Residência de Estudantes de Benfica
Há mais alojamento para estudantes em Portugal, mas preço médio por cama aumenta 14%
O sector privado disponibilizou mais 1.900 novas camas nas regiões de Lisboa e Porto, uma variação homóloga de cerca de 25%, que representa um dos maiores aumentos registados nos últimos anos, revela estudo da Cushman & Wakefield
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A Cushman & Wakefield (C&W) divulga os resultados do seu mais recente estudo sobre o mercado de Alojamento para Estudantes – classe de activos Purpose Built Student Accommodation (PBSA) – em Portugal. O estudo deste ano vem confirmar a ascensão desta classe de activos no mercado português, mas revela que a oferta continua a estar abaixo das necessidades.
“Com um número crescente de estudantes internacionais e um mercado residencial muito desafiante, o (ainda) pequeno mercado de alojamento para estudantes em Portugal tem vindo a exceder as expectativas”, indica Ana Gomes, head of development & living da Cushman & Wakefield Portugal.
Desenvolvido pela equipa de Development & Living, da Cushman & Wakefield, o estudo apresenta o panorama actual do mercado de alojamento alternativo. Uma das primeiras conclusões da análise é de que há “espaço para crescimento significativo no mercado de PBSA, uma vez que a taxa de provisão continua a ser inferior às de outras cidades da Europa e a actual oferta não será suficiente para alterar esta situação”. Ao longo dos últimos 12 meses acentuou-se a dificuldade em encontrar alojamento alternativo nas regiões de Lisboa e Porto por existirem cada vez mais famílias a arrendar apartamentos que antes eram partilhados por estudantes. Isto apesar do sector privado ter disponibilizado mais 1.900 novas camas nas regiões de Lisboa e Porto. “Este aumento representa uma variação homóloga de cerca de 25% no número de camas disponíveis, um dos maiores aumentos registados nos últimos anos. Por outro lado, este aumento não conduziu a uma diminuição do preço por cama dos alojamentos existentes”, revela o estudo.
Com os valores de arrendamento no mercado residencial a aumentaram significativamente, face à oferta reduzida, faz com que “projectos de PBSA sejam, actualmente, os mais atractivos para os estudantes”.
Com as residências de estudantes verificaram uma ocupação quase total durante o ano lectivo de 2022, tanto em Lisboa como no Porto, provocando uma subida acentuada dos preços por cama. A taxa de oferta, tanto em Lisboa como no Porto, situa-se agora em cerca de 6,7%, ainda a uma distância importante da média europeia (13%);
Foi registado um aumento muito significativo dos preços por cama, de cerca de 14%, numa comparação anual, em ambas as cidades. O preço por cama em Lisboa situa-se agora nos 730€, enquanto no Porto ronda os 630€.
O estudo demonstra ainda que o número de unidades residenciais construídas em Portugal na última década (2013 – 2022) foi idêntico ao número de unidades construídas em 2002 (cerca de 120 mil), pelo que se conclui que a diminuição da oferta no mercado residencial tem um impacto directo na disponibilidade de apartamentos e, consequentemente, no valor das rendas.
Por outro lado, concluiu-se que o atraso na introdução de novos projectos de residências de estudantes no mercado terá inevitavelmente um impacto em breve, uma vez que a taxa de crescimento de estudantes continua bastante estável, com Lisboa e Porto a tornarem-se entre as cidades mais apreciadas para estudar na Europa. Assim, a taxa de provisão continuará a ser baixa, em comparação com o resto da Europa, e a pressão sobre os preços por cama irá manter-se nos próximos tempos.