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    Coimbra recebe III Fórum Regional de Arquitectura

    Naquela que será a futura sede da SR-CTR, a Casa das Caldeiras debate, nos dia 3 e 4 de Junho, a “visão territorial, ambiental e cultural” da região Centro, assim como a aproximação dos arquitectos ao conhecimento produzido nas universidades

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    Coimbra recebe III Fórum Regional de Arquitectura

    Naquela que será a futura sede da SR-CTR, a Casa das Caldeiras debate, nos dia 3 e 4 de Junho, a “visão territorial, ambiental e cultural” da região Centro, assim como a aproximação dos arquitectos ao conhecimento produzido nas universidades

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    As particularidades territoriais da Região Centro dão tema ao III Fórum Regional de Arquitectura, organizado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Arquitectos (SR-CTR). Coimbra é a cidade escolhida para esta edição, a decorrer nos dias 3 e 4 de Junho. A abrir o primeiro dia do evento, a SR-CTR inaugura a sua sede na cidade, na Casa das Caldeiras.

    Sob o tema “Território e Comunidades – A Região Centro”, o fórum pretende promover o debate sobre uma região que continua a seguir um caminho de desertificação, sofrendo com a ausência de planeamento e parca valorização patrimonial. “Além de factores sociais, esta é uma região fustigada pela alteração das condições climáticas, com o consequente agravamento da situação de seca e do número de incêndios, bem como pela ameaça à diversidade decorrente de sistemas florestais de monocultura”, refere a Ordem.

    No âmbito do II Fórum Regional de Arquitectura, será, também, inaugurada a nova sede da SR-CTR, na Casa das Caldeiras, em Coimbra e lançada a revista ‘Arquitectura ao Centro’, a recém-criada publicação trienal da SR-CTR que nesta edição retrata 19 arquitectos e 24 projectos, cuja exposição estará patente na Casa das Caldeiras até Setembro.

    No dia 3 de Junho, o debate sobre a Região Centro irá focar-se no que considera ser “uma visão territorial, ambiental e cultural”. A partir das 14h30, em dois painéis, a SR-CTR junta especialistas de áreas como o planeamento regional e urbano, ordenamento do território, paisagismo, turismo e ambiente. “Através de uma caracterização multidisciplinar, será possível identificar necessidades, vantagens e desvantagens associadas ao conceito daquilo que se idealiza quando se fala da região centro de Portugal”.

    Já no dia 4 de Junho, “Desenhar, promover e governar uma região” é o tema em discussão. Numa tentativa de “aproximar os arquitectos do conhecimento produzido nas universidades”, os dois painéis da segunda manhã do fórum juntam investigadores de diversas áreas do conhecimento. O espaço público, o design urbano, o planeamento urbano e do território, a engenharia, a hidráulica e a economia são apenas algumas das dimensões que os especialistas trarão a debate, sempre em articulação com a arquitectura.

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    IPO de Lisboa escolhe Saraiva + Associados para projectar novo edifício de ambulatório

    A garantia foi deixada pela própria equipa de Miguel Saraiva que, nas redes sociais, revela que “ao fim de mais de trinta anos de espera e uma geração perdida, a S+A foi escolhida para transformar o projeto em realidade e contribuir com a nossa experiência para o sistema público de saúde”

    Ricardo Batista

    O Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO Lisboa) vai ter um novo edifício de ambulatório e a escolha do conselho de administração recaiu sobre o projecto de arquitectura da Saraiva + Associados.

    A garantia foi deixada pela própria equipa de Miguel Saraiva que, nas redes sociais, revela que “ao fim de mais de trinta anos de espera e uma geração perdida, a S+A foi escolhida para transformar o projeto em realidade e contribuir com a nossa experiência para o sistema público de saúde”.

    “O que torna este projeto tão único é que vai além da incorporação das mais modernas tecnologias de atendimento, análise e tratamento enquadradas no futuro. Foi planeado como um espaço de trabalho humanizado, de qualidade para todos, diariamente. Isto tem um impacto positivo tanto nos pacientes, como nos seus cuidadores”, pode ler-se na página da Saraiva + Associados, que acrescenta que as “décadas de experiencia e estudos interdisciplinares resultaram num projeto de excelência, onde a luz é protagonista no edifício”.

    Este é um processo longo e que, em 2022, teve um importante passo com a publicação, em Diário da República, do anuncio para a contratação do projecto de execução. A decisão tem agora um novo capítulo com o anuncio do projecto vencedor. O custo global do investimento ascende a 57 milhões de euros. O novo edifício de ambulatório vai concentrar uma parte significativa da atividade de ambulatório e unidades de investigação.

    Este investimento vai permitir rentabilizar meios técnicos e humanos e melhorar as condições de atendimento aos utentes e de trabalho dos profissionais. Pretende-se ainda um edifício energeticamente sustentável e funcionalmente flexível. O imóvel deverá ocupar os terrenos do lado nascente do IPO e terá uma área útil superior a 24 mil metros quadrados.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    Arquitectura

    Arquitectos: Novo Conselho de Supervisão votado a 29 de Novembro

    O Conselho de Supervisão da Ordem dos Arquitetos é um órgão independente composto por 15 membros com diversas representações: arquitetos inscritos, docentes de instituições de ensino e personalidades de mérito. A votação decorre no próximo dia 29, entre as 00 e as 24h (por via digital), ou entre as 10h e as 20h presencialmente

    Ricardo Batista

    Os arquitectos vão a votos no próximo dia 29, sexta-feira, para a eleição dos representantes da classe que integrarão o novo Conselho de Supervisão, um novo orgão de supervisão da Ordem e composto por membros e não membros daquela organização.

    São duas as listas na corrida à composição do órgão que foi criado por obrigatoriedade da disposição na Lei das Ordens (Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro) e do Estatuto da Ordem dos Arquitectos (Lei 12/2024 de 19 de janeiro) e que fará parte integrante do conjunto de órgãos sociais nos próximos actos eleitorais. Os membros eleitos ocuparão assim o cargo pelo prazo que resta até ao próximo acto eleitoral para a composição do Conselho Directivo nacional e das respectivas secções regionais, agendado para 2026.

    A Lista A, encabeçada por Egas Vieira e com o mote “Cumprir o Futuro” opõe-se à Lista B, encabeçada por Rui Serrano, e que tem como mote “Por uma Arquitectura Comum” e estarão ambas sujeitas à votação dos membros inscritos na Ordem. O conselho de supervisão é composto por quinze membros com direito de voto, sendo que seis são arquitetos, inscritos na Ordem; Seis são membros oriundos dos estabelecimentos de ensino superior que habilitem academicamente o acesso à profissão de arquiteto, que não sejam membros da Ordem; e três são personalidades de reconhecido mérito que não sejam membros da Ordem, cooptadas pelos membros referidos nas alíneas anteriores, por maioria absoluta.

    O direito de voto pode ser exercido pessoalmente, dentro dos prazos previstos no calendário eleitoral, na modalidade de voto eletrónico: presencialmente nas secções de voto, na secção regional de inscrição do membro, ininterruptamente entre as 10h e as 20h (hora de Portugal Continental) do dia 29 de Novembro de 2024 ou por votação eletrónica remota entre as 00h e as 20h (hora de Portugal Continental) do mesmo dia 29 de Novembro de 2024.

    Entre as competências do novo Conselho de Supervisão está, entre outras matérias, a aprovação do regulamento de estágios, o acompanhamento da actividade do conselho de disciplina ou o acompanhamento da própria actividade formativa da Ordem.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    Tatu Pavilion – Bio-Based Material (@Park Associati)

    Arquitectura

    “Cada transformação pode ser adaptada, preservando ao mesmo tempo o valor histórico e ambiental da estrutura”

    A 2ª edição do SHIFT decorreu nos dias 22 e 23 de Novembro na Casa da Arquitectura e contou com a curadoria do colectivo italiano Park Associati. Metabolismo Urbano, Inteligência Material e Activismo Arquitectónico foram as abordagens, a partir das quais arquitectos, académicos e empresas de vários países deram voz ao tema e apresentaram o ‘futuro’ para a arquitectura adaptativa

    Cidália Lopes

    “O Futuro da Arquitectura Adaptativa” é um tema “cada vez mais crucial”, numa abordagem que pretende ser “um caminho para apoiar as cidades na sua jornada em direcção à neutralidade carbónica e à optimização de recursos”, afirma o arquitecto Matteo Arietti, head of Innovation da Park Associati. O responsável falou-nos de uma arquitectura que “permite a evolução das estruturas” ao longo do tempo e promove um “ecossistema sustentável”, num trabalho conjunto com a inovação dos materiais e com o recurso da tecnologia.

    MI.C Onsite (@Nicola Colella)

    Com o tema ‘arquitectura adaptativa’, a conferência pretende apresentar um novo caminho, uma nova visão, para o futuro. Que futuro é este?

    O futuro que imaginamos é aquele em que os edifícios são concebidos ou transformados para serem flexíveis, resilientes e sustentáveis. A arquitectura adaptativa permite que as estruturas evoluam ao longo do tempo, atendendo às novas necessidades das comunidades, melhorando o desempenho ambiental e promovendo um ecossistema urbano sustentável.

    Esta abordagem afasta-se do ciclo de vida tradicional dos edifícios e oferece um caminho para a arquitectura apoiar as cidades na sua jornada em direcção à neutralidade carbónica e à optimização de recursos. É uma abordagem virada para o futuro, em que os edifícios não são estruturas estáticas, mas sim ambientes vivos, concebidos para serem flexíveis e se adaptarem às mudanças ambientais e sociais.

    É uma filosofia que defende a resiliência e a sustentabilidade, transformando os edifícios existentes em vez de os demolir e começar do zero. Na Park Associati, vemos a arquitectura adaptativa como um compromisso com o crescimento urbano sustentável, a eficiência dos recursos e a preservação cultural.

    “Na Park Associati, vemos a arquitectura adaptativa como um compromisso com o crescimento urbano sustentável, a eficiência dos recursos e a preservação cultural. É uma filosofia que defende a resiliência e a sustentabilidade, transformando os edifícios existentes em vez de os demolir e começar do zero”

    Quais os principais problemas que identifica actualmente nas estruturas existentes? E que novos usos propõem?

    As estruturas existentes sofrem frequentemente de problemas como sistemas energéticos desactualizados, configurações espaciais rígidas e materiais que não são sustentáveis ​​ou recicláveis. Estes factores tornam difícil a reutilização de edifícios para usos contemporâneos sem renovações extensas. Através da reutilização adaptativa, podemos propor novas funções para estas estruturas, transformando escritórios em espaços residenciais, edifícios industriais em centros culturais ou garagens de estacionamento em espaços urbanos verdes. Cada transformação pode ser adaptada para satisfazer as necessidades actuais da sociedade, preservando ao mesmo tempo o valor histórico e ambiental da estrutura.

    Dois exemplos significativos de projectos de Reutilização Adaptativa recentemente concluídos pela Park Associati são a Torre della Permanente e o Aparto Milano.

    A primeira é a remodelação e ampliação de uma torre dos anos 50 em Milão, originalmente projectada por Achille e Pier Giacomo Castiglioni e Luigi Fratino, localizada acima do Palazzo della Permanente. Esta transformação preserva o significado arquitectónico original da torre, ao mesmo tempo, que melhora a sua funcionalidade para a cidade contemporânea.

    O projecto Aparto Milano, por outro lado, envolve a conversão do antigo Consorzio Agrario, na zona de Porta Romana, em Milão. Esta intervenção inclui também uma mudança de uso pretendido, criando uma residência de estudantes que dialoga com a cidade.

    Como podemos repensar o ciclo de vida dos edifícios?

    Para repensar o ciclo de vida dos edifícios, precisamos de integrar os princípios da economia circular desde as fases iniciais de concepção. Isto significa utilizar materiais que possam ser desmontados, reciclados ou reutilizados, adoptar a construção modular e projectar espaços que se possam adaptar facilmente a novas funções. Além disso, devemos empenhar-nos em manutenções e actualizações proactivas que ampliem a utilização do edifício. Esta abordagem não só reduz o desperdício, como também garante que a estrutura se mantém relevante e funcional a longo prazo.

    Quando um edifício chega ao fim da sua vida útil, porque já não pode funcionar ou ser melhorado, é importante colocar em acção o processo de Mineração Urbana, a recuperação de resíduos que se tornam um recurso valioso.

    O projecto MI.C da Park Associati é um dos primeiros edifícios na Europa a implementar a abordagem de mineração urbana no seu processo de construção: uma grande parte do betão existente será reutilizada para construir a nova estrutura e uma grande parte da fachada existente será utilizada para revestir partes importantes dos espaços interiores.

    Considerando a importância dos materiais nesta questão, como pode a indústria responder a este desafio?

    A indústria deve dar prioridade aos materiais sustentáveis, duráveis ​​e recicláveis. As inovações em materiais de base biológica, betão com baixo teor de carbono e metais e vidro reciclados são fundamentais para abordar a pegada ambiental da construção.

    Além disso, as parcerias com cientistas de materiais e a adopção de ferramentas digitais como o BIM podem melhorar o rastreio e a gestão de materiais ao longo do ciclo de vida de um edifício, ajudando a reduzir o desperdício e a facilitar a adaptabilidade futura.

    Torre Permanente (@Francesca Lovene)

    O papel do arquitecto é também aqui fundamental. Serão os princípios do design participativo capazes de superar os princípios económicos do imobiliário?

    Os princípios de design participativo podem criar uma ponte entre as motivações económicas do imobiliário e as necessidades sociais, culturais e ambientais das comunidades. Ao envolver as comunidades no processo de concepção, os arquitectos podem alinhar os objectivos do projecto com os valores dos utilizadores finais, promovendo espaços que possuem maior significado social e utilidade a longo prazo.

    Esta abordagem participativa pode influenciar o sector imobiliário a priorizar soluções adaptativas e centradas no ser humano, provando que um modelo colaborativo pode ser economicamente viável e socialmente benéfico.

     

    BIO

    Filippo Pagliani e Michele Rossi, fundadores da Park Associati

    Park Associati é um colectivo interdisciplinar de arquitectos, designers, investigadores e inovadores, unidos pelo desejo de “moldar o futuro do ambiente construído”. Fundado em Milão, em 2000, por Filippo Pagliani e Michele Rossi, o estúdio opera nos domínios da arquitectura, urbanismo, paisagismo, design de interiores e de produtos.

    Cada projecto desenvolvido por Park Associati habita o seu próprio contexto específico, desde o arranha-céus da Regione Lombardia até às sedes da Luxottica e da Salewa, desde espaços residenciais e comerciais até à revitalização de edifícios modernistas ou de bairros inteiros.

    Entre a tradição e a inovação, o estúdio destaca-se na reinterpretação e regeneração de cidades para se tornarem novos modelos de habitabilidade e sustentabilidade, utilizando a reutilização adaptativa como estratégia central.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
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    Trienal lança open call para Prémio Début

    As candidaturas, que este ano foram alargadas a profissionais de arquitectura com idade até aos 40 anos, estão abertas até 24 de Fevereiro de 2025. Foi na terceira edição do Trienal, em 2013, que nasceu o galardão que tem como missão “celebrar o trabalho e o percurso das novas gerações” no pensamento e na prática em arquitectura

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    As candidaturas ao Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp, que este ano foram alargadas a profissionais de arquitectura com idade até aos 40 anos, estão abertas até 24 de Fevereiro de 2025.

    Foi em Close, Closer, a terceira edição do festival (2013) que nasceu o galardão que tem como missão celebrar o trabalho e o percurso das novas gerações no pensamento e na prática em arquitectura, impulsionando a projecção internacional.

    Como sublinha José Mateus, presidente da Trienal, “em arquitectura, as gerações mais jovens são portadoras de referências, inquietações e aspirações que é fundamental reconhecer e valorizar. Este prémio internacional foi instituído enquanto gesto simbólico de incentivo para o futuro”.

    Esta ideia foi, também, reforçada, por António Monteiro, presidente da Fundação Millennium bcp, que apoia a Trienal de Lisboa desde 2007, na medida em que considera que este prémio é o “reconhecimento do crescente potencial de ateliers e arquitectos emergentes, oferecendo-lhes o palco e a visibilidade fundamentais para impulsionar o seu crescimento e impacto no mercado”.

    Aberto a candidaturas auto-propostas, a título individual ou colectivo, integra ainda um processo de nomeações propostas por um conselho plural que reúne mais de 30 personalidades internacionais.

    Desde 2013, o Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp recebeu um total de 452 candidaturas provenientes de todos os cantos do globo, distinguindo quatro ateliers vencedores: Vão em 2022 (Brasil), Bonell+Dòriga em 2019 (Espanha), Umwelt em 2016 (Chile) e Bureau Spectacular em 2013 (E.U.A.). Somam-se ainda 40 finalistas que reconhecem a importância desta nomeação para a projecção global dos seus projectos.

    O Prémio Début insere-se na sétima edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, com o tema ‘How Heavy is a City’ (Quão pesada é a Cidade?) e que irá contar com diversas iniciativas a decorrer entre 2 de Outubro e 8 de Dezembro de 2025, entre as quais uma conferência que vai juntar cinco finalistas do prémio.

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    Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitectos

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    Recuo do IVA a 6% na construção para habitação

    Ordem dos Arquitectos lamenta recuo na aplicação da taxa reduzida de IVA aos projectos de construção e critica restrições da União Europeia

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    Em comunicado enviado às redacções a Ordem dos Arquitectos manifesta o seu descontentamento com o anúncio de que a proposta do Governo, inserida no Orçamento de Estado para 2025, de aplicar uma taxa reduzida de IVA a 6% aos projectos de construção de condições especiais para resolver a crise da habitação, não avançará devido ao entendimento restritivo da Comissão Europeia. Segundo o Governo, a transposição da directiva europeia, em matéria de benefícios fiscais do IVA, não permite incluir os projectos de construção das novas tipologias de soluções habitacionais na transposição legislativa da proposta de IVA.
    “A Ordem dos Arquitectos, que havia promovido activamente junto do Governo esta medida lamenta profundamente o desfecho e discorda da inflexibilidade da União Europeia. A Ordem dos Arquitectos alerta ainda para o tratamento desigual dentro do sector da construção, numa altura em que a habitação enfrenta uma crise sem precedentes.
    As políticas fiscais inclusivas são amplamente reconhecidas como uma solução eficaz para reduzir os custos do consumidor final mantendo a qualidade, sustentabilidade e equilíbrio económico, portanto, este entrave legislativo europeu é visto como anacrónico, prejudicial ao interesse público e um factor de afastamento dos cidadãos face à União Europeia”, refere a nota que é assinada pelo presidente da Ordem dos Arquitectos, Avelino Oliveira (na imagem).

    Face à decisão, a Ordem dos Arquitectos dirigiu uma carta ao Ministro das Finanças , solicitando esclarecimentos sobre “a fundamentação deste recuo, bem como os documentos e justificações europeias que suportam esta decisão para que fundamente a sua reclamação junto das congéneres europeias”. O organismo sublinha a sua “compreensão pelas cautelas tomadas pelo Governo português, especialmente do Ministério das Finanças, e saúda o Ministério das Infraestruturas e a Secretaria de Estado da Habitação pela defesa e proposta de uma medida amplamente apoiada pelo ecossistema da construção no Orçamento de 2025”.

    Referindo que “a União Europeia faz recorrentemente uma chantagem com a transferência de fundos de coesão do PRR e outros similares quando as disposições legislativas nacionais não são do seu agrado”, a OA  irá escrever aos eurodeputados portugueses para manifestar a sua oposição à acção da EUE no que concerne às políticas europeias que desvalorizam o sector dos serviços ligados à construção, particularmente no que diz respeito aos projectos de arquitectura.

    “Sabemos que a União Europeia só incentiva os Estados-Membros a aplicar taxas reduzidas de IVA de forma limitada a áreas essenciais como bens alimentares, serviços culturais, saúde, educação e habitação. No entanto, no contexto actual, a exclusão dos projectos de arquitectura e especialidades desta medida é incompreensível num sector que enfrenta uma crise com profundas repercussões sociais”, defendem os arquitectos.

    Chamando a atenção ainda para o problema crescente da “desregulação no sector dos serviços de arquitectura”, a OA relembra na mesma nota que “as políticas de matriz economicista tem obtido resultados negativos na arquitectura, bem visíveis desde 2008. Mas continuamos a assistir às consequências das políticas erradas que vão sendo seguidas. Para esse efeito recordamos os documentos públicos desde 2018 onde a OCDE e a Comissão Europeia defenderam que as normas de qualidade e segurança, obrigatórias na encomenda de serviço de arquitectura, deveriam ser abolidas já que os profissionais de arquitectura devem poder competir exclusivamente com base no preço. Tal abordagem, que consta do relatório OECD Competition Assessment – Self-Regulated Professions, desvaloriza a qualidade, a sustentabilidade e a especificidade dos serviços prestados, desiludindo profundamente os profissionais do sector.”

    “A Ordem dos Arquitectos considera lamentável que a União Europeia, que proclama os valores da sustentabilidade e descarbonização, aplique na prática uma legislação centrada apenas no preço e na concorrência sem regulação adequada. E que sempre que os Estados, em articulação com os agentes do sector procurem soluções de compromisso, as destrua, sem a flexibilização que aplica noutras áreas. Para a Ordem dos Arquitectos, este tipo de política vai contra o desígnio de uma Europa comprometida com o interesse público e o bem-estar das futuras gerações.”

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    CCB ‘revisita’ obra de Hestnes Ferreira

    Ciclo de visitas no âmbito da exposição Forma | Matéria | Luz acontece entre os dias 24 de Novembro a 15 de Março de 2025

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    No âmbito da exposição Hestnes Ferreira – Forma | Matéria | Luz, que decorre no CCB até 13 de Abril de 2025, está previsto um conjunto de visitas guiadas à exposição e a obras representativas da autoria deste arquitecto.

    Estas visitas, orientadas por arquitectos, proporcionam a oportunidade de aprofundar e expandir perspectivas sobre a obra de Hestnes Ferreira, promovendo diferentes vivências em cada edifício e prestando particular atenção à sua forma, matéria e luz. Embora de participação gratuita, requerem inscrição prévia.

    Neste sentido, a 24 de Novembro, integrado na programação dos 50 anos do 25 de Abril, irá decorrer a visita ao Bairro Fonsecas e Calçada, com orientação de Michel Toussaint, arquitecto e investigador do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design.

    Já em 2025, a 11 de Janeiro, o arquitecto, director do Dinâmia’CET-ISCTE e curador da exposição, Paulo Tormenta Pinto, orienta a visita à Biblioteca de Marvila. Depois, a 22 de Fevereiro, está prevista a visita ao campus ISCTE, com orientação do vice-reitor da universidade, Bernardo Miranda.

    A última iniciativa acontece a 15 de Março, com a visita à casa de Albarraque. A orientação é de Luís Urbano, arquitecto e investigador.

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    Prémio Ammodo Architecture 2024 distingue projecto Outros Bairros em Cabo Verde

    A Ammodo Architecture divulga os primeiros vencedores do “Ammodo Architecture Award”, uma nova iniciativa anual que apoia a arquitectura social e ecologicamente responsável e os seus criadores em todo o mundo. São 23 os premiados e entre eles o projeto ISOB de Ângelo Lopes, Jakob Kling, Nuno Flores e Rita Rainho

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    A Ammodo Architecture divulga os primeiros vencedores do “Ammodo Architecture Award”, uma nova iniciativa anual que apoia a arquitectura social e ecologicamente responsável e os seus criadores em todo o mundo. São 23 os premiados, divididos em três categorias Arquitectura Social, Envolvimento Social e Escala Local.

    Em Cabo Verde, o projeto “International Seminar on Outros Bairros” (ISOB) de Ângelo Lopes, Jakob Kling, Nuno Flores e Rita Rainho (I2ADS – Universidade do Porto) foi distinguido na categoria Social Engagement do prémio AMMODO Architecture Award 2024.

    O prémio reforça o papel essencial e transformador da arquitectura na abordagem de desafios sociais e ambientais, conferindo visibilidade à comunidade global de arquitectura e a praticantes locais. A Ammodo Architecture prioriza o modo como os premiados estabelecem novos projectos e iniciativas para enfrentar desafios contemporâneos, com novas perspectivas e conhecimentos em arquitectura. Juntamente com o prémio, está a ser desenvolvida uma plataforma de conhecimento que visa tornar visíveis os projectos e fomentar a partilha de conhecimento – elemento central desta iniciativa será um arquivo digital em expansão.

    Os premiados foram seleccionados por um comité consultivo multidisciplinar global, presidido por Joumana El Zein Khoury, directora executiva da World Press Photo Foundation, incluindo: Andrés Jaque, arquitecto, reitor e professor na Columbia University GSAPP em Nova Iorque; Anupama Kundoo, arquitecta e professora na TU Berlin; Floris Alkemade, arquitecto e ex-arquitecto chefe do governo dos Países Baixos; e Mariam Issoufou, arquitecta e professora na ETH Zurich. A selecção de potenciais projectos foi organizada através de uma convocatória aberta e de uma equipa global de embaixadores regionais experientes.

    A distinção agora atribuída permitirá aos arquitectos e investigadores realizar a programação do International Seminar on Outros Bairros (ISOB), entre Janeiro de 2025 e Junho de 2026, que consistirá num concurso de práticas artísticas em espaço público, quatro workshops, um seminário internacional e uma exposição. Além disso, será organizado o arquivo digital da Iniciativa Outros Bairros (IOB) e do próprio ISOB. Desta forma o grupo de arquitectos e investigadores propõe uma reflexão sobre os territórios autoproduzidos existentes em Cabo Verde, a partir da experiência vivida enquanto membros em vários momentos da IOB, onde adoptaram uma abordagem do urbanismo relacional procurando a compreensão do modo de vida da população local.

    IOB foi realizada entre 2019 e 2022 em três zonas auto-produzidas na ilha de São Vicente, Cabo Verde. Foi uma acção financeiramente possível como iniciativa governamental associada ao Ministério das Infraestruturas, do Ordenamento do Território e Habitação do Governo de Cabo Verde MIOTH e acompanhada por um compromisso técnico e científico do Ministério do Ambiente e da Acção Climática do Governo de Portugal.

    Este novo projeto, apoiado pela Ammodo Architecture Award 2024, visa retomar e expandir, a partir de Cabo Verde, o debate sobre como actuar no território, considerando o actual processo planetário de urbanização.

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    Casa da Arquitectura presta homenagem a Nuno Portas no seu sétimo aniversário

    Para celebrar o sétimo aniversário, a Casa da Arquitectura preparou um conjunto de iniciativas que irão decorrer nos dias 22, 23 e 24 de Novembro. Ao arquitecto e urbanista Nuno Portas será atribuído o título de Associado Honorário 2024

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    No ano em que se comemora o cinquentenário da Revolução de Abril e dias após a abertura da Exposição “O que faz falta. 50 anos de arquitetura portuguesa em democracia”, a Casa da Arquitectura presta homenagem, no seu sétimo aniversário, ao arquitecto e urbanista Nuno Portas, figura de proa no desenho das linhas políticas para habitação, reabilitação urbana e urbanismo do Portugal democrático, atribuindo-lhe o título de Associado Honorário 2024 numa cerimónia a decorrer no sábado, dia 23 de Novembro.

    A programação de aniversário inclui ainda a segunda edição do Seminário Internacional de Arquitetura e Sustentabilidade SHIFT, nos dias 22 e 23 de Novembro, a entrega de títulos aos Jovens Embaixadores da Arquitectura, uma conversa integrada no Programa Paralelo da Exposição “O que faz falta”, Oficinas, Performances, visitas guiadas e um concerto do arquiCoro da FAUP no espaço da exposição.

    Simultaneamente, vai estar aberta ao público, a Exposição “Made in Portugal” da MOR Design com peças de alta qualidade, criadas em colaboração com artesãos e designers de renome destacando-se nomes como Álvaro Siza Vieira, Manuel Aires Mateus, Keiji Takeuchi e Kengo Kuma.

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    Segunda edição do Architect@Work Lisboa regressa à FIL

    A segunda edição do evento, que teve inicio na Bélgica em 2003, e conhecido pelo seu formato “disruptivo” acontece nos dias 4 e 5 de Dezembro

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    Nos dias 4 e 5 de Dezembro, a FIL Lisboa, abre as suas portas para a segunda edição da Architec@Work Lisboa. Depois do “sucesso” da primeira edição e que demonstrou que “os arquitectos e designers de interiores precisavam definitivamente de um evento B2B de alto nível especificamente dedicado à sua profissão”, o evento volta para dois dias de debates e exposições.

    Materiais saudáveis em arquitectura, a aprendizagem e prática de arquitectura e a ligaçao entre Espaço, Natureza e Identidade são os temas do primeiro dia de conferências. Para o dia 5, os seminários abordam as temáticas como a arquitectura das emoções, património e contemporaneidade e a profissão do arquitecto.

    Concebido num formato disruptivo, pensado para criar uma conexão “informal” entre os fabricantes, arquitectos e designers, a marca surge em 2003, na Bélgica, depois de se verificar uma lacuna neste tipo de eventos.

    Com o foco na inovação, os expositores são obrigados a trazer para o evento as principais novidades, cujos produtos são primeiramente sujeitos a uma avaliação por parte de um júri de arquitectos e designers de interiores.

    Mais do que um espaço de exposição, o Architect @ Work pretende ser um espaço “único, dinâmico e acolhedor”, semelhante a um lounge. Os corredores tradicionais da FIL são transformados em áreas lounge onde se pode relaxar, ter reuniões de uma forma mais informal e privada e o mais importante: onde se pode desfrutar do catering gratuito que é fornecido durante todo o evento para os visitantes bem como para os expositores.

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    Aldeia da Chumbaria, gabinete Arquitectura Viva

    Arquitectura

    Reabilitação da Aldeia da Chumbaria através do turismo [C/ galeria de imagens]

    O atelier português Arquitectura Viva assina a 1ª fase da reabilitação da Aldeia da Chumbaria, no concelho de Leiria. O projecto que dá, literalmente, uma nova vida a uma antiga aldeia abandonada, visa criar alojamentos locais direccionados para retiros de bem-estar, com uma abordagem sustentável. Premissa que é seguida pelo programa de reabilitação de onde sobressai o respeito pelos materiais naturais

    Quase por acaso o projecto de reabilitação da Aldeia da Chumbaria, no concelho de Leiria, foi parar ao atelier de Arquitectura Viva, fundado por Joana Couto e Rui Pedro Simões. Um acaso feliz que junta visões, dos proprietários e dos arquitectos, ideias e ideais, na concretização de um projecto que, através do turismo, pretende trazer nova vida a uma aldeia abandonada e, com isso, revitalizar as aldeias circundantes da região onde se insere.

    Em plena serra do Branco, no lugar da Memória, está localizada a Aldeia, do alto do monte avista-se toda a serra. O local conquistou Steven e Sarah, o casal inglês que em 2019 adquiriu a aldeia e os cerca de três hectares de terra para aí desenvolverem o seu projecto de permacultura. A aldeia votada ao abandono há já várias décadas possui seis conjuntos de construções em ruínas que agora, faseadamente, ganham nova vida. O projecto visa criar alojamentos locais, direccionados para retiros de bem-estar, com uma abordagem sustentável, oferecendo workshops de permacultura, yoga, reiki e muito contacto com a natureza. “A aldeia tem 11 casas, no total, aglutinadas em seis artigos. Neste momento reabilitámos duas casas e temos mais dois projectos aprovados que, a qualquer momento, podem iniciar a reabilitação”, conta a arquitecta Joana Couto. “Os proprietários queriam uma reabilitação em que a aldeia continuasse a ser uma aldeia, com coerência entre edifícios. A premissa era voltar a dar vida à aldeia, através do Turismo”, continua a arquitecta.

    A primeira fase do projecto compreendeu a reabilitação do primeiro conjunto. Originalmente, a construção terá sido um estábulo no rés-do-chão, com um possível celeiro ou habitação no piso superior, seguindo o esquema tradicional da arquitectura vernacular. O projecto converteu o celeiro, cujas lajes e coberturas ficaram destruídas por um incêndio há cerca de dez anos, em dois pequenos alojamentos. “Da nossa parte ficou logo claro que queríamos manter ao máximo o aspecto formal das casas e, que todas as alterações que fossem implementadas, como aberturas de vãos maiores, fossem assumidas. A introdução de betão à vista acabou por surgir da necessidade de criar suporte e estrutura para a abertura de vãos maiores”, criando, simultaneamente uma maior fluidez entre o interior e a paisagem exterior.

    Assumir os materiais naturais é mais do que pressuposto
    No interior, as paredes foram revestidas com blocos de betão de cânhamo, proporcionando conforto térmico e acústico. “Inicialmente, os blocos seriam rebocados, mas a textura e o aspecto agradaram-nos tanto que optamos por deixá-los à vista”. A ideia original era utilizarmos paredes de cânhamo feitas no local, através de cofragem, como se faz com o betão, mas após uma experiência menos positiva, mudámos para blocos de cânhamo pré-fabricados. “Felizmente os clientes apoiaram sempre as nossas decisões e concordaram em deixar os blocos à vista”, afirma Joana Couto, a qual reconhece ser uma “solução muito pouco usual”.
    Pouco usual, ou não, a verdade é que mostrar os materiais utilizados, tal como eles são, fazem parte do trabalho do atelier. “Esse é um pressuposto nosso, uma quase teimosia!”, reconhece Joana Couto. “Gostamos de utilizar materiais naturais e deixá-los os mais crus possíveis. Queremos que a estrutura de madeira seja assumida e fique à vista, que os apoios necessários em betão se mantenham em betão e, neste caso, que o cânhamo fique à vista”, reforça.
    “O grande objectivo deste projecto é utilizar os materiais exactamente como são, mostrando as suas funções e potencialidades, sem máscaras. O pavimento do rés-do-chão foi finalizado com uma betonilha afagada, enquanto o piso superior recebeu um soalho de madeira, assente numa estrutura de madeira que serve de tecto ao rés-do-chão. As paredes revestidas em betão de cânhamo cumprem o seu propósito térmico e acústico, e os novos elementos estruturais de betão são deixados sem revestimento. As estruturas das coberturas, tão bem executadas, também são mantidas expostas.

    A combinação de elementos tradicionais, como paredes de alvenaria de pedra e coberturas de madeira, com elementos contemporâneos, como a escada de aço, os envidraçados e os detalhes de betão, garantem a identidade única do projecto”.

    Já a utilização do cânhamo partiu de uma sugestão de Steven e Sarah, e da sua preferência por soluções sustentáveis e o mais natural possível. “O cânhamo tem um excelente comportamento, quer térmico quer acústico, é também resistente ao fogo, que era mais uma preocupação dos clientes, sendo um óptimo regulador de humidade. Sendo as paredes existentes compostas por pedra, a introdução do cânhamo trouxe bastante conforto às casas. Mesmo em termos visuais, as casas ganharam bastante com a introdução dos blocos à vista”, acrescenta Joana Couto.

    Da casualidade a um match perfeito vai um breve passo
    Ainda sem prazo para terminar a totalidade da empreitada, em breve deverão arrancar as próximas reabilitações na Aldeia da Chumbaria. Entre os elementos a reabilitar estará mais uma casa e um outro edifício, maior, que albergará dois alojamentos e uma sala polivalente, com será uma peça crucial na Aldeia e na criação de um espírito de comunidade. “Os proprietários já estão a envolver as aldeias vizinhas na reconstrução da aldeia, estão a fazer formações e workshops na área da permacultura, bem-estar, meditação, reiki… esta sala polivalente permitirá a realização de eventos maiores”, explica Joana, que partilha com Rui Pedro Simões este trabalho de reabilitação da Aldeia da Chumbaria.

    A dupla de arquitectos fundou o Arquitectura Viva um atelier de arquitectura, paisagismo, interiores e urbanismo para quem “este projecto é um exemplo claro daquilo que caracteriza o nosso atelier: a reabilitação consciente e integrada de espaços com uma história e identidade próprias”.

    “Desde o início, temos como compromisso a preservação do carácter do local e a valorização dos materiais naturais e sustentáveis, adaptando as construções para que atendam às exigências actuais sem perderem autenticidade. A reabilitação desta aldeia permitiu-nos aprofundar o nosso conhecimento, introduzindo técnicas de construção como o uso de cânhamo. É um projecto que se alinha perfeitamente com o nosso foco na valorização da paisagem e no respeito pelas tradições”, considera a dupla de arquitectos de Leiria.

    Ficha técnica
    Arquitectura: Arquitectura Viva
    Nome do projecto: Aldeia da Chumbaria – fase 1
    Ano de conclusão do projecto: 2024
    Área bruta construída: 184m2
    Localização do projecto: Chumbaria, Memória, Leiria

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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