NPL na Ibéria deverá atingir os 28 MM€ ainda este ano
Projecção foi apresentada esta quarta-feira, durante a conferência “NPL Iberia”, em que Portugal emerge como um mercado de oportunidade
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O ano de 2019 deverá voltar a ser marcado pelo dinamismo na transacção de carteiras de crédito malparado (Non-Performing Loans, NPL) na Ibéria, nota a Prime Yield, parte da Gloval, no seu mais recente relatório referente a este mercado, “Investing in NPL in Iberia 2019”. A empresa antecipa que a transacção de tais portfólios possa ascender a €28.000 milhões este ano, simultaneamente beneficiando do crescente interesse dos investidores por este tipo de activos e pelos mercados sul-europeus. Mas também, e especialmente, porque a Ibéria se afirma como um mercado que proporciona oportunidades para perfis e tickets de investimento variados, uma vez que Portugal e Espanha se encontram em fases distintas de maturidade deste mercado, com níveis de retorno e competitividade diferentes.
O estudo da Prime Yield prevê que Portugal registe um novo ano recorde na transacção deste tipo de carteiras, atingindo um volume de €8.000 milhões, à medida que a procura e oferta estão cada vez mais alinhados. Excedendo as melhores expectativas e seguindo dois anos em que volume médio de venda de malparado se situou em torno dos €2.000-€3.000 milhões, o mercado de NPL acelerou de forma acentuada em 2018 e atingiu um pico de €7.500-€8.000 milhões em transacções, um número inédito no país, com todos os grandes bancos a transaccionarem portfólios. A transacção das grandes carteiras deverá continuar a marcar a actividade este ano, com uma dinâmica especial nos activos garantidos por imóveis, cada vez mais atractivos dado o crescimento dos preços no sector imobiliário.
O stock de malparado no sistema financeiro português atingiu os €21.300 milhões no 2º trimestre de 2019 (*), menos €8.500 milhões do que um ano antes (€29.800 milhões), conforme dados da Autoridade Bancária Europeia (EBA). O stock nacional é agora equivalente a 3,3% do montante de NPL contabilizado no sistema financeiro europeu, num total de €635.800 milhões. A par desta redução expressiva no stock de malparado, o peso do crédito em incumprimento sobre o montante total de empréstimos (rácio de NPL) também tem vindo a decrescer de forma consistente, recuando agora para 8,9%. Tal valor fica 3,5 pontos percentuais abaixo do rácio de NPL de 12,4% registado um ano antes, mas, ainda assim, Portugal mantém o terceiro rácio de malparado mais elevado da Europa, apenas superado, ainda que bem de longe, pelo Chipre e Grécia, com rácios de, respectivamente, 21,5% e 39,2% no 2º trimestre de 2019.