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    Crédito: Marco Cremascoli

    Arquitectura

    O “Encontro” de Siza “no Jardim”

    “Amizade social: Encontro no jardim” é o nome da exposição que marca o regresso da Santa Sé à Exposição Internacional de Arquitectura – Bienal de Veneza. Um regresso marcado também pela participação do arquitecto português Álvaro Siza que celebra a cultura do encontro

    Manuela Sousa Guerreiro

    Crédito: Marco Cremascoli

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    O “Encontro” de Siza “no Jardim”

    “Amizade social: Encontro no jardim” é o nome da exposição que marca o regresso da Santa Sé à Exposição Internacional de Arquitectura – Bienal de Veneza. Um regresso marcado também pela participação do arquitecto português Álvaro Siza que celebra a cultura do encontro

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    (Crédito imagem: Marco Cremascoli)
    “Amizade social: Encontro no jardim” é o nome da exposição que marca o regresso da Santa Sé à Exposição Internacional de Arquitectura – Bienal de Veneza. O novo Dicastério para a Cultura e a Educação participará da 18ª Mostra Internacional de Arquitectura, que decorrerá entre 20 de Maio e 26 de Novembro, dedicando o Pavilhão Nacional da Santa Sé ao tema do encontro “Laboratório do Futuro”, proposto pela curadora, a arquitecta de origem ganesa, nascida na Escócia, Lesley Lokko.

    Uma participação da qual destacamos, desde logo, dois nomes: o do Cardeal português Tolentino de Mendonça, que, enquanto perfeito do Dicastério do Vaticano para a Cultura e a Educação, é o comissário do pavilhão do Vaticano e o arquitecto Álvaro Siza cuja obra recria a visão social do Papa Francisco, neste que é o 10.º aniversário do pontificado de Francisco.

    A exposição será montada nos edifícios do Mosteiro Beneditino e nos Jardins da Abadia de San Giorgio Maggiore, integrando-se no tema da mostra “O laboratório do Futuro”. Crentes, e não crentes, são convidados a “cuidar do planeta como cuidamos de nós mesmos e celebramos a cultura do encontro”. O curador, o arquitecto Roberto Cremascoli, usou estas palavras para sintetizar os ensinamentos do Papa Francisco em suas encíclicas Laudato si’ (2015) e Fratelli tuttti (2020) que, por sua vez, servem de guia para o itinerário da exposição.

    O Percurso
    A primeira parte do percurso desenvolvesse nas salas de exposições do mosteiro beneditino de San Giorgio Maggiore, administrado pela Benedicti Claustra Onlus, que colabora activamente no projecto.

    “Os visitantes serão recebidos por uma narração em vídeo de Mattia Borgioli, descrevendo o processo que levou à criação de todas as instalações, desde a concepção dos primeiros protótipos até a chegada à Ilha de S. Jorge (uma das que se situam à frente da emblemática Praça de S. Marcos). Esta introdução abre a área expositiva da galeria, que por meio de gráficos, croquis originais e fotografias de Marco Cremascoli estabelece a narrativa.

    A instalação “O Encontro” de Álvaro Siza acolhe os visitantes e leva-os aos espaços exteriores, num permanente diálogo com as ‘figuras’ desenhadas pelo “maestro”: grandes presenças cujas geometrias e dinâmicas de movimento aludem fisicamente à visão social do Papa Francisco.

    A sua interacção sugestiva gera um movimento incessante, pontuado por pausas e surpresas, rumo ao último monólito, que chega ao jardim, conduzindo-nos à horta redescoberta do mosteiro e aos espaços de acolhimento especialmente criados”, descreve o Vaticano.

    A nova configuração do jardim, projectada pelo colectivo italiano Studio Albori (Emanuele Almagioni, Giacomo Borella, Francesca Riva), que aqui se junta ao arquitecto português, propõe um passeio parcialmente sombreado, graças às pérgulas de madeira e bambu, e parcialmente ao ar livre, em meio às novas plantações.
    Toda a madeira utilizada neste projecto goza de uma “segunda vida”, numa analogia clara à “segunda oportunidade que deve ser oferecida a todos os lugares, culturas e seres vivos”

    Este novo espaço e o seu layout permitem, assim, que os visitantes caminhem por entre as hortas, o galinheiro, depósito de sementes e áreas de descanso, num misto de reconexão e contemplação. “Este enquadramento material e espiritual aproxima-nos do quotidiano de um mosteiro beneditino e da sua Regra, abrindo a possibilidade de um diálogo renovado com aqueles espaços emblemáticos da tradição arquitectónica”, conclui o Vaticano.

    Esta não é a primeira vez que a arquitectura portuguesa faz “parceria” com a Santa Sé. Já em 2018 naquela que foi a estreia do Vaticano na Bienal de Arquitectura de Veneza, Eduardo Souto de Moura integrou o projecto ‘Vatican Chapels’, um conjunto de dez capelas de arquitectos internacionais, uma das quais com a assinatura do arquitecto português.

    O Futuro Fértil
    Portugal integra o grupo de 63 países que marcará presença nesta 18ª edição da Bienal de Veneza. Com a curadoria de Andreia Garcia (Architectural Affairs) Fertile Futures defenderá “a pertinência do contributo da Arquitectura no redesenho do futuro descarbonizado, descolonizado e colaborativo”, numa resposta directa à convocatória de Lesley Lokko.

    O projecto português foi seleccionado no âmbito de um concurso promovido pela Direcção-Geral das Artes e representa um investimento de 800 mil euros.

    O foco de Fertile Futures é a escassez de água doce e o impacto da acção do homem, tendo como ponto de partida a experiência concreta de sete bacias hidrográficas localizadas em território nacional – o impacto da Gigabateria na bacia do Tâmega, a quebra da convenção no Douro Internacional, a extracção mineira no Médio Tejo, a imposição de interesses na Albufeira do Alqueva, a anarquia no perímetro de rega do Rio Mira, a sobrecarga das lagoas, na Lagoa das Sete Cidades e o risco de aluviões nas Ribeiras Madeirenses. O projecto português pretende ser um estímulo à reflexão sobre novas estratégias para a gestão dos recursos hídricos, uma reflexão para a qual é pedida a colaboração da arquitectura, a par de outras especialidades, para a apresentação de modelos “para um amanhã mais sustentável, saudável e equitativo”. Esta proposta envolve ainda a realização de um conjunto de laboratórios de debate. A Representação Oficial Portuguesa ficará instalada no Palácio Franchetti, situado nas margens do Grande Canal de Veneza.

    A 18.ª Exposição Internacional de Arquitectura – Bienal de Veneza conta com representações oficiais de 63 países, a lusofonia faz-se representar por Portugal e Brasil. As exposições e projectos especiais dedicados ao “Laboratório do Futuro” contam ainda com 89 arquitectos e gabinetes de arquitectura, na maioria de África e da diáspora africana, entre os quais o Banga Colectivo, gabinete de arquitectura de Luanda e Lisboa, e o ateliê brasileiro Cartografia Negra.

    “Esta será a primeira edição a experimentar um caminho para alcançar a neutralidade carbónica, ao ponto de a exposição se estruturar nos temas da descolonização e descarbonização”, explicou o presidente da Bienal, Roberto Cicutto, na abertura da apresentação da mostra.

    O continente africano é o grande protagonista desta 18ª edição, “porque se há lugar neste planeta onde todas as questões de equidade, raça, esperança e medo convergem e se junta, é África”, justificou na ocasião a curadora Lesley Lokko.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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    Seminário “O que faz falta: Portugal S, M, L, XL” antecipa exposição na Casa da Arquitectura

    O seminário propõe uma leitura e debate de temas fundamentais, a partir de diferentes escalas temáticas, no âmbito do programa paralelo da exposição “O que faz falta. 50 anos de arquitetura portuguesa em democracia”, que inaugura a 26 de Outubro

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    Em contagem decrescente para a exposição homónima que abre portas na Casa da Arquitectura no dia 26 de Outubro, o Seminário “O que faz falta: Portugal S, M, L, XL” debate esta sexta-feira, dia 11 de Outubro, questões relacionadas com a habitação, as cidades, a interioridade, o turismo, a imigração, o território e a mobilidade.  

    O seminário “O Que Faz Falta: Portugal S, M, L, XL” propõe uma leitura e debate de temas fundamentais, a partir de diferentes escalas temáticas, no âmbito do programa paralelo da exposição “O que faz falta. 50 anos de arquitetura portuguesa em democracia”.

    Alargando a discussão para áreas que transcendem a arquitectura, mas onde a arquitectura desempenha uma função importante, convidam-se personalidades de diferentes disciplinas e experiências para analisar problemas contemporâneos, dividido em quatro grandes escalas temáticas.

    Em Small irá discutir-se a crise da habitação, com o tema “A casa. A questão da primeira habitação, o modelo das cooperativas”, em Medium, fala-se sobre a questão das cidades médias e da interioridade, com o tema “Viver numa cidade média. A questão da interioridade”, em Large, as consequências do turismo de massas e da imigração nas cidades grandes sobre “A transformação das grandes cidades. As questões do turismo e da imigração” e em Extralarge, o redesenho e a reorganização do território com incidência no “O novo aeroporto e o comboio de alta velocidade. A questão da mobilidade”.

    Recorde-se que a exposição “O que faz falta. 50 anos de arquitectura portuguesa em democracia”, que tem a curadoria dos arquitectos Jorge Figueira (curadoria) e Ana Neiva (curadoria-adjunta) e que presta homenagem a uma das figuras de Abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974.

    A exposição apresenta-se em cinco módulos: Revolution (74-83), que trata do momento revolucionário e da década que se seguiu aos anos “quentes”, conduzindo ao momento de estabilização liberal, Europa (84-93), que reflecte os anos que envolvem a adesão à Comunidade Europeia (1986) e as suas consequências na infraestruturação do território, acesso a fundos que equiparam muitas cidades portuguesas e a consequente internacionalização da Arquitectura Portuguesa, o Fin-de-Siecle (94-03), que, adaptando a expressão do contexto francês do final do século XIX, reflecte sobre a tensão do final do século, a revisão e balanço sobre o passado e a projecção do futuro Troika (04-13), que retrata o momento de crise económica e identitária (europeia) que o país atravessou. O quinto módulo – Wi-fi (14-23) – reflecte sobre as alterações tecnológicas, digitalização, conflitos culturais em curso e a urgência da agenda climática, isto é, os desafios, debates e exigência da contemporaneidade.
    Composta por maquetes, desenhos originais e fotografias, a mostra vai dialogar com os diferentes contextos socioculturais convocando referências da literatura, do cinema e do documentário e prestando tributo a um conjunto de personalidades fora da arquitectura que são figuras incontornáveis da história e sociedade portuguesas.
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    Imagens de Sergio Pirrone

    Arquitectura

    Assentamento Biológico da Cruzinha é parte da natureza de Santo Antão [C/ galeria de imagens]

    O projecto assinado pela dupla de arquitectos Eloisa Ramos e Moreno Castellano, do atelier Ramos Castellano, traz vida a uma das encostas da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde. O Assentamento Biológico localizado entre as aldeias de Cruzinha da Garça e Chã de Igreja, cria residências, hotel e serviços que comunhão com novas áreas de cultivo. O projecto foi construído com técnicas tradicionais, por mãos e materiais locais. Um exemplo da arquitectura inclusiva, consciente e social que é privilegiada pela atelier

    Quase uma década é o tempo que leva o projecto de Assentamento Biológico da ilha de Santo Antão, a ilha mais a norte do arquipélago de Cabo Verde. O projecto financiado pela agência de turismo alemã tomou várias formas e usos, antes de chegar ao que é hoje.

    Localizado na parte norte da ilha, exposta aos ventos oceânicos, o Assentamento Biológico está localizado entre as aldeias de Cruzinha da Garça e Chã de Igreja.

    Nesta encosta montanhosa foram projectados e construídos cerca de três hectares de área cultivável, 14 quartos duplos, quatro vilas, edifício de serviços, restaurante e lounge, edifício panorâmico multifuncional. A energia do empreendimento é proveniente de um campo fotovoltaico e três depósitos de água servem para irrigação e a piscina.
    Um projecto fruto de um diálogo permanente entre promotores e gentes locais, mas também com a tradição, no qual a Arquitectura deu voz às aspirações das várias partes.

    Santo Antão está localizado no meio do Atlântico, a cerca de 500 km do Senegal. A ilha vulcânica e montanhosa, habitada desde meados do século XVI por uma mistura de agricultores portugueses, judeus expulsos e descendentes de escravos deportados da África. Uma população que resiste às dificuldades naturais, tal como as outras ilhas do arquipélago cabo-verdiano tem uma produção agrícola insuficiente, ao clima e à vontade de partir dos seus jovens.

    Por isso um projecto que originalmente tinha um cunho meramente residencial, ganhou impulso com um vínculo também turístico, criando uma actividade que emprega quem ali vive, para lá do momento da construção. O vínculo agregador do projecto trouxe também a componente de subsistência agrícola, capaz de alimentar a componente hoteleira e de criar excedente para a ilha. Aproximadamente 20 pessoas das aldeias vizinhas foram empregadas na construção de cinco km de terraços, que transformaram cinco hectares de área seca, abandonada, em três hectares de área plana, cultivável e irrigada, que produzem frutas e vegetais. “Cabo Verde é um país com produção agrícola insuficiente. Por essa razão, o nosso objectivo foi utilizar toda a superfície possível da área disponível, tornando-a irrigada e adequada para cultivo”, explicam os seus arquitectos.

    Integração e respeito pela tradição
    A TRAÇO falou há alguns meses com Eloisa Ramos e Moreno Castellano, ela cabo-verdiana ele italiano, os arquitectos responsáveis pelo projecto, num trabalho já aqui publicado (Edição 510). Uma conversa que versou, também pelo papel e responsabilidade da arquitectura no desenvolvimento da sociedade e da consciência do local, do social, da história e das gentes na arquitectura que esta dupla desenvolve. “Vemos a arquitectura como uma manifestação da vida, os projectos nascem das necessidades e muitas vezes tentamos que a arquitectura contribua para a resolução de problemas da sociedade”, explicou-nos então Moreno Castellano.

    O Assentamento Biológico da Cruzinha, Santo Antão, é mais um exemplo da “arquitectura consciente” e sustentável que já é um traço comum do trabalho de Eloisa Ramos e Moreno Castelhano.

    E como é que isso se manifesta? “Nas escolhas e decisões que fazemos. Em vez de usar o material importado, por exemplo, utilizamos o material local, em vez de usar técnicas que ocupam poucos trabalhadores, usamos as que precisam de mais mão-de-obra. Há aqui múltiplos aspectos”. No Assentamento Biológico da Cruzinha as escolhas recaíram no “uso de materiais locais, como pedra basáltica, areia e cascalho, utilizados para construir paredes e telhados; o uso de mão de obra local e técnicas de construção comuns na área, combinadas com soluções e tecnologias simples, mas contemporâneas”, por exemplo.
    Acresce ao caracter sustentável do projecto a criação de uma dessalinizadora, que é alimentada por energia produzida pelos painéis fotovoltaicos que servem o empreendimento. Esta central fornece água a todos os edifícios equipados com sistemas de filtragem e reutilização de águas cinzas. Através de um sistema de gotejamento por gravidade, essas águas irrigam a vegetação circundante.

    Esculpir a montanha
    Entre as escarpas e montanhosa costa da ilha de Santo Antão encontramos o Assentamento, que surge quase como que um oásis. “Os pontos protegidos dos ventos fortes e constantes, fora da rota de deslizamentos de rochas e com vista para o vale ou para o mar, determinaram as posições mais favoráveis para as casas e quartos, integrando o projecto na montanha como uma vasta obra de arte ambiental”.
    Nada aqui foi deixado ao acaso, incluindo o seu mobiliário. “Todos os interiores e móveis, projectados pelos arquitectos Ramos Castellano, foram confeccionados por artesãos de oficinas locais.”
    “A vegetação que permeia o ambiente, cobrindo telhados-jardim, paredes e terraços, cria caminhos multissensoriais que constroem uma relação íntima entre a natureza e os visitantes, e realizam uma utopia: um novo assentamento rural, oposto à forma predominante de turismo neocolonialista que invade as ilhas, e que propõe uma solução de cooperação, benefício mútuo e troca justa”, justificam os seus arquitectos.

    BI
    Ramos Castellano
    Eloisa Ramos é natural de Santo Antão e Moreno Castelhano da Sardenha. Cabo Verde é casa e campo de experimentação de uma arquitectura “consciente”, do local, das suas necessidades, e sustentável, premendo a reutilização dos materiais e o uso de energias limpas.
    De entre os vários projectos já concluídos por esta dupla constam unidades hoteleiras (Aquiles Eco Hotel, Terra Lodge Hotel), residenciais (Casa Celestina) e culturais (Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design)

     

     

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    Arquitectura

    ‘Dia Mundial da Arquitectura’ com diferentes iniciativas até ao final do mês

    “Empowering the Next Generation in Participatory Urban Design” é o tema deste ano definido pela União Internacional dos Arquitectos e que tem como objectivo “enfatizar” a importância da participação dos jovens arquitectos no planeamento e desenvolvimento urbano

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    O Dia Mundial da Arquitetura (DMA’24) assinala-se esta segunda-feira, dia 7 de Outubro sob o tema “Empowering the Next Generation in Participatory Urban Design”. Definido pela União Internacional dos Arquitectos, o tema deste ano tem como objectivo “enfatizar” a importância da participação dos jovens arquitectos no planeamento e desenvolvimento urbano, “incentivando-os” a contribuir com novas perspectivas, fundamentais para o desenvolvimento sustentável. “Este é um desafio que se adequa ao contexto nacional, de uma profissão jovem, em que mais de 50% dos arquitectos portugueses têm menos de 40 anos”, destaca a organização.

    Para assinalar esta data, em Portugal, a Ordem dos Arquitectos celebra o ‘Mês da Arquitectura’, que decorre até 31 de Outubro, com exposições, conferências, debates, apresentações de livros, com diferentes iniciativas no Porto, Braga, Évora, Santiago do Cacém, Castelo Branco, Funchal, Ponta Delgada e Pico, assim como o lançamento dos Prémios Fernando Távora, Manuel Graça Dias-DST para jovens arquitectos, o Prémio de Arquitetura Ruy Jervis D’Athouguia e o Prémio de Arquitetura Madeira e Porto Santo.

    Entre as diferentes homenagens, destacam-se a exposição Fernando Távora – Pensamento Livre no Salão Nobre da Assembleia da República, a festa I Love Távora, em Matosinhos, ou lançamento das publicações Cadernos de Viagem – Prémio Fernando Távora.

    Realiza-se também um tributo e debate ao papel das mulheres na Arquitectura, com a exposição “Arquitectas da nossa casa”, na Casa das Caldeiras, em Coimbra e com um ciclo de mesas-redondas, a 26 de Outubro.

    Em Loulé, decorrem as segundas Jornadas Internacionais de Arquitectura do Algarve, a 11 de Outubro, dia em que, em Lisboa, se inaugura a exposição sobre os 30 anos do edifício-sede da Ordem dos Arquitectos. Será também aqui na sede que decorre, entre 25 e 26 de Outubro, a assembleia da European Network of Architects’ Competent Authorities (ENACA), em que os dirigentes europeus, liderados pela presidente dos Arquitectos Europeus, Ruth Schagemann, conhecerão dos problemas prementes da profissão. Esta sessão é aberta.

    No fim do mês, a 30 de Outubro, decorre a Sessão Solene de atribuição de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos.

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    fotografia de Ana Barros

    Arquitectura

    Arte urbana com assinatura portuguesa transforma Praça Dome em Riga

    A instalação de arte urbana foi desenhada e construída pelo escritório de arquitectura Hori-zonte, em colaboração com outras equipas, em resultado de um concurso internacional promovido pelo município de Riga

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    A Praça Dome, a maior e mais icónica praça da Cidade Velha de Riga, capital da Letónia, é até ao final do mês de Setembro o lar de “Dome Next Door”. A instalação de arte urbana, que convida os residentes e visitantes a mergulhar numa mistura de história, cultura e comunidade, foi desenhada e construída pelo escritório de arquitectura português Hori-zonte, em colaboração com outras equipas, em resultado de um concurso internacional promovido pelo município de Riga.

    Além de Diogo Teixeira, do Hori-zonte, o projecto contou com a participação de Jurgis Gečys, arquitecto e artista interdisciplinar baseado em Viena, Toms Kampars, arquitecto e designer multidisciplinar que se dedica a estruturas de madeira e sistemas modulares e Artis Neilands, gestor de construção de Riga com uma vasta experiência na criação, desenvolvimento e gestão de empresas.

    “Dome Next Door” não é apenas uma instalação, é uma experiência interativa inspirada no património arquitectónico de Riga. Com referências às abóbadas medievais, à cúpula da catedral e a geometria impressionante das janelas em arco e das fachadas históricas, este projecto reimagina o passado através de uma lente contemporânea.

    Situada na junção de sete ruas históricas, no centro de uma zona classificada como Património Mundial da UNESCO, a Praça Dome sempre foi uma encruzilhada de cultura e história. “Dome Next Door” amplifica este facto, transformando a praça num vibrante centro social onde pessoas de diversas culturas e origens diversas podem ligar-se e tornar-se parte da arte.

    “À medida que os visitantes participam, dão vida à instalação, transformando o espaço numa entidade viva e respirável, onde o antigo colide com o novo, convidando todos a relaxar, a descontrair, a envolver-se e a dar largas à imaginação neste espaço público”, destaca o atelier.

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    Grupo Preceram patrocina exposição “Mais do que Casas: Como vamos habitar em Abril 2074?”

    Com inauguração a 27 de setembro de 2024, esta exposição patrocinada pelo Grupo Preceram vai estar patente no MUDE – Museu do Design até 19 de janeiro de 2025.

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    Com inauguração a 27 de setembro de 2024, esta exposição patrocinada pelo Grupo Preceram vai estar patente no MUDE – Museu do Design até 19 de janeiro de 2025.

    “Mais do que Casas: Como vamos habitar em Abril 2074?”, com curadoria dos arquitetos Teresa Novais e Luís Tavares Pereira, é uma exposição que decorre de um programa mais vasto que a FAUP promoveu para celebrar os 50 anos da Revolução de abril de 1974, criando um espaço de união e debate entre estudantes e docentes das instituições de ensino superior de Arquitectura, Arquitectura Paisagista e Belas Artes de Portugal.

    Tomando como ponto de partida a inquietação sobre o problema da habitação que hoje se vive, “Mais do que Casas” propõe uma reflexão crítica sobre três princípios fundamentais: a diversidade do tecido social como norma e a inevitabilidade da transformação urbana para garantir o “direito à cidade”, a consciência de que as melhores e novas ideias em arquitectura devem e podem operar esta transformação e a lembrança da energia irradiante e transformadora do 25 de Abril de 1974 para nortear as ações de hoje e do futuro.

    Para formalizar a construção da exposição, os materiais elegidos foram o tijolo térmico PRO da Preceram e as placas de gesso Gyptec Protect.

    O tijolo térmico PRO é capaz de representar simultaneamente um material de construção universal e também o desejo de avanço tecnológico (pela inovação na térmica); a cor laranja e a imagem da identidade gráfica “mais do que casas”, expressa na sua matéria mas também no desenho técnico do seu “perfil” construtivo, uma estratégia de sustentabilidade, baseada nos princípios da economia circular, pela utilização de um produto que, após a sua utilização na exposição, integrará o seu ciclo normal de vida, almejando reduzir a criação de desperdícios na conceção/construção de um evento efémero.

    Já as placas Protect além de serem um material de construção prático e eficaz, neste espaço serviram uma finalidade estética devido à sua cor, criando uma superfície de destaque para os trabalhos.

    O desenho expositivo foi concebido por Diogo Aguiar Studio, que criou então, no segundo piso do renovado MUDE, uma grande linha com cerca de 50 metros de comprimento e vários núcleos que agregam o conjunto das cerca de 60 propostas de trabalho, formados a partir de tijolo térmico PRO Preceram, um material que, segundo o arquiteto, “expressa a ideia de unidade e conjunto, de (re)começo, de jogo, de possibilidade, de laboratório e de abrigo, e, por isso mesmo, do direito à casa e à liberdade”.

    A exposição conta, ainda, com um programa paralelo que irá desenvolver-se ao longo da sua abertura ao público, incluindo visitas orientadas pelos curadores e convidados, apresentações e debates que irão decorrer no auditório do Museu ou num espaço contíguo à própria mostra.

     

    Data: De 28 setembro 2024 a 19 janeiro 2025

    Inauguração: 27 de setembro às 19h

    Organização: [Conselho Executivo da FAUP]: João Pedro Xavier, Teresa Calix, Clara Pimenta do Vale, Filipa de Castro Guerreiro, José Pedro Sousa

    Curadoria: Teresa Novais e Luís Tavares Pereira

    Design Expositivo: Diogo Aguiar

    Design de Comunicação: José Carneiro e Ana Leite

    Mais informações sobre a exposição em: https://maisdoquecasas.arq.up.pt/

     

     

     

     

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    Architect Your Home anuncia rebranding de forma a “comunicar” com o mercado B2B

     O novo Architect Your Home nasce do trabalho de pesquisa desenvolvido pela Marquinista (Patrícia Soares da Costa) e de criatividade conceptual e gráfica da dupla da agência Graficalismo (Sebastião Teixeira e Cesária Martins)

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    A Architect Your Home tem, a partir de outubro, imagem renovada que espelha um novo posicionamento no mercado. Esta decisão surge depois de, em 2023, a Architect Your Home Limited UK ter sido adquirida por Mariana Morgado Pedroso, hoje owner e CEO da empresa em Portugal. Desta forma, a operação da marca é, agora, gerida a partir de Paço de Arcos, na sua sede no Oeiras Valley.

    Após a aquisição, sentiu-se necessidade de promover um rebranding, de forma a direccionar a comunicação também para o mercado B2B, entretanto desenvolvido nos últimos 12 anos em Portugal.

    “Este foi um passo importante para a consolidação da marca. Mais do que apenas o potencial de investimento na compra da casa mãe, o que ditou a decisão de avançar com a aquisição foi a mais-valia de trazer para o nosso país a sede da empresa, o que permitiu uma gestão portuguesa estratégica alavancando as decisões essenciais para o processo de expansão para outros países”, afirma Mariana Morgado Pedroso, CEO e owner da AYH.

    A história da marca em Portugal, ao longo dos anos, ditou que a área de actuação fosse mais abrangente do que apenas o mercado residencial doméstico, com a expansão para a área da promoção imobiliária e colaboração com os maiores players do mercado, posicionamento esse que se pretende expandir às restantes geografias onde a marca actua.

    O novo Architect Your Home nasce do trabalho de pesquisa desenvolvido pela Marquinista (Patrícia Soares da Costa) e de criatividade conceptual e gráfica da dupla da agência Graficalismo (Sebastião Teixeira e Cesária Martins).

    “Um rebranding é muito mais do que mudar a imagem de uma marca; é uma oportunidade para redescobrir a sua essência e o seu verdadeiro ethos. Ao revisitar o percurso da Architect Your Home, em vez de encontrarmos uma resposta, surgiu uma pergunta: What is a Home? Ao olhar para o seu corpo de trabalho, tornou-se evidente que a resposta é que todos os espaços em que vivemos, podem partir do conceito de casa. Mesmo que esta casa seja um hotel, um restaurante, um escritório… Esse é o grande elemento diferenciador desta marca, especialista em desenhar o futuro dos espaços “habitacionais” no seu sentido mais lato.”, como explica Cesária Martins, da Graficalismo.

    A marca está presente em Portugal desde 2012 e, com a mais recente aquisição, juntou ao seu portfolio nacional de doze ateliers trinta e cinco arquitectos e mais de 200 projectos activos, todas as iniciativas da antiga casa mãe, ou seja, toda a operação que decorre no Reino Unido, com as suas dez equipas associadas e centenas de projectos em curso.

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    MUDE acolhe exposição “Mais do que Casas: Como vamos habitar em Abril 2074?”

    Com inauguração a 27 de Setembro de 2024, a exposição vai estar patente até 19 de Janeiro de 2025. A exposição organizada pela FAUP, em parceria com o MUDE, resulta de um encontro iniciado em Abril de 2023, no âmbito do programa para celebrar os 50 Anos do 25 de Abril de 1974

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    “Mais do que Casas: Como vamos habitar em Abril 2074?”, com curadoria dos arquitectos Teresa Novais e Luís Tavares Pereira, é uma exposição que decorre de um programa mais vasto que a FAUP promoveu para celebrar os 50 anos da Revolução de abril de 1974, criando um espaço de união e debate entre estudantes e docentes das instituições de ensino superior de Arquitectura, Arquitectura Paisagista e Belas Artes de Portugal.

    Com inauguração a 27 de Setembro de 2024, a exposição vai estar no piso 2 do Museu do Design (MUDE) em Lisboa, prolongando-se até 19 de Janeiro de 2025.

    O MUDE acolhe esta iniciativa, nas palavras de Bárbara Coutinho, directora do Museu, pela “relevância do tema, as questões lançadas e, principalmente, a metodologia colaborativa entre as várias faculdades”, mas também porque (continuando a citar) “É fundamental que a perspectiva do design como disciplina projectual, em estreita relação com as outras disciplinas de projecto e saberes, em especial a arquitectura, deva fazer parte do debate e das questões estruturantes sobre os problemas centrais da actualidade, contribuindo, assim, para o seu conhecimento, disseminação e partilha com o público, gerando intercâmbios intergeracionais e multiculturais que permitam um desenvolvimento sustentável”.

    Tomando como ponto de partida a inquietação sobre o problema da habitação que hoje se vive, “Mais do que Casas” propõe uma reflexão crítica sobre três princípios fundamentais: a diversidade do tecido social como norma e a inevitabilidade da transformação urbana para garantir o “direito à cidade”, a consciência de que as melhores e novas ideias em arquitectura devem e podem operar esta transformação e a lembrança da energia irradiante e transformadora do 25 de Abril de 1974 para nortear as acções de hoje e do futuro.

    A exposição organiza-se em torno de oito núcleos, correspondentes a oito questões: Como pensar a cidade inclusiva? Como habitar territórios de baixa densidade? Como desbloquear inovação de modelos de habitação? Como dar resposta à crise da habitação? Como promover habitação sustentável? Como aplicar a participação dos cidadãos? Como adaptar a cidade às alterações climáticas? Como operacionalizar os avanços tecnológicos?

    Para os curadores, “nem sempre as respostas a estas questões se fazem olhando apenas para a frente”, sublinhando que é “importante retirar ensinamentos de processos anteriores”. É nesse contexto que a exposição destaca também três obras públicas do período pós-revolução como exemplos de superação do problema da habitação: Casal das Figueiras, de Gonçalo Byrne, em Setúbal (312 habitações construídas, 1975-79), Quinta da Malagueira, de Álvaro Siza, em Évora (1100 habitações, 1977-98), e Edifício das Lameiras de Noé Diniz, em Famalicão (290 habitações, 1978-83). As três obras correspondem a modelos de futuro que importa recuperar como objecto de reflexão para as actuais e futuras políticas de habitação.

    O desenho expositivo foi concebido por Diogo Aguiar Studio, que criou, no segundo piso do renovado MUDE, uma grande linha com cerca de 50 metros de comprimento e vários núcleos que agregam o conjunto das cerca de 60 propostas de trabalho, formados a partir de tijolo, um material que será reutilizado posteriormente e que, segundo o arquitecto, “expressa a ideia de unidade e conjunto, de (re)começo, de jogo, de possibilidade, de laboratório e de abrigo, e, por isso mesmo, do direito à casa e à liberdade”.

    A exposição conta, ainda, com um programa paralelo que irá desenvolver-se ao longo da sua abertura ao público, incluindo visitas orientadas pelos curadores e convidados, apresentações e debates que irão decorrer no auditório do Museu ou num espaço contíguo à própria mostra.

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    Incêndios: Ordem dos Arquitectos manifesta solidariedade e apela a melhor cultura de ordenamento do território

    Ordem dos Arquitectos manifesta a sua solidariedade com as famílias e populações afectadas pelos grandes incêndios que assolam o país e sublinha a necessidade de renovar, já este ano, a Política Nacional de Arquitectura e Paisagem, PNAP

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    Em comunicado enviado às redacções a Ordem dos Arquitectos manifesta a sua solidariedade com as famílias e populações afectadas pelos grandes incêndios que assolam o país e, publicamente, louva “o sacrifício incansável dos bombeiros e de todos aqueles que combatem  as chamas, minimizando o sofrimento que é provocado pelo fogo”.

    De acordo com a OE “estes acontecimentos demonstram, infelizmente, que ainda temos de melhorar a cultura de ordenamento do território no nosso país, pelo que apelamos aos decisores políticos para medidas que alterem, de forma estrutural, os fundamentos em que se baseiam os procedimentos em vigor, na gestão do solo”.

    Segundo esta entidade os diferentes instrumentos jurídicos, como sejam a Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo, e conexos, “requerem uma transformação conceptual e  melhoramentos estruturais, ao invés de ajustes circunstanciais”.

    “À semelhança do trabalho desenvolvido após os incêndios de 2017, no cumprimento da missão de serviço público, os Arquitectos estarão do lado das soluções. Deste modo, em todos os fóruns onde estamos representados, nomeadamente no Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, defenderemos que a PNAP – Política Nacional de Arquitectura e Paisagem, aprovada por Resolução de Conselho de Ministros n.º 45/2015, de 4 de Julho, seja, já neste ano de 2024 significativamente renovada, com um incremento em âmbito e competências para que contribua para uma verdadeira reforma no ordenamento do território”, adianta a nota assinada Conselho Directivo Nacional, da OA.

     

     

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    Retrato da dupla Branco del Rio © Frederico Martinho

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    Ciclo de Tertúlias Conversas et al. arranca na Trienal de Lisboa (actualizada)

    Ateliers emergentes de Coimbra, Lisboa, Porto e São Miguel compõem quatro conversas sobre novas abordagens em arquitectura, em diálogo com o público, com data marcada para os dias 3, 17 e 31 de Outubro

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    (Nota: Por motivos alheios à organização não se irá realizar a primeira sessão, dia 19 de Setembro, cuja nova data ainda não está definida)

    Ateliers emergentes de Coimbra, Lisboa, Porto e São Miguel compõem quatro conversas sobre novas abordagens em arquitectura, em diálogo com o público, num formato intimista sem apresentações ou moderação. Na primeira pessoa, fala-se com abertura e humor do que distingue estas práticas e partilham-se alternativas pragmáticas ao panorama actual de reduzidas encomendas e elevadas expectativas. As tertúlias têm lugar no Palácio Sinel de Cordes, em Lisboa, sempre às 18h30.

    Já esta quinta-feira, dia 19 de Setembro, pelas 18h30, temos a dupla Merooficina e a artista Susana Gaudêncio, com o tema ‘Motivos Indeterminados’. Este atelier encontra as razões de ser dos seus projectos no ensino, na investigação e na experimentação com diferentes conhecimentos que cada obra traz.

    A arquitectura é o ponto de partida para visitar outros saberes, da física das construções às ciências sociais, e encontrar tranquilidade nas decisões tomadas. Alguns sensores, uma caneta e um pedaço de mármore são os artefactos que introduzem o debate sobre as muitas formas de aprendizagem, pretexto indeterminado das formas que se desenha.

    Depois, a 3 de Outubro, também às 18h30, os Mezzo Atelier e o curador Jesse James, trazem-nos ‘Bagagem Cultural’. Uma mala de viagem em madeira de criptoméria, criada para uma caminhada performativa em São Miguel, dá o mote à conversa. Este objecto simbólico introduz os vários projectos que o atelier tem vindo a desenvolver há mais de uma década com a organização do festival de arte açoriano Walk&Talk, para reflectir sobre a relação entre arquitectura e espaço público, as comunidades, a arte e a programação cultural.

    Branco del Rio e Nuno Pereira trazem-nos, a 17 de Outubro à conversa ‘A Ficção como Plataforma’. Não tendo forma física, a plataforma digital Idealista é um objecto de software, de negócio, de estudo e jurídico. Agregador de enormes quantidades de informação em constante actualização, afirmou-se como território comum a quem participa no mercado imobiliário. Quer se invista, seja especialista, dê aconselhamento técnico, compre, ou simplesmente tenha curiosidade, quem usa esta ferramenta cria a sua própria visão do mundo. A distância à realidade material distorce a percepção do que se vê e faz emergir outras possibilidades.

    A última tertúlia acontece a 31 de Outubro e reúne os KWY.studio e o designer Manuel Amaral Netto. ‘Princípio, Meio e Fim’ mostra a relação entre a arquitectura, arte e design, com o KWY.studio a revelar os diferentes papéis que desempenha. Um exemplo análogo é o do seu convidado, um designer que reinventa a função das suas peças com composições inusitadas.

    Nesta conversa abordam-se diferentes modos de colaboração, o que são decisões intuitivas ou racionais, quais os desafios de levar um projecto do início ao fim e de como processo e método estão em constante adaptação.

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    Especialistas reúnem-se em Faro para discutir novos usos das açoteias e dos telhados

    Nos dias 3 e 4 de Outubro, o Congresso European Creative Rooftop Network, recebe arquitectos, designers, investigadores, economistas, consultores de planeamento urbano, decisores municipais e artistas para debaterem o potencial dos telhados em nome da sustentabilidade urbana e criar pólos de biodiversidade

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    São nove os parceiros europeus oriundos de Portugal, Alemanha, Bélgica, Chipre, Espanha, França, Holanda, Irlanda e Suécia, que depois de quatro anos a colaborar no projecto Europa Criativa, se reúnem agora num congresso que tem a sustentabilidade urbana da Europa como tema principal.

    Explorar o potencial das açoteias ou telhados, espaços amplos e inexplorados na maioria das cidades, é o objectivo do Congresso ECRN, no qual arquitectos, designers, investigadores, economistas, consultores de planeamento urbano, decisores municipais e artistas vão partilhar ideias com o público, nos dias 3 e 4 de Outubro. O evento, inteiramente em inglês, realiza-se na Fábrica da Cerveja, em Faro, e a entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia e limitada aos lugares disponíveis.

    Os desafios climáticos e sociais que se avizinham nas próximas décadas podem ser minimizados com pequenos gestos e soluções criativas que passam pelo aproveitamento dos telhados, seja na criação de hortas e jardins, seja na divulgação cultural ou na aposta em espaços de trabalho e multifuncionais. Alguns exemplos de práticas levadas a cabo e o seu impacto na comunidade local serão apresentados. E, com os olhos no futuro, vão discutir-se ideias criativas para transformar os roofscapes europeus em pólos de biodiversidade.

    Participam, entre outros, o especialista em sustentabilidade urbana, Eytan Levi (França), que vai apresentar “O plano para transformar telhados de zinco de Paris em jardins”; Léon Van Geest, o director do Rotterdamse Dakendagen, o Festival de Rooftops de Roterdão que, em 2019, recebeu cerca de 22 mil visitantes em 65 telhados; a representante do projecto PAKT, na Antuérpia, Adje van Oekelen, que transformou um telhado industrial num espaço dedicado à agricultura biológica que envolve a comunidade local e em espaços de coworking e áreas sociais; o artista Larsen Bervoets, que pintou mais de 6 mil metros quadrados de telhados em seis cidades – Faro, Roterdão, Nicósia, Amesterdão, Antuérpia e Gotemburgo –, em 2023, envolvendo ativamente os moradores e as comunidades locais.

    De Portugal, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, vai debater o papel do poder local na criação de novos paradigmas ambientais e económicos, enquanto a coreógrafa e intérprete de dança contemporânea Carolina Cantinho fala da residência artística em que participou na Antuérpia, no âmbito do ECRN.

    Durante os dois dias do evento, vão decorrer mesas redondas, palestras, apresentações de projectos e oportunidades de networking.

    No âmbito do evento, estão previstas visitas guiadas que, com o tema “Descobrir o Potencial dos Rooftops em Faro”, irão dar a conhecer o património histórico e a arquitectura de um ponto de vista diferente, e, ao cair da noite, algumas açoteias da capital do Algarve vão ser o palco de momentos culturais. Há, aind,a três exposições para visitar sobre os projectos da ECRN, as cidades aderentes e os parceiros e a Nomad Academy ECRN, que desafiou nove estudantes ou jovens profissionais a desenvolver projectos originais para a utilização dos telhados em paisagens urbanas europeias, que são agora revelados ao público.

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