Flag of Angola painted onto a grunge brick wall
Governo angolano garante que dívidas às empresas portuguesas serão pagas “até Novembro”
“Estamos em processo de validação das dívidas para permitir que até Outubro ou Novembro sejam pagas as dívidas contraídas referentes aos anos de 2008 e 2009”, disse o governante
Lusa
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O ministro da Urbanização e Construção de Angola, José da Silva Ferreira, garantiu esta quinta-feira que as dívidas de 2008 e 2009 às construtoras portuguesas serão pagas até Novembro, ao abrigo de um programa já aprovado pelo Governo.
“Estamos em processo de validação das dívidas para permitir que até Outubro ou Novembro sejam pagas as dívidas contraídas referentes aos anos de 2008 e 2009”, disse o governante, quando questionado pelos jornalistas, no final da assinatura de um conjunto de protocolos e memorandos sobre as relações entre Portugal e Angola sobre as Obras Públicas.
“Temos um programa aprovado que prevê o pagamento das dívidas até ao final deste ano”, garantiu o governante angolano.
O ministro das Obras Públicas, António Mendonça, salientou, por seu turno, que “há compreensão pelos problemas, mas o espírito é de cooperação para resolver os problemas”, garantiu.
António Mendonça afirmou não saber “nem os montantes [em dívida]”, nem os prazos de pagamento, mas lembrou que “Portugal foi atingido pela crise, Angola também foi atingida pela crise” e, portanto, esta questão financeira tem de ser enquadrada neste contexto.
A dívida reconhecida pelo Estado angolano às empresas da construção civil ascende aos três mil milhões de dólares (2,32 mil milhões de euros) e às portuguesas aproxima-se dos dois mil milhões (1,55 mil milhões de euros).
Em Abril, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou, em Luanda, que uma linha de crédito criada por Portugal em 2009, no valor de 500 milhões de euros, iria ser finalmente activada e usada por Angola para essencialmente pagar às construtoras.
António Mendonça, na deslocação que fez àquele país africano, a 10 de maio, ouviu dos empresários a informação de que ainda não foi dado qualquer passo com as empresas para a regularização dessa dívida e os representantes de empresas como a Somague ou a Edifer admitiram que “algumas empresas estão a bater no fundo” e mesmo “em risco de se verem obrigadas a parar a laboração”.