Arquitectura

Abertas as candidaturas ao Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira

Até 29 de Junho de 2023 é possível apresentar candidatura a este prémio de arquitectura nacional que vai na sua 7ª edição e que tem vindo a ganhar relevância face ao contexto actual de mudança de paradigma de construção 

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Abertas as candidaturas ao Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira

Até 29 de Junho de 2023 é possível apresentar candidatura a este prémio de arquitectura nacional que vai na sua 7ª edição e que tem vindo a ganhar relevância face ao contexto actual de mudança de paradigma de construção 

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O PNAM – Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, com periodicidade bienal, tem como objectivo incentivar e promover a fileira florestal portuguesa através da inovação, valorização, circularidade, promoção e utilização da madeira e seus derivados na arquitectura e construção.

O PNAM destina-se a premiar obras com carácter permanente, realizadas em Portugal, que evidenciem o uso da madeira como material relevante na Arquitectura e que sejam da autoria de arquitectos inscritos na Ordem dos Arquitectos.

A Comissão Organizadora do PNAM é reúne um conjunto de três entidades: AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, Ordem dos Arquitectos e a Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário. “O PNAM é acima de tudo um agregador – “Um prémio que une talento e conhecimento em torno da arquitectura em madeira” e constitui o reconhecimento da enorme qualidade da arquitectura nacional aliada à madeira enquanto material construtivo com qualidades excelentes ao nível estrutural, estético e enquadrado no contexto da Economia Circular, sendo uma matéria-prima natural oriunda das nossas florestas e sua indústria, de que a AIMMP é representante a nível nacional e internacional”, sublinha a organização em comunicado.

Na edição do PNAM’23 podem candidatar-se obras concluídas entre 1 de Janeiro de 2021 e 31 de Dezembro de 2022. As candidaturas podem ser apresentadas até 29 de Junho de 2023.

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Openbook expande para o Médio Oriente e abre nova delegação no Dubai

A expansão para o Médio Oriente, com a abertura de uma delegação no Dubai, já tinha sido comunicada em entrevista ao Construir pelo Partner Paulo Jervell, como mais um passo na estratégia de internacionalização do Grupo que no final de 2024 anunciou o seu rebranding e reorganização estrutural

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O Grupo Openbook anuncia a abertura da sua nova delegação no Dubai, marcando um “novo passo na sua estratégia de internacionalização” e que visa “reforçar” a sua presença no mercado do Médio Oriente.

Reconhecendo o Dubai como um dos “principais centros mundiais de negócios e inovação”, a aposta do Grupo Openbook nesta região visa “fortalecer” parcerias estratégicas e “responder” à crescente procura por soluções integradas de arquitectura, design e engenharia.

“A presença do Grupo Openbook no Dubai representa um novo capítulo na nossa trajectória de crescimento. Esta expansão permitirá consolidar a nossa posição num dos mercados mais dinâmicos do mundo, estabelecendo um ponto de contacto directo com clientes e parceiros estratégicos e fortalecendo a nossa rede de projectos internacionais”, afirmou Paulo Jervell, partner do Grupo Openbook.

A internacionalização do Grupo Openbook surge num momento de grande evolução para a empresa, que recentemente anunciou o seu rebranding e reorganização estrutural. Paralelamente, tem vindo a conquistar reconhecimento internacional, com projectos emblemáticos como a sede da Galp, distinguida com certificações LEED Platinum e WELL Platinum, e o premiado Ritz Pool Bar, que arrecadou o prestigiado prémio Architizer A+Awards na categoria de Bares e Adegas.

Com uma equipa de cerca de 90 colaboradores e tendo alcançado uma facturação de cerca de 10 milhões de euros em 2024, o Grupo Openbook continua a consolidar a sua presença em mercados estratégicos, incluindo Portugal, França, Espanha, Angola, Vietname, Indonésia e agora, o Dubai.

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Como Foster+Partners transforma Old Trafford

O design e as linhas gerais do projecto de Estádio Old Trafford entregue pelo gabinete Foster+Partners foram apresentados esta semana. O novo estádio promete ser um marco icónico e sustentável que tem por base a história do Manchester United e a identidade de Manchester

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O Manchester United revelou os planos para o novo estádio de Old Trafford, um projecto ambicioso desenvolvido pelo estúdio de arquitetura Foster + Partners. A nova infraestrutura promete elevar a experiência dos adeptos e transformar a região com um design inovador, tecnologia avançada e um forte compromisso com a sustentabilidade.
O novo estádio será um marco globalmente reconhecido, inspirado na história do Manchester United e na identidade industrial da cidade de Manchester.

O conceito do novo estádio inverte o modelo tradicional de design de estádios de futebol: será aberto e voltado para o exterior, com varandas panorâmicas que oferecem vistas para toda a área envolvente. Localizado no centro do distrito, será um marco globalmente reconhecível, encapsulando o espírito do Manchester United e a herança da cidade. A estrutura será caracterizada por três mastros imponentes, inspirados no tridente dos “Red Devils”, reflectindo a verticalidade do horizonte industrial de Manchester. Esses mastros sustentarão uma cobertura translúcida que envolverá o estádio, protegendo as arquibancadas e uma ampla praça pública das chuvas frequentes.

Inspirado pela rica história da cidade, este projecto de regeneração impulsionado pelo desporto transformará uma área industrial de um milhão de metros quadrados em um distrito vibrante de uso misto, com uma rede de espaços verdes, ruas, pontes e zonas à beira-mar. Estabelecendo um novo padrão internacional para o desenvolvimento sustentável de cidades, o projecto criará conexões directas para transportes públicos e pedestres entre comunidades novas e existentes – e com o restante da cidade –, além de incorporar tecnologias de captação de água da chuva e energia renovável.

A praça coberta contará com uma série de experiências interactivas para adeptos do Manchester United e visitantes globais. O design prevê ainda um percurso processional que levará os adeptos de uma nova estação ferroviária até a praça, criando um ponto de encontro acolhedor para eventos desportivos e comunitários.

O novo estádio terá capacidade para 100.000 espectadores.

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Nova Solução | Sistema Gyptec Protect para Fachadas

Cada vez mais o mercado da construção pede soluções rápidas e fáceis de executar não comprometendo a qualidade.

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Particularmente importante, são soluções que permitam resolver os problemas, já identificados, dos edifícios em Portugal e promover a sua reabilitação energética. Isto num contexto de reabilitação e reconversão do edificado. Paralelamente existe uma urgência em cumprir com os objetivos do PRR e disponibilizar mais habitação, preferencialmente confortável e energeticamente eficiente.

Respondendo às solicitações do mercado e em particular de muitos dos nossos clientes, o Grupo Preceram vem apresentar o Sistema Gyptec Protect para Fachadas, desenvolvido em conjunto com a Mapei.

Tirando partido das excelentes características da placa Gyptec Protect, resistência mecânica, à água e ao fogo, foi possível a Mapei estudar e testar um conjunto de sistemas de revestimento e acabamento que permitissem estender a sua aplicação também a fachadas.

Tornou-se assim possível apresentar um sistema completo de isolamento pelo exterior, com lã mineral Volcalis, leve, fácil de instalar, incombustível e com excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico.

 

As placas Gyptec Protect são compostas por gesso, tratado com agente hidrorrepelente para diminuir a absorção de água, revestido com uma tela especial em fibra de vidro de alta qualidade e incombustível. Estas placas foram desenvolvidas para utilizar em zonas que requerem alta resistência à humidade e ao fogo (classificação A1) e para as quais não se recomenda o uso de placas de gesso tradicionais.

Volcalis Alpha Plus é uma lã mineral semirrígida com uma condutibilidade térmica muito baixa – 0,032 W/(m.K) -, incombustível e hidrorrepelente. Estas características técnicas permitem soluções de isolamento com elevado desempenho térmico mesmo com espessuras mais reduzidas.

Este sistema, aplicado sobre uma fachada existente, permite eliminar as pontes térmicas associadas à estrutura e aos pontos singulares, funcionando como uma segunda pele do edifício. Para além da redução dos consumos energéticos, tanto no inverno como no verão, resolve eventuais problemas de humidade e condensação, aumentando o conforto e a qualidade do ar interior.

Fundamental para o bom funcionamento da solução é o esquema de revestimento e acabamento preconizado pela Mapei especialmente para as placas Gyptec Protect.

No seguimento deste trabalho, foram também desenvolvidas soluções para a aplicação de isolamento sobre as placas Protect (sistema ETICS), o que permite a sua utilização em construções em aço leve, LSF, ou sistemas mistos com fachadas leves industrializadas.

 

Mais informação em: www.gyptec.eu/sistema-gyptec-protect-para-fachadas

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Missão ‘Built by Brazil’ une arquitectos brasileiros e portugueses

A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, através do seu programa de internacionalização, ‘Built by Brazil’, vem a Portugal para trocar experiências sobre o que se está a fazer no Brasil e em Portugal a nível arquitectónico, construção, promoção imobiliária, engenharia e inovações e estreitar relações e conhecimento entre os dois países

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A missão ‘Built by Brazil’ Europa 2025 chega a Portugal no dia 15 de Março e prolonga-se até ao dia 18 de Março, culminando com o evento “Conexões Arquitectónicas: Brasil e Portugal – Mesa Redonda sobre Arquitectura de Hospitalidade e Reabilitação”.

Depois de uma passagem pelo MIPIM, em Cannes, França, a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), através do seu programa de internacionalização, ‘Built by Brazil’, vem a Portugal para trocar experiências sobre o que se está a fazer no Brasil e em Portugal a nível arquitectónico, construção, promoção imobiliária, engenharia e inovações e estreitar relações e conhecimento entre os dois países.

Para os dias 15, 16, 17 e 18 de Março, a comitiva do Brasil tem agendado vários momentos de trabalho, como a visita a projectos de reabilitação como por exemplo, a Fundação Albuquerque, projecto de reabilitação do Bernardes Arquitectos, assim como, o projecto de regeneração do escritório ADOC. Está, igualmente, agendado um encontro com a Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores e com a Ordem dos Arquitectos.

Do Brasil vêm arquitectos de vários gabinetes, nomeadamente os Natureza Urbana (SP), Archscape (SP), D&P Arquitetura (MG), Grupo Myr (MG) e Heliomar Venâncio Arquitetura (ES), Addor e Associados (SP) e M&T Arquitetura (RJ).

Para terminar esta passagem por Portugal, irá realizar-se o evento “Conexões Arquitectónicas: Brasil e Portugal – Mesa Redonda sobre Arquitetura de Hospitalidade e Reabilitação”, que irá decorrer no dia 18 de Março, no Auditório da Casa de Cultura de Cascais e que irá contar com a presença de Raimundo Carreiro, embaixador do Brasil em Portugal, e de Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais.

O objectivo da mesa-redonda é “fomentar o debate” sobre as particularidades de projectos de arquitectura nos segmentos de hospitalidade e reabilitação, trazendo exemplos de sucesso em ambos os países, e provocando a discussão sobre as oportunidades da cooperação entre os arquitectos brasileiros e portugueses.

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18ª edição do Europan aborda o “Re-sourcing”

Estão a concurso 47 locais em 12 países europeus, com as propostas a poderem ser apresentadas até 29 de Junho. Com o subtema “Re-sourcing from natural elements – Dealing with Water”, Lisboa apresenta-se com uma das áreas de intervenção que se localiza em Campolide

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A fragilidade do ecossistema da Terra e as crises sociais levam à imaginação de práticas alternativas à extracção prejudicial de recursos, ao consumo excessivo e à poluição de ambientes vivos.

Devem, por isso, ser pensados ​​e implementados projectos de regeneração que abracem a natureza e a cultura. A pensar nesta realidade, o tema da 18ª edição do Europan aborda o “Re-sourcing”. Estão a concurso 47 locais em 12 países europeus, com as propostas a poderem ser apresentadas até 29 de Junho.

Com o subtema “Re-sourcing from natural elements – Dealing with Water”, Lisboa apresenta-se com uma das áreas de intervenção que se localiza em Campolide e que corresponde à solução para a cobertura de um grande tanque e túnel integrados no Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL).

Esta cobertura deve relacionar a área de intervenção com o tecido urbano envolvente, pois encontra-se isolada devido à existência grandes infraestruturas como linhas de comboio e rodovias. A intervenção deverá incluir, ainda, edifícios de habitação de baixa escala pré-existentes, expressão de herança de uma cidade pré-industrial.

Como podemos criar formas de usar sabiamente os recursos naturais no ambiente construído e impulsionar o equilíbrio ecológico entre os fluxos naturais e as necessidades urbanas?, Como podemos ligar a urbanidade para além dos limites das infraestruturas? E como podemos dar forma a um futuro sustentável, bonito e inclusivo, proporcionando habitação e habitat? São algumas das perguntas que se colocam aos concorrentes na área de intervenção em Lisboa.

Os resultados serão anunciados a 17 de Novembro de 2025.

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Mork-Ulnes Architects apresenta ‘The Craft of Place’

Editado por Casper Mork-Ulnes, ‘The Craft of Place’ destaca a dedicação do estúdio ao contexto, ao vernáculo local e à materialidade, enquanto explora a interacção entre arquitectura e paisagem, tradição e inovação

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‘The Craft of Place’ é a primeira monografia da Mork-Ulnes Architects, um atelier internacional com escritórios em São Francisco e Oslo, e que explora a abordagem distinta do estúdio à arquitectura e a sua reinterpretação das tradições regionais da construção.

Editado por Casper Mork-Ulnes, com contribuições de Joseph Becker (curador associado de Arquitectura e Design no Museu de Arte Moderna de São Francisco) e Anne Marit Lunde (curadora, editora e escritora sediada em Oslo), ‘The Craft of Place’ destaca a dedicação do estúdio ao contexto, ao vernáculo local e à materialidade, enquanto explora a interacção entre arquitectura e paisagem, tradição e inovação.

Fundado por Casper Mork-Ulnes em 2005, o estúdio equilibra o pragmatismo escandinavo com a criatividade californiana e o espírito empreendedor de inovação, criando edifícios que misturam brincadeira e contenção.

“Baseado em contextos físicos e culturais discretos, o nosso ponto de vista é informado pela convergência das origens distintas onde o nosso trabalho nos leva. À medida que as áreas geográficas onde trabalhamos se estão a expandir, somos desafiados a pesquisar e explorar novas e antigas condições culturais relacionadas com a arquitectura e o lugar. A agenda estética e formal que surge da negociação destes impulsos culturais muitas vezes bastante diferentes resulta também na interacção de contenção e ludicidade que pode ser rastreada em todos os nossos projectos. É exatamente esta tensão que veio a de definir a nossa prática”, observa Casper Mork-Ulnes.

“Os edifícios vernaculares que se desenvolveram por necessidade são um testemunho físico do conhecimento tradicional e ainda hoje podem estabelecer a base de uma lógica de construção. Esta arquitectura artesanal tem qualidades materiais intrínsecas e aparentes que podem criar ligações entre gerações e culturas. Um profundo envolvimento com o material e a sua utilização tradicional é, portanto, uma parte central da nossa prática. Ao explorar métodos, materiais e formas tradicionais em novos contextos, somos capazes de criar ligações dinâmicas, ao mesmo tempo que preservamos e aprendemos com o vernáculo”, acrescenta o arquitecto.

Publicado em Dezembro de 2024 pela Park Books, este novo volume está estruturado em torno de temas de materiais, tradições, sustentabilidade, escala e luz e revela o método Mork-Ulnes Architects de integrar a arquitectura em diversos ambientes através de projectos como The Silver Lining House em São Francisco; Octothorpe House em Bend, Oregon (EUA); e Skigard Hytte em Kvitfjell, Noruega.

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Liu Jiakun, é o vencedor do Prémio Pritzker de Arquitectura 2025

O arquitecto de Chengdu, China, Liu Jiakun, foi o Laureado de 2025 do Prémio Pritzker de Arquitectura. Interligando aparentes antípodas, como utopia versus vida quotidiana, história versus modernidade e colectivismo versus individualidade, Liu propõe uma arquitectura afirmativa que celebra a vida dos cidadãos comuns

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O arquitecto chinês Liu Jiakun, de Chengdu, foi anunciado como o vencedor do Prémio Pritzker de Arquitetura 2025, a mais alta distinção da arquitectura a nível mundial. Liu é reconhecido por uma abordagem que valoriza a cultura, a história e a natureza, criando projectos que equilibram tradição e modernidade. A sua arquitectura promove a comunidade e inspira compaixão, respeitando o meio ambiente e utilizando materiais locais e técnicas artesanais. Destaca-se ainda pela inovação em espaços urbanos densos, oferecendo soluções que integram edifício, infraestrutura, paisagem e espaço público.

“A arquitectura deve revelar algo, deve abstrair, destilar e tornar visíveis as qualidades inerentes das pessoas locais. Tem o poder de moldar o comportamento humano e criar atmosferas, oferecendo uma sensação de serenidade e poesia, evocando compaixão e misericórdia, e cultivando um sentido de comunidade partilhada”, afirma Liu.

Interligando aparentes antípodas, como utopia versus vida quotidiana, história versus modernidade e coletivismo versus individualidade, Liu propõe uma arquitectura afirmativa que celebra a vida dos cidadãos comuns. Defende o poder transcendente do ambiente construído através da harmonização das dimensões culturais, históricas, emocionais e sociais, utilizando a arquitectura para fomentar a comunidade, inspirar compaixão e elevar o espírito humano.

“Com um portefólio notável, de profunda coerência e qualidade constante, Liu Jiakun imagina e constrói novos mundos, livres de qualquer constrangimento estético ou estilístico. Em vez de seguir um estilo, desenvolveu uma estratégia que nunca depende de um método recorrente, mas sim da avaliação das características e requisitos específicos de cada projecto. Ou seja, Liu Jiakun parte das realidades actuais e trabalha-as ao ponto de, por vezes, oferecer um cenário inteiramente novo para a vida quotidiana. Para além do conhecimento e das técnicas, o senso comum e a sabedoria são as ferramentas mais poderosas que acrescenta ao repertório do arquitecto”, afirma, em parte, a Citação do Júri de 2025.

Liu cria espaços públicos em cidades densamente povoadas, onde o luxo do espaço é amplamente inexistente, estabelecendo uma relação positiva entre densidade e espaço aberto. Ao multiplicar tipologias dentro de um único projecto, inova a função dos espaços cívicos para responder às diversas necessidades da sociedade.

Entre os seus trabalhos mais importantes estão o “West Village” (Chengdu), o “Departamento de Escultura do Instituto de Belas-Artes de Sichuan” (Chongqing) e o “Museu de Arte em Pedra Luyeyuan” (Chengdu). Após o terramoto de Wenchuan, em 2008, Liu reciclou escombros para criar os “Tijolos do Renascimento”, demonstrando o seu compromisso com a reconstrução sustentável.

“As cidades tendem a segregar funções, mas Liu Jiakun segue o caminho oposto e mantém um equilíbrio delicado para integrar todas as dimensões da vida urbana”, sublinhou Alejandro Aravena, presidente do Júri e ele próprio Laureado do Prémio Pritzker em 2016. Na nota enviada à imprensa refere que “num mundo que tende a criar periferias monótonas e intermináveis, ele encontrou uma forma de construir lugares que são edifício, infraestrutura, paisagem e espaço público ao mesmo tempo. O seu trabalho pode oferecer pistas impactantes sobre como enfrentar os desafios da urbanização numa era de crescimento acelerado das cidades.”

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Créditos: Benjamin Schoonenberg.
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Trienal organiza exposição ‘Tirar Mais do que Há para Dar’

‘Tirar Mais do que Há para Dar’ é um contributo colectivo e plural para um futuro da arquitectura que não exija a exaustão do planeta e de quem o habita e que conta com obras de Alfonse Chiu & Emma Kaufmann LaDuc, Alina Paias & Benjamin Schoonenberg, Liisa Ryynänen e Netherlands Angry Architects!mde

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Fazer arquitectura no sistema económico vigente significa depender da extracção do máximo de materiais, valor e energia, muitas vezes ultrapassando os limites do que o planeta ou o corpo podem repor. As diferentes etapas do desenho e construção de um edifício evidenciam um ciclo contínuo de esforço e sobre-extracção da cadeia de produção arquitectónica, das matérias-primas à mão-de-obra.

Neste sentido, e em parceria com a galeria VI PER em Praga, a Trienal organiza uma exposição dupla, a decorrer simultaneamente em ambas as cidades, que explora a forma como a “energia se move, se transforma e se dissipa, tanto no interior dos corpos como no mundo material”. Em Lisboa, a exposição arranca este Sábado, dia 8 de Março e mantém-se até conta com a visita comentada pela curadora Alina Paias e a apresentação de Liam Ross, professor da Universidade de Edimburgo e de Adam Przywara, investigador na Universidade de Friburgo. A mostra mantém-se até 13 de Maio.

Os contributos de fellows emergentes da plataforma europeia LINA estão distribuídos entre Praga e Lisboa – onde a exposição decorre em simultâneo – abordando a arquitectura habitada enquanto consumidora de energia; cartografias especulativas das dinâmicas territoriais de exaustão na Europa; e a formação de redes de solidariedade entre quem trabalha na indústria da construção para enfrentar a crise climática. A exposição conta ainda com o vídeo The Void of its Other (O Vazio do Outro) que explora as pressões e incentivos financeiros e políticas que moldam a produção habitacional contemporânea em Roterdão.

A exposição arranca este Sábado, dia 8 de Março e mantém-se até 13 de Maio. A inauguração conta com a visita comentada pela curadora Alina Paias e a apresentação de Liam Ross, professor da Universidade de Edimburgo e de Adam Przywara, investigador na Universidade de Friburgo.

Os contributos de fellows emergentes da plataforma europeia LINA abordam a arquitectura habitada enquanto consumidora de energia; cartografias especulativas das dinâmicas territoriais de exaustão na Europa; e a formação de redes de solidariedade entre quem trabalha na indústria da construção para enfrentar a crise climática. A exposição conta ainda com o vídeo The Void of its Other (O Vazio do Outro) que explora as pressões e incentivos financeiros e políticas que moldam a produção habitacional contemporânea em Roterdão.

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Futuro centro cultural da Trofa
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Centro Cultural da Trofa define nova “urbanidade” na cidade

“Embora a proposta defina uma volumetria clara com uma definição de praça formal, a interligação dos elementos e sua localização a diferentes cotas permite usos flexíveis e dinâmicos dos espaços, que convida a apropriações que reflectem o panorama geral da produção artística, heterogénea e interactiva”

Cidália Lopes

O futuro Centro Cultural da Trofa deverá ser “dinamizador de cultura” no território em que se irá inserir, numa perspectiva alargada à região Norte do País e deverá ter um papel “diferenciador”, através das suas valências funcionais, da sua centralidade geográfica e da sua imagem, enquanto referência no domínio da arquitectura contemporânea. Por outro lado, insere-se no numa lógica de requalificação que tem transformado “profundamente” o centro do concelho.

Características que serviram de base ao projecto vencedor apresentado pelas arquitectas Alda Jesus e Enrica Mazzon, do colectivo Laboratório Mediterrâneo e que, segundo o júri, se destacam pela sua “inovação, funcionalidade e sustentabilidade”, assim como pela forma “harmoniosa” que esta se adapta ao espaço urbano e ao contexto histórico da Trofa.

Identidade “arquitectónica, abstracta e cenográfica”

A área de intervenção, actualmente um vazio urbano que se situa junto à escola Profº Napoleão Sousa Marques, à ciclovia Norte, ao parque de apoio à Mobilidade e ao final da Alameda da Estação, vai receber o equipamento numa lógica de “quarteirão”.

A implantação proposta no projecto de arquitectura determina a existência de um espaço exterior central – A Praça – delimitada pelo conjunto edificado que emerge acima da cota de soleira. Esta praça central, de caracter formal, possui três eixos de atravessamento que evocam uma malha de tecido urbano já consolidada, mantendo a permeabilidade necessária para que se torne parte activa da vida pública e definidora de uma nova “urbanidade” da cidade.

O conceito geral da proposta visa a “marcação de um espaço vazio central no território intervencionado, com uma forte identidade arquitectónica, abstracta e cenográfica”. A fragmentação volumétrica, unificada na base num pódio de distribuição publica é uma oportunidade para desconstruir a monumentalidade do edificado, e aproximá-lo à escala da cidade. Os alinhamentos volumétricos geram uma composição equilibrada e de continuidade entre si.

Embora a proposta defina uma volumetria clara com uma definição de praça formal, a interligação dos elementos e sua localização a diferentes cotas permite usos flexíveis e dinâmicos dos espaços. Esta proposta convida a apropriações que reflectem o panorama geral da produção artística, heterogénea e interactiva, como por exemplo a ‘Black Box’ que pode abrir directamente para a praça e dinamizar o espaço público.

Futuro centro cultural da Trofa

Durabilidade e sustentabilidade

A proposta caracteriza-se, ainda, pela escolha de uma materialidade “homogénea e sistematizada”, quer nos métodos construtivos seleccionados quer nos acabamentos exteriores e interiores, cuja “modularidade, repetição, subtis variações de escala e pigmentação contribuirá para a definição do lugar e sua identidade”.

A simplicidade das fachadas e volumes que conformam o centro cultural permite a sobreposição de informação em projecções multimédia, ou noutros suportes de larga escala, promovendo o sentido de ‘happening’ do lugar.

Pretende-se, ainda, que abordagens sustentáveis possam ser adoptadas na fabricação destes elementos, tais como a incorporação de resíduos de demolição local, e a identificação de pigmentos regionais que comuniquem.

Já a durabilidade dos revestimentos escolhidos traduz-se em sustentabilidade construtiva, evitando a necessidade de manutenção intensiva e substituição frequente de elementos ao longo da vida útil do edifício.

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Albert Gil Margalef, CEO atelier Batlleiroig
Arquitectura

Escala do projecto representou “desafio adicional” com natureza a inspirar soluções

Foi em Setembro de 2023 que a Bondstone adquiriu os 68 hectares da Quinta do Morgadinho, em Vilamoura. Aquele que foi o primeiro investimento da promotora no Algarve, tem planos para se tornar num dos empreendimentos mais sustentáveis daquela região. Nasce, assim, o Masterplan Arcaya, onde a conexão com a natureza e elementos construtivos como a madeira são um factor distintivo. O desenho é do atelier catalão Batlleiroig

Cidália Lopes

Albert Gil Margalef, CEO da Batlleiroig Arquitectura, falou ao CONSTRUIR, sobre a particularidade que é o Arcaya. A visão de um ‘Jardim Infinito’ é o ponto de partida para um projecto que pretende conjugar casas de design sustentável com uma abordagem de conservação e respeito pelo meio envolvente. A construção off-site com materiais que apresentem uma pegada de carbono reduzida, como a madeira, vai marcar a paisagem.

Qual é a visão principal do projecto Arcaya?

A visão principal do projecto Arcaya é criar um ‘Jardim Infinito’, ou seja, uma sequência de espaços naturais concebidos para realçar as características naturais do local. Neste ‘Jardim’, a natureza conjuga-se harmoniosamente com casas de design sustentável, promovendo, ao mesmo tempo, o bem-estar e um estilo de vida inteligente em comunidade. O objectivo primordial é recuperar essa ligação intuitiva e natural que os seres humanos têm com a natureza, permitindo que os residentes do Arcaya vivam entre árvores e desfrutem da riqueza da biodiversidade. Cada novo projecto residencial fará parte de um projecto maior: o Masterplan Arcaya.

Qual foi o ponto de partida?

O ponto de partida fundamental do projecto foi a sustentabilidade. Desde o início, optou-se por uma abordagem que desse prioridade à conservação e ao respeito pelo meio envolvente. Em vez de recorrer à construção a partir do zero, decidiu-se manter e melhorar a infraestrutura existente, optimizando os recursos já disponíveis.

Além disso, foi dada especial atenção à preservação e valorização da paisagem preexistente, composta por um bosque de pinheiros e vegetação ripícola, garantindo, assim, a sua continuidade e o seu valor ecológico. Houve, ainda, uma adaptação à topografia natural do terreno, tendo sido realizado um estudo detalhado para definir a cota de implantação de cada casa, permitindo minimizar a movimentação de terras e preservar o maior número possível de árvores existentes, minimizando, assim, um impacto sobre o ecossistema local.

“Soluções como muros Kreiner, um sistema inovador de contenção que utilizam troncos de madeira, funcionam de forma eficiente e, ao mesmo tempo, mantêm-se em total harmonia com a natureza. Outra abordagem inovadora é a integração de caixas de água em valetas, que melhoram a infiltração natural do solo, optimizando a retenção de humidade e promovendo o crescimento saudável das espécies vegetais”

Como foi concebido o projecto para harmonizar com o ambiente natural onde está inserido?

Desenhado com especial cuidado para se integrar, de forma harmoniosa, no ambiente natural que o envolve, sob a ideia principal de um ‘Jardim Infinito’, como já referi, onde os limites entre a arquitectura e a paisagem se esbatem.

Para reforçar esta conexão, todas as casas foram estrategicamente orientadas, garantindo que cada uma mantivesse uma relação directa e contínua com este ‘Jardim Infinito’. Além disso, os limites entre os lotes foram concebidos de forma subtil, permitindo que se fundissem com a paisagem sem criar barreiras visuais ou físicas, excepto nos limites entre as parcelas vizinhas, onde era necessário assegurar a privacidade entre os residentes do empreendimento.

Inovação e desafios

E como se consegue equilibrar a inovação com a funcionalidade?

Não são conceitos incompatíveis, pelo contrário, complementam-se ao potenciar as suas vantagens. Em todas as intervenções na paisagem, aplicaram-se soluções inovadoras baseadas na natureza. Trata-se de um princípio ancestral: partir dos materiais naturais do local e trabalhá-los com o mínimo de impacto de novos elementos, de forma a alcançar o design e a funcionalidade desejados.

Soluções como muros Kreiner, um sistema inovador de contenção que utilizam troncos de madeira, funcionam de forma eficiente e, ao mesmo tempo, mantêm-se em total harmonia com a natureza. Outra abordagem inovadora é a integração de caixas de água em valetas, que melhoram a infiltração natural do solo, optimizando a retenção de humidade e promovendo o crescimento saudável das espécies vegetais.

Na arquitectura, a inovação passa pela adopção de técnicas de industrialização na construção, um processo que se integra perfeitamente no design final das casas. A construção controlada permite um rigoroso controlo de qualidade na execução, melhorando a funcionalidade do produto final. Além disso, no empreendimento Arcaya inovou-se na escolha de materiais de construção que apresentassem uma pegada de carbono reduzida, como a madeira e as tintas à base de argila, que contribuem para melhorar a qualidade do ambiente interior dos espaços habitacionais.

Quais foram os principais desafios enfrentados durante o processo de concepção do projecto?

Foram vários os desafios que surgiram e exigiram soluções criativas e estratégicas. Um dos principais desafios foi a integração das infraestruturas pré-existentes, uma vez que aproveitar e adaptar o que já estava construído exigia um planeamento minucioso para garantir uma ordenação eficiente e funcional de todo o empreendimento.

Outro aspecto crucial foi assegurar a coerência do projecto. Dada a diversidade dos componentes e abordagens, era essencial alcançar uma integração harmoniosa, permitindo que cada elemento fizesse parte de um todo equilibrado.

Além disso, a escala do projecto representou um desafio adicional, pois era necessário encontrar um equilíbrio entre a unidade do empreendimento e a sua identidade distintiva. Para tal, foi levado a cabo um trabalho detalhado para respeitar as especificidades de cada área, considerando factores como a topografia, a vegetação e a orientação, garantindo assim um resultado coeso, mas com diversidade e identidade próprias.

Objectivo: Pegada de carbono reduzida

Que tipo de madeira e outros materiais sustentáveis estão a ser utilizados no projecto?

Na construção das casas e do stand de vendas, foram e estão a ser utilizadas, principalmente, estruturas em madeira de pinho radiata e larício. Além disso, combinam-se soluções estruturais com vigas e pilares de madeira lamelada colada (LVL), bem como painéis de madeira lamelada colada cruzada (CLT). A madeira é, também, aplicada nos revestimentos interiores e exteriores, tanto na sua forma natural como carbonizada, para garantir maior resistência às condições climatéricas.

No interior, privilegiam-se os revestimentos de baixa pegada de carbono, como tintas e argamassas à base de argila. No que diz respeito aos revestimentos cerâmicos, é valorizada a produção local, de forma a reduzir o impacto ambiental associado ao transporte.

Além disso, e para um isolamento natural mais eficiente, todas as coberturas foram concebidas como coberturas verdes, contribuindo para a regulação térmica das casas e para uma maior integração com a paisagem envolvente.

Que soluções específicas foram implementadas para reduzir a pegada de carbono do projecto?

Para reduzir a pegada de carbono, foi adoptada uma abordagem integrada que abrange tanto o ambiente paisagístico como a arquitectura das casas. As soluções implementadas foram estruturadas nas “10 Estratégias-Chave” do projecto Arcaya, ou seja, num conjunto de princípios que asseguram o desenvolvimento sustentável do empreendimento em total harmonia com o meio ambiente. Um dos aspectos essenciais foi a reutilização da infraestrutura já existente, uma decisão que permitiu reduzir as emissões em 70%, ao evitar demolições e a construção a partir do zero. Para uma gestão inteligente da água, maximizou-se a infiltração natural através de soluções que captam e aproveitam desde a primeira gota de chuva até sistemas como jardins aquáticos. A biodiversidade desempenhou, também, um papel central no projecto, com a regeneração da floresta e a plantação de espécies autóctones, optimizando o sistema de rega e aumentando o número de árvores em 30%.

O projecto privilegia, ainda, soluções inspiradas na natureza, utilizando os sistemas ecológicos existentes para criar uma relação harmoniosa entre o ser humano e o ambiente. Um dos exemplos é a reutilização de resíduos da gestão florestal para a criação de espaços de regeneração. As casas foram concebidas como unidades autossuficientes, com um design que optimiza o conforto e minimiza o consumo energético através de estratégias passivas, como a ventilação cruzada natural e a criação de refúgios climáticos de baixa necessidade energética. Além disso, foram incorporados sistemas activos de elevada eficiência energética.

Para reduzir ao máximo a pegada de carbono apostou-se em técnicas de construção a seco, na utilização de materiais locais e em estratégias de neutralidade carbónica. Um dos exemplos concretos foi o estudo do carbono incorporado na construção das “Timber Villa”, permitindo avaliar e minimizar o impacto ambiental desde a sua fase de concepção, assim com a adopção da construção off-site, o que reduz o tempo de obra e o seu impacto ambiental e de criação de resíduos.

“As soluções implementadas foram estruturadas nas ‘10 Estratégias-Chave’ do projecto. Um dos aspectos essenciais foi a reutilização da infraestrutura já existente, uma decisão que permitiu reduzir as emissões em 70%, ao evitar demolições e a construção a partir do zero”

Foram integradas tecnologias de pré-fabricação ou modularidade no processo?

Sim, foram integradas tecnologias de pré-fabricação e modularidade no processo construtivo, tendo sido testados diferentes graus de pré-fabricação nas casas piloto.

Em algumas casas, optou-se por um sistema de industrialização 2D, que combina a estrutura com componentes secundários, como o isolamento e os revestimentos. Noutros casos, desenvolveu-se um sistema de industrialização modular 3D, onde a casa é dividida em módulos que já incluem a estrutura, as instalações e os revestimentos, permitindo uma maior eficiência e rapidez na construção.

Como é garantida a durabilidade e resistência da madeira utilizada, especialmente face aos factores climáticos e às pragas?

Para assegurar a durabilidade e resistência da madeira utilizada, especialmente contra os factores climáticos e às pragas, são aplicados diversos tratamentos e técnicas de proteção.

A madeira utilizada no exterior passa por um processo de termo tratamento e recebe fungicidas, bem como acabamentos de lasur, que proporcionam uma proteção adicional e melhoram a sua estética.

Em alguns casos, é aplicada a técnica do Yakisugi, um método tradicional japonês que conta com mais de 300 anos, adaptado aos mais rigorosos requisitos contemporâneos. Esta técnica consiste na carbonização da camada externa da madeira, garantindo uma maior resistência à humidade, à radiação solar e ao ataque de insetos, o que aumenta significativamente a sua estabilidade e longevidade.

Existe algum objectivo, a longo prazo, para a Arcaya em termos de manutenção ou renovação?

Os objetcivos a longo prazo para o empreendimento Arcaya estão focados, principalmente, na gestão florestal e no desenvolvimento da paisagem, que se prevê que atinja o seu máximo potencial após os primeiros 10 anos.

Além disso, foi elaborado um plano específico para a remoção de espécies invasoras, promovendo a introdução e regeneração de espécies autóctones.

Como veem o crescimento, em particular, da tendência de desenvolver projectos em madeira? E que factores podem dificultar esse crescimento?

A tendência de desenvolver projectos em madeira é encarada com optimismo, uma vez que este material representa uma oportunidade e uma solução face aos desafios ambientais actuais. A madeira desempenha um papel fundamental na descarbonização do sector da construção, ao capturar CO₂ e ao promover uma economia circular.

Um dos principais obstáculos ao crescimento da construção em madeira é o facto de as normas e os regulamentos não acompanharem o ritmo dos avanços da indústria. Esta falta de actualização pode criar barreiras à implementação de sistemas construtivos inovadores, dificultando a adopção generalizada de soluções mais sustentáveis e eficientes.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

Jornalista
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