Promotores criticam Lei do Licenciamento
A Universidade Católica recebeu durante os dias 27 e 28 de Fevereiro o V Congresso Português de Centros Comerciais, no qual estiveram presentes os principais promotores comerciais e especialistas em sustentabilidade, assim como a Associação Portuguesa de Centros Comerciais No V Congresso Português de Centros Comerciais surgiram criticas ao Governo e àlei de licenciamento… Continue reading Promotores criticam Lei do Licenciamento
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A Universidade Católica recebeu durante os dias 27 e 28 de Fevereiro o V Congresso Português de Centros Comerciais, no qual estiveram presentes os principais promotores comerciais e especialistas em sustentabilidade, assim como a Associação Portuguesa de Centros Comerciais
No V Congresso Português de Centros Comerciais surgiram criticas ao Governo e àlei de licenciamento dos centros comerciais, e foram apresentadas propostas de boas práticas na sustentabilidade destes edifÃÂcios.
Durante o primeiro dia de congresso ouviram-se severas criticas àlei do licenciamento dos centros comerciais. Promotores como a Sonae, a Amorim, a Multi Development e a Mundicenter, insurgiram-se contra a lei nº 12/2004 que “em teoria inviabiliza a aprovação de qualquer projecto para centros comerciaisâ€Â, afirmou Rui Alegre, presidente da Amorim Imobiliária. Com esta legislação o Estado está a “condicionar e a controlar o mercado dos centros comerciaisâ€Â, explica o responsável da Amorim Imobiliária. Com estas limitações impostas aos investidores, a “agenda direcciona-se cada vez mais para o estrangeiroâ€Â, disse Rui Alegre. Os promotores como a Amorim imobiliária e a Sonae Sierra, apostam cada vez mais numa estratégia internacional com projectos quer na Europa central, quer no Brasil.
A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) enviou ao Governo uma proposta de alteração àactual legislação do licenciamento comercial, para que esta seja substituÃÂda por diploma autónomo para os centros comerciais.
A proposta de alteração reclama do Governo que a instalação de centros comerciais não fique sujeita ao regime de autorização consagrado na lei nº 12/2004, pois o diploma foi concebido “na perspectiva de regular a instalação e modificação dos estabelecimentos de comércio (isoladamente considerados) e não pondera as especificidades dos centros comerciaisâ€Â, explicou António Sampaio de Mattos, presidente da APCC.
Esta medida vai dificultar o investimento e “não vai melhorar o ordenamento do territórioâ€Â, refere ÃÂlvaro Portela, responsável da Sonae Sierra.
Sustentabilidade nos centros comerciais
Outro dos temas abordados no Congresso estava relacionado com a sustentabilidade dos projectos para áreas comerciais e a eficiência energética destes edifÃÂcios.
Os centros comerciais em Portugal ainda não estão certificados com selos de sustentabilidade, este é um factor que tem “de começar a ser considerado logo no inÃÂcio do desenvolvimento dos projectosâ€Â, explicou Rita Almeida Dias, consultora da Triple Value.
Os projectos dos centros comerciais devem ser pensados logo de inÃÂcio para serem edifÃÂcios sustentáveis, e posteriormente “a gestão sustentável dos mesmos potencia as boas práticas que já foram implementadas de raizâ€Â, explicou a consultora da Triple Value.
Rita Dias referiu que cerca de 70 por cento do valor comercial de uma empresa depende, ou está directamente ligado àsua reputação no mercado, “são os valores intangÃÂveis que têm capacidade de influenciar consumidores e o mercadoâ€Â. A sustentabilidade dos edifÃÂcios pode acarretar este valor acrescentado, “melhorando a reputação social e ambiental da empresaâ€Â, disse a consultora.
Segundo Rita Dias, não existe uma receita única para implementar uma boa gestão sustentável, mas podem ser construÃÂdos espaços acessÃÂveis a todos (aspecto social), adoptar uma empregabilidade responsável e planear os recursos utilizados.
Por enquanto, não existe nenhum centro comercial no paÃÂs certificado com o selo Leed, mas dos promotores mais empenhados em matéria de sustentabilidade na construção, Rita Dias destaca a Amorim Imobiliária e a Sonae Sierra.
O Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) é o sistema americano de certificação ambiental, um selo do US Green Building Council que distingue os edifÃÂcios verdadeiramente sustentáveis.
Segundo Ricardo Sá, consultor da empresa EdifÃÂcios Saudáveis, cerca de metade dos pré-requisitos para um centro comercial obter a certificação Leed estão ligados ao desempenho energético dos edifÃÂcios.
Existe um pequeno entrave para os promotores obterem esta certificação, é que os proprietários só controlam 25 por cento do consumo dos centros comerciais, sendo que os restantes 75 por cento de consumo correspondem aos lojistas, esta parte da energia utilizada “escapa†ao controlo do proprietário. Outro dado apresentado pelo consultor é que o consumo de energia eléctrica dos centros comerciais em Portugal corresponde ao consumo de 200 mil famÃÂlias portuguesas. Estes dados estatÃÂsticos pretendem alertar para a realidade de consumos destes edifÃÂcios no nosso paÃÂs.
Ricardo Sá, apresentou algumas formas dos promotores aplicarem normas e regras que conduzam a uma melhor gestão sustentável dos espaços comerciais. Para o consultor, o proprietário do espaço deverá desenvolver as polÃÂticas de sustentabilidade desde o inÃÂcio do projecto, a ideia é ser lÃÂder na definição e aplicação da estratégia. As polÃÂticas definidas devem ter em conta as especificidades dos edifÃÂcios e do próprio clima do paÃÂs e da região. Ricardo Sá explicou que para se poupar recursos e reduzir os consumos, não se deve partir para a “poupança cegaâ€Â. O que significa que não se pode pensar que a eficiência energética se resolve com uma redução abrupta da luz e da ventilação, sob pena de se retirar qualidade ao ambiente interno (luz, ar) dos edifÃÂcios.
No final, o consultor da EdifÃÂcios Saudáveis concluiu com o exemplo de um projecto na China, o Pearl River Tower, um edifÃÂcio que será denominado de ‘Zero Energy Building’. Se estes edifÃÂcios vierem a ser construÃÂdos deverão produzir tanta energia quanto aquela que consomem.