Centro Escolar de Fonte de Angeão e Jardim da Mouraria vencem Prémio Vale da Gândara
a Cerâmica do Vale da Gândara, SA (CVG) lançou o Prémio de Arquitectura em Tijolo de Face à Vista em 2002.
Ana Rita Sevilha
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O Centro Escolar de Fonte de Angeão, da autoria de Miguel Marcelino foi o vencedor, na categoria “Absoluta” da 6ªedição do Prémio de Arquitectura promovido pela Cerâmica do Vale da Gândara, que distingue obras com tijolo face à vista. Foi ainda atribuído o prémio de categoria “Jovem Arquitecto” ao Jardim da Mouraria, localizado em Beja e da autoria de Pedro Sousa.
Segundo declarações de Miguel Marcelino à empresa Vale da Gândara, “o local de implantação da escola proporciona uma relação próxima com a natureza, situada num meio rural, a nova escola (EB1+JI) encontra-se rodeada de belas árvores adultas. A proposta explora a relação interior com as vistas exteriores através de dois sistemas que vão ditar a organização espacial da escola: nas salas de aula procura-se a concentração dos alunos – deste modo as largas janelas são abertas para reentrâncias, como pátios “privados”, garantindo controlada luz solar e escape visual para o exterior sem daí advir distracção das crianças. Nos espaços comuns procura-se o oposto, vistas directas para o exterior, largos campos perspécticos em todas as direcções bem como abundante iluminação natural em todos os amplos corredores da escolar”.
O arquitecto justifica a escolha do tijolo face “escolha da cor Cinza Douro, Miguel Marcelino explica que à vista enunciando dois factores: “por um lado, nesta obra pretendia-se ter um aspecto mais elementar, em que a própria construção e equipamentos seriam ao mesmo tempo o seu acabamento, isto é, sem qualquer revestimento ou ocultação. Por outro lado também interessava continuar a tradição de construção em alvenaria que se vê nesta região, nomeadamente em alguns muros construídos em blocos de adobe que ainda são visíveis”.
Relativamente à escolha da cor Cinza Douro, Miguel Marcelino explica que “teve a ver com a continuidade cromática com o interior em betão aparente. Interessava ter dois materiais num diálogo próximo, embora com papéis distintos: um como estrutura e acabamento interior (o betão), outro como protecção e acabamento exterior (o tijolo)”.
Pedro Sousa explicou à empresa de Cerâmica que “o Jardim da Mouraria surge integrado num projecto urbano feito para a cidade de Beja, de requalificação do espaço público do bairro da Mouraria. O jardim surge como o remate dessa intervenção urbana. Como o terreno de intervenção ficava numa zona com um desnível significativo, pensámos tirar proveito dessa diferença de cotas e conciliar um jardim público com um estacionamento coberto para uso dos moradores, que funcionasse por baixo do jardim e, assim, permitisse tirar o melhor proveito possível do lote, criando simultâneamente, uma construção de contenção do terreno do jardim.
Esta estratégia permite no mesmo terreno criar um espaço de grande proveito e funcionalidade urbana e um espaço público de lazer da comunidade, com uma vista privilegiada sobre a cidade de Beja”.
De acordo com o arquitecto, a ausência de custos de manutenção, aliados à sua durabilidade, foram um factor fundamental para a escolha do tijolo. Contudo, sublinha, a “utilização do tijolo à vista é uma solução à qual recorremos com bastante frequência nos nossos projectos e que tem agradado bastante, a nós e aos nossos clientes, pelos bons resultados que é possível obter. Quanto à opção pela cor Branco Alcácer, Pedro Sousa explica que “pareceu-nos uma cor própria do Alentejo, uma cor que integraria naturalmente o edifício na rua onde está inserido e no bairro”.
Pedro Sousa explica ainda que, “a utilização do tijolo de face à vista foi consequência de uma preocupação com a sustentabilidade e qualidade ambiental do espaço que projectámos. O modo de aplicação do tijolo, alternando peças de tijolo e espaços vazios, permite uma natural ventilação e iluminação do espaço interno, o que reduz, substancialmente, custos ao longo de toda a vida do edifício”.
Recorde-se que a Cerâmica do Vale da Gândara, SA (CVG) lançou o Prémio de Arquitectura em Tijolo de Face à Vista em 2002, com periodicidade bienal.
“O grande interesse despertado pelas edições anteriores, visível na elevada adesão ao Prémio que se materializou num total de 240 obras apresentadas nas cinco edições, a qualidade da generalidade das obras concorrentes e o prestígio dos candidatos vencedores constituíram uma forte motivação para a Administração da Cerâmica Vale da Gândara (CVG) continuar a apostar neste Prémio, com o lançamento desta 6ª edição”, sublinha a empresa.