A aposta no modular
A Ecosteel entrou no negócio de estruturas modulares provando que quer ser “much more than windows”. Depois da GoFriday, a Ooty é a mais recente incursão, com um investimento de 20 M€ numa nova unidade de produção de CLT
Manuela Sousa Guerreiro
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A aquisição de uma participação na Ooty é o último negócio, à data, do grupo Ecosteel. A entrada no capital da empresa que se dedica à produção de estruturas pré-fabricadas e modulares com subestrutura em madeira, é justificada pelo grupo como uma “aposta na sustentabilidade e na utilização de materiais como a madeira que permitem reduzir a pegada de carbono em 60% a 70%. Com esta, e outras parcerias, procuramos alcançar objectivos mais ambiciosos para o presente e futuro, visando um crescimento e visibilidade mais expressivos, não só para a marca como também para a sua área de actividade e causa ecológica. Por outro lado, a parceria entre as empresas visa sustentar parte de uma estratégia que enaltece e interliga os conceitos de inovação e consciência ambiental e abre caminho em direcção a um futuro construído eco consciente e preocupado com a saúde do planeta”, justifica a Ecosteel pela voz da sua responsável de Comunicação e Marketing, Rita Barata Castro.
Sustentabilidade e ecologia à parte, a parceria irá permitir alavancar a actividade da Ooty nos mercados internacionais e, simultaneamente, irá permitir o arranque de uma unidade de produção de CLT que terá capacidade para produzir 50.000m3 / ano. A combinação deste sistema construtivo com o de estruturas modulares pré-fabricadas (wood frame) resultará numa capacidade produtiva de 1.000 a 1.200 casas por ano. “Estamos a falar de um investimento total que ronda os 20 milhões de euros, a ser realizado na zona industrial de Esposende. A implantação começa no imediato, mas pode demorar mais de um ano até estar operacional. Prevê-se que em 2024 já estejamos a trabalhar em pleno, contando com uma equipa de mais de 100 pessoas”, avança Rita Barata Castro.
A capacidade de produção será “escalada” e pode demorar alguns anos até atingir o pico produtivo, mas mercado para escoar a produção não falta. “Já temos garantido o escoamento de produto. Ainda que o objectivo seja o mercado europeu, já temos projectos nacionais de dimensão que irão absorver garantidamente essa capacidade nos primeiros 2 anos”, garante a directora.
Esta não é a primeira incursão da Ecosteel no segmento modular, com a aquisição da GoFriday ainda recente o grupo justifica a aposta: “tanto as soluções de casas-barco da GoFriday como as construções modulares da Ooty, dão resposta a uma tendência que se intensificou com a pandemia e que tem vindo a crescer, fruto de uma mudança de mentalidade. Digamos que, depois de décadas de contínuo êxodo rural rumo às cidades, a pandemia trouxe um novo paradigma. Inclusive, um estudo recentemente divulgado, dá conta que 30% dos residentes das cidades gostariam de viver no campo. Acho que acabamos por dar resposta a este tipo de pessoas que procuram uma habitação permanente em locais mais isolados ou usufruir apenas de momentos de lazer sem que para isso tenham de abdicar do conforto”, refere Rita Barata Castro.
Acrescem a rapidez de construção, os (menores) custos que acarreta e/ou a possibilidade de construção em locais únicos e até isolados, já para não falar da “sustentabilidade, da eficiência energética, os próprios materiais utilizados na construção e toda uma série de preocupações ambientais que estão cada vez mais presentes nas escolhas dos clientes. Por exemplo, a montagem de uma casa de 200m2 pode ser feita em pouco mais de uma semana por uma equipa de quatro pessoas, o que constitui uma vantagem”, assegura a responsável.
Entretanto, na GoFriday as mudanças são já visíveis, em especial “ao nível da industrialização, da execução do projecto, do aumento da capacidade de produção e da facilidade de transporte e instalação”. Está actualmente a decorrer a construção de uma casa barco que funcionará com showroom na marina do Freixo.
Ecosteel aumenta capacidade de produção de janelas para 5000m2
O ano passado o grupo anunciou o investimento de 15 M€ na expansão do seu parque industrial de Laúndos. O investimento está concluído?
O investimento que temos vindo a fazer encontra-se numa fase avançada com conclusão prevista para meados do próximo ano.
Qual a dimensão actual do parque industrial? E qual a sua capacidade de produção actual?
A área da unidade de fabrico são 17.500m2, mas temos capacidade para produzir cerca de 5000m2 mensais de janelas.
Quanto desta produção é destinada ao mercado interno e quanto é para exportação?
A aquisição do novo espaço já permitiu duplicar a produção que se destina principalmente aos mercados externos, para onde vai cerca de 70% do fabrico, sendo que os Estados Unidos são, por agora, um dos principais destinos.
De que forma a vossa actividade tem sido ou não comprometida com os problemas de natureza conjuntural (falta de matéria prima e logísticos)?
Para tentar controlar eventuais rupturas, foi feito um trabalho controlado para antecipar a falta de fornecimento, principalmente do alumínio. Não só conseguimos antecipar a entrega de matéria prima, como também acumular stock, o que permitiu dar continuidade às encomendas e servir os clientes sem atrasos. Podemos mesmo afirmar que no que á logística diz respeito não sentimos ainda nenhum problema.
Em termos de actividade global da Ecosteel, qual a perspectiva de volume de negócios e facturação do grupo no final de 2021?
Apesar da crise pandémica, o Grupo Ecosteel tem vindo a crescer, prevendo-se uma facturação de 26 milhões de euros. Nos últimos 3 anos tivemos um crescimento médio na ordem dos 33% / ano. Depois deste crescimento exponencial, este é um ano cuja previsão é de consolidação do negócio. No entanto, relativamente ao mesmo período do ano passado, neste momento estamos 2 milhões de euros acima do que era expectável.
A Ecosteel tem presença em alguns países, quais?
Temos parceiros a nível local: Bélgica, Sul França, Itália, Croácia, Canada West Coast, Israel, Espanha, Suíça, EUA, Turquia, Grécia, México.