Litehaus quer “imprimir” 100 casas por ano em Portugal
O arquitecto Rui Barbosa é o vencedor do concurso de arquitectura lançado pela Litehaus para desenhar a casa impressa em 3D na Comporta. Com vários projectos já em carteira a empresa estabeleceu como meta a construção de 100 unidades/ano
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A Litehaus, lançou em Março o concurso de arquitectura, direccionado a estudantes e profissionais de arquitectura residentes em Portugal para desenhar o projecto de uma casa impressa em 3D para o empreendimento na zona da Comporta, perto de Melides.
“Sendo a impressão 3D a mais recente tecnologia capaz de revolucionar o sector da construção, foi com grande entusiasmo que participei neste desafio lançado pela Litehaus e sinto-me muito honrado por ver o meu projecto seleccionado como vencedor. Na proposta com a qual concorri, procurei aliar este novo método de construção à repetição modular, fácil de ajustar às várias necessidades dos futuros utilizadores e desafios criados pelo ambiente envolvente. Procurei conjugar elementos contemporâneos com a linguagem arquitectónica tradicional de Melides, respeitando sempre o contexto urbanístico”, comenta Rui Marta Barbosa.
A unidade destaca-se pelo seu carácter modular. O azulejo da piscina, que confere uma cor avermelhada à água, e os tons acastanhados e beges presentes nos materiais que compõem a volumetria da casa dão um toque convidativo, acolhedor e quente ao edifício. Adicionalmente, a disposição e número das divisões da casa podem ser organizadas e ajustadas de acordo com a vontade dos clientes e condicionantes do terreno, devido aos espaços modulares e ao corredor central que os conecta.
Esta nova villa vai integrar a rede habitacional zero waste construída com recurso à tecnologia de impressão 3D, desenvolvida pela espanhola Cosmos e que a Litehaus trouxe para Portugal.
A empresa está já desenvolver vários projectos habitacionais no mercado nacional. “Prevê-se que o mercado da construção com impressão 3D cresça 88%, anualmente, podendo valer 400 mil milhões de dólares em 2030, e nós pretendemos fazer parte dessa evolução, contribuindo para um marco na história da arquitectura portuguesa. O nosso objectivo é o de construir 100 habitações por ano em Portugal. Estamos a construir 13 casas em Torres Vedras e estão mais 50 planeadas, temos 73 apartamentos modulares turísticos contratados em Braga e estamos prestes a fechar um empreendimento de 108 acomodações para estudantes em Famalicão”, afirma Simi Launay, chief creative officer da Litehaus.
A tecnologia de impressão em 3D desenvolvida pela Cosmos permite que sejam erguidas 45 m2 de paredes em menos de 24 horas. O segredo para tornar estas casas mais amigas do ambiente centra-se, principalmente, na construção das paredes, compostas, maioritariamente, por ECOMortar, um material que substitui o cimento e produz entre 40 a 50% menos de emissões de CO2. Adicionalmente, a tecnologia modular e de impressão 3D aplicadas na fabricação destas paredes reduz o desperdício em 90%.
A elevada eficiência dos materiais e técnicas de construção utilizados resulta do facto de os módulos serem impressos num local fechado, sob condições ambientais controladas e sem produção em excesso, uma vez que é apenas impressa a quantidade necessária. Nos módulos são, ainda, previamente instalados isolamento, electricidade e canalização, acelerando significativamente a montagem no local.