Tiago França Lopes,arq.
Proj3ct,Lda
Opinião: “A indústria enquanto “consumidora” de arquitectura”
Projectar para a indústria implica um perfeito entendimento do modus-operandi de cada organização e todo o seu universo
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Tiago França Lopes,arq.
Proj3ct,Lda
O reposicionamento do sector industrial português, num contexto laboral cada vez mais competitivo e exigente, faz-se também e, invariavelmente, por via da diferenciação. A cultura organizacional das empresas de hoje, é orientada não só para a qualidade dos produtos e serviços, mas ainda na capacidade em estender-se com identidade e criatividade, não só para os consumidores, mas sobre toda a cadeia de valor. A criação ou desenvolvimento dessa capacidade, não é um conceito vazio nem restrito ao reconhecimento público, mas deve integrar-se em todo o planeamento e desenvolvimento sustentado da actividade, nas novas orientações organizativas e espaciais, ora nos sectores produtivos e de laboração, ora nos sectores sociais. Por mais sofisticação de processos ou de tecnologia que lhe sejam requeridos, a actividade industrial é feita por pessoas e para pessoas.
Afinal, tudo isto é intrínseco à própria Arquitectura. Todavia, a arquitectura industrial é ainda hoje vista, por alguns, como um produto menor.
No plano de Cliente, a indústria exige, um envolvimento especifico, atento e dedicado, através de um sistemático e rigoroso controlo nos processos, vinculando ao prazo acordado, na qualidade certa e no preço certo. Estes entendem-se como factores críticos de sucesso, no estabelecimento e desenvolvimento da relação da indústria enquanto consumidora de arquitectura.
A reciprocidade faz-se não apenas pela aceitação destas premissas, como pela interiorização desta cultura, admitindo quase que a adopção da sua própria linguagem, por parte da Arquitectura.
Com isto, o sentido não é o da industrialização da arquitectura, antes pelo contrário, deverá ser a concretização de um acto único e irrepetível, buscando a solução mais ajustada a cada situação, por forma a que resulte como que um “fato à medida”.
Projectar para a indústria implica um perfeito entendimento do modus-operandi de cada organização e todo o seu universo, admitindo uma troca de conhecimento num acto de criação partilhada. É fundamental valorizar esta articulação, por forma a que o projecto seja visto como um todo, enquadrando o investimento de uma forma consistente e ponderada.
Esta simbiose é sempre geradora de complementaridade positiva.
Como resultante desta ligação, a Proj3ct, produtora de arquitectura industrial enquanto segmento de especialização, é motivada a ter uma visão mais completa e integrada, ajustando também ela o modus-operandi, focando-se na qualidade e condições do serviço que oferece e não apenas no produto que cria.
Tudo, pela melhoria contínua dos processos e dos resultados, de modo a elevar a arquitectura industrial ao espaço de reconhecimento que lhe é merecido.
Tiago França Lopes,arq.
Proj3ct,Lda