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A Corticeira Amorim encerrou a actividade de 2015 com as vendas a registarem um crescimento de 7,9% face a 2014 para os 604,8 M€. Segundo a empresa, no mesmo período, o EBITDA ascendeu a 100,7 M€, uma subida de 16,1% face ao exercício de 2014, que leva este indicador para o valor mais alto de sempre, representando 16,7% das vendas, o que compara favoravelmente com os 15,5% do exercício de 2014.
Em nota de imprensa enviada ao Construir, a Corticeira Amorim revela que o resultado líquido, com um aumento de 53,9% face ao lucro alcançado em 2014, ultrapassa pela primeira vez os 50 M€, ascendendo a 55,012 M€ no final de Dezembro de 2015.
A Corticeira explica que, para o bom comportamento destes indicadores contribuiu a valorização do USD que, em conjunto com a dinâmica do mercado norte-americano, se revelou de grande importância para o exercício da Corticeira Amorim, que vê os Estados Unidos da América consolidarem a sua posição de principal mercado.
Em comunicado de imprensa, a empresa salienta também a boa performance registada ao nível da função financeira, influenciada pela descida das taxas de juro e do endividamento líquido (83,9 M€), com uma redução de 3,7 M€ face a 2014. Ainda de destacar, a utilização do empréstimo do BEI, no montante de 35 M€, pelo período de 10 anos com 4 anos de carência para financiamento do programa de IDI 2014-17, a taxas de juro muito competitivas.
De registar há também o facto de o Conselho de Administração ter deliberado propor à Assembleia Geral de Accionistas a distribuição de um dividendo bruto de 0,16 €/acção.
Rolhas e Aglomerados Compósitos lideram
A Unidade de Negócios Matérias-Primas registou uma subida de cerca de 3% nas vendas para 135,37 M€. O EBITDA, por seu turno, sofreu uma ligeira quebra de 2,88% face ao exercício de 2014, totalizando 16,98 M€, fruto de um maior preço de compra de cortiça em 2014, consumida em 2015, e de uma quebra de vendas para a UN Revestimentos.
De acordo com os dados a que o Construir teve acesso, na UN Rolhas, as vendas atingiram os 393 milhões de euros, um acréscimo de 10% face ao ano anterior, um comportamento também influenciado pelo efeito cambial da valorização do dólar que, isoladamente, foi responsável por 40% do acréscimo das vendas. Em termos de quantidades, o crescimento foi de 4,6% e totalizou 4,2 mil milhões de unidades vendidas – número recorde -, com a UN a manter o mix de vendas e a reforçar posições em todos os segmentos do produto. O EBITDA atingiu os 62,75 M€, uma subida de 34% face ao exercício de 2014.
A UN Revestimentos foi, em 2015, a única Unidade de Negócio com um decréscimo de vendas, que ascenderam a 109,84 milhões de euros, ou seja, uma redução de 5,6% face ao ano anterior. Em termos globais, os resultados da UN foram penalizados pela redução de vendas de produtos fabricados para os mercados de Leste, em particular para a Rússia, a que se junta o impacto, nesta Unidade de Negócio desfavorável, do efeito cambial do EUR/USD na ordem dos 1,5M€. O EBITDA foi de 8,17 M€, uma redução face ao valor registado em 2014 (15,52 M€).
Na UN Aglomerados Compósitos, as vendas subiram 18,6%, atingindo os 100 M€. A valorização do dólar norte-americano contribuiu em larga medida para este desempenho – com um impacto de 45% no aumento do volume de negócios – a que se juntou um crescimento significativo das vendas no mercado dos EUA. O EBITDA registou uma evolução muito positiva, tendo ascendido aos 14,6 M€ (7,7 M€ em 2014).
A UN Isolamentos fechou o exercício de 2015 com um pequeno crescimento das vendas, que atingiram os 10 M€. Neste período, a margem bruta registou um crescimento superior a 11%, devido ao aumento da actividade em produtos de maior valor acrescentado e a um efeito cambial positivo. No entanto, após a constituição de imparidades de dívidas, o EBITDA decresceu 24,9%, situando-se em 1,24 M€. Sem tal impacto, o indicador teria registado uma evolução positiva em 15%.
Aumento de freefloat
A Corticeira Amorim anunciou que vendeu, num processo de accelerated bookbuilding, no final do terceiro trimestre do ano passado a totalidade das acções próprias detidas (7 399 262 ações, correspondentes a 5,63% do seu capital social). Na sequência desta operação, o freefloat da Sociedade passou a representar 15% do capital da empresa, o que se repercutiu de forma imediata no aumento de liquidez do título e num aumento do volume médio diário de transacções. A posição financeira da Sociedade e o encaixe financeiro obtido com a alienação destas ações permitiram distribuir mais de 50 M€ em dividendos em 2015.