Investimento será de “retoma gradual no segundo semestre”
Depois de quebras significativas na actividade de investimento imobiliário comercial, assim como no mercado ocupacional, particularmente no sector de escritórios na Grande Lisboa, 2024 deverá registar um crescimento de 7%
![Cidália Lopes](https://backoffice.construir.pt/app/uploads/2021/07/Cidalia-Lopes-120x120.jpg)
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O mercado imobiliário antecipa, para 2024, uma “evolução distinta” ao longo do ano e “influenciada pelas expectativas de redução das taxas de juro de referência pelo BCE” na Primavera”. De acordo a consultora da Cushman & Wakefield, “o primeiro semestre continuará a ser ainda caracterizado por alguma estagnação, seguido de uma retoma gradual no segundo semestre”.
É, por isso, expectável que depois do “abrandamento” verificado em 2023, que “todos os sectores registem aumentos homólogos durante este ano”, indica o 42ª edição do Marketbeat Primavera, realizado pela consultora.
O estudo destaca, ainda, a importância da sustentabilidade e dos critérios de ESG, transversais a todos os segmentos, que vão continuar a ser o maior enfoque dos intervenientes no mercado, aumentando a disponibilidade para pagar um valor green premium.
“Efectivamente, ocorreram quebras significativas na actividade de investimento imobiliário comercial, assim como no mercado ocupacional, particularmente no sector de escritórios na Grande Lisboa, onde se atingiu o valor mais baixo de absorção da última década. Ainda assim, houve sectores a demonstrar uma evolução positiva, nomeadamente retalho, que registou uma retoma moderada, e hotelaria, com aumentos transversais para valores acima dos registados em 2019 (pré-pandemia)”, afirma Eric van Leuven, director geral da consultora em Portugal.
Em 2023, a actividade de investimento imobiliário comercial registou uma “quebra homóloga expressiva” de 44%, com um volume de 1.690 milhões de euros, “em linha com outros mercados europeus” e caracterizado por uma “maior prevalência de transacções de menor dimensão, com o valor médio a reduzir para os 18 milhões de euros”.
Dada a menor disponibilidade do capital estrangeiro, os investidores domésticos aumentaram a sua quota de mercado para 33% do volume total investido. A maioria do capital foi alocado aos sectores de hotelaria e retalho, que agregaram 38% do volume total investido cada.
As estimativas actuais reflectem a expectativa de retoma gradual generalizada do investimento em imobiliário comercial na segunda metade de 2024, com o volume associado às transacções actualmente em diversas fases de negociação, e com conclusão prevista para este ano, na ordem dos 1, 8 mil milhões de euros, o que reflectirá um crescimento homólogo de 7%.
O sector de escritórios deverá ser aquele que irá registar uma maior recuperação, agregando 47% do volume total, seguido da hotelaria com 27%.
A este valor, a Cushman & Wakefield, antecipa, ainda, um valor acrescido de 1,1 mil milhões em transações, actualmente suspensas, mas com possibilidade de conclusão até ao final de ano, assim como as usuais operações off-market.
Desta forma, apesar de as yields de referência de mercado poderem ainda sofrer alguma correção em alta durante o início do ano, no final de 2024 deve registar-se uma estabilidade homóloga, possivelmente com redução de yields, e consequente aumento de valor.
Antecipa-se, ainda, uma retoma progressiva do protagonismo dos grandes investidores internacionais, assim como algum alívio no acesso à dívida bancária e refinanciamento.