Patrícia Pimenta
Realidade para lá da ficção-científica*
Onde estamos hoje e aquilo que a IA pode acrescentar está para além do que a ficção nos mostra. A tendência para fazer a transição para activos mais tecnológicos e sustentáveis está a aumentar em todo o mundo e Portugal não escapa à tendência

Manuela Sousa Guerreiro
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“Todos concordamos que o aparecimento da IA veio marcar um antes e um depois nas nossas vidas – e, mais além disso, ela tornou-se um aliado incontestável na luta contra as alterações climáticas. No entanto, isso não nos deve confundir no que toca à necessidade imperiosa de continuar a aplicar as tecnologias existentes, como as energias renováveis, os veículos eléctricos, a digitalização da rede eléctrica e das instalações atrás do contador, a automatização e o software de gestão dos edifícios, etc. Temos de ser capazes de adicionar a estas tecnologias e iniciativas tudo o que a IA traz para cima da mesa, assegurando que a sua adopção não é atrasada para esperar que a IA evolua ainda mais. Todos os novos edifícios construídos hoje poderiam ser praticamente neutros em termos de emissões se se utilizarem combinações já disponíveis e acessíveis de energias renováveis locais, como a energia solar nos telhados, ou sensores e software que maximizem a eficiência das actividades que consomem energia”, afirma Patrícia Pimenta. A VP Home & Distribution Iberia, da Schneider Electric acrescenta que “do mesmo modo, precisamos de acelerar massivamente a utilização, nos edifícios, de tecnologias com baixo teor de carbono e energeticamente eficientes. Vão permitir-nos obter uma eficiência muito maior, e reduzem significativamente os custos e as emissões, e mais rapidamente do que muitos imaginam. Isto não é ficção científica, antes pelo contrário, está nas nossas mãos torná-lo realidade”.
A tendência para fazer a transição para activos mais tecnológicos e sustentáveis está a aumentar em todo o mundo, incluindo Portugal. “O mercado português está em evolução, e vemos uma crescente sensibilização sobre a importância da tecnologia nos edifícios. A digitalização dos edifícios no país está a ganhar força, especialmente em grandes áreas urbanas como Lisboa e Porto. Há um interesse crescente na implementação de tecnologias inteligentes e soluções sustentáveis no sector imobiliário e da construção, que podem contribuir para aumentar o valor dos activos a longo prazo. De acordo com um relatório da consultora Deloitte, o investimento em tecnologias e soluções sustentáveis pode gerar benefícios significativos a longo prazo para os proprietários e operadores de edifícios, como a redução dos custos operacionais, a melhoria da eficiência energética e a criação de ambientes mais atractivos para os inquilinos. Esta abordagem pode também aumentar a resistência dos activos aos riscos climáticos e regulamentares”, sustenta a responsável da Schneider.
O driver da sustentabilidade
A sustentabilidade está no centro da oferta da Schneider Electric, “todo o nosso portefólio de produtos e soluções foi concebido por, e para, uma melhor gestão da energia em todas as suas aplicações. Contamos com inúmeras iniciativas que demonstram o nosso compromisso com a sustentabilidade em todas as fases do ciclo de vida dos nossos produtos e serviços. Por exemplo, nos últimos 14 anos, o nosso rótulo Green Premium tem oferecido produtos mais sustentáveis e transparentes em termos ambientais. Estamos a evoluir para propostas de valor circulares, integrando critérios de reparabilidade, reciclabilidade melhorada e conteúdo reciclado. Também contamos com certificações externas, como o certificado “Cradle to Cradle”, uma norma internacional de referência para produtos que avalia a segurança, a circularidade e a responsabilidade dos materiais e produtos”, refere Patrícia Pimenta.
3 tendências que impulsionam o sector da domótica
1. Foco crescente na sustentabilidade e na descarbonização –Regulamentos ambientais mais rigorosos e as obrigações de comunicação relativas à eficiência energética começam a exigir que cada vez mais empresas divulguem dados sobre energia e carbono;
2. Ênfase crescente na eficiência operacional e na gestão de custos –Actualmente, apenas 13% das empresas recolhe dados de forma contínua ou em tempo real utilizando análises avançadas, mas estes dados são cruciais para avaliar o desempenho actual das empresas e identificar acções que vão ter efeitos tangíveis. Este ano, e nos seguintes, a maximização da eficiência operacional vai exigir a integração de dados e inteligência artificial (IA).
3. Expectativas em mudança dos ocupantes dos edifícios –. Com maiores exigências de conectividade e personalização, e ainda com a previsão de que a procura de espaço flexível atinja 30% até 2030, as organizações devem dar prioridade aos dados de utilização dos espaços para optimizar a sua ocupação.
*Este trabalho integra o Especial Domótica, Material Eléctrico e Iluminação publicado na edição 501 do Jornal que está presente na Feira Light + Building, a decorrer até 8 de Março em Frankfurt.