«Healthy Buildings 2006» apura progressos técnicos
Pela primeira vez em Portugal, peritos nacionais e internacionais reúnem-se no Congresso Healthy Buildings 2006» para pôr a nú aspectos técnico-cientÃÂficos e a gestão do problema da qualidade do ar interior dos edifÃÂcios. O Centro de Congressos de Lisboa vai receber entre os dias 4 e 8 de Junho o 9º Congresso EdifÃÂcios Saudáveis, evento… Continue reading «Healthy Buildings 2006» apura progressos técnicos
Carina Traça
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Pela primeira vez em Portugal, peritos nacionais e internacionais reúnem-se no Congresso Healthy Buildings 2006» para pôr a nú aspectos técnico-cientÃÂficos e a gestão do problema da qualidade do ar interior dos edifÃÂcios.
O Centro de Congressos de Lisboa vai receber entre os dias 4 e 8 de Junho o 9º Congresso EdifÃÂcios Saudáveis, evento que decorrerá primeira vez em Portugal. A iniciativa vai contar com a presença de vários especialistas nacionais e internacionais, em matéria de «ambiente interior», e cerca de seiscentos congressistas vindos de todo o mundo. Os peritos das diversas áreas: engenharia, arquitectura e medicina vão debruçar-se sobre aspectos técnico-cientificos, com o objectivo de sensibilizar os profissionais do sector para o uso adequado de materiais de construção, os problemas de condensações, humidades, fungos, bolores associados a doenças respiratórias crónicas, a falta de ventilação nos edifÃÂcios, entre outras temáticas.
A conferência internacional terá cerca de setenta sessões plenárias, que irão decorrer ao longo de três dias e meio, sete sessões paralelas de apresentação oral de trabalhos. Manuel Gameiro da Silva, responsável pelo o departamento de engenharia mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, avançou ao Construir que ao nÃÂvel da engenharia, os materiais e técnicas usados na construção, os métodos de cálculo e de projecto, as condições-alvo que se pretendem obter no clima interior, os efeitos do ambiente construÃÂdo na segurança, na saúde e na produtividade dos ocupantes, bem como os equipamentos e sistemas montados nos edifÃÂcios, entre outros factores, vão estar em cima da mesa. Promovido pelo Instituto de Engenharia Mecânica – pólo Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e pela Internacional Society of Indoor Air Quality and Climate, o congresso «Healthy Buildings 2006» será um importante fórum de apresentação e debate dos mais recentes desenvolvimentos de equipas de investigação. Este ano, a principal novidade do evento irá incidir «no esforço da interdisciplinaridade juntando os especialistas dos “efeitosâ€Â, isto é, da saúde, aos conhecedores da problemática das causas (arquitectos, engenheiros, etc.)», revelou Eduardo Oliveira Fernandes, presidente da comissão organizadora do «Healthy Buildings 2006». Segundo o responsável pelo encontro, pretende-se sobretudo «fortalecer a interdisciplinaridade em termos cientÃÂficos e técnicos; apurar os progressos técnicos nos métodos de conhecimento e gestão do problema da qualidade do ar interior; contribuir para as polÃÂticas públicas de saúde ambiental e de construção do ambiente urbano no que respeita ao ambiente interior». Por outro lado, ao nÃÂvel nacional, Eduardo Oliveira Fernandes salienta que o congresso vai permitir criar uma envolvente cientÃÂfica interdisciplinar para um tema que afecta a saúde de um crescente número de portugueses e terá um impacte também na produtividade nacional (absentismo, desempenho profissional).
Estratégias centrais e soluções técnicas
No âmbito da temática central, «ambiente interior», está prevista a apresentação de várias soluções com base no reforço de duas estratégias centrais: «controle na fonte das causas da poluição interior através de um projecto tecnicamente correcto e eticamente assumido e de especificações de materiais “limposâ€Â; valorização da ventilação, uma vez que Portugal, como muitos paÃÂses sofre actualmente de deficit de ventilação nos ambientes interiores», explica o representante máximo da iniciativa. Relativamente a este aspecto, sabe-se que em Portugal os edifÃÂcios não são planeados considerando a necessidade de garantir a qualidade do ambiente interior. Passamos cerca de 90 por cento do tempo em ambientes fechados e doentes. Perante este cenário, Oliveira Fernandes confirma que de facto existem várias lacunas, nomeadamente face àfalta de legislação especÃÂfica sobre este assunto, sublinhando que «são conhecidas as erradas polÃÂticas relativas ao construÃÂdo (leis de arrendamento inadequadas) e as barbaridades cometidas na construção suburbana com a complacência das autarquia». E, acrescenta que para além disso, «os profissionais da construção não estão sensibilizados para estas questões. Contudo, uma vez que foram aprovados novos regulamentos de certificação de eficácia energética e qualidade ambiental recentemente, o presidente da comissão organizadora considera que «mais duvidosa de momento é a capacidade da Administração em os colocar em prática».