proprietário na venda deste armazém com mais de seis mil metros quadrados (m2) localizado na Cabra Figa, em Trajouce, ao Alternatives & Logistics Fund, sendo que este, após a aquisição, confiou na consultora para garantir o rápido arrendamento do imóvel.
O activo destaca-se pela sua excelente localização, mas conta também com diversas características técnicas consideradas acima da média para o stock logístico existente, nomeadamente, pé direito de até 12 metros, rede de sprinklers e climatização para todo o espaço, incluindo área de armazém.
Este processo contou com a intervenção de uma equipa multidisciplinar da CBRE, que agora se mantém activa pois está a assessorar o proprietário no processo de reformulação do armazém do ponto de vista de ESG com o objectivo de certificar o espaço.
Nuno Torcato, responsável pela área Industrial e Logística da CBRE Portugal, destaca ainda que, além de terem concluído estas operações em “tempo recorde”, a equipa de ESG da CBRE encontra-se, ainda, a “reposicionar este activo no âmbito da sustentabilidade, garantindo que o mesmo é levado ao expoente máximo do seu potencial, assegurando a menor pegada possível”.
Cumpriu-se um sonho de mais de 50 anos com a construção de uma nova marina em Vilamoura, num investimento de 23 M€ e que integra um conjunto de investimentos que a Arrow Global tem estado a fazer na região e que pretende “recuperar a qualidade” de Vilamoura para o futuro
A maior e mais reconhecida marina de Portugal, em Vilamoura, celebrou 50 anos de existência, numa data que marcou, também, o início de actividade da ‘nova’ marina. Uma obra há muito pensada e que vem responder à visão de Cupertino de Miranda, que nasceu nos anos 70.
O momento ficou marcado por uma cerimónia especial que contou com a presença de vários governantes, entre outras personalidades nacionais e internacionais. A nova marina, que contou com um investimento de 23 milhões de euros, vem responder a uma “necessidade do mercado”, criando um “hub marítimo premium” que atrairá tráfego náutico de alta qualidade e “estabelecerá ainda mais o Algarve como um destino de excelência”.
Investimentos na ordem dos 500 M€
A nova marina foi construída no “tempo recorde” de 10 meses e foi impulsionada com a aquisição da Lusotor pela Arrow Global em 2021. A par de outros destinos no País, Vilamoura tem representado uma grande fatia do investimento que a Arrow Global tem feito até agora. John Calvão, principal Arrow & Fund portfolio, afirmou ao CONSTRUIR que o Grupo já investiu, desde essa altura, cerca de 500 milhões de euros. Investimentos que incluem os 1500 hectares dos terrenos de Vilamoura e onde estão em desenvolvimento cinco empreendimentos residenciais, assim como a reestruturação dos campos de golfes em parceria com o conhecido golfista sul-africano Ernie Els, a reabilitação total do club house e do centro hípico. Outro dos projectos é o desenvolvimento de um novo centro desportivo que irá contar com a parceria de Luís Figo. O objectivo passa por criar em Vilamoura uma “identidade única” e “recuperar a qualidade” do destino Vilamoura, indicou John Calvão.
Mas os interesses da Arrow Global estão, também, noutros pontos do País e que tem vindo a ser consolidado com um conjunto de aquisições estratégicas e onde se contam, além de Vilamoura, o Palmares, Vale Pisão e a Aroeira, assim como investimentos na Madeira.
Sem confirmar futuras aquisições, John Calvão não esconde que também o litoral alentejano, onde ainda não estão presentes, “desperta interesse” e que o Grupo se “mantém atento a tudo o que está à venda em Portugal”.
Pedro Antunes, co-fundador da Alea
Com o foco no alojamento para estudantes, a King Street e a Alea formaram uma joint venture com vista à aceleração da expansão da plataforma criada para o efeito. Para o pipeline em carteira, está previsto um investimento até 375 milhões de euros
A King Street Capital Management, uma empresa de gestão global de investimentos, e a Alea Capital Partners, uma entidade que se dedica à gestão de activos alternativos, desde a identificação do activo até à operação do mesmo, anunciaram no início deste mês a criação de uma joint venture.
Focados em “acelerar a expansão da plataforma de build-to-rent”, em particular no alojamento de estudantes, as empresas pretendem investir “até 375 milhões de euros em 3500 unidades até 2028/29, data em que este objectivo deverá estar em operação”, revelou ao CONSTRUIR, Pedro Antunes, co-fundador da Alea.
A joint venture inicia a parceria com o desenvolvimento e operação de três activos, com uma área total de 36 mil m2, localizados na Grande Lisboa e no Grande Porto. A indicação da localização das futuras residências não foi ainda revelada e, segundo Pedro Antunes, será dada a conhecer quando se iniciar a sua construção.
“Dois destes activos deverão começar a ser construídos ainda no primeiro trimestre de 2025 e o terceiro no próximo ano também”, indicou. Estes activos irão totalizar cerca de 1300 quartos.
Sendo o total do objectivo chegar aos 3500, é possível que “mais activos sejam adicionados durante o decorrer do ano”, já que os projectos em pipeline encontram-se em diferentes fases de desenvolvimento, seja licenciamento, aquisição ou projecto.
“A parceria visa colmatar a lacuna estrutural existente no mercado de alojamento alternativo, oferecendo uma maior variedade de opções de habitação que atendam a diferentes necessidades e perfis, mantendo sempre o foco na qualidade e na vida em comunidade”, afirma.
Apesar dos próximos projectos se localizarem nos grandes centros urbanos, Lisboa e Porto, “a nossa lógica continua a ser uma aposta em Portugal inteiro”, em particular, nas “principais cidades universitárias”
Liquidez em todo o território
O início da Alea surge com o desenvolvimento de dois projectos, entretanto já vendidos. Braga e Covilhã foram as cidades escolhidas para o arranque do investimento e para o lançamento da marca própria, Andy Student Living.
“A razão pela qual decidimos vender este dois activos foi para provar que existe liquidez para este segmento fora dos grandes centros urbanos”, explicou Pedro Antunes.
Com o desafio superado e conscientes da necessidade de alojamento para estudantes em todo o País, o objectivo é agora de continuidade na aposta no crescimento da marca. Por isso, e apesar dos próximos projectos se localizarem nos grandes centros urbanos, Lisboa e Porto, “a nossa lógica continua a ser uma aposta em Portugal inteiro”, em particular, nas “principais cidades universitárias”.
Além disso, e enquanto plataforma de built-to-rent de soluções de alojamento alternativas, a empresa tem olhado, também, para outros tipos de alojamento, numa óptica de estratégia “macro”.
Roey Shoef, outros dos fundadores da Alea, reforça que “esta joint venture marca um novo capítulo na nossa estratégia de Soluções de Alojamento Alternativas, para oferecer alojamento de qualidade para diferentes usos, tais como estudantes e famílias, começando por Portugal. O nosso modelo fit-to-market operado sob a marca ‘Andy’ irá contribuir para o aumento da oferta de opções de alojamento que são tão escassos, face ao que é a procura do mercado”.
Sustentabilidade e BREEAM
Considerando que “há uma relação muito clara entre a sustentabilidade e a rentabilidade”, até porque “isso implica uma gestão financeira mais inteligente dos edifícios”, o objectivo da joint venture é “termos certificações BREEAM”.
Com projectos do arquitecto Paula da Gama, a aposta recai na inovação e diferenciação, tanto ao nível da construção, como de materiais.
“Já utilizámos as casas de banho modulares e estamos a estudar outras soluções para o futuro. Estamos sempre a olhar para novas soluções que cumpram a necessidade daquilo que é o custo, do preço e da sustentabilidade”.
Pedro Noronha Sanches, partner e CEO da Noronha Sanches
A promotora imobiliária, que até agora se tem concentrado em investimentos no eixo Cascais/Lisboa, vai alargar os seus investimentos a outros pontos do País. Vila Nova de Gaia é a primeira a avançar, enquanto na Costa Alentejana se efectuam as due diligence. Pedro Noronha Sanches, partner e CEO da Noronha Sanches, falou com o CONSTRUIR sobre estes e outros investimentos que a empresa tem em carteira, sobre o seu modo de actuação no mercado e o estabelecimento de parcerias
O “One Lush”, em Caxias, concelho de Oeiras, é o mais recente projecto que a Noronha Sanches apresentou ao mercado. O investimento de 22 milhões de euros coloca no mercado 35 novos apartamentos premium. O projecto conta com a assinatura do atelier brasileiro Bernardes Arquitectura, conhecido pelos seus projectos ímpares. A promotora, que até agora tem actuado no eixo Cascais – Lisboa, prepara-se para expandir os seus investimentos ao Norte e à Costa Alentejana, e reforçar a aposta na hotelaria. Mas a conversa com Pedro Noronha Sanches, partner e CEO da Noronha Sanches, versou também sobre o modo de trabalho e sobre a importância de parcerias num mercado pouco habituado a isso.
O “One Lush” é o vosso mais recente empreendimento. Este representa um investimento de quanto?
O “One Lush” representa, de facto, o nosso mais recente e ambicioso lançamento no mercado. É um projecto de grande importância para a Noronha Sanches, com um investimento de 22 milhões de euros e um conjunto de 35 apartamentos que maximizam o aproveitamento do espaço e oferecem vistas espectaculares sobre a foz do rio Tejo. A localização em uma encosta já naturalmente “ajardinada” inspirou o nome Lush, pois quisemos realmente criar um ambiente verde e exuberante naquele local, valorizando a integração com a natureza.
Cada apartamento foi projectado para oferecer uma experiência única, com jardins, varandas e terraços repletos de vegetação, proporcionando aos futuros residentes uma sensação de vida em uma casa — e, mais que isso, de férias permanentes. Mesmo estando a apenas 15 minutos de Lisboa, nosso objectivo é que os residentes possam desfrutar da atmosfera tranquila e de veraneio que Caxias oferece.
A arquitectura que tem assinatura do atelier Bernardes é um “piscar de olhos” ao cliente de nacionalidade brasileira?
Pessoalmente, depois de ter vivido em São Paulo, sempre admirei o trabalho do escritório Bernardes, não só pelo design marcante, mas também pela abordagem colaborativa e pela preocupação em reflectir a visão do promotor em cada traço do projecto. O Bernardes foi além do nosso briefing, criando um design que superou todas as expectativas. A sua habilidade de conciliar estética com funcionalidade e viabilidade comercial foi fundamental para o sucesso do projecto.
A nossa escolha pelo Bernardes não se deveu unicamente ao perfil do cliente brasileiro — embora este seja um público relevante para nós, especialmente em Cascais — mas sim ao alinhamento com o conceito que queríamos para o One Lush. Acreditamos que este projecto tem um apelo especial para o público português, sobretudo porque estamos entre os primeiros a trazer um empreendimento novo e diferenciado para essa encosta.
Para além do “One Lush” que empreendimentos têm neste momento em desenvolvimento?
Actualmente, estamos a desenvolver oito projectos diversificados, que vão de pequenas unidades exclusivas a grandes empreendimentos de uso misto. Estes projectos variam em dimensão e conceito, desde edifícios com 1.500 m² e cinco unidades residenciais, a complexos de 40.000 m², com uso residencial e turístico.
Pode adiantar um pouco sobre eles?
Em Lisboa, estamos, por exemplo, a trabalhar em dois novos projectos: um novo hotel localizado no Príncipe Real, numa zona emblemática da cidade, e um projecto residencial na Calçada da Ajuda, composto por 14 apartamentos, este último em parceria. Já no Estoril, temos três empreendimentos em andamento: o Estoril Golfe Residences, desenvolvido em parceria com três sócios, localizado no campo de golfe do Estoril; um projecto de cinco unidades residenciais de luxo próximo à rotunda dos Condes de Barcelona; e um empreendimento turístico no Monte Estoril, com 87 apartamentos, que certamente enriquecerá a oferta na região.
Embora tradicionalmente tenhamos focado em áreas mais próximas, este ano demos um passo estratégico ao iniciarmos o desenvolvimento de um projecto de grande escala em Vila Nova de Gaia, também em parceria. Este projecto de uso misto, que consideramos verdadeiramente que será único no país, representa uma aposta importante numa nova região, com um potencial incrível para contribuir positivamente para o município a nível de turismo e habitação.
Essa resposta destaca a diversidade e a abrangência dos nossos projectos, realçando a visão estratégica da empresa para expandir a sua presença, se necessário, em novas regiões, mas sempre tendo como alvo, a ambição de segurar terrenos únicos e com potenciais de desenvolvimento para cada projeto, fora de série.
Novos modelos, parcerias e o seu retorno
O Marinha Prime está já concluído? Este foi um dos primeiros projectos que une residencial/resort. Como é que o mercado o recebeu?
A empreitada do Marinha Prime está concluída em termos de construção, mas, como se trata de um projecto em operação, para nós continua a ser um “projecto on going”. É um empreendimento turístico com grande potencial e embora tenha sido um sucesso de vendas, tirámos aprendizagens valiosas deste modelo. Essas lições serão fundamentais para aplicarmos em futuros projectos semelhantes.
Foi um projecto em parceria com a Habitat invest. Como é que esta parceria surgiu?
A parceria com a Habitat surgiu de forma muito espontânea. Ambos estávamos num leilão pelo terreno e surgiu a possibilidade de desenvolvermos o projecto em conjunto. As duas equipas entreolharam-se e pensaram: “Porque não? Vamos a isso.” E assim foi! Hoje temos três projectos em conjunto, e as equipas envolvidas ajudam-se como se fossem uma só.
É verdade que em Portugal existe uma tendência para se querer fazer tudo sozinho. Mas o nosso approach é o oposto. É certo que também realizamos muitos projectos individualmente, mas valorizamos os aspectos positivos das parcerias. A troca de informações, o partilhar de experiências e até a diluição de riscos são factores que, para nós, fazem todo o sentido. Entrar em parcerias é algo muito natural no nosso modelo de trabalho.
A vossa actuação ao longo dos anos tem se centrado muito em Cascais, São Pedro, Estoril, algumas zonas nobres da Capital. O “Lush” leva-os até Caxias/Oeiras. Que avaliação fazem deste eixo da costa do Estoril e do seu desenvolvimento recente?
Para nós, na Noronha Sanches, o atributo mais relevante num projeto é, sem dúvida, a localização, que anda lado a lado com a qualidade. Contudo, acreditamos que “localização” e “região” são conceitos diferentes. Gostamos de escolher projectos em localizações especiais, quase únicas. Essas características podem existir em diferentes regiões, seja no Porto, em Lisboa, Cascais ou Oeiras, entre outras. Ou seja, somos, de certa forma, agnósticos em relação à região em si, mas queremos localizações que sejam verdadeiramente distintivas e que permitam desenvolver projectos que não deixem as pessoas indiferentes, i.e., têm de provocar emoções nos nossos clientes.
Temos, portanto, uma abordagem focada em exclusividade, independentemente da área específica. Um bom exemplo é a Costa Alentejana. Houve imenso buzz em torno dessa região nos últimos anos, mas, até agora, não tínhamos encontrado nenhum projeto que nos enchesse as medidas, dos que nos foram apresentados. Só agora estamos a olhar para essa área porque encontrámos um projeto com características realmente únicas e, se conseguirmos fazer passar na due dillience, avançamos sem receios. Todos os outros que vimos acabou por ficar na nossa pasta de estudos.
Isso não se passa na Costa Estoril?
Este cuidado com a selecção de terrenos é uma constante. Já chegámos a avaliar cerca de 80 terrenos antes de decidir por um. Felizmente, temos encontrado localizações que consideramos muito boas e muito exclusivas, sobretudo nos concelhos de Cascais e Lisboa, e agora também em Oeiras e Gaia. Continuamos à procura de lugares onde nos sintamos confiantes para arriscar, sempre com essa exigência máxima. Prefiro não investir, do que investir em algo que não esteja perfeitamente convencido que será um sucesso.
O eixo da costa do Estoril continua a ser uma região extremamente atractiva, com vantagens claras como a proximidade ao mar, os campos de golfe e a proximidade da serra de Sintra, o que a torna muito procurada. Notamos que os preços estão a atingir valores cada vez mais elevados, o que acaba por seleccionar naturalmente o perfil de cliente, predominantemente estrangeiro.
O município tem-se mostrado bastante atento, incentivando o desenvolvimento dos “produtos certos” nas várias zonas. Observamos um forte estímulo, especialmente nas áreas mais próximas do mar, onde privilegiam projectos de hotelaria de alto padrão e empreendimentos com um nível superior. Essa visão de apostar em qualidade tem sido essencial para manter a atractividade e exclusividade da região.
Estratégia assente em localizações únicas
Para que zonas/localidades olham hoje com atenção?
Como mencionei anteriormente, o nosso foco é sempre na “localização única” que permita desenvolver projectos que não deixem as pessoas indiferentes, antes de nos fixarmos numa região específica. Obviamente, que nas regiões que conhecemos melhor, temos mais facilidade em reconhecer uma “localização única”, mas acaba por ser uma escolha muito pouco metódica, e muito mais intuitiva, temos verdadeiramente de nos imaginarmos num futuro projeto e que aquilo será algo distintivo para o cliente que quereremos trazer para ali. Depois terá de passar no crivo dos números e das diligências.
O essencial para nós é que, ao olhar para o empreendimento, o cliente tenha aquela experiência de “wow”. E isso só é possível com um produto de elevada qualidade, situado numa localização especial.
O segmento residencial (premium) continua atractivo do ponto de vista do investimento? Ou há aqui um virar para o segmento hoteleiro?
Há, de facto, um grande desfasamento na oferta habitacional, abrangendo todos os segmentos – baixo, médio e alto. Por isso, apesar da carga fiscal elevada, que é particularmente pesada e mal aplicada no sector da promoção imobiliária, o segmento premium é onde conseguimos ter mais resiliência nos nossos investimentos crise.
Por outro lado, apostar na venda emocional, é algo que nos tira um bocadinho das regras do mercado, que também é algo que nos estimula no desenvolvimento dos projectos.
Portanto, para nós, o segmento premium continua a ser o mais atractivo a nível residencial.
O turismo apresenta números extremamente promissores, com uma previsão de crescimento global de 70% no turismo de lazer até 2030. É certo que, com a mesma idade, tive a sorte de viajar muito mais do que o meu pai, e a tendência é que o meu filho viaje, com a minha idade, 10 vezes mais do que eu. Ou seja, a democratização e a competitividade do turismo vai estimular um crescimento muito grande. Assim, acreditamos que hotéis diferenciados, em localizações estratégicas, com operadores e marcas de excelência, representam negócios imobiliários muito líquidos e atractivos. São projectos que, sem dúvida, nos entusiasmam e nos quais estamos a apostar bastante.
A alavancagem do PIP
No início do ano criaram um fundo imobiliário – Premium Investments Portugal (PIP). Que investimentos estão a priorizar?
Criámos o fundo para partilhar com investidores institucionais, clientes, família e amigos, sempre com o mesmo rigor, exigência e transparência de um modelo anglo-saxónico. É interessante porque alguns dos nossos clientes acabam por se tornar investidores e vice-versa, o que nos permite trocar muitas experiências. Esses investidores tornam-se amigos e recomendam-nos a outros, o que é muito gratificante.
O fundo tornou-se, assim, o nosso principal parceiro de investimento nos projectos, permitindo que os nossos investidores evitem o chamado “cherry-picking” – não há um projecto mais vantajoso para a Noronha Sanches e outro para o fundo. Se o fundo tem liquidez para um projecto que está dentro do seu escopo, então entra nesse investimento, sempre.
A maior parte do capital do fundo vem de investidores portugueses que conhecem bem o mercado e outros promotores, mas optaram por co-investir com a Noronha Sanches. Estruturámos o fundo com duas classes de investimento: uma destinada aos investidores de “primeira viagem”, mais conservadores, com uma taxa fixa máxima de 7% ao ano e um risco muito reduzido, e outra para investidores mais experientes, que procuram o risco/retorno característico dos investimentos imobiliários e turísticos, com um target na ordem dos 20% ao ano.
Já atingiram os objectivos inicialmente traçados?
Ainda não atingimos as metas de fund raising, pois o processo foi atrasado devido às indefinições em torno do golden visa e sofremos um pouco com a concorrência do último ano de SIFIDE. Por isso, ainda temos slots em aberto.
O nosso grande motivo de orgulho reside no portefólio de investimentos. Achamos que temos um portefólio crescente, seguro, invejável. É um portefólio que traz tranquilidade aos nossos investidores, pois sabem que o seu capital está a ser bem aplicado, com perspectivas sólidas de retorno. Para nós, na Noronha Sanches, representa uma excelente oportunidade de continuar a criar produtos de grande qualidade para os nossos clientes.
Como investidores e promotores imobiliários como avaliam o mercado português, e em concreto o segmento no qual actuam?
Acreditamos que o mercado português continua dinâmico, embora já se sinta algum arrefecimento. Ainda assim, prevemos que os preços se mantenham ou até aumentem, enquanto o problema da oferta residencial não for resolvido. Actualmente, Portugal necessita de construir cerca de 70.000 casas por ano para equilibrar a balança, número que atingiu apenas há mais de dez anos. Actualmente, estamos a construir bem menos, cerca de 20.000.
Conclui-se, portanto, que existe escassez em todos os segmentos. Os números mostram que a duplicação dos projectos actuais não seria suficiente. Existe uma falta de oferta em todos os segmentos – seja baixa, média ou alta – e, no final das contas, os promotores devem ser vistos como parte da solução para a crise habitacional. Se houver um ambiente propício e incentivos para que invistamos de forma mais proactiva nesse sentido, estou certo de que os promotores estarão dispostos a contribuir.
Por outro lado, é sabido que a performance económica de um país está directamente ligada à variação de população nesse país. Se a nossa natalidade, não está em grande forma, acredito que o governo crie medidas tornem Portugal mais competitivo em termos de fiscalidade para estrangeiros e para portugueses que saíram em busca de melhores condições no estrangeiro e, também, para a atracção de investimento estrangeiro. Se esse cenário se concretizar, acredito que tanto o mercado de habitação, em todos os sectores, como o sector do turismo terão anos muito positivos pela frente.