Vereador Manuel Salgado considera mobilidade em Lisboa "completamente irracional"
"Não se pode pensar a mobilidade sem a articular com o ordenamento do território e isso está a ser feito agora pela primeira vez"
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O vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa (CML) defende a necessidade de se repensar totalmente o modelo de mobilidade na cidade por o existente ser "completamente irracional" e pôr em risco a sustentabilidade da cidade.
"A sustentabilidade da cidade não permite o crescimento do uso de transporte individual a que se tem assistido nos últimos anos" e a autarquia é a "principal interessada em reduzir" a entrada e circulação de carros na cidade por ser uma forma de "não pôr em causa a sustentabilidade" da cidade, disse Manuel Salgado, perante deputados do grupo de trabalho do sector automóvel e transportes da comissão parlamentar de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional.
Depois de fornecer dados sobre o Plano de Mobilidade encomendado pela CML em 2003/2004, acrescentando que este está a ser actualizado, Manuel Salgado transmitiu aos deputados "uma série de reflexões" que a autarquia está a fazer sobre esta questão e que "pela primeira vez estão a ser articuladas com o ordenamento do território".
"Não se pode pensar a mobilidade sem a articular com o ordenamento do território e isso está a ser feito agora pela primeira vez", referiu, acrescentando que a cidade só é sustentável se forem adoptadas medidas "globais" alternativas ao uso de transporte privado.
Nem mesmo os veículos eléctricos ou híbridos resolvem o problema, referiu, argumentando que embora contribuam para a diminuição dos níveis de poluição não resolvem o problema de estacionamento.
Adoptar políticas de gestão de tráfego e ordenamento do território, definir uma hierarquia de gestão da rede de transportes públicos que articule a cidade", não pensar Lisboa nos limites do município mas em articulação com os concelhos limítrofes, apoiar sistemas leves de transporte, como bicicletas, fomentar as deslocações a pé e pensar numa rede de eléctricos articulada com a rede de metropolitano são, segundo Manuel Salgado, medidas por que passa a resolução da mobilidade em Lisboa.
Mais corredores "bus", articulação do sistema de portagens com o fomento do uso do transporte público, tentar que empregos e as universidades se localizem junto ou próximo de interfaces de transportes pesados, como caminhos de ferro, metropolitano e autocarro são, de acordo com o vereador, outras das soluções que estão a ser pensadas pela autarquia.
A audição de Manuel Salgado insere-se num conjunto de audições que o grupo de trabalho sobre o sector automóvel e transportes tem vindo a fazer com empresas de transportes, de transporte de passageiros, associações do sector automóvel e sua ligação ao sector da energia e transportes em geral com vista à elaboração de um relatório que possa recomendar ao Governo algumas medidas sobre o sector, disse à Lusa o deputado socialista Ventura leite, coordenador do grupo de trabalho.
No final da audição, Ventura Leite disse à agência Lusa estar "satisfeito" por a reunião com o vereador da câmara de Lisboa ter permitido "obter muita informação e constatar que a câmara de Lisboa é a primeira interessada em contribuir para a diminuição do uso de viatura privada e assumir compromissos internacionais ao nível do ambiente, contribuindo para o aumento da qualidade de vida dos residentes".
Questionado sobre o prazo para entrega do relatório do grupo de trabalho, o deputado socialista disse que termina a 15 de Março, contando tê-lo "concluído até final de Março".
O grupo de trabalho sobre o sector automóvel e transportes em geral integra os deputados socialistas Ventura Leite (coordenador) e Rita Miguel, o deputado comunista Agostinho Lopes, o democrata-cristão Helder Amaral, e o social-democrata Mendes Bota, que hoje não pôde estar presente, disse à Lusa fonte do secretariado do grupo de trabalho.