CBRE foi responsável por um terço dos negócios imobiliários em 2015
Consultora imobiliária apresentou um crescimento de 50% relativamente a 2014, ano que, nas palavras de Francisco Horta e Costa, “tinha já sido muitíssimo bom”
Pedro Cristino
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Dos cerca de 2 mil milhões de euros do histórico volume de negócio que o mercado de investimento imobiliário gerou em Portugal, em 2015, a CBRE esteve presente em “um terço dos negócios que envolveram consultoras”. A consultora imobiliária apresentou um crescimento de 50% relativamente a 2014, ano que, nas palavras de Francisco Horta e Costa, “tinha já sido muitíssimo bom”, alcançando o melhor resultado dos seus 27 anos de actividade no mercado português. De acordo com o director-geral da CBRE em Portugal, até agora, “o melhor ano tinha sido em 2007”, todavia, os resultados da consultora no ano passado superaram em 29% o valor então registado. Para Horta e Costa, “estes resultados reflectem o momento positivo que o mercado imobiliário português atravessa, mas também o posicionamento estratégico adoptado pela CBRE em sectores chave”. Esta estratégia permitiu à empresa concretizar “transacções emblemáticas”, como a venda de Vilamoura à Lone Star ou a venda de três centros comerciais Dolce Vita – “a transacção do ano para nós”, segundo o director-geral. Para 2016, a consultora tem já “um pipeline de transacções de cerca de 400 milhões de euros”, composto por “um pouco de tudo mas, essencialmente, escritórios”.
Investimento difuso
O departamento de investimento da CBRE assessorou, no ano passado, 13 transacções avaliadas num total de 260 milhões de euros, que envolveram sete edifícios de escritórios, três centros comerciais, quatro lojas de comércio de rua e um activo logístico, em negócios que envolveram investidores dos Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, China e Portugal. A consultora arranca este ano com instruções exclusivas de comercialização de portfólios de imóveis de escritórios prime, um conjunto de nove imóveis de logística com 125 mil metros quadrados e um grupo de 86 imóveis de vários sectores. Enquanto isso, o departamento de promoção comercializou um valor total de 240 milhões de euros em imóveis. “Vamos vender mais, dada a apetência para a reabilitação urbana, destacou Francisco Sottomayor. Segundo o director do departamento, quanto mais imóveis existissem para reabilitar, “mais compradores haveria”, uma dinâmica que se verifica principalmente em Lisboa, embora a consultora já comece a “detectar interesse no Porto”. “Tudo o que é centro histórico”, acrescentou. De acordo com Horta e Costa, a maioria da actividade de reabilitação é para fins residenciais e atrai “investidores de todas as nacionalidades”. No que se refere ao negócio de agência, a consultora registou um crescimento de 32%, tendo estado envolvida na negociação de 32 mil metros quadrados. No campo do comércio, o departamento da CBRE foi responsável pela por negócios que totalizam 31.200 metros quadrados, distribuídos por retail parks (16.400 metros quadrados), centros comerciais (5 mil metros quadrados) e comércio de rua (9.800 metros quadrados).
Gestão de activos sobe em flecha
Em 2015, a consultora foi responsável pela avaliação de cerca de 15 milhões de metros quadrados, que perfizeram um valor superior a 12 mil milhões de euros, enquanto que o departamento de research e consultoria registou um crescimento de 70% face a 2014, “o que representou o melhor ano de sempre desde que este departamento foi criado, há 10 anos atrás”. Esta área de negócio representou o desenvolvimento de mais de 20 estudos de análise estratégica e reposicionamento, “quer de centros comerciais, quer de escritórios”, entre outros. O negócio de gestão de activos imobiliários registou um crescimento de 155%, acrescentando a gestão de mais 370 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), passando a gerir um total de 500 mil metros quadrados, avaliados em 500 milhões de euros.
Ano a repetir?
Para este ano, Horta e Costa acredita que “há condições para ficarmos entre 1,5 mil e 2 mil milhões de euros” de investimento no mercado imobiliário e que 2016 “não será um ano de um sector em específico”. O director-geral da CBRE prevê que 2016 “manterá a tendência de investimento forte, com a entrada no mercado de portfólios de imóveis de grande dimensão”. “Não me causaria muita surpresa se se vendessem quatro ou cinco centros comerciais este ano”, acrescentou. Ao nível da reabilitação, antevê “a continuação da grande pressão na procura de imóveis em Lisboa, com os investidores gradualmente a procurarem localizações alternativas, com destaque para as zonas prime do Porto”. No sector residencial/turístico, o responsável da consultora acredita que se acentue a retoma do investimento em promoção imobiliária, “nomeadamente nas zonas mais consolidadas, na medida em que nestas áreas não existe stock relevante e o ritmo da procurra tem aumentado”. “Esperam-se várias transacções de projectos de pequena/média dimensão neste sector, nomeadamente no Algarve”, rematou. Por sua vez, o mercado de escritórios caracterizar-se-á pela “escassez da oferta de qualidade com alguma dimensão, o que irá provocar uma forte tendência para os pré-arrendamentos de imóveis a reabilitar ou a construir de raiz”.