José Meneses e Castro
MAP Group e a concretização de uma visão 360º sobre o mercado
É o crescimento que dita a restruturação e a expansão do universo da MAP Engenharia. As áreas de engenharia e construção mantêm-se core no, agora, grupo empresarial, que alarga a actividade aos serviços e reforça no imobiliário e no investimento. O CONSTRUIR falou com a dupla co-fundadora da MAP, José Rui Meneses e Castro e Diogo Abecasis
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Há sensivelmente 12 anos, José Rui Meneses e Castro e Diogo Abecasis criavam a Map Engenharia. A empresa cresceu e diversificou a sua actividade para lá da actividade de construção e a nova estrutura empresarial, assumida desde o início de Outubro, é a concretização dessa estratégia. Desta nova restruturação resultam seis novas empresas: três na área da construção; uma gestora de empresas; e duas na vertente de investimento, incluindo capital venture e real estate.
“A grande novidade que apresentamos ao mercado é uma capacidade de resposta 360º”, salienta José Rui Meneses e Castro. Assim, a nova holding, a Map Group, é integrada pela Map Engenharia e Construção, a actividade core do grupo, que inclui a construção de grandes projectos públicos e privados. “É a construtora principal do grupo, que continuará a ser a nossa actividade principal de construção de obras de grande dimensão”, começa por elencar Diogo Abecasis. “Mas aqui começámos a sentir necessidade de segmentar e termos empresas especializadas em alguns nichos de mercado”, justifica o co-fundador da Map. É Aqui surgem a “Map Spaces” e a “Villas, a Map Group company”. A primeira dedicada e especializada em fit out e criação e renovação de espaços interiores, seja no segmento de escritórios, hotéis e/ou espaços comerciais. Já a segunda, a Villas (não confundir com o empreendimento do mesmo nome que o Grupo está a construir para a espanhola Hercesa, em Loures), irá especializar-se na construção de villas de luxo no mercado nacional e terá como foco o cliente privado.
A necessidade de segmentar e criar entidades autónomos é justificada pela especialização exigida pelo mercado, no caso da primeira, e de ocupar um nicho onde a procura tem sido constante nos últimos anos e onde não existe oferta a nível nacional, no caso da segunda. “Estas são actividades que, obviamente, já realizávamos enquanto Map Engenharia, mas a especialização é uma resposta às necessidades especificas que o mercado procura. No caso da Villas é no fundo dar uma ‘assinatura’ à construção de projectos que são exigentes”, justifica José Rui. “Sentimos que o mercado, nestas duas áreas de actividade, procura empresas especializadas, também porque a actuação junto dos clientes requer uma actuação diferente com forte componente de concepção, design e arquitectura”, reforça Diogo Abecasis. “Ao passo que um grande empreendimento tem uma gestão contratual muito mais formal. Nestas áreas, quer de fit out quer na construção de moradias, trata-se de concretizar sonhos. Agora, quer num caso quer noutro, são actividades que a MAP Já faz, na nossa carteira temos fit out, obra residencial de luxo, mas esta segmentação vai nos trazer duas vantagens. Por um lado, conseguimos atrair mais negócio para as diferentes especialidades e, por outro, vamos prestar um melhor serviço”, argumenta Diogo Abecasis.
Da construção saltamos para a prestação de serviços e é nisso que a Map Property Services se irá focar. A nova empresa irá dedicar-se às áreas de gestão e manutenção de edifícios, mais uma vez em resposta à crescente solicitação do mercado. “Os edifícios estão cada vez mais sofisticados, com necessidades de manutenção preventiva e reactiva e claramente esta á uma área com forte crescimento. Fazia sentido criar dendo do universo do grupo uma empresa capaz de lhe dar resposta”, explica Diogo Abecasis.
Promoção Imobiliária e outros investimentos
A Map Real Estate é a quarta nova empresa do grupo e, como o nome indica, dedicada ao investimento e promoção imobiliária. Ainda que ambos os CEO´s sublinhem que não estão no mercado para concorrer com outros players no mercado. “O nosso core business é, reforço, a construção e gestão de património, ou seja, tem muito mais a ver com execução. Esta é uma actividade que gera capital e queremos investir esse capital numa área onde o nosso know how é uma mais-valia, ao esmo tempo que geramos actividade para as empresas do grupo”, explica José Rui Menezes e Castro. O gestor, que é à semelhança de Diogo Abecasis, engenheiro de formação, sublinha que “não somos um promotor imobiliário, não somos meramente um gestor imobiliário, somos, sim, um veículo de co-investimento imobiliário e queremos com a Map Real Estate apresentar uma solução ao envolver-nos no risco da promoção com investidores, mas garantindo o controlo do risco do custo da construção. Esta é a mais-valia que aportamos ao mercado e, eventualmente, venha a desbloquear muitos projectos que hoje estão parados”, afirma José Rui.
O primeiro projecto da Map Real Estate irá nascer em Almada, está em fase de licenciamento e, para já, é uma estreia a “solo”, com foco no segmento residencial. “ainda é prematuro falar deste projecto. Foi uma oportunidade que identificámos, e podemos vir a ter um parceiro no seu desenvolvimento. Mas existem outras oportunidades e muitas vezes até são os promotores imobiliários a desafiarem-nos. E esta é a mensagem. Não queremos criar um braço de promoção imobiliária, mas sim sermos um parceiro estratégico. Os nossos recursos não são ilimitados, mas sempre que haja uma oportunidade em que acreditamos, que haja recursos para o fazer, vamos considerá-la. Temos uma equipa focada nesta área para avaliar e estabelecer parcerias”, considera ainda Diogo Abecasis.
A actuação da empresa é de âmbito nacional, procurando sempre “a melhor localização para o produto”.
A sexta, e última empresa é a Map Capital, a divisão empresarial orientada para a diversificação de negócios que complementam as actividades do grupo, com o objectivo de criar valor para o mesmo. “Iremos ter uma participação activa nessas empresas, mas a gestão dessas entidades continuará a ser autónoma”, explica José Rui Meneses e Castro.
Crescimento, facturação e recursos
Timing! Ambos os fundadores da Map, agora Map Group garantem que este é o momento certo para a mudança. “Acho que a Map está numa óptima fase. Estamos no melhor ano de sempre da Map. Independentemente desta mudança a Map iria crescer. Este ano esperamos duplicar o nosso volume de negócios e fechar 2024 com um volume de negócios de cerca de 80 milhões de euros, para além de termos atingindo um nível de estabilização, maturidade e, naturalmente, crescimento que nos permite dar uma resposta transversal noutras áreas que até aqui não estavam a ter a atenção devida”, adianta Diogo Abecasis.
O maior impacto da criação do Grupo e das suas seis empresas é esperado a partir de 2025, ano que marcará o arranque da contabilidade separada do grupo “a expectativa é que esta diversificação venha a duplicar a facturação do grupo, devido â criação de sinergias entre as diferentes áreas”, sustenta, por sua vez, José Rui Menezes e Castro.
O crescimento do universo empresarial da Map vai obrigar a novas contratações. Assim, actualmente com 150 colaboradores, o MAP Group deverá duplicar esse número até ao final de 2025, para cerca de 300 colaboradores. “Haverá um crescimento em todas as empresas do grupo. Para isso é preciso organização e estamos a passar por um processo interno de transformação para poder dar resposta a todas as áreas”, sublinha o co-fundador da MAP.