“O turismo de arquitectura está longe das suas potencialidades”
Em entrevista ao CONSTRUIR, José Manuel Pedreirinho, Presidente da Ordem dos Arquitectos, falou sobre Turismo de Arquitectura e enumerou conjuntos urbanos imperdíveis
Ana Rita Sevilha
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Em entrevista ao CONSTRUIR, José Manuel Pedreirinho, Presidente da Ordem dos Arquitectos, falou sobre Turismo de Arquitectura e enumerou conjuntos urbanos imperdíveis. Para o arquitecto, a arquitectura portuguesa contemporânea e o património histórico contemporâneo têm sido objecto de uma crescente atenção, contudo, estão ainda longe das suas potencialidades.
Potencial turístico da arquitectura portuguesa é explorado ?
José Manuel Pedreirinho: Temos de distinguir o potencial da arquitectura portuguesa contemporânea, objecto do interesse de um público cada vez mais numeroso, daquele que é há muito a exploração de todo o rico património histórico arquitectónico. Ambos têm sido objecto de uma crescente atenção mas ainda muito longe das suas potencialidades.
O que a Ordem dos Arquitetos pode fazer para ajudar a potenciar?
A Ordem dos Arquitectos pode e deve ter um papel determinante na divulgação da arquitectura portuguesa, da cultura e do trabalho dos arquitectos portugueses, contribuindo desse modo para alargar o conhecimento de todo esse potencial turístico e cultural que a ele está ligado.
Em termos de prática da profissão o que se poderia ganhar com uma maior promoção do País como destino para um turismo cultural focado na arquitectura?
A promoção de um turismo cultural, ainda que focado na arquitectura, não se deve circunscrever a ela, antes alargar-se ao território e à paisagem que têm em muitos casos sofrido uma significativa degradação. Em termos de prática profissional qualquer acção que vise a qualificação do construído e uma maior atenção à arquitectura constituirá, seguramente, um excelente incremento à prática profissional com a significativa vantagem de poder, neste caso, dada a dispersão de muitas destas obras, constituir-se também com um papel pedagógico importante.
Num roteiro pelo País, que edifícios, zonas ou cidades colocaria como imperativos
São muitos os exemplos de edifícios, conjuntos edificados, zonas ou cidades que pela sua qualidade justificariam fazer parte de um roteiro. Enumerar alguns é pois ter a consciência dos muitos que ficam de fora. Fiquemo-nos então apenas por alguns dos conjuntos de média dimensão, para referir, Évora, Guimarães, Mértola, Almeida, Elvas, Sintra ou Valença, deixando de fora os inúmeros edifícios, sítios e zonas que um qualquer roteiro não poderia deixar de mencionar.