Biodesign internacionaliza-se após 15 anos em Portugal
O arquitecto e sócio-gerente da Biodesign, Jorge Cancela, abriu as portas do seu ateliê ao Construir e explicou um pouco desta actividade em Portugal. A Biodesign está neste momento a apostar na sua internacionalização, e tem prevista a realização de projectos na área do turismo, nomeadamente hotéis e unidades turÃÂsticas para Cabo Verde e Angola.… Continue reading Biodesign internacionaliza-se após 15 anos em Portugal
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O arquitecto e sócio-gerente da Biodesign, Jorge Cancela, abriu as portas do seu ateliê ao Construir e explicou um pouco desta actividade em Portugal.
A Biodesign está neste momento a apostar na sua internacionalização, e tem prevista a realização de projectos na área do turismo, nomeadamente hotéis e unidades turÃÂsticas para Cabo Verde e Angola.
Para consubstanciar a BIO internacionalização para além, dos projectos previstos para as ex-colónias portuguesas, o ateliê faz parte de um agrupamento de empresas denominado NEAT (Network for Engineering, Architrecture and Technology) – um agrupamento complementar de empresas das áreas de engenharia, arquitectura, ambiente e tecnologia virado para os mercados estrangeiros que vai em Setembro apostar no mercado argelino.
A aposta na Argélia justifica-se pela proximidade fÃÂsica e pela «lógica mediterrânica» de intervenção, e em Angola e Cabo Verde pela proximidade linguistica e proximidade de investimentos que outras empresas portugueses têm vindo a realizar.
O nome Biodesign, pretende revelar um ateliê onde trabalham várias pessoas que contribuem para um projecto comum – imagem colectiva.
Há 15 anos, a arquitectura paisagista era um mercado muito recente, e «começámos a trabalhar num grande momento de desenvolvimento deste sector nomeadamente no ordenamento do território, recuperação das paisagens, projectos de espaços exteriores», explicou o arquitecto.
Por entre o leque de áreas de interesse, destacam-se os planos directores municipais (PDM) iniciais, de 1ª geração, que tinham muita caracterização e exigiam muita diagnose e muito trabalho local.
Jorge Cancela, considera que este foi um momento importante na descoberta mútua entre equipas de arquitectos paisagistas e de engenheiros na forma de trabalhar em conjunto. Segundo o arquitecto, estes eram «trabalhos pesados», pois exigiam muitos recursos em tempo, em presença fÃÂsica no terreno, em reuniões e na produção de muita cartografia de base.
Os Planos Directores Municipais que mais marcaram este ateliê foram os do pinhal interior sul e de Idanha / Castelo branco.
Destacam-se também ao longo dos 15 anos os planos de ordenamento do território, na orla costeira, albufeiras de águas públicas e planos de ordenamento nas áreas protegidas, essencialmente para resolver problemas que as autarquias precisavam para dar o «salto na requalificação urbana e ambiental», explicou Jorge Cancela ao Construir.
No que diz respeito aos espaços exteriores, o arquitecto refere um trabalho muito significativo realizado em Castelo Branco, que tinha como objectivo contribuir para mudar a imagem de uma cidade do interior, bastante seca, com pouca presença de espaços verdes para uma cidade em franco desenvolvimento.
No que concerne aos estudos, são de salientar o Programa Polis para a Costa de Caparica, ao nÃÂvel do planeamento e projectos para os novos parques de campismo.
Dificulades do ateliê
Muitas das dificuldades de uma PME de arquitectura paisagista prendem-se com questões da gestão financeira, embora o mercado seja vasto, «é muito dependente de cumprimento de prazos apertados, trabalhos que exigem muitas idas aos sÃÂtios, que envolvem equipas alargadas, muitas reuniões, com um custo elevado», o arquitecto explicou que no seguimento destas dificuldades frequentemente existem atrasos nos pagamentos.
Outro problema que se coloca nesta actividade, está ligado ao facto dos projectos envolverem entidades públicas e que muitas vezes estão previstos decorrem durante um ano, mas acabam por demoram 4 ou 5 anos por alterações de polÃÂticas e alterações de objectivos.
Marca de distinção
Existe uma preocupação que a Biodesign tem em todos os seus projectos, que passa por perceber sempre o espaço e quem é que o vai utilizar, ou seja, é dada grande importância às caracterÃÂsticas do local e àsua história.
Posteriormente a essas ponderações, os projectos tentam sempre incluir aspectos de inovação a nÃÂvel ambiental, soluções ao nÃÂvel do consumo de recursos de água, de energia, no fim, os espaços devem estar bem desenhados, enquadrados na história do local e sempre com o máximo de preocupação de trabalhar em conjunto com a natureza.
Objectivos BIODESIGN
A preocupação máxima é sempre com o cliente final, que muitas vezes é o público utilizador e não quem paga o trabalho, neste sentido, o ateliê tenta responder o melhor possÃÂvel aos objectivos de requalificação de uma paisagem, sempre pensando no cliente que vai usufruir do projecto.
Devido às preocupações com o ambiente, inerentes a um ateliê de arquitectura paisagÃÂstica, «estamos a desenvolver um ponto de luz solar em conjugação com uma empresa especializada no sector».
Este candeeiro solar, pretende minimizar significativamente os consumos de combustÃÂveis fósseis.
«Há um trabalho ainda a fazer na requalificação das nossas paisagens urbanas e desafios nas paisagens rurais. Estas paisagens necessitam de intervenções para uma melhor funcionalidade», explicou Jorge Cancela ao Construir.
Outros grandes desafios se colocam com o envelhecimento da população e a chegada de emigrantes, nas paisagens intermédias – os subúrbios, que requerem muito trabalho e atenção.
A Biodesign prevê para o futuro um maior volume de trabalho, mas sempre cruzando as dimensões essenciais ao seu trabalho, a natureza, a sociedade e o território.