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Arrendamento de luxo a nível global abranda, mas cidades portuguesas são excepções
De acordo com o mais recente relatório da Knight Frank, parceira da portuguesa Quintela e Penalva desde 2021, o mercado das rendas no sector do imobiliário de luxo está a começar a abrandar, com a taxa anual a ficar nos 5,2% considerando os últimos 12 meses, situação inversa ao registado nas cidades portuguesas do Porto e Lisboa e na município de Cascais
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O valor referido é inferior aos 8,1% registados no segundo trimestre e representa o nível mais baixo observado desde o terceiro trimestre de 2021, embora as rendas ainda estejam a subir acima da tendência da taxa de longo prazo registada no período pré-pandémico.
O Prime Global Rental Index, agora divulgado, abrange 10 cidades (Sydney, Auckland, Londres, Singapura, Genebra, Toronto, Mónaco, Tóquio, Hong Kong e Nova Iorque), as quais registam um aumento anual médio de 5,2% até Dezembro de 2023. Esta é também a primeira queda trimestral observada desde o primeiro trimestre de 2021. Numa perspectiva trimestral, o crescimento médio das rendas, a nível mundial, diminuiu -0,6%, proporcionando algum alívio aos inquilinos.
O relatório da Knight Frank considera que, à semelhança do que acontece na maioria dos mercados de arrendamento residencial, o segmento de luxo não está imune ao desfasamento crónico entre a oferta e a procura que se tem vindo a observar desde há mais de três anos. No entanto, embora a procura se mantenha forte, a capacidade de os inquilinos continuarem a acompanhar o aumento das rendas está condicionado por uma questão de acessibilidade financeira. Este facto, juntamente com uma ligeira melhoria na oferta do arrendamento, está a limitar o ritmo de crescimento das rendas.
Olhando em detalhe para as cidades abrangidas pelo Prime Global Rental Index, Nova-Iorque, cujas rendas de luxo caíram todos os meses nos últimos trimestres, surge em último lugar no top 10, com os seguintes valores: -0,3%, a nível anual, e -2,5%, considerando o crescimento trimestral. Ainda assim, existem indícios, ainda fracos, de que a disponibilidade financeira dos arrendatários esteja a melhorar.
Já o crescimento anual das rendas no centro de Londres, cidade que ocupa o terceiro lugar, é de 7,9%, o valor mais baixo em dois anos, indicando uma tendência de arrefecimento à medida que a procura e a oferta se reequilibram. E embora o mercado de arrendamento de Sydney tenha suavizado ligeiramente, o crescimento anual é de 18,1% e o trimestral de 4%, estando por isso no topo da lista.
“Nos últimos três anos, os principais mercados mundiais de arrendamento de luxo registaram um dos booms mais fortes de que há registo, combinando uma tempestade perfeita, de uma baixa oferta reforçada pela reduzida conclusão de novas construções e uma renovada e forte procura, apoiada por mercados de trabalho saudáveis”, diz Liam Bailey, global head of research da Knight Frank. Apesar do actual abrandamento das rendas, o investigador argumenta que os mercados de arrendamento deverão normalizar durante os restantes meses de 2024.
Arrendamento continua a crescer no Porto, Cascais e Lisboa
Já em Portugal, segundo dados da Quintela e Penalva, o mercado de arrendamento continuou a valorizar ao longo de 2023. Nos últimos 12 meses (dez22 a dez23), o maior crescimento registado foi no Porto (15,9%), seguido de Cascais (12,5%) e de Lisboa (12,3%). E se na capital os preços das rendas aumentaram sobretudo nos apartamentos, em Cascais foram as moradias que mais valorizaram, com um aumento de 19%.
Para Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, “o aumento registado reflecte a tendência global da falta de oferta face à procura, por um lado, mas também o crescente interesse dos investidores de buy-to-rent em projectos que estão a ser lançados no mercado’
O Alex Koch de Gooreynd, responsável pelos mercados suíço, austríaco e português na Knight Frank sublinha que “o interesse global pelo Porto tem continuado a aumentar, não só devido à qualidade de vida oferecida, mas também pelos investidores, atraídos pelos preços atractivos dos novos projectos que geram elevados rendimentos de arrendamento”.