Francisco Horta e Costa, Director Geral CBRE Portugal
Investimento em imobiliário comercial recua 52% face a 2022
Num ano marcado pela redução para metade do investimento imobiliário de rendimento, face a 2022, destaca-se o crescimento notável da hotelaria e do retalho, refere análise da CBRE. 2024 será ainda instável, mas prevê-se recuperação já no primeiro semestre do ano, com a chegada de portefólios relevantes a mercado
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O investimento em imobiliário de rendimento ascendeu a 1.600 milhões de euros em 2023, de acordo com o balanço divulgado pela CBRE. O investimento distribui-se sobretudo pelas regiões de Lisboa, que captou 26%, Porto com 17% e Algarve que, devido ao enorme dinamismo do sector de hotéis, captou 20% do total do valor investido em imobiliário. Em hotelaria, a consultora adianta ainda que 82% do capital investido é de origem estrangeira.
A distribuição por sectores posiciona a hotelaria e o retalho como sectores estrela, nomeadamente com 39% e 34%, seguidos do sector de escritórios com 10%, as residências de estudantes que representaram 7% e os scetores de industrial e residencial na cauda da tabela, com 5% e menos de 1%, respectivamente.
O ano de 2023 registou um total de 94 transacções, 60% abaixo do ano anterior. Entre as dez maiores transacções do ano, a CBRE esteve envolvida em nove, num total de 855 milhões de euros. No top 3 de operações estão a aquisição dos hotéis Dom Pedro pela Arrow Global, a venda do portefólio Amália – 150 supermercados – à LCN Capital Partners e a transacção do resort algarvio Palmares Ocean Living & Golf, vendido pela King Street Capital e Kronos também à Arrow Global.
“2023 foi de facto um ano atípico e de acentuado recuo face ao ano anterior. Com o objectivo de controlar a inflação, as taxas de juro registaram um aumento acelerado, trazendo bastante incerteza a nível de pricing dos activos e deixando os investidores mais cautelosos. Parece-nos que o retalho e a hotelaria serão de novo em 2024 sectores de destaque pela sua performance positiva e sólida mas também prevemos que a procura por produtos alternativos como as residências de estudantes e healthcare continue a aumentar”, comenta Francisco Horta e Costa, director geral da CBRE Portugal.