“Estamos a viver um período de fortes investimentos na ferrovia”
A afirmação de Marcos Rúbio, administrador do Grupo Sacyr em Portugal, em entrevista ao CONSTRUIR, consubstancia as previsões de crescimento da empresa este ano e do reforço da carteira de investimentos para 2023. Um crescimento sustentado pela aposta na Ferrovia a nível global

Manuela Sousa Guerreiro
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(na imagem: Marcos Rúbio, administrador do Grupo Sacyr em Portugal, e António Laranjo, presidente do conselho de administração da Infraestruturas de Portugal (IP), na cerimónia da assinatura da empreitada de electrificação do troço da Linha do Algarve, entre Faro e Vila Real de Santo António)
Depois do Uruguai, onde está a executar o Proyecto Ferrocarril Central, o Chile é o novo destino da Sacyr Neopul, a empresa ferroviária do universo Sacyr. Em entrevista ao CONSTRUIR, Marcos Rúbio, administrador do Grupo Sacyr em Portugal, fala sobre os drivers do crescimento da empresa que em Portugal está a executar, no âmbito do Ferrovia 2020, as empreitadas de Renovação das Linhas de Sines e Beira Alta e Electrificação da Linha do Algarve.
A sustentabilidade fez renascer a importância da aposta na Ferrovia. Podemos fazer esta leitura?
Sim, podemos claramente fazer essa leitura. A Ferrovia está a ganhar cada vez mais importância nacional e internacionalmente.
Enquanto especialistas neste tipo de infraestruturas, como avaliam o contexto actual a nível internacional?
Existe um claro reconhecimento da importância e sustentabilidade das infraestruturas ferroviárias por todo o mundo em detrimento de projectos rodoviários. Estamos a viver um período de fortes investimentos nesta área, seja através da construção de novas linhas, electrificação de infraestruturas existentes ou requalificação e renovação de linhas que, pela sua avançada idade ou limitações de utilização, necessitam de intervenção e investimento.
Esta é uma área que tem avançado muito em termos tecnológicos. Quais os principais desafios e questões actuais que obrigam a uma atenção e investimentos redobrados?
Ao nosso nível, claramente as questões ambientais e de segurança. Cada vez mais, são feitas exigências relativas à qualificação e formação dos nossos recursos humanos.
Também existem limitações em diversos mercados com a utilização de equipamentos a combustão, o que exige das empresas a realização de fortes investimentos em novos equipamentos eléctricos ou com baterias.
Neste momento estão presentes em que mercados e de que forma?
Para além de Portugal, estamos presentes, através de sucursais e filiais da empresa, em Espanha, Irlanda, Reino Unido, Brasil, Chile e Uruguai.
2023 será um ano de expansão da actividade
O Uruguai foi o último país do plano de expansão da empresa. Que mercados vêem com maior potencial e o que têm pensado no que à estratégia de expansão da empresa diz respeito?
Depois do Uruguai já iniciámos actividade também no Chile, com um contrato para o Metro de Santiago. Estamos bastante atentos aos mercados escandinavos.
Actualmente quais as principais obras em curso?
Temos actualmente em carteira uma diversidade grande de contratos que vão desde a construção e renovação de infraestruturas à manutenção de linhas existentes. Temos contratos de projectos de alta velocidade, metros de superfície, metros subterrâneos, linhas convencionais, em diversos regimes de contratação, como PPP, contratos públicos e prestações de serviços.
Como principais contratos temos a Renovação das Linhas de Sines e Beira Alta, Electrificação da Linha do Algarve, Metro superfície de Edimburgo, Metro Santiago.
A perto de mês e meio do fim de 2022, que balanço faz do fecho do ano e perspectivas para 2023?
Este ano esperamos crescer a nossa actividade cerca de 20%. As perspectivas para 2023 são bastante optimistas. Em Portugal será um ano de plena construção dos projectos do plano 2020 e do início dos que estão incluídos no novo pacote de investimento 2030.
Internacionalmente também esperamos uma forte consolidação da empresa em Espanha, com bastantes investimentos previstos para a área ferroviária, no Chile e também na Irlanda.
Como é que os constrangimentos, como sejam a falta de matérias-primas, o aumento dos seus preços e a falta de mão de obra condicionaram a vossa actividade e influenciaram os vossos resultados?
O impacto é enorme. Estamos a gerir o tema com os diferentes clientes face a uma realidade indubitável para todos.
A actividade da Sacyr Neopul decorre de forma paralela ao grupo onde se insere? De que forma é potenciada esta ligação?
Decorre em total sinergia com o grupo, com a utilização das estruturas e recursos existentes em cada país onde a presença da Sacyr é já uma realidade, ou potenciando em conjunto novos mercados estratégicos para o grupo.