Portugal em Xangai com projecto de arquitectura sustentável
Chama-se Torre Turística Transportável – ttt, é um “exemplo de arquitectura sustentável,

Ana Rita Sevilha
Pestana Residences reforça aposta no Algarve com novo projecto residencial
Leca Portugal conclui transição para uso de biomassa
Ordem dos Engenheiros analisa “apagão” eléctrico que afectou Península Ibérica
Exponor recebe EMAF de 27 a 30 de Maio
Kronos Homes inicia comercialização das branded residences da Marriott no Salgados Resort
Apirac recorda importância da “literacia energética” para reduzir consumos
Nova Placa GYPCORK Protect
Carmo Wood reorganiza-se em duas áreas de negócio
King Street investe 400 milhões de euros na Room00
Que contributo nos trazem as nossas elites?
Chama-se Torre Turística Transportável – ttt, é um “exemplo de arquitectura sustentável, polivalência urbana, integração e mobilidade turística” está a representar Portugal a Oriente, mais concretamente na Expo 2010, em Xangai, na Urban Best Practices Area (UBPA), um espaço reservado às melhores práticas ambientais de arquitectura e soluções urbanas, anunciou a representação portuguesa na Expo 2010. Desenhada por José Pequeno, em parceria com o grupo DST e a Universidade do Minho, a ttt resulta de um investimento de dois milhões de euros, e afigura-se como uma das potenciais aplicações do Energetic Modular Technology (Et3) – um sistema construtivo que conjuga de forma pioneira a madeira e o vidro e que se materializa através de um painel modular que pode ser utilizado como laje e/ou parede resistente. Esta tecnologia venceu no final do ano passado o Concurso Nacional de Inovação BES na categoria Energias.
Torre modular
Com nove metros de altura, nove metros quadrados de área de construção, e três pisos que compreendem uma cozinha e espaço de refeições, espaço de estar, escritório, quarto, varanda exterior e duas instalações sanitárias, a ttt está vocacionada para o turismo de natureza, é transportável, auto-suficiente, e “possui reduzido impacto construtivo, podendo ser incluída em cenários naturais onde não existam infra-estruturas”, pode ler-se no documento descritivo do projecto. Outra das características desta torre é o seu conceito evolutivo de modularidade, portabilidade e multifuncionalidade, o que o torna num elemento replicável e “numa resposta rápida, inovadora e diferenciada à necessidade de materialização de soluções construtivas em altura, em ambientes urbanos”. De acordo com a memória descritiva da proposta, este é um projecto que se orienta para “inovadoras práticas urbanas e turísticas, ao nível da vivência e polivalência do espaço, estudadas em detalhe para evitar dissonâncias com o ambiente, optimizar os processos de construção, reduzir os resíduos resultantes e diminuir os consumos energéticos do edifício”. Da combinação destes factores nasceu aquilo que José Pequeno, a DST e a Universidade do Minho caracterizam de “um produto industrializado, pré-fabricado e inovador a nível mundial, que representa uma nova forma de habitar e vivenciar o espaço”. Na exposição mundial em Xangai, a ttt é o exemplo de “uma nova tendência arquitectónica, representando uma solução que enfoca estratégias inovadoras e tecnologias que visam melhorar a qualidade de vida quotidiana, nas suas diferentes abordagens: eficiência energética, flexibilidade, polivalência, funcionalidade, sustentabilidade dos materiais utilizados e auto-suficiência. A ttt valoriza ainda o planeamento territorial, sendo valorizada a sua integração tanto em ambientes naturais como urbanos”. A Expo 2010 vai ocupar uma área de 528 hectares ao longo das duas margens do rio Huangpu, e vai contar com a presença de 192 países e 50 organizações internacionais, “o maior número de participantes já alcançado”, de acordo com a organização.
Tecnologia Et3
A Energetic Modular Technology (Et3) consiste num sistema construtivo misto de madeira-vidro, biolimático, e que na prática se materializa através de um painel modular misto, composto por madeira e vidro, e que pode ser utilizado como laje e/ou parede resistente. Segundo o documento descritivo do projecto da ttt, que será construído com o recurso a este sistema construtivo, a Et3 “apresenta um forte potencial de melhoria do desempenho energético e ambiental do meio edificado, podendo assumir uma enorme relevância dada a actual valorização da construção sustentável”. Assumindo-se como inovador, o projecto Et3 tem como uma das principais inovações a união estrutural entre a madeira e o vidro através de uma tecnologia de colagem denominada de “tglassbond” (timber-glass strutural bonding system). “A utilização do vidro confere deste modo capacidade estrutural ao painel, transmitindo adicionalmente uma imagem moderna da utilização da madeira”, pode ler-se no mesmo documento. Por sua vez, o sistema integra também sistemas solares passivos e activos, que garantem a eficiência energética do espaço, e operam de modos distintos consoante a época do ano. No que diz respeito aos sistemas solares activos, a mesma fonte explica que “os vidros podem ser fotovoltaicos e transformar a energia solar em energia eléctrica, o que a longo prazo pode constituir também uma fonte de rendimento para o consumidor final”. A dimensão do painel-tipo é de 3,20 x 1,60 metros, e pode ser utilizado tanto na horizontal como na vertical, contudo, asseguram os autores do projecto na memória descritiva, a este modelo padrão poderão ser adicionados ou subtraídos elementos de forma a aumentar a sua eficácia e permitindo a sua viabilidade comercial a nível global. No que diz respeito à sua utilização, funciona como produto final para construção nova ou reabilitação, ou ainda, como subproduto autónomo na materialização de “construções evolutivas, contemporâneas e polivalentes, numa lógica que privilegia, como estratégia de desenvolvimento económico e ambiental, o crescente ecoturismo e a valorização do património natural”. Em jeito de conclusão, os mesmo responsáveis sublinham que “o Et3 vem reinventar novos horizontes na aplicação de soluções de construção sustentáveis: é prefabricado, facilmente transportável e replicável”.