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    Engenharia

    Sener e Acciona contratadas para construção de parque de 500M€ na África do Sul

    Contrato foi assinado com o consórcio dono do projecto, liderado pela Engie. Parque está situado na província do Cabo Setentrional e faz parte do Programa de Recursos Integrados do Plano Nacional de Electricidade de 2010

    Pedro Cristino
    Engenharia

    Sener e Acciona contratadas para construção de parque de 500M€ na África do Sul

    Contrato foi assinado com o consórcio dono do projecto, liderado pela Engie. Parque está situado na província do Cabo Setentrional e faz parte do Programa de Recursos Integrados do Plano Nacional de Electricidade de 2010

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    O consórcio formado pela Sener e pela Acciona – e liderado por esta última – anunciou a assinatura de um contrato para a construção do parque solar Kathu, na África do Sul, por mais de 500 milhões de euros.

    Em comunicado de imprensa, a Sener explica que o contrato foi assinado com o consórcio dono do projecto, liderado pela Engie, que está situado na província do Cabo Setentrional e faz parte do Programa de Recursos Integrados do Plano Nacional de Electricidade de 2010. Este parque irá aumentar a capacidade de geração de energia do país, até alcançar 86,6 GW em 2030, dos quais 24% serão renováveis.

    A mesma fonte destaca que a África do Sul recebe uma radiação solar média superior a 2.500 horas por ano e a taxa média diária situa-se entre 4,5 e 6,5 kWh/m2, tornando a energia solar “um dos pilares fulcrais do futuro sistema de fornecimento de energia do país”. As duas empresas espanholas levarão a cabo a engenharia, gestão da construção e comissionamento do parque até à sua entrega.

    A Sener está a fornecer a “principal tecnologia” do complexo, citando o comunicado, como exemplo, a SENERtrough -2. A central, de 100 MW, entrará em funcionamento em 2018 e poderá fornecer electricidade a 80 mil fogos.

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    Almina investe 11M€ para melhorar o controlo e redução da emissão de poeiras

    A nova unidade de britagem secundária de superfície é mais compacta e eficiente e vem substituir a anterior com mais de 16 anos de actividade. Mais sustentável, o investimento terá impacto na redução dos custos de manutenção

    A empresa mineira de Aljustrel, investiu 11M€ numa nova britagem secundária de superfície, numa implantação mais favorável para o controlo e redução da emissão de poeiras e consequente melhoria da qualidade do ar. A nova unidade, mais compacta e eficiente, vem substituir a anterior com mais de 16 anos de actividade, reduzindo os elevados custos de manutenção, mas mantendo a capacidade instalada de extracção, licenciada pelo Título Único Ambiental e Sistema de Indústria Responsável, de 7.008.000Ton/ano.

    A nova instalação ocupa apenas um espaço coberto já existente, Stockpille 1, implantada de acordo com um layout mais simplificado e modernizado, recorrendo a equipamentos de nova geração, mais eficientes e mais adequados tanto à actividade mineira como ao material a explorar.

    Recorde-se que a anterior britagem secundária, localizada junto à Lavaria, estava implantada num layout disperso por três edifícios, que se ligam entre si através de tapetes transportadores, sendo que agora, numa disposição mais compacta, a nova instalação permitirá também ter redundância/flexibilidade em alguns equipamentos.

    A Almina é uma empresa mineira portuguesa com sede em Aljustrel. A região situa-se na faixa piritosa ibérica, compreendida entre o sul do baixo Alentejo e a região espanhola da Andaluzia, sendo uma das zonas mais ricas de minérios metálicos a nível mundial. A Almina explora minérios de cobre, chumbo e zinco, dando emprego a mais de 1.200 pessoas, entre trabalhadores próprios e empreiteiros.

    A empresa, que comemorou 50 anos de actividade em 2023 e que factura 160 milhões de euros/ano, está a cumprir o Programa de Monitorização da Qualidade do Ar, implementado ao abrigo no disposto Declaração de Impacte Ambiental.

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    Geberit Mepla com maior variedade de acessórios

    A Geberit tem vindo a desenvolver há quase 20 anos o seu bem-sucedido sistema de tubagens multicamada Geberit Mepla que permite a instalação fiável, segura e rápida de água potável e sistemas de aquecimento. O sistema apresenta agora mais variedade de diâmetros de tubagem (de 16 a 75 mm) e cerca de 300 acessórios de união por compressão

    Mais resistentes à corrosão e mais leves do que as tubagens de metal; mais estáveis e resistentes do que as tubagens de plástico. A Geberit Mepla combina as vantagens de ambos os tipos de tubagem. A camada de plástico exterior é fabricada em polietileno (PE-RT de segunda geração) e serve de protecção contra a corrosão e os danos mecânicos. A grossa camada central de alumínio, soldada longitudinalmente, consegue que a tubagem seja estável e flexível, ao mesmo tempo que reduz o grau de dilatação dos tubos e são necessários menos pontos de fixação do que com as tubagens de plástico. A camada interior, também fabricada em PE-RT de segunda geração, é resistente à corrosão e segura para uso alimentar. Tem uma rugosidade da superfície de apenas 0,7 μm, torna mais difícil que o calcário e as películas biológicas adiram ao interior do tubo.

    As tubagens com as dimensões d16 e d20 podem curvar-se manualmente muito facilmente. Com uma máquina curvadora curvam-se os tubos de até d50. Por outro lado, o modelo dentado dos acessórios de união plásticos e os anéis de fixação dos acessórios metálicos permitem atingir uma elevada força de retenção dos acessórios na tubagem e evitam que estes saiam da tubagem durante a instalação. Desta forma, o sistema instala-se, alinha-se e comprime-se muito facilmente.

    A ligação dos tubos e dos acessórios faz-se por compressão sem casquilho, comprime-se directamente na tubagem, o quer permite um controlo total da profundidade de inserção. Isto é possível graças à camada de alumínio do interior da tubagem e ao design inovador dos acessórios que garantem uma união fiável e duradoura. Além disso, assim que o sistema estiver pronto para a compressão, é possível verificar cada ligação imediatamente para garantir que cada tubagem está na posição correcta. O sistema é totalmente fiável dado que, durante os testes de estanquidade, os acessórios que não estão prensados apresentam fugas. Ou seja, o teste final de pressão só poderá realizar-se se se tiverem prensado correctamente todas as uniões, o que garante a estanquidade da instalação.

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    Imobiliário

    Terrenos do fundo insolvente Costa Atlântica em leilão por 7,8M€

    Seis lotes de terreno, do insolvente Fundo Imobiliário Costa Atlântica, estão a ser leiloados por 7,8M€. Os activos, localizados em Óbidos, distrito de Leiria, são “ideais para a construção de vários empreendimentos turístico residenciais de luxo”, segundo a leiloeira responsável pela operação. As licitações terminam a 27 de Maio

    A insolvência da Costa Atlântica Fundo Especial de Investimento Imobiliário leva a leilão seis lotes para construção. Entre os activos incluem-se “20 terrenos com potencial construtivo, situados em Óbidos”, segundo a Leilosoc, leiloeira responsável pela operação. Os seis lotes podem ser licitados individualmente a partir de 132.600,00 euros. A avaliação global é de 7.813.200,00 euros.

    Os imóveis localizam-se na freguesia de Vau, com vista para a Lagoa de Óbidos. A sua posição estratégica na Costa de Prata confere uma proximidade inferior a cinco minutos das Praias do Bom Sucesso e da Lapinha. Sendo, por isso, “ideais para a construção de vários empreendimentos turístico-residenciais de luxo com campos de golf associados, que constituem a principal atracção de turistas e residentes”, argumenta a leiloeira Leilosoc.

    O lote um, com um valor base 1,23 milhão de euros, possui uma área total de 12.500,00 m2 e permite a construção de um eco resort e situa-se na zona mais sossegada, muito próxima da Lagoa.

    Para o lote dois, com área total de 27.030,00 m², existe um estudo com apreciação favorável da Câmara Municipal de Óbidos para a construção de 33 moradias (até dois pisos e com área mínima de 350,00 m2). O valor base é de 1 779 900 euros.

    O lote três (valor base 255 mil euros) conta com uma área total de 1.536,00 m2 e uma vista panorâmica para a Foz e o Rio.

    O lote quatro, cujo o valor base é 4,25 milhões de euros, tem um projecto para a construção de 34 Moradias (até 2 pisos e com área mínima de 350,00 m2), com parecer positivo da Câmara Municipal de Óbidos. Estes terrenos situam-se na zona mais privilegiada de todo o Bom Sucesso, na margem sul da foz do rio, a cerca de 40 metros de altitude. Possuem vista sobre a Lagoa, foz do rio e mar.

    Os lotes cinco e seis estão inseridos num loteamento habitacional e correspondem a dois lotes para construção de moradias com áreas totais de 1.003,00 m2  e 850,00 m2, respectivamente. Sendo os valores base de 156,4 mil euros e de 132,6 mil euros.

    Os activos imobiliários apresentados em leilão representam um investimento com enorme potencial, dada a sua localização. Esta é, provavelmente, a maior faixa atlântica do país ainda inexplorada, com um excelente enquadramento no meio natural onde se insere e com oferta de serviços associados às habitações (turísticas ou residenciais).

    O leilão electrónico decorre 27 de Maio de 2024.

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    Construção

    Até Agosto serão lançados 253 concursos no valor de 2500M€

    A Comissão Interministerial de Coordenação do programa de fundos europeus PT2030 aprovou o Plano Anual de Avisos até Abril de 2025, agendando 459 avisos que serão abertos em 11 meses. Nós próximos três meses serão lançados 253 concursos

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    A Comissão Interministerial de Coordenação do programa de fundos europeus Portugal2030 (PT2030) aprovou o Plano Anual de Avisos até Abril de 2025, agendando 459 avisos que serão abertos em 11 meses, com uma dotação de 4 500 milhões de euros

    Nos próximos três meses serão lançados 253 avisos, com uma dotação disponível de 2 500 milhões de euros, distribuídos por vários objectivos de política e pelas várias regiões do país, nas áreas sociais, da economia, do ambiente, do mar e do território.

    O Portugal 2030 fixa os grandes objectivos estratégicos para aplicação, entre 2021 e 2027, do montante global de 23 mil milhões de euros.

    A Comissão Interministerial aprovou ainda o regulamento específico de Valorização Territorial e Infraestruturas Sociais, concluindo assim a principal regulamentação do Portugal 2030.

    Entre os vários projectos de desenvolvimento e coesão territorial que podem ser financiados, destacam-se centros de saúde, ensino pré-escolar, básico e secundário, património cultural e natural, e reabilitação urbana. A dotação disponível é de 1,809 milhões de euros que ficam disponíveis para os municípios portugueses, através das Comunidades Intermunicipais e das Áreas Metropolitanas.

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    Greenvolt instala painéis solares nos hóteis Highgate

    No total, cerca de dois mil painéis solares, com uma capacidade de produção de 1 MWp, que serão instalados nos hotéis NAU no Algarve. Esta será a primeira fase da parceria, estando previsto desenvolver projectos solares no restante portfolio

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    O Grupo Greenvolt, através da Greenvolt Next Portugal, reforça o seu papel enquanto promotor da sustentabilidade do turismo nacional através de um acordo com a Highgate para a instalação de painéis solares em seis das várias unidades hoteleiras geridas pelo grupo internacional em Portugal.

    No total, cerca de dois mil painéis solares, com uma capacidade de produção de 1 MWp, que serão instalados nos hotéis NAU no Algarve. Esta será a primeira fase da parceria, estando previsto desenvolver projectos solares no restante portfolio.

    O hotel NAU São Rafael Atlântico, futuro Kimpton São Rafael Atlântico, é o maior projecto que a Greenvolt Next Portugal está a realizar no âmbito deste acordo. Nesta unidade, localizada em Albufeira, estão a ser instalados 813 painéis solares, enquanto no hotel NAU São Rafael Suites, junto à Praia de São Rafael, vai contar com 281 painéis, perfazendo mais de metade do total contratualizado com a gestora hoteleira.

    Na Praia dos Salgados, onde a Highgate Portugal detém o hotel NAU Salgados Dunas Suites, o hotel NAU Salgados Palm Village e o hotel NAU Salgados Palace, serão implementados mais de 800 painéis solares fotovoltaicos, aos quais se juntam mais 85 no Club House dos campos de golfe do Morgado e dos Álamos, em Portimão.

    “Este é um projecto de grandes dimensões, repartido por seis unidades hoteleiras, numa região em que é óbvia a aposta na geração de energia solar”, refere Pedro Ramalhosa. “Agradecemos à Highgate Portugal a confiança depositada em nós, certos de que temos a capacidade para entregar uma solução ambientalmente responsável, mas, ao mesmo tempo, financeiramente inteligente, que poderá ser replicada nas restantes unidades que tem no País”, acrescenta o partner cofundador da Greenvolt Next Portugal.

    Os painéis que estão a ser instalados nestes seis hotéis terão uma capacidade de produção de energia de 1 MWp, permitindo gerar 1.898 MWh/ano de energia limpa, mas também mais competitiva. Ao mesmo tempo que a Highgate Portugal evita emissões de mais de 790 toneladas de CO2 todos os anos, consegue também obter uma redução expressiva de custos comparativamente à energia da rede. A poupança estimada será de, pelo menos, 30%.

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    Curadores Open House Lisboa 2024 (Sandra Marques Pereira e Alexandre Marques Pereira ©Hugo David)

    Arquitectura

    “A participação da sociologia na arquitectura não se esgota na ‘humanização’ desta última”

    Arranca este fim-de-semana, 11 e 12 de Maio, a 13ª edição do Open House Lisboa. Perceber as transições do edificado e a forma como se interligam com o espaço urbano é o tema deste ano que, através de 74 espaços, percursos por diferentes bairros e passeios sonoros convidam a conhecer a cidade

    Cidália Lopes

    Sandra e Alexandre, irmãos, socióloga e arquitecto, são os curadores desta edição. A partir dos ‘Híbridos das Transições’ propõem-se a evidenciar esta dinâmica quanto à arquitectura dos edifícios, dos seus materiais, estilos, modos de construção, da organização e tipo de espaços, como das pessoas que os ocupam e que percorre diferentes épocas e correntes

    O programa deste Open House é eclético e também abrange diferentes épocas e correntes, da arquitectura barroca, ilustrada pela imponente igreja conventual de Santa Catarina implantada na calçada do Combro, a exemplos neo-clássicos como o Palácio do Grilo, ao contemporâneo, que é um dos pratos fortes desta iniciativa anual.

    Em suma, é a oportunidade de explorar desde reabilitações a construções novas como é o caso do edifício The One do Eduardo Souto Moura, entre muitas outras estreias.

    Como comissários do Open House Lisboa como surgiu o tema deste ano?
    Os Híbridos das Transições é o conceito que dá a conhecer uma característica das transformações – sociais, urbanas, arquitectónicas, entre outras – que não é facilmente percebida, ou valorizada pelas pessoas. Normalmente pensamos nas transformações como cortes entre um antes e um depois, entre uma coisa e outra, e não é bem assim.

    A mudança faz-se de misturas múltiplas de elementos novos e de outros que lhe são anteriores e portanto, o objectivo é despertar a sensibilidade das pessoas para perceber a complexidade das mudanças, contextualizar e pensar sociologicamente as mudanças na arquitectura e na cidade e vice-versa.

    A participação da sociologia na arquitectura não se esgota na “humanização” desta última, prende-se com o entendimento das condições sociais de produção, humanização e consumo/apropriação da arquitectura e do urbanismo.

    De certa forma, este tema é um olhar complementar e mais abrangente ao tema da Revolução que seria o tema mais óbvio em 2024. A Revolução mudou o regime político de um dia para o outro, trouxe a liberdade e um conjunto de debates e questões até então silenciados. Mas, a generalidade das mudanças, dos valores às condições de vida, demoraram outro tempo e portanto houve um longo período de maturação e, claro, de transições, intrinsecamente híbridas.

    “O objectivo é despertar a sensibilidade das pessoas para perceber a complexidade das mudanças, contextualizar e pensar sociologicamente as mudanças na arquitectura e na cidade e vice-versa”

    Enquanto dupla relacionada com a Sociologia e Arquitectura consideram que conseguem dotar a iniciativa de uma perspectiva mais humanizada?

    Na realidade a arquitectura, apenas existe, enquanto obra para abrir diversas possibilidades, para tentar melhorar a vida dos homens e mulheres, seja nos seus sonhos, vidas e aspirações, seja enquanto seres únicos e individuais, ou seja enquanto comunidades de pequena e grande escala, num qualquer espaço e território.

    A arquitectura sempre funcionou como uma resposta às mudanças do tempo e da sociedade, e por vezes, dentro da sua natureza e limitações, abriu outras possibilidades, para a vida colectiva e privada, sempre foi assim, com diversos tempos e modos e, sempre haverá de ser algo assim.

    De que forma estas ‘transições’ são uma forma de expressão das próprias cidades? De que ‘transições’ falamos?

    Nesta 13ª edição do Open House, propomos evidenciar as transições em múltiplas dimensões: primeiro na dimensão física, ao nível da arquitectura dos edifícios, dos seus materiais, estilos, modos de construção, da organização e tipo de espaços/compartimentos, em segundo nas suas funções e apropriações; ao nível dos espaços públicos e das ruas, das actividades económicas (comércio, serviços, etc.), dos seus pavimentos, da vegetação ou da sua ausência, do equipamento, das formas de mobilidade; e, por fim, ao nível das vivências de ambos, do tipo de pessoas que os ocupam, usam, habitam, frequentam, como e quando o fazem.

    De que período retrata a Open House e que edifícios são mais exemplificativos desta transição?
    O programa deste Open House é eclético e também abrange diferentes épocas e correntes, da arquitectura barroca, ilustrada pela imponente igreja conventual de Santa Catarina implantada na calçada do Combro, a exemplos neo-clássicos como o Palácio do Grilo, ao contemporâneo, que é um dos pratos fortes desta iniciativa anual.

    Em suma, é a oportunidade de explorar desde reabilitações a construções novas como é o caso do edifício The One do Eduardo Souto Moura, entre muitas outras estreias.

    A nossa selecção mostra diferentes abordagens nesta transição, desde habitações reabilitadas ou construídas em espaços que já foram outra coisa, a edifícios obsoletos com múltiplos destinos possíveis, a novos conjuntos habitacionais construídos em vazios urbanos centrais, a edifícios e equipamentos públicos reabilitados para novas actividades, a conventos, mosteiros e palácios que ao longo da sua existência tiveram inúmeras utilizações, mostrando a plasticidade funcional destas construções e a sua adaptabilidade às necessidades, mais ou menos espontâneas, do tempo e por fim percursos por zonas escondidas e expectantes que mantêm vestígios de uma Lisboa muito pouco urbana ou pelas “traseiras” de bairros que concentravam manufacturas e pequena indústria e que hoje compatibilizam habitação, ateliers, galerias, espaços de culto, entre outros.

    “A selecção mostra diferentes abordagens nesta transição (…) mostrando a plasticidade funcional das construções e a sua adaptabilidade às necessidades, mais ou menos espontâneas (…) de uma Lisboa muito pouco urbana ou pelas “traseiras” de bairros que concentravam manufacturas e pequena indústria e que hoje compatibilizam habitação, ateliers, galerias, espaços de culto, entre outros”

    Continuamos a assistir todos os dias a estas mudanças. De que forma  podemos enquanto sociedade aprender com essas transições que já aconteceram?
    Desde que a Humanidade e as diversas comunidades, deixaram a sua condição nómada, e começaram a fixar-se  num qualquer lugar, criando as suas raízes, misturando-se com outros povos e culturas. Com o passar do tempo a sociedade, as suas aspirações, desejos e motivações se foram alterando e se modificando, também de vários modos e tempos os seus habitats e cidades, refletiram essas transformações e transições, cada uma à sua própria maneira, no seu tempo e espaço.

    Mas o nosso foco é sobretudo as transições em curso ou em potencial, o que já está em processo de mudança ou que está na iminência de mudar e que estimula sentimentos variados, por vezes mistos: da antecipação da nostalgia à antevisão de cenários futuros face aos quais podemos sentir apreensão, entusiasmo, curiosidade.

    Além da componente do edificado, de que forma o conceito apresentado se relaciona com os espaços públicos?
    Na realidade, os factos arquitectónicos estão sempre relacionados directa, ou indirectamente com os factos urbanos, na medida em que, mesmo uma pequena obra particular, afecta o espaço público onde está inserida e vice-versa, seja uma rua, uma praça, um jardim ou um largo,  formando uma identidade própria, nem que seja pelo conjunto do seu impacto visual, estético, funcional, e aberto a diversas formas e possibilidades de relacionamentos, económicos, sociais e outros, ao serviço de uma qualquer comunidade.

    O conceito do Open House Lisboa 2024 é muito visível no edificado, nos conjuntos urbanos e espaços públicos, como ilustrado nos percursos urbanos e no percurso sonoro em que a Filomena Silvano nos guia por ruas e praças de uma das zonas mais cosmopolitas da cidade. Não escolhemos espaços públicos específicos, mas o conceito é ainda mais aplicável a esses contextos: um exemplo muito bom é a Alameda, um espaço lúdico para os mais diversos tipos de pessoas (nacionais e estrangeiras) como actividades (espectáculos, piqueniques, jogos, etc.) e um espaço político, por excelência, onde ocorrem inúmeras manifestações.

    De que forma vai ser estruturada a iniciativa em termos de percursos e quantos edifícios vão constar na iniciativa?

    Participam generosamente 74 espaços, das quais 39 são estreias, o que é uma percentagem elevada. No festival, mantém-se três tipos de visitas: livres em que as pessoas descobrem os espaços à sua maneira, sem um percurso delineado; as visitas acompanhadas pelo voluntariado formado para esta missão, tendo uma forte participação de estudantes de arquitectura e as visitas por especialistas que se convidam dado a sua afinidade com o lugar.

    Adicionalmente, temos cinco percursos pela cidade, feitos ao ar livre. A pé, convidamos a explorar Alvalade, Telheiras, Arroios, Beato e Marvila tendo diversas distâncias. Criou-se também um passeio sonoro que as pessoas podem fazer quando bem entenderem, e que enriquece a colecção de 11 episódios.

    Depois há, ainda, o programa paralelo que inclui actividades ludico-pedagógicas para as famílias, visitas sensoriais apoiadas por maquetas 3D, entre outros eventos.

    Destaca-se, também, a call de visual stories que pretende reunir uma diversidade de olhares sobre a acessibilidade e a inclusividade dos exemplos de arquitectura que se incluíram. Podem ser fotografias, desenhos, vídeos, ilustrações, animações. As candidaturas estão abertas até 11 de Junho e das propostas seleccionadas nascerá uma exposição e uma publicação que revela um conjunto de visões de quem visita os Open House pela Europa fora.

    Bio

    Sandra Marques Pereira é doutorada em Sociologia pelo ISCTE (2010) com a tese “Casa e mudança social: uma leitura das transformações da sociedade portuguesa a partir da casa” que teve dois prémios de melhor tese de doutoramento (IHRU 2011 e André Jordan 2012) e foi publicada pela Caleidoscópio (2012, 2016). Também o livro “Visite o andar modelo. 30 anos de publicidade de imobiliário” resultou da tese. Investigadora do ISCTE, DINÂMIA’CET, no grupo de pesquisa Cidades e Territórios. Entre 2013 e 2023 foi Professora convidada do Mestrado Integrado de Arquitectura (disciplina Sociedade e Arquitetura) do ISCTE. Colaborou como docente no Doutoramento Arquitectura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos (ISCTE-IUL). Entre 2013 e 2019 foi oradora convidada do Master in Collective Housing da Universidad Politecnica de Madrid – Escuela Tecnica Superior de Arquitectura. É co-coordenadora do WG Southern European Housing do European Network for Housing Research. Participou em vários projectos FCT sobre habitação. Actualmente é investigadora responsável do projecto “SIZA_3CITY – A habitação colectiva de Álvaro Siza: projetos, contextos e vivências (Porto-Lisboa-Nova Iorque)” financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

    Alexandre Marques Pereira, entra em 1981 para a ESBAP (Escola Superior de Belas Artes do Porto), licenciado em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1986. Trabalhou no atelier do arquitecto Manuel Tainha de 1986 até 1996, altura em que abre um atelier próprio, sendo que em 2009 abre a empresa Alexandre Marques Pereira – Arquitectura, que entre 2017 e 2022 esteve associada ao gabinete Saraiva + Associados, com diversos projectos e obras construídas e em construção como arquitecto responsável e coordenador, nas áreas da habitação individual e colectiva, dos equipamentos públicos, bibliotecas, escolas, galerias de arte, ou da reabilitação em geral.

    Participou desde 1998 até 2002 como representante da O.A. na organização Europan Europe para concursos de Arquitectura para jovens arquitectos europeus.

    É docente na Universidade Lusíada de Lisboa, desde 1993, como Professor de Projecto. Foi Visiting Professor em 2006 na Universidade de Auburn, Alabama, nos EUA. Em Julho de 2012 termina o Doutoramento em Arquitectura (na área de Projecto) na Universidade Lusíada de Lisboa, sobre “As relações e contaminações, entre a Arquitectura Moderna do Norte e do Sul da Europa”. Desde 2012 é o representante da Universidade Lusíada no Concurso Pladur, concurso internacional para estudantes universitários de Arquitectura da Península Ibérica.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

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    Arquitectura

    Gulbenkian recebe exposição sobre Siza Vieira

    Com curadoria do espanhol Carlos Quintáns Eiras, a mostra, que reúne material original, desenhos, plantas de trabalho e plantas finais, fotografias, peças de design, estará patente de 17 de Maio a 26 de Agosto

    CONSTRUIR

    A Fundação Gulbenkian recebe, de 17 de Maio a 26 de Agosto, uma exposição dedicada a Álvaro Siza Vieira. Tendo como centro da reflexão o papel do desenho na obra de Siza Vieira, a exposição ‘Siza’ reúne material original, desenhos, plantas de trabalho e plantas finais, fotografias, peças de design, bem como obras de artistas que compõem a “constelação de referências pessoais, artísticas e profissionais daquela que é uma das mais importantes figuras da história da arquitectura em Portugal e um dos grandes nomes vivos da arquitectura e urbanismo moderno no mundo”.

    Com a curadoria do também arquitecto, crítico e curador espanhol Carlos Quintáns Eiras, responsável pelo Pavilhão de Espanha na Bienal de Veneza em 2016 e vencedor do Leão de Ouro, a exposição ambiciona “cobrir todos os aspectos criativos da carreira de Siza”, destaca.

    Para o efeito, o curador irá recorrer aos arquivos depositados na Fundação de Serralves, no CCA – Canadian Centre for Architecture, no centro britânico Drawing Matter, bem como na Fundação Calouste Gulbenkian e no próprio atelier do arquitecto.

    A realização da mostra conta, ainda, com Zaida García-Requejo, como curadora assistente e com o apoio de Lorena Fernández Pabst e Noemí Cuba Alvariño, assim como projecto gráfico de José Albergaria.

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    Construção

    AICCOPN aponta “evolução positiva” nos indicadores de actividade na Construção

    No mercado das obras públicas, até ao final do mês de Março de 2024, observou-se um acréscimo de 32,9%, em termos de variação homóloga temporalmente comparável, no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base, que totalizaram 794,4 milhões de euros.

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    De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo INE, no primeiro trimestre de 2024, e que constam da Análise de Conjuntura da Construção divulgada pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), o PIB registou um aumento de 1,4%, em termos homólogos, reflectindo uma desaceleração do investimento e do consumo privado. No que concerne ao Sector da Construção, assiste-se, também, a um incremento da maioria dos indicadores relativos à actividade. No consumo de cimento no mercado nacional, verificou-se um crescimento homólogo de 2,1%, no primeiro trimestre do ano, para 965,3 milhares de toneladas.

    No mercado das obras públicas, até ao final do mês de Março de 2024, observou-se um acréscimo de 32,9%, em termos de variação homóloga temporalmente comparável, no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base, que totalizaram 794,4 milhões de euros.

    Ao nível da área licenciada pelas autarquias, nos primeiros dois meses de 2024, registaram-se variações de -8% nos edifícios habitacionais, e de -21,5% nos edifícios não residenciais, em termos homólogos. No que concerne ao licenciamento de fogos em construções novas verifica-se, neste período, uma redução de 12,4%, em termos homólogos, para um total de 4.811 habitações. No que respeita à avaliação da habitação para efeitos de crédito bancário, no mês de Fevereiro de 2024, apurou-se uma valorização de 5,5%, em termos homólogos, para 1560€/m2. Já no que diz respeito ao índice de custos de construção de habitação nova, naquele mês, registou-se um crescimento de 2,2%, em termos homólogos, em face de variações de -0,7% na componente dos materiais e de +6% na componente referente à mão de obra.

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    NBS Summit no Porto, a reabilitação da Ponte Carmona, a Construmat de Barcelona e o Suplemento ReCONSTRUIR na edição 505

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    Nature Based Solutions
    em conferência

    NBS Summit Urban Edition realiza-se a 23 e 24 de Maio, e trará ao Porto especialistas, investigadores e profissionais. Durante dois dias o debate e a partilha irão centrar-se nas soluções baseadas na natureza (Nature Based Solutions, NBS) e a sua importância no desenvolvimento urbano sustentável e no combate às alterações climáticas. A organização é da Associação Nacional de Coberturas Verdes, com o apoio do município através da Águas e Energia do Porto

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    Arquitecto Costa Cabral dá nome a Escola do Castelo

    Proposta foi apresentada pelo executivo camarário que, assim, pretende homenagear aquele que foi o autor da Escola Básica do Castelo, construída entre 1970 e 1972

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    A Câmara Municipal de Lisboa vai propor a classificação como património municipal da Escola Básica do Castelo, bem como a alteração da sua denominação para Escola Arquiteto Bartolomeu da Costa Cabral, em homenagem a uma das mais importantes referências da arquitectura portuguesa, que morreu no passado dia 20 de Abril, em Lisboa. A iniciativa, apresentada pelo executivo, foi anunciada na última reunião pública do Município.

    Bartolomeu d’Albuquerque da Costa Cabral, nascido em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1929, diplomou-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (actual Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa), onde foi professor, tendo desenvolvido uma carreira que ficou ligada ao designado ‘movimento moderno’ da arquitectura portuguesa.

    Foi autor do projecto da Escola Básica do Castelo, construída entre 1970 e 1972, uma das suas primeiras obras, revelando uma “arquitectura para a vida moderna”, motivada por uma “constante preocupação funcional”.

    Aquando da sua morte, Bartolomeu Costa Cabral estava plenamente envolvido na requalificação desta escola municipal, integrando a equipa vencedora do recente concurso público de projecto em conjunto com o arquitecto Gonçalo Byrne.

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