Portugal em Xangai com projecto de arquitectura sustentável
Chama-se Torre Turística Transportável – ttt, é um “exemplo de arquitectura sustentável,
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Chama-se Torre Turística Transportável – ttt, é um “exemplo de arquitectura sustentável, polivalência urbana, integração e mobilidade turística” está a representar Portugal a Oriente, mais concretamente na Expo 2010, em Xangai, na Urban Best Practices Area (UBPA), um espaço reservado às melhores práticas ambientais de arquitectura e soluções urbanas, anunciou a representação portuguesa na Expo 2010. Desenhada por José Pequeno, em parceria com o grupo DST e a Universidade do Minho, a ttt resulta de um investimento de dois milhões de euros, e afigura-se como uma das potenciais aplicações do Energetic Modular Technology (Et3) – um sistema construtivo que conjuga de forma pioneira a madeira e o vidro e que se materializa através de um painel modular que pode ser utilizado como laje e/ou parede resistente. Esta tecnologia venceu no final do ano passado o Concurso Nacional de Inovação BES na categoria Energias.
Torre modular
Com nove metros de altura, nove metros quadrados de área de construção, e três pisos que compreendem uma cozinha e espaço de refeições, espaço de estar, escritório, quarto, varanda exterior e duas instalações sanitárias, a ttt está vocacionada para o turismo de natureza, é transportável, auto-suficiente, e “possui reduzido impacto construtivo, podendo ser incluída em cenários naturais onde não existam infra-estruturas”, pode ler-se no documento descritivo do projecto. Outra das características desta torre é o seu conceito evolutivo de modularidade, portabilidade e multifuncionalidade, o que o torna num elemento replicável e “numa resposta rápida, inovadora e diferenciada à necessidade de materialização de soluções construtivas em altura, em ambientes urbanos”. De acordo com a memória descritiva da proposta, este é um projecto que se orienta para “inovadoras práticas urbanas e turísticas, ao nível da vivência e polivalência do espaço, estudadas em detalhe para evitar dissonâncias com o ambiente, optimizar os processos de construção, reduzir os resíduos resultantes e diminuir os consumos energéticos do edifício”. Da combinação destes factores nasceu aquilo que José Pequeno, a DST e a Universidade do Minho caracterizam de “um produto industrializado, pré-fabricado e inovador a nível mundial, que representa uma nova forma de habitar e vivenciar o espaço”. Na exposição mundial em Xangai, a ttt é o exemplo de “uma nova tendência arquitectónica, representando uma solução que enfoca estratégias inovadoras e tecnologias que visam melhorar a qualidade de vida quotidiana, nas suas diferentes abordagens: eficiência energética, flexibilidade, polivalência, funcionalidade, sustentabilidade dos materiais utilizados e auto-suficiência. A ttt valoriza ainda o planeamento territorial, sendo valorizada a sua integração tanto em ambientes naturais como urbanos”. A Expo 2010 vai ocupar uma área de 528 hectares ao longo das duas margens do rio Huangpu, e vai contar com a presença de 192 países e 50 organizações internacionais, “o maior número de participantes já alcançado”, de acordo com a organização.
Tecnologia Et3
A Energetic Modular Technology (Et3) consiste num sistema construtivo misto de madeira-vidro, biolimático, e que na prática se materializa através de um painel modular misto, composto por madeira e vidro, e que pode ser utilizado como laje e/ou parede resistente. Segundo o documento descritivo do projecto da ttt, que será construído com o recurso a este sistema construtivo, a Et3 “apresenta um forte potencial de melhoria do desempenho energético e ambiental do meio edificado, podendo assumir uma enorme relevância dada a actual valorização da construção sustentável”. Assumindo-se como inovador, o projecto Et3 tem como uma das principais inovações a união estrutural entre a madeira e o vidro através de uma tecnologia de colagem denominada de “tglassbond” (timber-glass strutural bonding system). “A utilização do vidro confere deste modo capacidade estrutural ao painel, transmitindo adicionalmente uma imagem moderna da utilização da madeira”, pode ler-se no mesmo documento. Por sua vez, o sistema integra também sistemas solares passivos e activos, que garantem a eficiência energética do espaço, e operam de modos distintos consoante a época do ano. No que diz respeito aos sistemas solares activos, a mesma fonte explica que “os vidros podem ser fotovoltaicos e transformar a energia solar em energia eléctrica, o que a longo prazo pode constituir também uma fonte de rendimento para o consumidor final”. A dimensão do painel-tipo é de 3,20 x 1,60 metros, e pode ser utilizado tanto na horizontal como na vertical, contudo, asseguram os autores do projecto na memória descritiva, a este modelo padrão poderão ser adicionados ou subtraídos elementos de forma a aumentar a sua eficácia e permitindo a sua viabilidade comercial a nível global. No que diz respeito à sua utilização, funciona como produto final para construção nova ou reabilitação, ou ainda, como subproduto autónomo na materialização de “construções evolutivas, contemporâneas e polivalentes, numa lógica que privilegia, como estratégia de desenvolvimento económico e ambiental, o crescente ecoturismo e a valorização do património natural”. Em jeito de conclusão, os mesmo responsáveis sublinham que “o Et3 vem reinventar novos horizontes na aplicação de soluções de construção sustentáveis: é prefabricado, facilmente transportável e replicável”.